10 dezembro 2011

A Luz de El Clásico!


Para os fans do futebol o jogo desta noite da La Liga, que vai opor as duas principais referências do futebol mundial actual, é um verdadeiro presente de Natal antecipado. Quais as espectativas deste encontro? Da minha parte que seja um hino ao futebol!

Embora sejam rivais, eu gosto de ambas as equipas. Cada uma apresenta uma filosofia e um saber estar no futebol distinto e bem vincado. Mas, o mais engraçado é verificar que ambos os estilos conseguem coabitar no mesmo tempo e espaço. Funcionam quase como uma espécie de Yin e Yang no mundo futebolístico. O Real Madrid é a imagem do seu treinador: o futebol competitivo. O Barcelona representa hoje uma filosofia futebolística quase ímpar no mundo.

Neste momento, talvez nutre uma preferência pelos Los Blancos, pois penso que está mais do que na hora de alguém começar a ameaçar a hegemonia futebolística dos Culés. É importante para o espectáculo. Também o facto de no Real Madrid actuarem jogadores nacionais e ex-jogadores do Benfica, faz-me com que tenha este preferencionalismo.

Na época passada, José Mourinho acabado de chegar ao Real Madrid, com inúmeros jogadores novos, estava mal preparado para o combate com a "equipa acabada" do Barcelona. Passado uma temporada, o cenário já é diferente. As vedetas do Real Madrid já jogam ao primeiro e ao segundo toque, com movimentações constantes no ataque. Por outro lado, vemos hoje espírito guerreiro a jogadores como Benzema, Öezil, Kaká, Di Maria e até mesmo CR7, algo que não acontecia no passado. Ganhou claramente um espírito de grupo apreciável.

É por isso que hoje estou espectante com a resposta à seguinte questão: será que o Mourinho irá jogar mais defensivamente ou irá encarar olhos nos olhos o jogo contra Pep Guardiola?

Estrategicamente falando, eu estou a contar com um Barça igual a ele próprio, i.e., dominador na posse de bola e na ocupação do espaço no terreno do adversário. Devido à diferença pontual que existe neste momento, e também devido à aceleração e velocidade do ataque madrilista, Mourinho poderá pensar em jogar numa toada mais espectante. Ele já tentou executar esta estratégia noutros tantos jogos contra o Barcelona e com o resultado que todos nós conhecemos...

Contudo, face à forma confiante como o Real tem jogado, penso que se o Mourinho quer mandar uma mensagem clara que quer destronar o Barça, será jogar de forma idêntica ao do Barça. Isto provocará uma autêntica luta titânica naquele meio-campo de Santiago Bernabéu. Isto fará com que o Barça jogue fora do seu envelope de conforto. Isto fará com que os jogadores blaugrana ao invés de jogarem a 50 metros, têm de jogar em 100. Isto provocará maior desgaste físico neles... isto poderá beneficiar jogadores fisicamente mais robustos como são os do Real Madrid.

Outra curiosidade será ver o que Pep nos reservará, pois também tem os seus trunfos...

Alguém arrisca um prognóstico?


05 dezembro 2011

Ruben Amorim poderá vir a ser um lateral direito?


Em vésperas de um importante encontro para a Liga dos Campeões e com a impossibilidade de Maxi jogar, devido a castigo por acumulação de 2 cartões amarelos, uma das questões que JJ tem de resolver é saber quem jogará a lateral direito. É aqui que faz todo o sentido interrogar e fazer uma análise dos prós e contras do internacional A nacional à direita da defesa encarnada.

Ruben demonstra muitas vezes,
dentro de campo,
 o seu descontentamento
 com as suas próprias exibições.
Tendo em conta o desaire nos Barreiros, na última 6ª-feira, a opção de Ruben Amorim à direita é de todas a menos consensual para os adeptos encarnados. A razão é simples: Ruben teve uma má exibição.

Contudo, devemos recordar que o camisola 5 do Benfica, já teve exibições muito convincentes naquela posição, nomeadamente, na última temporada em que nos sagrámos campeões nacionais. Sendo assim, porquê este "8 a 80" a nível exibicional?
 
Sabemos, que o português tem reinvindicado um lugar no seu posto de origem, i.e., como médio-centro/interior direito. No entanto, prefere jogar em qualquer lado do que amuar e ficar sentado no banco, pelo que, não será por aí que encontremos respostas às suas recentes prestações.
  
Nesta equipa do Benfica,
só lhe falta mesmo jogar a guarda-redes,
 mas até isso ele tem treinado.

Penso que a verdadeira razão, prende-se com a forma de jogar da equipa que foi mudando ao longo destas temporadas, muito por causa dos jogadores que sairam terem estilos de jogo distintos dos actuais e o técnico encarnado ainda estar de volta na resolução desses problemas.

Em 2009-2010, a defesa encarnada jogava praticamente com a sua linha defensiva a 10 metros do meio-campo. Na prática, os nossos laterais partiam quase sempre da linha meio-campo para a frente. Hoje, não é isso que verificamos. Logo aqui, esta diferença implica um desgaste físico superior nos atletas. Talvez seja por isso, que Maxi Pereira, o habitual lateral direito titular, tem sentido esta temporada grandes oscilações na performance desportiva.
 
A sua inteligência em campo,
a capacidade de trabalho e o
 espírito de equipa são qualidades
que fazem dele um jogador
muito versátil.

Depois, o facto de se jogar mais à frente, faz com que o espaço entre os jogadores seja menor. Ou seja, os jogadores estão sempre muito próximos uns dos outros. Defensivamente, isto beneficia toda a equipa, pois a defesa é sempre feita com dois jogadores ao adversário que possui a bola, evitando situações de um-contra-um. Também tem outra vantagem: recuperação da bola no meio-campo adversário.

Em termos atacantes, para um médio de origem, jogar a lateral ofensivo com uma defesa subida, é "quase" o mesmo que jogar na sua posição original. Só tem de ser mais consciente da qualidade de passe, dar a profundidade atacante pela faixa, ao invés de procurar movimentos interiores e saber gerir muito bem o esforço físico.


Resumindo:

É preciso saber  adaptar a equipa
 às suas características para ele
 poder render a lateral direito.

Ruben Amorim é uma boa solução a lateral direito se forem-lhe dadas as seguintes condições:
  • Equipa jogar com a defesa subida.
  • Equipa jogar de forma compacta.
  • Existir compensações tanto do central descaído para a direita, como também do médio direito da equipa ou do médio defensivo.
  • Possibilidade de haver progressão com bola ou em tabela com os companheiros de faixa, por exemplo, o médio direito e um dos avançados.

