03 setembro 2016

Condições ideais para...


... na Liga dos Campeões 2016/17.


Grupo B de Benfica!
Grupo do Benfica na Liga dos Campeões 2016/17.
Os encarnados ficaram como cabeça de série no grupo B, onde irão defrontar as equipas do Nápoles, do Besiktas e do Dínamo de Kiev. O Benfica não apanha nenhum tubarão nesta fase de grupos, muito por culpa de ser cabeça de série o que é bastante positivo para atingir o primeiro objectivo da temporada: ultrapassar a fase de grupos da Champions. Só aqui em termos financeiros o Benfica consegue pagar as suas despesas operacionais de toda a temporada. Aliás, qualquer outra equipa. Contudo, apesar das equipas não serem das mais conhecidas a nível mundial, têm ambições legítimas e quererão deixar o ar da sua graça. Os napolitanos apesar de terem perdido o Higuaín para a Juventus contrataram um excelente avançado, o jovem polaco Milik que se vai juntar à restante equipa bem orientada pelo Maurizio Sarri que tanto deu nas vistas na época passada; a equipa turca do campeão da Europa Ricardo Quaresma reforçou-se bem em Portugal, com o ponta-de-lança do Porto Aboubakar e o nosso conhecido Talisca (será interessante verificar como se portará frente ao Benfica...), o que poderão trazer problemas à nossa caminhada, pois conhecem bem o futebol nacional e têm algo para provar; e os ucrânianos do português Antunes (por onde este anda...) e do nosso bem conhecido (da equipa B) Derlis González. Atendendo, que estas estão recheadas de bons jogadores com ambição, a fase de grupos não será com certeza um passeio.

Os grupos resultante do sorteio das equipas da Liga
dos Campeões 2016/17.
Bem, poderá não ser um passeio a nível competitivo, mas em termos de quilómetros percorridos, o Benfica é novamente a equipa que irá "passear" mais, tais as distâncias a percorrer nesta fase de grupos. Isto é prejudicial para a equipa por dois grandes motivos. O primeiro é que é bastante diferente fazer um voo daqui para Inglaterra e um daqui para a Turquia. Face aos directos adversários da 1ª Liga NOS, o Sporting e o Porto, que ficaram respectivamente nos grupos F (com o Real Madrid, o Dortmund e o Legia de Varsóvia) e G (com o Leicester, o Club Brugge e o Copenhaga), que têm de percorrer distâncias muito mais curtas, o Benfica fica com uma desvantagem a nível da recuperação física dos seus atletas e da calendarização dos jogos, sobretudo se as deslocações fora na Champions forem prosseguidas de deslocações fora na Liga e nas Taças. A segunda desvantagem é que com jogos em locais tão distantes e por isso mesmo economicamente mais caros, o apoio não será o mesmo. A propósito disto, penso que a organização da UEFA está a perder aqui um importante nicho de mercado. Penso que o organizador da competição poderia criar condições para que os clubes conseguissem levar mais adeptos a outros países, tentando encontrar parceiros turísticos e de transportes que conseguissem pacotes de bastante atractivos para as bolsas de todos os adeptos das equipas. Era como tentarem criar condições para que o efeito das grandes competições de selecções propagassem um pouco. Penso que seria benéfico e poderia ajudar a encurtar estas enormes distâncias. De qualquer maneira, penso que face a este grupo, o Benfica pode ambicionar a ser primeiro e só com vitórias (ou na pior das hipóteses com um ou outro empate). Temos mais que equipa para eles!


