... é o clone do N'Golo Kanté, ainda por cima versão brasileira... Ui! Ui! Aí é que o perdemos de vez!
Já ontem falei aqui da oportunidade que seria adquirir o Bernardo Silva por 50M€ se conseguíssemos fazer um montante idêntico ainda neste defeso de inverno. Contudo, hoje quero falar de um jogador cujo investimento de aquisição será bastante residual e cuja rentabilidade desportiva e até financeira a curto e médio prazo (estou a falar num universo de 6 meses a um ano), poderá se tornar fundamental. Falo como é óbvio do médio defensivo, mas também médio-centro, Rafael Assis. O camisola 6 do Desportivo de Chaves é talvez o grande jogador de baixo custo da 1ª Liga. Se tivesse que o descrever como jogador, a referência ao francês campeão inglês, N'Golo Kanté seria a melhor. E, mesmo assim, tendo em conta os recursos técnicos do volante brasileiro (é ambidestro), não sei não. Como é óbvio o Kanté tem mais nome e, apesar de 4 meses mais novo que o Assis, tem mais experiência competitiva de palcos de nível superior. No entanto, o que o jogador do Chaves tem demonstrado neste campeonato, faz-me acreditar que está mais do que preparado para outros voos.
O melhor voo seria directamente para o Estádio da Luz. Acho fundamental o nosso departamento de futebol assegurar já este jogador juntamente com o Chaves, o jogador e seu representante. E, dependendo da evolução do mercado de inverno, poderia ser resgatado já em janeiro ou então viria só depois do verão. Pessoalmente, e mesmo com a recuperação de Fejsa e tendo também Samaris para a posição, eu traia o jogador para a Luz já no final deste mês. O Assis é um médio muito completo a nível defensivo e sabe entregar redondinha aos companheiros de ataque. Depois tem uma característica fundamental para jogar no Benfica: uma excelente reacção à perda de bola. É um jogador que apesar dos seus escassos 1,70m de altura, consegue roubar bolas como ninguém. E, se o problema é termos um jogador baixo para aquela posição do terreno, então que se resolva como o Conte resolveu no Chelsea, i.e., colocando um jogador de maior envergadura ao seu lado. Se no Chelsea esse jogador que acompanha habitualmente o Kanté é o Matic, no Benfica poderia muito bem ser o grego Samaris, que assim poderia libertar-se para fazer de médio "8", um pouco à imagem do que o médio argentino Rodrigo Bataglia fez nesta primeira metade do campeonato.
Sendo um jogador agressivo, penso que permitiria fazer com que a equipa ganhasse mais uns 20 metros sobre o meio-campo adversário. Isto seria um upgrade brutal para a nossa forma de jogar. E, quanto a Celis e Danilo? Neste momento, têm dois grandes problemas. O primeiro são ainda miúdos e com muito para aprender. O Assis já é aos 26 anos (acabados de fazer em novembro) um jogador mais maduro. Já o segundo problema é sobre a falta de ritmo de jogo que o colombiano e o brasileiro que têm. O Rafael Assis está no topo da sua forma física, logo seria uma solução "chave-na-mão" ao dispor de Rui Vitória. O que eu penso que o Benfica deveria incluir no negócio, seria um empréstimo de um destes dois ao Chaves, assegurando a eles número de jogos, por exemplo.
Para terminar, não deixa de ser curioso como a busca de médios-defensivos com determinadas características físicas, sobretudo, no que toca à altura, tem feito os treinadores perderem um olhar cuidado sobre o verdadeiro talento. E, isto já não é de agora! O N'Golo Kanté surgiu num Leicester campeão, mas que nem sequer era candidato a tal. Da mesma forma, como um tal de Claude Makélélé que só se tornou verdadeiramente visível num Celta de Vigo, depois de ter estado no Nantes e no Marselha, tendo ido parar ao Real Madrid pela mão de Vicente Del Bosque. Mas, reparem como o trajecto destes talentos nunca é rectilíneo, como outros que por terem os números certos, têm as vidas muito mais facilitadas. Uma coisa é certa se o pequeno Assis jogar assim no Benfica, para o ano já não cá estaria. E, vamos lá ver se não nos despacharmos para assegurar o seu concurso se ele não vai para a França ou Espanha (falas-se dos interesses de Nantes, Marselha e Bétis de Sevilha). Para isso temos um argumento de fundo: somos o Glorioso. Até lá fiquem com uma abertura soberba deste craque de palmo e meio.
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