Veredicto:
Eu penso que o Ruben Amorim, como lateral direito será sempre uma solução de bolso e não uma solução definitiva. O que se ganha com Ruben a lateral não compensa o que se perde com ele na sua posição de origem. O mais engraçado, e para lamento meu, o treinador encarnado não vê o Ruben como primeira alternativa ou titular no meio-campo.
Para o jogo da Liga dos Campeões, será preferível a outra solução, como por exemplo a de Miguel Vítor, uma vez que Amorim é um jogador mais experiente e mais atacante que o jovem "canterado" encarnado.

04 dezembro 2011

Os 7 pecados de Jesus


O jogo do Barreiros, que ditou a nossa eliminação foi a gota de água do que até então parecia tolerável, para conjectura de resultados obtidos. A verdade é que JJ tem cometido alguns pecados. A maioria deles com impacto negativo sobre a performance da equipa que de certa maneira tem sido camuflado pelo virtuosismo de alguns dos nossos atletas.

Embora uma invencibilidade de mais de 20 jogos em competições oficiais, seja um feito muito bom para Jorge Jesus, a verdade é que o Benfica desta temporada ainda não deslumbrou do ponto de vista exibicional e, podemos escrever sem cometer imprecisões, de que houve muitos jogos em que tivémos uma pontinha de sorte.

Mas, afinal quais têm sido os pecados de Jesus?
  1. Desconhecimento dos atletas que tem à sua disposição.A meu ver, JJ não tem sabido avaliar bem as virtudes e defeitos dos seus jogadores. O exemplo mais flagrante, prende-se com o Emerson. O brasileiro tem claras limitações técnicas e tácticas, que o condicionam nos movimentos ofensivos e que o treinador encarnado parece pouco sensível a tal. O argentino Saviola é outro dos que tem sido mais fustigado com estas faltas de leituras do técnico encarnado. Desde que David Luiz saiu da Luz, a defesa do Benfica deixou de jogar tão subida no terreno, prejudicando jogadores como Saviola (e também o Cardozo...), que agora se desgastam em movimentações, na qual não têm perfil físico para desempenharem. Cabe ao treinador saber adaptar a equipa face aos jogadores que tem à disposição.
  2. Colocação de alguns jogadores em posições em que não rendem.Isto também poderá ser uma consequência do ponto anterior, na medida, que ele julga que determinadas características dos jogadores fazem-nos render em determinadas posições, mas que na prática não resultam. Um bom exemplo disto, é a colocação de Ruben Amorim em campo, tanto como lateral direito, como médio-ala direito e até mesmo esquerdo. A exibição do internacional A português, na proclamada batalha naval, na Figueira da Foz, deveria ser conclusiva, onde o rapaz deve jogar... mais até do que o aviso que o jogador já transmitiu.
  3. Incoerências tácticas e falta de qualidade de treino.Para muitos é o "mestre das tácticas", mas a realidade dos jogos tem-se verificado que não é bem assim. Frente ao Marítimo, foi clara a falta de trabalho de casa realizada pela nossa equipa técnica. Em termos tácticos, jogar contra um dos melhores trios de meio-campistas do campeonato com apenas dois jogadores, sendo que um deles tem jogado de vez em quanto, é um erro crasso. Em termos de movimentações da equipa, tanto defensivamente, como ofensivamente, foi um caos e sem fio de jogo algum, revelando falta de treino e preparação. Tal não é admissível dado o tempo de preparação que houve para este encontro e o grau de importância da eliminatória. Contudo, já isso tinha sido visível noutros encontros desta temporada.
  4. Incorrecto desenvolvimento de jogadores.Este pecado vai de encontro com o que eu penso que o JJ está a fazer ao Axel Witsel. O belga só tem brilhado em alguns jogos. Deveria ser questionado o porquê de só ter brilhado no início da temporada e agora frente a grandes equipas, como o Manchester United. A melhor resposta que encontro é a motivação. Mas, e os outros encontros? Aí eu penso que vem ao de cima ele estar a jogar numa posição que não-lhe está no seu dna. Para quem o não conhecia, ele era um "10", daqueles que apareciam no último terço do terreno, tanto para assistir colegas, como também para finalizar. Vejam aonde ele joga no Benfica. Talvez seja por isso, que muitas vezes vemos o meio-campo a ficar desconectado... Talvez seja por isso que acho que o JJ está a insistir numa coisa que dificilmente resultará em pleno... Talvez seja por isso que tenho receio que o Witsel seja mais um "Anderson" do futebol mundial.
  5. Demasiadas ideias estereotipadas.Vejo isso, quando leio e oiço comentários acerca da exigência e preferência de centrais com mais 1.90m, facto que faz relegar um talento nacional como o Miguel Vítor para 4ª opção no eixo defensivo, quando tem sido dos melhores sempre que é chamado a cumprir a sua missão. Poderia aqui recordar jogadores como Beckenbauer, Baresi, Cannavaro, Puyol, Ayala, entre outros, que foram e são grandes centrais e que tinham e têm em comum, alturas inferiores a 1.85m.
  6. Não incentivar uma cultura de mérito exibicional.Tenho reparado que após uma grande exibição de jogadores que há primeira vista não serão titulares, por factores que me transcendem um pouco, esses mesmos jogadores não merecem oportunidade nos jogos seguintes. Já aconteceu isso, com o Nolito (em deterimento de Bruno César), com o Ruben Amorim (em deterimento de Witsel) e, recentemente, com o Miguel Vítor (em deterimento de Jardel).
  7. Preconceito e falta de oportunidades a diversos jogadores, mas protecção a outros.Eu penso que este pecado poderá vir a se tornar num enorme problema, caso o Benfica entre num ciclo negativo de exibições e resultados, uma vez que cria rupturas dentro do balneário.
    Os seguintes jogadores são os que têm sido vítimas de algum preconceito e falta de oportunidades: Capdevilla (ainda não entendi porque é que ele não dá a oportunidade para o experiente campeão europeu e mundial ganhar forma jogando mais vezes, nem que seja como suplente... será da idade?), David Simão (não seria possível este jogar mais vezes, nem que fosse como suplente, pelo menos para testar se com ele o meio-campo funcionaria melhor?), Nélson Oliveira (só joga praticamente uma vez por mês... isto um medalha de prata de sub20 mundial... não será um desperdício? não poderia estar aqui para além de um avançado um extremo direito que tanto precisamos?).
    Os jogadores mais protegidos pelo Jorge Jesus esta temporada têm sido: Jardel (o central não é tão mal quanto parece, mas ao contrário de Miguel Vítor que precisa de fazer exibições imaculadas e mesmo assim sem garantia, o brasileiro goza de algum proteccionismo, mesmo quando as coisas não lhe correm tão bem!), Witsel (apesar das recentes grandes exibições, já houve jogos em que deveria ter sido substituido, mas parece que o JJ não prescinde dele...), Bruno César (veio rotulado de médio-ofensivo, mas facilmente percebe-se que ainda não tem a estaleca necessária para ser o "10" que o Benfica precisa, daí que Jesus o tenha colocado numa faixa... acontece que aí, não tem tido muito sucesso, mas JJ prefere utilizá-lo do que o Nolito, mesmo depois daquela entrada do espanhol no campeonato... porque será?).
Eu penso que o plantel encarnado não é assim tão mal quanto parece ser. Não tenho visto falta de empenho dos jogadores, mesmo quando as exibições são pouco mais que satisfatórias. Basta ver o semblante dos jogadores encarnados após o término da partida frente ao Sporting, para perceber o grau de compromisso que eles estão a ter com o jogo. Daí que a eles não aponto nada, neste momento...