E por falar em equipa...
O brasileiro Danilo será um dos ausentes encarnados
nesta fase de grupos da Liga dos Campeões 2016/17...
O Rui Vitória escolheu os seguintes 25 jogadores: guarda-redes - Ederson, Júlio César e Paulo Lopes; defesas - Lisandro López, Grimaldo, Luisão, Lindelof, Eliseu, Jardel, André Almeida e Nélson Semedo; médios - Fejsa, Samaris, André Horta, Carrillo, Salvio, Pizzi, Cervi, Rafa e Celis; avançados: Jiménez, Jonas, Mitroglou e Gonçalo Guedes. Face aos jogadores que têm trabalhado no plantel principal, ficam de fora: o Kalaica (defesa), o Danilo e o Zivkovic (médios) e o Jovic (avançado). Penso que os 25 escolhidos são mais do que suficientes para a fase de grupos da Liga dos Campeões. Se o Kalaica e o Jovic são consensuais na medida que não merecem estar incluídos neste lote de 25 (por enquanto...), já os nomes de Danilo e Zivkovic podem ser mais discutíveis para outros, dada a sua qualidade.

... o outro é o sérvio Zivkovic, para além dos jovens
Kalaica e Luka Jovic.
A meu ver, o Rui Vitória decidiu muito bem. O médio Danilo é o médio que chegou à menos tempo. É também um jogador emprestado, pelo que não é propriamente um ativo do clube. Penso que aqui o critério tenha sido estes dois, pois a nível de talento e de experiência em importantes palcos, embora a sua tenra idade, o jovem internacional canarinho tem a rodos. De realçar que o Celis embora teoricamente com menos cartel (porque vem da Colômbia) também não é nenhum tronco a jogar e tem a sua qualidade. Depois é necessário perceber que há Samaris que pode muito bem fazer duplo pivot com Fejsa ou até mesmo jogar como "6" e "8". Depois, para a posição "8", tem-se ainda o Pizzi e a mais recente contratação encarnada, o Rafa, que pode também dar ali uma perninha. Ou seja, o próprio colombiano será teoricamente o terceiro/quarto elemento para o meio-campo, neste momento. Quanto ao jovem sérvio, penso que o elevado número de jogadores para a sua posição, actualmente com maior qualidade e conhecimento de jogo, mas também devido à sua lesão que condicionou a sua pré-época, definiu a sua não inclusão no lote da Champions. Para um e para o outro, isto não significa que irão ficar a ver a Liga dos Campeões no sofá o ano inteiro. Acredito que em Janeiro, com a reabertura do mercado, haverá algumas saídas no plantel encarnado e com isso, estes dois poderão ainda entrar em campo nesta competição. Isto claro, fazendo fé que o Glorioso voe em velocidade de cruzeiro na fase de grupos.




P.S.: Ainda não tinha tido a oportunidade de falar sobre isto, mas é um grande orgulho que vejo o Cristiano Ronaldo vencer o prémio de melhor jogador da Europa da época passada (2015/16). É muito importante, para a afirmação dos jogadores, das equipas e organização portuguesas. E, isto é algo que devemos ter muito brio.


18 comentários:

  1. Celis tem um problema que é a impetuosidade com que vai aos lances. Na champions paga-se caro. E em comparação com Samaris, Danilo é muito mais híbrido.

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    1. Observação em apenas um jogo. Se queres que te diga, penso que falta agressividade ao nosso meio-campo, sobretudo na reacção à perda. O próprio Danilo é um jogador na mesma linha da impetuosidade. Se tiveres oportunidade vai ver os jogos grandes dele no Valência. Vais ver que ele é usado muitas vezes no meio-campo mais para destruir que outra coisa.

      Depois, o Danilo não está enquadrado na ideia de jogo da equipa. No Valência e no Braga jogava num meio-campo a 3. Aqui tem de jogar num meio-campo a dois. Depois, tens ainda a pressão de apostar num jogador teu ou num jogador que está emprestado por terceiros. Penso que a decisão do Rui Vitória foi excelente. Teria feito o mesmo.

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    2. Danilo faça um jogo ou meio, para o ano assina pelo Benfica. Podes anotar aí. É negócio com o selo Mendes.
      Sim, Danilo também é impetuoso, mas penso que é um jogador que com os devidos ensinamentos poderá ser um 8 bem jeitoso. Tem qualidade técnica. No Brasil sub 20, mostrou muito bons detalhes. No Valencia não acompanhei, mas ali na época passada até Enzo e Gaya eram lixo.

