28 setembro 2016

É já hoje...


... o segundo encontro do Benfica nesta fase de grupos da Champions frente aos italianos do Nápoles.


Maurizio Sarri é o técnico italiano que tem dado mais
luta à poderosa Juventus nos últimos tempos, com o Napoli.
A equipa de Rui Vitória já se encontra em Itália, onde hoje às 19h45 irá defrontar a equipa de Maurizio Sarri, o Napoli, equipa que Maradona elevou a grande de Itália na década de 80. Esse tempo, já lá vai. Contudo, e apesar de não ter uma referência tão carismática como el Pibe, tem na organização o seu maior trunfo. Num onze onde figuram três internacionais espanhóis, como são o caso do Pepe Reina, do Raúl Albiol e do José María Callejón, e que deverão ser titulares. Destacar que o sistema de jogo preferido pelo técnico italiano é o 4-3-3 tradicional, com um pivot defensivo e um ponta-de-lança declarado, mas já lá vamos. À frente de Reina, o quarteto defensivo titular deverá ser formado por Hysaj na direita, Albiol e Koulibaly no centro e Ghoulam na esquerda. O tridente de meio-campo deverá ser constituído por Jorginho como médio defensivo e por Hamsik e Zielinski como médios interiores, sendo que o eslovaco tem maiores liberdades ofensivas, podendo transformar o 4-3-3, num 4-2-3-1, ou até mesmo num 4-4-2. No ataque, o tridente titular deverá ser formado por Callejón na direita, Insigne na esquerda e o polaco Milik a ponta-de-lança. Em termos de estilo de jogo, os napolitanos destacam-se por serem uma equipa que tenta jogar no meio campo adversário, embora nem sempre com os melhores processos. Onde aquele tridente atacante e Hamsik sentem-se confortáveis é no jogo de transições. Destacar que são fortes nas bolas paradas e privilegiam muito a construção pelo corredor central e esquerdo, de forma a libertar o espanhol Callejón. Contudo, as suas maiores fraquezas residem nos duelos aéreos, na pressão aos remates de fora da área e na defesa de bolas nas costas defensivas.

É precisamente por aqui que o Benfica poderá explorar, no aproveitamento das costas do adversário, através de Salvio (como já defendi aqui), mas também no criar o espaço necessário para que Pizzi, André Horta ou Cervi (ou ainda qualquer outro extremo que jogar amanhã) possam rematar de fora da área, através de um jogo directo que privilegie os duelos aéreos com Mitroglou. Com isto o Benfica pode adoptar uma estratégia de jogo que tente aproveitar essas fraquezas do Napoli, sem ter que se expor em demasia em termos atacantes, adoptando uma estratégia mais conservadora, defensiva e de menor risco ao erro. Até porque uma das nossas fraquezas prende-se com a gestão dos ritmos de jogo. Desta forma a abordagem é muito mais linear e exige menos dos jogadores em termos de análise das várias fases do jogo. Ou seja, actuarão sempre da mesma maneira durante os 90 minutos evitando em termos defensivos, e com duas linhas de 4 bem definidas e compactas, o ataque napolitano.

O miúdo ao lado do capitão. É assim que se faz a adaptação
dos jogadores jovens na equipa principal.
Assim sendo, face à lista de convocados de Rui Vitória para este encontro (ver abaixo), para além da questão de saber quem será o guarda-redes amanhã, penso que apostaria no mesmo quarteto defensivo que defrontou o Chaves e no mesmo núcleo de meio-campo, mas com alterações nas alas e no ataque. Essas alterações seriam o Cervi como extremo/ala direito e o Pizzi como extremo/ala esquerdo, i.e., jogaria com falsos extremos para procurar os passes em diagonal para as costas da defesa adversária. Lá na frente a alteração que defendo é inclusão de Salvio ao lado de Mitroglou em vez de Gonçalo Guedes. Faço isto por três grandes motivos: 1) maior experiência do argentino em competições europeias; 2) o Salvio sente-se muito à vontade com essa forma de jogar e 3) ele está com uma fome terrível de fazer golos e de ser o herói da partida. Quero no entanto destacar duas convocatórias: a dos dois jovens da formação encarnada, o defesa central Rúben Dias e o jovem avançado José Gomes. É assim que se faz a integração e a adaptação destes miúdos a este tipo de ambientes. Desta maneira, quando tiverem que entrar irão acusar muito menos o ambiente inerente a estas competições. Depois, serve também de prémio pelo trabalho que os jovens estão a desenvolver na equipa B. O facto de no voo para Itália, o Rúben Dias ir no lugar ao lado de Luisão diz tudo!

Lista de convocados do Benfica para o jogo frente ao Nápoles.

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