Duma coisa é certa, está nas "mãos" de Jorge Jesus inverter todas estas críticas, facto que torço para que aconteça.

01 dezembro 2011

Que Benfica para dançar o bailinho da Madeira?

Face a uma semana de enorme desgaste físico e com tão bons resultados obtidos para o conjunto encarnado, será curioso ver como o treinador Jorge Jesus irá gerir o seu grupo não só em termos físicos, mas também em termos anímicos, nomeadamente possível excessos de confiança. Em jogo está nada mais nada menos que o acesso aos quartos-de-final da Taça de Portugal.

Esta 6ª feira, joga-se no estádio dos Barreiros, na Madeira um jogo dos oitavos de final para a taça de Portugal, que opõe o Benfica com o Marítimo. É talvez o jogo mais difícil dos encarnados nesta caminhada a taça. A culpa deve-se ao excelente trabalho de Pedro Martins ao serviço da equipa maritimista, por muitos apelidada de equipa sensação, devido ao 4º lugar no campeonato nacional.

O Marítimo:
Pedro Martins montou um atractivo 4-3-3, que utiliza a mobilidade e velocidade dos seus três atacantes como uma das maiores armas esta temporada. É certo que Danilo Dias é um jogador de meio-campo criativo que com Martins aprendeu uma nova posição, a de extremo. Tem sido uma boa aposta do jovem técnico português, uma vez que quando a equipa defende, Danilo faz de quarto homem no meio-campo, mas quando o Marítimo ataca, o brasileiro desmultiplica-se formando o tridente ofensivo com Sami e Baba. Atenção ao Baba, não só pela sua velocidade, como também pelas suas movimentações. Contudo, dado o poder do adversário, Martins poderá optar por reforçar o meio-campo com um jogador mais defensivo. Esta será uma das questões que o treinador do Marítimo poderá reservar-nos amanhã.

Outra questão que se coloca é quem será o lateral esquerdo, isto depois da expulsão do talentoso internacional sub21 português, o madeirense Ruben Ferreira (atenção a este jovem!!!). À partida, o lugar deverá ser entregue ao polivalente Briguel, sendo muito provável que Luis Olim ocupará o lado direito da defesa. Ora, quer se queria quer não, deverá residir aqui uma das fragilidades do Marítimo, pelo que era importante o Benfica saber aproveitar as suas alas...

Possível onze titular do Marítimo para o encontro da taça de Portugal frente ao Benfica.
As setas contínuas amarelas representam as movimentações sem bola dos principais jogadores do Marítimo.
As setas descontínuas amarelas representam as movimentações com bola dos principais jogadores do Marítimo.
Salientar que o estilo de jogo do Marítimo não é o de posse de bola e ataque continuado, mas sim o de contra-ataque, explorando o espaço nas costas dos defesas adversários. Sendo assim, é importante que os centrais do Benfica saibam proteger a sua retaguarda e que tenham o fora-de-jogo bem assimilado...

Para desenvolver o "contra-golpe", o Marítimo costuma fazê-lo preferencialmente pelo lado direito, onde Rafael Miranda (um dos destaques do primeiro terço do campeonato nacional!) e Danilo Dias combinam bem dando profundidade e largura ao lado direito do ataque madeirense. São os dois jogadores que melhor transportam a bola do ataque. No lado esquerdo, a profundidade atacante cabe a Ruben Ferreira, uma vez que Sami tem tendência a procurar espaços interiores para desferir remate com o pé direito. Ora sem o jovem madeirense, o Marítimo poderá ressentir-se em termos atacantes desse lado. Daí que o Benfica possa explorar esse lado para atacar.

O Benfica:
A lista de convocados de JJ para este encontro causou-me alguma surpresa, pois não vi os nomes de Capdevilla (autorizado para ir a um sorteiro do Euro2012?!), David Simão e Rodrigo Mora, jogadores que foram sempre usados nas outras eliminatórias da taça de Portugal. Eis a lista:
  • Guarda-redes: Artur, Eduardo e Mika;
  • Defesas: Miguel Vítor, Maxi Pereira, Garay, Jardel, Emerson e Luís Martins;
  • Médios: Matic, Javi García, Gaitán, Bruno César, Nolito, Witsel, Aimar e Ruben Amorim;
  • Avançados: Saviola, Rodrigo e Nelson Oliveira.
De qualquer maneira, face a esta lista de convocados, gostaria de ver o Benfica jogar com o seguinte onze titular:

Possível onze títular do Benfica frente ao Marítimo para a taça de Portugal.
Táctica: 4-2-3-1.
 Jardel aparece neste onze a titular, mais para satisfazer o raciocínio de JJ na conferência de imprensa que antecedeu a viagem para a Madeira. É também um prémio para o desempenho do brasileiro frente ao Sporting. Contudo, saliento que a minha preferência iria para o Miguel Vítor. Mas, para este reservo lugar a titular no jogo da Liga dos Campeões na próxima semana...

Luís Martins é a surpresa no quarteto defensivo. Optei pelo sub21 português, em deterimento de Emerson, para dar oportunidade e ritmo de jogo a ele. Por seu turno, faz-se descansar Emerson para o jogo da Liga dos Campeões e tem o efeito secundário de mandar a mensagem de que tem de trabalhar mais e melhor, pois as suas exibições tem sido pouco mais que suficientes e satisfatórias.

Maxi Pereira, como não joga a meio da semana, pode jogar aqui sem qualquer problema a nível de gestão do esforço. Garay, este tem sido fundamental na manobra defensiva da equipa, ele e o espanhol Javi Garcia.