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    3. Exactamente por o empresário ser o Mendes e o histórico do Danilo, que o Benfica faz bem jogar assim. Penso que as coisas teriam sido diferentes se - e repara no efeito dominó que o mercado traz sempre - o Witsel tivesse saído para a Juventus, com a consequente saída do Samaris para o Zenit. Ou então, se o Celis tivesse ido como emprestado para o Sporting de Braga, embora este tenha imensos e bons jogadores para aquela posição Bakic e Vukcevic (curiosamente, ambos já falados para o Benfica).

      Também acredito que o Danilo tenha muito mais potencial que apenas para ser um médio "6" (ou um 1º volante "5" como se diz no Brasil). O facto de ser agressivo ainda dá mais corpo a isso porque são poucos os jogadores que conseguem aliar essa energia toda a uma componente técnica muito elevada.

      No Valência ele não foi mau. Muito pelo contrário. O que referi é que ele vem de outro enquadramento de modelo de jogo. Ou seja, não o podemos ver como solução de curto prazo. É preciso sermos um pouco pacientes. Mas, também é preciso darmos-lhe oportunidades. Até Janeiro, muito sinceramente, penso que só vai entrar nos jogos das taças. Ou então se um ou outro do meio-campo se lesionar ou ficar castigado. Neste momento, para a posição "6" a ordem é: 1º Fejsa, 2º Samaris, 3º Celis, 4º Danilo. Já para a posição "8" o caso é o seguinte: 1º André Horta, 2º Samaris, 3º Celis, 4º Pizzi e 5º Danilo.

      Agora, uma coisa é certa, tem muito futebol o Danilo. Para mim, será um projecto bem interessante para o Rui Vitória desenvolver. Não até ao final da época, mas para a próxima temporada.

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    4. Não podemos esquecer que é sub 20. Tem a mesma idade que o André Horta. Diferença de meses. Mas acho que vai ter oportunidades antes de Dezembro até porque Horta muito dificilmente aguentará a posição por muito tempo. É um jogador moldado para 10 ou para 4-3-3.

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    5. Atenção que o Horta não tem sido nada inferior ao Renato Sanches naquela posição. Muito pelo contrário. Penso que a malta tem uma percepção errada do que era o Benfica na época passada.

      Por falar de o André Horta ser um "10" para 4-3-3, é normal que se pense assim, porque ele é um miúdo que foi formado nesse modelo. O mesmo se passará com outro miúdo que mais tarde ou mais cedo vai ter problemas na equipa principal do Benfica (se lá chegar), o João Carvalho. Mas, este também foi um problema que aconteceu com o Renato Sanches, até porque este era o 10 dos escalões jovens...

      É preciso ter um pouco de paciência e entender que o Horta não é uma adaptação. Aliás falar de adaptações a miúdos que ainda estão a aprender o que é o futebol é desadequado. O Horta leva já um ano de experiência de 1ª Liga e a jogar como "8" no Vitória de Setúbal, num sistema de jogo muito idêntico ao do Benfica, com dois médios-centro e dois alas.

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    6. A ideia que tenho do Horta é que ele durante um jogo, ou envolve-se muito bem ofensivamente, mas depois tem dificuldades em equilibrar a equipa, ou fecha-se bem com Fejsa, mas depois não tem capacidade para incorporar-se na frente. Falta-lhe a estampa física do Enzo, Witsel e Renato para aguentar os diferentes momentos do jogo. Ele não é mau em nenhum, mas tem que se agigantar e tornar-se um médio total, completo.