No meio-campo, Javi aparece a titular, mas gostaria de poder substituí-lo a meio do jogo pelo Matic. Contudo, neste momento é um jogador em alta e que transmite uma confiança e garra espectacular. Ao seu lado, ao invés do belga Witsel, coloco o "manz" Ruben Amorim. Este é para mim o melhor "8" do plantel encarnado. É uma avaliação que não gera consenso, eu assumo, mas é uma daquelas apostas que se fosse treinador do Benfica teria o prazer de fazê-la.

Outra aposta minha, seria a de dar liberdade a Witsel como "10" da equipa. Penso que a sua capacidade física, técnica e de protecção de bola, poderiam ser um excelente complemento para a velocidade de Rodrigo. Sabendo que deveremos gerir bem a forma física de Aimar, esta seria uma excelente oportunidade para fazer um pequeno teste, frente a um adversário forte e cheio de valor, mas ao alcance do nosso jogo. Até porque, o Witsel parece estar a atravessar um excelente momento...

Nas alas, escolhi o Nico sobre a esquerda e o Nolito sobre a direita, para poderem aproveitar as debilidades que o Marítimo deverá apresentar nas suas laterais. Durante o encontro promoveria a troca constante destes dois jogadores, até porque jogaria com dois laterais rápidos e ofensivos como são Maxi Pereira e Luís Martins.

Quanto à estratégia de jogo, é fundamental que a equipa encarnada jogue em bloco coeso, encurtando distâncias nos nossos jogadores. Contudo, Rodrigo, Nico e Nolito deverão ter maior liberdade para esticar a equipa, sobretudo em contra-golpe. A orquestrar estes movimentos, estará o belga, que também terá liberdade de chegar a zonas de finalização. Defensivamente, deveremos optar por um bloco relativamente baixo, tão ao gosto do estilo de jogo de Jardel e para encurtar o espaço que Bábá e Sami poderão ter nas costas dos centrais encarnados. O fora-de-jogo também será uma arma importante para Garay e Jardel...

Quanto às bolas paradas, Jardel, Garay, Javi e Witsel oferecem estatura importante tanto na defesa como no ataque. Nolito e Nico deverão assumir os cantos e livres da equipa.

Quanto às substituições, estas serão sempre condicionadas ao desenrolar do jogo, mas gostaria de ver, para além de Matic (como "6"), o Nélson Oliveira (tanto a extremo como a avançado) e Bruno César (como "10").

Quanto ao Saviola, reservo-lhe oportunidade no jogo da Liga dos Campeões.

26 novembro 2011

Que Sporting na Luz?

Amanhã, quando forem 20:15, joga-se mais um derbie da cidade de Lisboa, desta feita para a 1ª Liga ZON Sagres, referente à 11ª jornada. Será o 145º jogo disputado entre estas duas equipas para o campeonato e está em jogo o primeiro lugar na classificação, embora seja provisório, dependendo do resultado do jogo entre o Porto e Braga a disputar no domingo.

De parte a parte, qualquer que seja o resultado não será impeditivo de uma recuperação futura. Contudo, como diz o provérbio popular "candeia que vai à frente alumia duas vezes", e isto é particularmente verdade numa liga onde o fosso de qualidade entre os grandes e os pequeninos é cada vez maior. Sendo assim, faz ainda mais sentido um empenho extra neste encontro e uma análise mais profunda ao conjunto leonino.


Possível onze e esquema táctico leonino para o derbie na Luz.
Setas contínuas amarelas, representam as movimentações sem bola dos jogadores.
Setas descontínuas amarelas, representam as moviemntações com bola dos jogadores.

A táctica do Sporting:
O Sporting de Domingos Paciência, é uma equipa apoiada num 4-3-3 tradicional, conforme o esquematizado na figura.
Nela consta um quarteto defensivo, constituído por dois laterais e dois centrais. O meio-campo é formado por um tridente invertido, i.e., um meio-campista mais defensivo e dois médio-centro interiores à sua frente. No ataque, o tridente é formado por dois extremos e um avançado centro. Este é o esquema base do Sporting. O esquema que face ao grupo de jogadores à disposição do treinador mais estabilidade lhe garante a nível exibicional.
Contudo, e tendo em conta que Domingos no Sporting de Braga, apostava mais num 4-2-3-1, poderá facilmente alterar a estrutura táctica da equipa colocando um jogador mais no apoio ao avançado-centro, jogando nas suas costas.

O onze leonino:
Os jogadores que deverão começar o encontro na Luz, não deverão fugir muito dos representados na figura.
  • Na baliza, o internacional A por Portugal, o Rui Patrício, está de pedra e cal no onze. Outrora muito discutido, está hoje um guarda-redes mais constante, daí que seja o habitual titular da nossa selecção. Trata-se pois de um valor seguro.
  • O quarteto defensivo, sofreu uma reforma de 50% nesta temporada. A dupla de centrais é formada por Onyewu sobre a meia-direita e Polga sobre a meia-esquerda. Notar que esta dupla não tem muitos jogos junta, pelo que a comunicação entre eles poderá não ser a melhor. Mais, salienta-se para o pormenor de que Polga estar mais rotinado a jogar como central sobre a meia-direita. Estes dois pontos poderão ser explorados pelo ataque encarnado. Por outro lado, vejo futuro nesta dupla, uma vez que ambos se complementam. Enquanto o americano é um jogador mais agressivo e de marcação, o brasileiro gosta mais de sair com a bola jogável nos pés. Realço para a envergadura física e jogo aéreo do Onyewu, que poderá causar problemas nos lances de bola parada para a defesa encarnada. Os laterais leoninos são muito ofensivos. João Pereira, jogador formado no Benfica é hoje o titular da selecção nacional. Na minha opinião, não está a passar por um grande momento de forma. Contudo, como teve uma semana de descanso e de treino de preparação para este encontro, poderá ter recuperado. O argentino Insua, tem sido uma das agradáveis surpresas deste campeonato. A meu ver, tem sido um dos melhores reforços do Sporting para esta temporada, sendo mesmo um dos jogadores chave que eles possuem, tal a forma como dá profundidade ao corredor esquerdo leonino. No entanto, recordo que ele vem de uma lesão. Veremos se recuperou totalmente ou não. De qualquer das formas, Jorge Jesus deverá dar trabalho a estes dois jogadores, por dois motivos: evitar que eles subam no terreno e explorar algumas debilidades defensivas que possuam.
  • No meio-campo, existe a dúvida sobre quem jogará a médio-defensivo, ou seja, se o habitual (desde a lesão do argentino Rinaudo) André Santos, se o adaptado Daniel Carriço. A dúvida surgiu no último encontro frente ao Sporting de Braga para a Taça de Portugal. A meu ver, Carriço poderá ser opção a titular se o Benfica jogar com dois avançados de raíz, como Cardozo e Rodrigo. Contudo, penso que Domingos deverá optar por André Santos, até porque o português mal ou bem tem cumprido na posição. À sua frente, descaído para a esquerda, encontra-se o médio holandês Schaars. Este jogador pode muitas vezes passar despercebido nos jogos, mas é muito importante para ligar a defesa, o meio-campo e o ataque. Para além disso, é o senhor das bolas paradas, graças à qualidade de passe do seu pé canhoto. Sendo assim, evitar fazer faltas em zonas proibitivas... O lado direito será entregue ao internacional A brasileiro Elias. Este jogador é talvez o melhor jogador leonino neste momento, pois consegue reunir num só jogador, um pulmão para 90 minutos de grande intensidade, uma dimensão física que não se esconde ao choque, um sentido táctico muito apurado que permite estar sempre dentro do jogo e uma técnica brasileira capz de criar espaços. É um jogador já feito e muito completo. É ele quem tem mais liberdade para transportar a bola no pé, conforme pode ser visto na figura pelas setas descontínuas a amarelo. Tem tendência para verticalizar o seu jogo, combinando com o avançado centro ou com o extremo. Muitas vezes é ele que tenta ir à linha de fundo e cruzar... O que pode cria alguns desiquilíbrios defensivos na sua equipa se não houver entreajuda... Um ponto que poderá ser explorado pelo Benfica. Salienta-se que o meio-campo é 2/3 novo, relativamente à época passada, pelo que haverá processos que ainda não estão devidamente bem assimilados pelos jogadores, ainda para mais, quando até à bem pouco tempo, quem fazia a posição "6" se lesionou.
  • No ataque, o holandês Wolfswinkel já conquistou Alvalade com os seus golos. É um avançado interessante e perigoso, mas se a defesa do Benfica conseguir deixá-lo muito longe do resto da sua equipa, ele torna-se tremendamente inofensivo, pois é um avançado que precisa de ser alimentado para marcar golos. Matias Fernandez, regressa ao seu passado chileno ao jogar numa das alas como extremo direito ou esquerdo. Foi assim que surgiu para o futebol. O espanhol Diego Capel, é um extremo esquerdo puro, pelo que as constantes trocas de faixa não lhe beneficiam assim tanto como ao chileno. De qualquer das formas, serão sempre dois jogadores muito perigosos para a defesa encarnada. O chileno sendo mais criativo e não tanto explosivo como o espanhol, procura sempre apoios, tendendo para zonas interiores. Já o espanhol, prefere ganhar a linha de fundo. Ambos, costumam aparecer ao lado do holandês em zonas de finalização, sobretudo ao segundo poste. Saliento para o facto de o Matias ser também um excelente cobrador de livres directos...
Combinações verde-e-brancas:
Este Sporting, embora seja uma equipa nova, já se nota algumas parcerias frutuitas dentro de campo. São elas as seguintes e que deverão merecer muita atenção por parte dos encarnados:
  • Insua & Capel: formam uma ala esquerda de grande profundidade ao Sporting. Combinam muito bem entre eles, pois parecem falar a mesma língua futebolística, i.e., velocidade, verticalidade e explosão.
  • Elias & Matias Fernandez: a técnica da força e a força da técnica, é a melhor forma de descrever esta pequena sociedade, capaz de criar espaços no meio-campo e ala direita do ataque leonino. Quando o Fernandez sai para zonas interiores, é Elias que tenta passar pelas suas costas, dando profundidade a ala direita. Quando Matias vai até à linha, é Elias quem tenta ficar em zonas de remate à entrada da grande área.
  • Schaars & Wolfswinkel/Onyewu: é uma aliança muito comum nos lances de bola parada, como cantos e livres em zonas laterais. O meio-campista holandês tem um pé esquerdo capaz de colocar a bola onde quer. Wolfswinkel e Onyewu são os seus alvos preferidos e eles agradecem.
Possiveis substituições de Domingos:
Dependendo da forma como o jogo poderá estar a correr para o Sporting, existem pelo menos dois jogadores que me parece que estão desde já nas cogitações de Domingos Paciência: o central Daniel Carriço e o peruano Carrillo.
Antevejo que em caso de necessidade de reforçar a defesa, a primeira opção será Daniel Carriço. Por seu turno, para aumentar o caudal atacante, a solução poderá ser através da substitução de um médio (a meu ver o médio mais defensivo) colocando o Carrillo sobre a direita, movendo o chileno Matias para uma posição atrás do ponta-de-lança.


20 novembro 2011

Quais os actores principais no "teatro dos sonhos"?

O Glorioso joga esta terça-feira, mais um jogo da fase de grupos da Liga dos Campeões Europeus, desta vez no importante palco inglês, chamado Old Trafford.

Os últimos jogos do Benfica antes da paragem para as competições das selecções nacionais, tiveram melhores resultados do que exibições (estrelinha de campeão?!), pelo que foi notório que algumas das peças do onze titular não estavam a render o que deveriam render. Existe concerteza responsabilidade de jogadores e equipa técnica. De qualquer das formas, os jogos amigáveis e da taça de Portugal, funcionaram como um abrir de olhos para o treinador Jorge Jesus e adeptos, que existe soluções do banco, basta haver confiança para serem apostas.

Tendo em conta que o Benfica deverá manter-se fiel à sua táctica preferida nesta temporada, um 4-2-3-1, que muitas vezes se desdobra numa espécie de 4-4-2, e que jogaremos com dois alas, quais os titulares frente ao "Naite":

Maxi Pereira ou Miguel Vítor?
"Super Maxi" tem sido ao longo das últimas temporadas o jogador "à Benfica" por excelência. Liga uma resistência física e uma inteligência competitiva muito acima da média, com uma técnica q.b. para chegar à linha de fundo e cruzar. Contudo, nos últimos jogos pelo Benfica não tem aparecido no seu melhor momento. Se atendermos que teve uma semana desgastante não só pelo jogo da selecção, mas também pelas viagens, é algo para questionar.
Para dificultar as contas, o "canterado" Miguel Vítor, defesa central de raíz, mas cada vez mais um polivalente defensivo, foi uma das agradáveis surpresas desta semana e meia. Fisicamente, parece estar a um nível execpcional. Técnicamente, sem ser um prodígio, tem estado confiante, daí que já consegue dar toques de calcanhar (frente ao Galatasaray) e até consegue levar a bola até a linha de fundo e centrar para a grande área (frente à Naval). Se existe palco onde os centrais adaptados a laterais fizeram sempre carreira, foi em Manchester. Que Miguel pergunte a Phil Jones, Micah Richards, entre outros... Será que deve ser ele a aposta, ou deveremos confiar na experiência internacional de Maxi Pereira?