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    7. Em termos de entrega não há melhor que o miúdo. E olha que o Renato Sanches, apesar de ter todo aquele caparro não fazia as descidas como deveria fazer e este Horta faz muito bem. Ainda no jogo frente ao Tondela, ele recuperou uma bola que não foi interceptada a meio-campo pelo Fejsa, tendo perseguido o atacante adversário até perto da entrada da sua área, i.e., a fazer de Fejsa naquela zona do terreno. E, estou a falar de um lance já na segunda-parte dessa partida. Isto só para enumerar uma situação rápida defensiva do Horta.

      O problema que vejo prende-se ainda no momento da tomada de decisão, nomeadamente quando deve soltar o último passe. Nesse encontro falhou muito nesse aspecto. Mas, falhou também porque as movimentações dos companheiros não era a melhor. É aqui que está um dos problemas. A solução aparece quando os colegas atacam o espaço. Ficando muito estáticos, facilita quem defende e dificulta quem tem a bola.

      Por outro lado, a defesa do Benfica tendo um médio "8" transportador como o Horta, tem de estar muito subida no terreno, para que o espaço entre estes e o médio mais defensivo encarnado seja o mínimo possível. Ou seja, tornar a equipa mais compacta. Depois era importante que a equipa defensivamente fosse mais delgada.

      Por falar no Enzo e no Witsel, houve muitos jogos que o Enzo e o Witsel não desequilibraram no meio-campo e falharam muito. Eu penso é que com o miúdo toda a gente facilmente atribuiu as culpas por ser miúdo, enquanto que aos outros é porque errar faz parte do jogo. Seria interessante fazer a análise de perdas de bola do Enzo e do Witsel por jogo e comparar com as do Horta e do Sanches. Uma coisa é certa, ninguém bate o Sanches nesse capítulo.

      ;P

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    8. Verdade. Mas o Renato é um vulcão. Uma equipa que perde a bola para o Renato em fase de transição arrisca-se a levar com um lance maradoniano. E mesmo a nível de passe, podia-te falhar 2 passes, mas era capaz de fazer 1 de autêntico mágico- Recordo o passe para o Mitro contra o Porto no Dragão.
      O Enzo-também pela idade- destes médios todos, é ou era aquele que melhor sabia interpretar os diferentes tempos do jogo. Não havia pai para ele. Sabia quando atacar, quando pausar, quando equilibrar, ou até mesmo quando a equipa precisava de uma falta para respirar. Era o tal médio completo, total de 8, 10 e 6 se necessário. E depois tinha qualidade de último passe e rematava bem de longe- o melhor neste capítulo foi o Carlos Martins.

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    9. No estádio da Luz, digo.

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    10. O jogo frente ao Porto perdemos muito por causa do Renato e da sua passividade defensiva. Ele é um jogador super potente, mas não tem grande controlo sobre essa potência. Esse é o seu handicap. Espero que o Ancellotti consiga ensinar-lhe o que lhe falta para ser o melhor do mundo na sua posição.

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    11. O Enzo era um motor da equipa como referes, mas vou-te ser muito sincero... com um Matic daquela qualidade atrás era muito mais fácil... quanto ao Carlos Martins e até Rúben Amorim apenas escrevo o seguinte: não é para quem pode, é para quem realmente quer!

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    12. O Enzo não precisava do Matic para crescer. Lembra-te que deixou o clube em primeiro com Samaris na retaguarda.

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    13. Mas, com um Samaris já adaptado e com um meio-campo que tinha ao lado o Gaitán mais interventivo nas tarefas defensivas e o Salvio antes da lesão. Agora estás a renovar o meio-campo a 50%, que é bem diferente dos 25% que representava a entrada de Samaris depois da saída de Matic.

      Isto não significa que o Enzo não seja um jogador de topo, mas também temos de perceber o contexto que ele estava inserido no Benfica que o Horta não tem.

      ;)

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  2. "De realçar que o Celis embora teoricamente com menos cartel (porque vem da Colômbia)"

    Não sei se foi propositado ou não, mas este jogo de palavras valeu daqui uma bela gargalhada!

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