Axel Witsel ou Ruben Amorim?
O belga começou por ser um autêntico chocalate para todos nós, adeptos encarnados e do bom futebol. Tem nele o potencial todo. Fisicamente é um atleta robusto. Tecnicamente, tem uns pés de "veludo", tal o trato de bola. Contudo, falta dominar as seguintes componentes, para ser um "8" de referência: posicionamento táctico e rapidez de decisão e execução. É certo, que ele no Standard de Liége, era o "10" e por isso tinha mais hipóteses de poder errar. No entanto, a jogar a "8", ele tem de funcionar de forma mais simples e ser capaz de decidir quando acelerar e desacelerar o jogo encarnado. Algo que não o fez nos últimos encontros. Para além disso, veio da sua selecção meio doente...
Por conseguinte, o português Ruben Amorim, depois do seu grito de Ipiranga na selecção nacional, mais do que o tradicional fadismo "tuga", arregaçou as mangas e jogou o melhor que soube, sobretudo quando teve a oportunidade de jogar na sua posição preferida. Quando teve essa oportunidade, foi o momento em que a armada encarnada teve um verdadeiro almirante a comandar o seu futebol, na batalha naval da Figueira da Foz. Quem deverá ficar com a posição de médio de transição?


Cardozo ou Rodrigo?
Matador ou aprendiz? A função de ambos em campo é a mesma: marcar golos! Contudo, a forma de jogar de cada um deles implica que a equipa jogue de maneira diferente. Frente a centrais como Vidic e Ferdinand, se calhar seria interessante jogar com algum peso, de forma a que os jogadores vindos do meio-campo ofensivo, podessem aproveitar as segundas bolas que provavelmente iriam sobrar desses duelos. Por outro lado, velocidade, desmarcações, condução de bola no pé, poderão levar os centrais ingleses a um estilo de jogo que não estão habituados e que poderão sentir enormes dificuldades. Duma coisa é certa, penso que ambos jogarão neste encontro... falta é saber quem é que começa o jogo primeiro?

Notar que o raciocínio feito, foi para a equipa tipo do Benfica esta temporada: Artur na baliza; quarteto defensivo constitúido por Maxi, Luisão, Garay e Emerson; meio-campo formado por Javi Garcia e Witsel; tridente ofensivo com Nico e Nolito nas alas e Aimar como "10"; Cardozo a ponta-de-lança.

Questão táctica:
Será que deveremos jogar com dois alas, como o Nico Gaitán e o Nolito, ou apenas só com um, havendo reforço do meio-campo, tal como o Jorge Jesus fez com a colocação de Ruben Amorim, no jogo frente aos ingleses na Luz?

02 setembro 2011

Capdevilla fora da Liga dos Campeões?!


Mas o que é que é isto, ó Jesus?! Como é possível deixares de fora o único campeão do mundo e da europa em título a jogar em Portugal?

Se existe critério para elaborar uma lista de jogadores para uma competição de nível de dificuldade máximo, este deve ser baseado em:
- melhores jogadores;
- jogadores experientes;
- jogadores já adaptados ao ritmo de futebol europeu;
- jogadores que permitam uma postura mais conservadora (em certos momentos diria mesmo defensiva) nos jogos.

Neste contexto, não entendo a opção de deixar de fora o único campeão mundial e europeu em título a actuar em Portugal. Notar, que apenas e só Pablo Aimar, Javier Saviola, o recente reforço Garay, e o "Cap" têm experiência de jogar em meias-finais da Liga dos Campeões.

Trata-se pois, de deixar de fora talvez o defesa mais experiente que temos no plantel. E quantas vezes já assistimos que num encontro de duas equipas equivalentes é aquela mais "anjinha" (leia-se inexperiente) a que "paga caro" a derrota com "erros infantis", muitas vezes dos seus "jovens defesas"?

É por isso que estou de certa forma indignado com esta opção de JJ para com o Joan Capdevilla.

É certo que o JJ pode argumentar que da lista de jogadores formados localmente em Portugal, que tem de ser no mínimo 8, para se poder inscrever 25 atletas (17 "livres", leia-se "estrangeiros") , pelo menos 4 têm de ser formados no Benfica, sendo que desses 8 tem-se um César Peixoto e um Luís Martins que podem fazer o mesmo lugar que o Capdevilla.

Assim deverá ter pensado o JJ, mas a meu ver mal. Será que o Luís Martins tem um décimo da experiência que o Capdevilla possui? Será que o César Peixoto tem a mesma motivação que o Capdevilla possui em terminar a sua carreira de selecção no europeu do próximo verão? Quero com isto dizer que estamos a desprezar um activo que nos confere qualidade, experiência, sentido táctico e segurança ao sector defensivo, para colocar um miúdo e um desmotivado? E já agora, se me permitem, quantos de vocês acham que em caso de necessidade que o JJ irá apostar no César Peixoto ou no Luís Martins? Mais facilmente aposta no Jardel para a esquerda... e este, será que é uma solução credível nesta posição?

É por isso, que mesmo com o condicionalismo do número de jogadores "made in Portugal" (atenção que podem ser estrangeiros, mas têm de ser formados em Portugal...), o Capdevilla deveria ter um lugar assegurado. Mas, sendo assim, quem é que deveria sair?

- Jardel?
Eu penso que Jardel não deveria sair, pois faz parte da estrutura defensiva, tendo inclusivé pelo menos mais 6 meses de rotinas com os restantes colegas da defesa. Isso é importante, pois o Benfica vai jogar um mini-campeonato, onde defender bem normalmente traduz-se em passagens às eliminatórias.

- Emerson?
Eu penso que seria injusto para o brasileiro que tão bem tem dado conta do recado neste início de temporada.

- Matic?
O sérvio, embora não tenha um grupo de fans assim tão grande quanto isso, é um elemento que poderá ser útil, caso haja indisponibilidade de Javi Garcia, ou até mesmo poder ser seu companheiro de onze em muitos encontros. Qualidade não lhe falta e parece-me dos reforços desta temporada, daqueles que mais ambientados está.

- Bruno César?
Se no início do mês, poderiamos questionar a presença de Bruno César em deterimento de jogadores como o Urreta, para a lista da eliminatória da Liga dos Campeões, hoje, após dois excelentes golos e excelentes apontamentos de que a sua adaptação ao futebol europeu prossegue a bom ritmo, mas também devido à sua enorme polivalência do meio-campo para a frente, não seria questionado.

- Rodrigo?
As recentes exibições nas elecções jovens espanholas, mais a experiência adquirida na EPL na época passada, levam a admitir que está na altura de se apostar neste jovem avançado. Decerto que haverá encontros que o Cardozo agradecerá que este miúdo entre para o seu lugar.

- Enzo Pérez?
Guardei este para o fim, pois a meu ver é o reforço que menos tem dado nas vistas. Ainda está em fase de adaptação e penso que levará o mesmo tempo que no ano passado levou o Sálvio, i.e., só lá para Novembro/Dezembro, teremos o "nosso" Enzo "Ferrari". Para mais, como actua numa posição na qual prevejo que o nosso bola de prata sub20, Nélson Oliveira, possa ter alguma notoridade, penso que o seu lugar deveria ser preenchido pelo espanhol, ficando resolvido este problema.

O que acham desta ideia?

De qualquer das formas, este caso do Capdevilla simboliza e muito a forma pouco pensada como se contrata no Benfica. Existe um excesso de estrangeiros (19 para um máximo de 17 possíveis para as listas da UEFA) e Portugueses ou Estrangeiros com formação nacional temos um número escasso, dos 9 inscritos como pertencentes ao plantel profissional, 5 são jovens da cantera e apenas 1 deles tem mais de duas épocas de experiência em 1ªs Ligas (Miguel Vítor). Isto tem de ser pensado...

03 agosto 2011

Trabzonspor - Benfica: a um passo de um "play-off" europeu

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#144                         #22

Hoje, quando forem 19:45, o Benfica tem um jogo que poderá decidir muito das suas ambições financeiras e desportivas desta temporada. Em jogo está acesso a um "play-off" e a criação de uma grande equipa de futebol.

A importância económica deste encontro, mas também o prestígio que temos na europa...
Na melhor das hipóteses, caso o Benfica no conjunto das duas mãos consiga vantagem sobre a equipa turca, irá disputar mais dois jogos, um em casa, outro fora, que formam o chamado "play-off" de acesso à fase de grupos da Liga dos Campeões. Caso o desfecho desta noite, não seja favorável, resta ao Benfica jogar o "play-off" de acesso à Liga Europa.

É certo que um resultado positivo nesta 3ª pré-eliminatória, não dá acesso à fase de grupos da Liga dos Campeões, mas é um importante passo para lá chegar. Por outro lado, mesmo que o "play-off" de acesso à Liga dos Campeões não nos seja favorável, asseguramos desde já o acesso à fase de grupos da Liga Europa, competição que na época passada mostrámos argumentos de peso para vencê-la.

Sendo assim, compreende-se a importância competitiva deste encontro, quer em termos de prestígio como do ponto de vista financeiro.

Os grandes clubes constroem-se também de pequenos e grandes feitos e hoje podemos atingir mais um...
Em termos históricos, também existe aqui espaço para realizar alguns belos feitos: nunca ganhámos em solo turco!
Depois de na época passada, termos vencido pela primeira vez na Alemanha, nada melhor que começar esta época a quebrar com mais um enguiço, que poderá ser usado por Jesus para catapultar a sua equipa para outros níveis.

Qual será a equipa encarnada?
Futebolisticamente falando, o Benfica ainda não é,neste momento, uma equipa à imagem do que o seu treinador e os seus adeptos desejam, nem pouco mais ou menos.

Na cabeça de Jorge Jesus deverá estar o seguinte onze:


Aliás, este é o onze que a comunicação social avança hoje. De facto, do encontro da semana passada, Nolito e Nico foram as figuras do encontro. O espanhol, está a mostrar a JJ que é um real reforço para o onze titular do Benfica. Por seu turno, o argentino, revelação do campeonato nacional de 2010-2011, parece querer dizer a JJ que a sua posição em campo é outra...

Notar, que em termos tácticos, o 4-1-3-2 de JJ, é cada vez mais um 4-4-2 clássico. Com estes jogadores, o treinador do Benfica poderá inclusivé optar por posicionar os jogadores em 4-2-3-1, sendo que Aimar formará com o Javi a dupla de meio-campo, cabendo a Saviola as movimentações de "10", algo que já foi visto nos jogos de pré-época encarnada.

Contudo, Jesus poderá ter outra interpretação e opções, o que revela um pouco a riqueza do plantel desta temporada. Deve-se realçar que tanto Witsel como Matic, duas boas opções para tornar o meio-campo mais compacto e equilibrado defensivamente, são dois miúdos que poderão ainda não estar devidamente enquadrados com as funções que deverão desempenhar num meio-campo com Javi, Aimar e Nico, uma vez que na pré-época foram utilizados como substitutos de Aimar e Javi, respectivamente. Há ainda o Ruben Amorim, que está recuperado e que poderá desempenhar um papel muito fundamental no equilíbrio a meio-campo.

Na minha óptica, e tendo em conta que o Benfica irá jogar na Turquia, perante 60 mil apaixonantes adeptos e contra uma equipa que precisa de ganhar, jogar com uma linha ofensiva com Aimar, Nico, Nolito, Saviola e Cardozo, poderá ser demasiado arriscado. Assim sendo, apostaria no seguinte onze e configuração, que não estará muito longe das ideias de Jesus para o Benfica:


Notas importantes:
- Este onze permite igualmente ao técnico encarnado poder mudar de táctica com o mesmo onze.
- A colocação do Ruben Amorim em deterimento de Witsel ou de Matic tem haver com o seguinte: já sabe as funções que tem de desempenhar no sistema de jogo do Benfica. Ruben Amorim e Nico Gaitán deverão trocar de posições durante o encontro. Já agora, esta opção pelo Ruben acaba por evitar o incómodo mediático de o Benfica pela primeira vez jogar a nível europeu sem um Português.
- A colocação do Nolito em deterimento de Saviola tem haver com uma questão táctica. Com um lateral esquerdo menos ofensivo, como é o caso do Emerson, a largura do ataque encarnado pelo lado esquerdo deverá ser assegurada em campo por pelo menos três jogadores: Maxi, Nico e Nolito. Por outro lado, faz mais sentido ter um Nolito que um Saviola caso o Benfica precise de jogar num 4-2-3-1. Por fim, o Nolito já merece pela sua garra e qualidade de jogo a titularidade, enquanto Saviola necessita de sentir-se pressionado. Nolito e Cardozo deverão igualmente fazerem trocas posicionais.

Já agora, qual seria o vosso onze?

21 junho 2011

Vinte-e-Um

Futebolisticamente falando, o Nuno Gomes poderia ou não ser útil para a próxima época encarnada?
E a idade do camisola 21, é ou não é, um factor determinante para dispensar o capitão benfiquista?
Já agora, será que o mito de "Maria Amélia" é assim tão verdadeiro?

São estas e outras questões que cujas respostas se pretende ensaiar através deste artigo. 


Faz hoje uma semana que fora oficializada a notícia de que o Benfica não renovaria contrato com o seu capitão e camisola 21, Nuno Gomes. Passado este tempo todo, penso que agora é o momento certo para fazer uma reflexão sobre este tema.

Confesso que a ideia de escrever este artigo começou, no último fim-de-semana, ao estar a assistir a um filme chamado 21 (engraçado como as ideias surgem na mente das pessoas). Esta película faz tem como base um jogo de cartas mundialmente conhecido por "blackjack". Neste jogo, cada jogador tem direito a 2 cartas, as quais poderá ir trocando até que as duas perfazem o valor de 21.


Ora, mas o que é que isto tem haver com o Nuno Gomes? Tem porque, só se consegue fazer 21 com duas cartas, um Valete ("Jack" em Inglês) e um Ás. Para mim, tanto o Ás como o Valete representam bem o que o Nuno Gomes tem para oferecer a esta equipa do Benfica.

O Valete, mais do que uma cara, uma palavra no momento certo, um modelo a ser seguido, é um cavaleiro, é o herói num baralho de cartas que salva a dama e ainda dá o corpo pelo seu rei. Nuno, pelo seu trajecto, é um dos Valetes do Benfica. Mas, desenganem-se que o seu papel é o de apenas dar uma palavrinha de conforto para um colega de equipa, ou o de ser um rosto para as capas das revistas cor-de-rosa, ou ainda o de ser um corpo para a apresentação dos novos equipamentos,... é igualmente em campo, que faz a diferença através da sua experiência numa arte rara: fazer golos.

O Ás, simboliza o trunfo na manga, numa jogada de último recurso, que permita a vitória final, quando todas as hipóteses pareciam contrárias. Mas, também simboliza a excelência, a carta mais valiosa num baralho. De todos os avançados que o Benfica presentemente possui, o Nuno Gomes é talvez aquele que melhor encarna a figura de "Ás de trunfos", sobretudo a sair do banco num jogo complicado, por exemplo. Por outro lado, a combinação única de talento, experiência, sabedoria, conduta e excelência fazem dele um jogador ímpar no grupo, particularmente no restrito conjunto de atacantes encarnados.

Atendendo que o Benfica joga num esquema que privilegia o uso de dois avançados, e para ter uma panóplia de soluções que permita ao técnico optar por diversos estilos/soluções, consoante o adversário/momento de forma da equipa, o plantel deve ter não mais que 5 avançados: dois para cada posição, mais um polivalente e experiente. É aqui que vejo o Nuno Gomes a ter um papel fundamental.


Até do ponto de vista táctico é importante ter num plantel um avançado como o Nuno Gomes, que praticamente já jogou em todos os esquemas tácticos modernos e com sucesso reconhecido. Desde o 4-4-2 linear de Graeme Souness, em que destacou a sua veia goleadora, até ao 4-1-2-1-2 de Fernando Santos, onde formou uma interessante dupla com o italiano Miccoli, passando pelos esquemas de 4-3-3 e 4-2-3-1, que nem sempre foi bem compreendido, mas no qual teve a sua melhor época após Fiorentina, com o holandês Koeman. Em todos eles, sempre que teve colegas de qualidade, técnicos com visão e ausência de lesões impeditivas, teve sempre sucesso reconhecido e foi um jogador importante na manobra da equipa.

Mais nenhum outro avançado do plantel tem esta riqueza de jogo. Para além disso, quantos dos nossos avançados já marcaram golos às selecções inglesa de Beckham, francesa de Zidane, alemã de Klose e à espanhola de Raúl?

Quanto à questão da idade, eu penso que há um estereótipo generalizado errado, sobretudo em Portugal. No estrangeiro, nos jogadores de qualidade, pois claro, eles fazem uma leitura positiva da idade. Sabem que atletas de qualidade são na maioria inteligentes o suficiente para aproveitarem a experiência para colmatarem a possível perda de capacidade física que possam ter com o avançar da idade. No final, mais do que manterem o nível, muitos deles melhoram! Casos como Javier Zanetti, Raúl, Giggs, Inzaghi, Del Piero, Totti, são bem exemplificativos. Em Portugal, temos um João Tomás que desafia tudo e todos em nome da sua enorme paixão pelo desporto rei. Reparem como o ex-Benfica continua a apresentar um ritmo elevado no seu futebol... e tem a mesma idade do Nuno Gomes, quem diria não é verdade? Porque não pensar que, se derem as devidas oportunidades ao 21, ele irá corresponder? Não serão os 5 golos em pouco mais de 90 minutos nesta temporada um bom sinal para a continuidade? Ainda por cima marcados em jogos de 5 a 15 minutos e tão espaçados no tempo?

Para aqueles que dizem que o Nuno Gomes parece uma "Maria Amélia" a jogar, tal o rol de oportunidades desperdiçadas que eles pensam ser excessivas tenho apenas a dizer que estão errados. Também eu, quando mais novo, fiz críticas semelhantes, pois achava que ele em 3 tentativas tinha de marcar as 3. O mais engraçado é que quando comecei a ver mais jogos de futebol sem ser os do Benfica, comecei a aperceber-me de que até os grandes avançados naquela altura não conseguiam acertar 3 em 3. Isso era impossível. Comecei a perceber que um predestinado do golo era capaz de acertar 1 em cada 3 oportunidades. Num nível um pouco inferior, um avançado de classe continental era capaz de acertar nas redes 1 em cada 5 oportunidades e por aí fora.

Por outro lado, também comecei a entender a importância de um avançado estar rodeado de uma bons colegas de equipa. Vejam a diferença do Raúl frente ao Man. Utd. quando actuava no Real Madrid e o Raúl do Schalke 04. Até a qualidade das oportunidades de golo são diferentes para os avançados. Por outro lado, também o esquema que o treinador decide para a equipa, tem um impacto tremendo na rentabilidade do avançado. Exemplos concretos e recentes são o Ibrahimovic no Barcelona por comparação com o Milan e Inter e o Fernando Torres do Liverpool para o Chelsea. Por fim, as lesões e a falta de uma série de jogos consecutivos para construir um bom entrosamento com colegas, obter ritmo competitivo e confiança quanto baste para jogar, são também fundamentais na carreira de um avançado.


Por todas estas razões eu penso que o Nuno Gomes poderia ter algo mais a dar ao nosso querido Benfica. É por isso que com alguma tristeza vejo-o partir, ainda para mais sem nenhum título europeu que tanto ele merecia ter obtido na sua carreira e penso que esteve próximo de obtê-lo por diversas vezes.

Da minha parte apenas tenho de agradecer os bons momentos de futebol que partilhou com águia ao peito e até mesmo com as cores nacionais. Por tudo isso,


 

Obrigado Nuno Gomes!