30 janeiro 2017

Recuperados...


... ajudando o Benfica a ter um bonfim esta noite?


Até que ponto incluiriam o Mitroglou e o Fejsa na equipa titular que defrontará esta noite em Setúbal o Vitória local? Na minha opinião, penso que só deverão entrar no onze titular se realmente tiverem a 110%. Neste momento, arriscar que uma lesão pequena se possa tornar numa lesão muito mais prolongada, será pior nesta fase do campeonato. E, não digo apenas quanto à discussão do título. Falo também dos outros objectivos da temporada encarnada, incluindo ir o mais além possível na Liga dos Campeões. Por isso, qualquer entrada destes dois no onze, é preciso que estejam realmente bem.

O Benfica convocou para este encontro 21 jogadores. Penso que o Rui Vitória foi inteligente ao fazer uma convocatória mais abrangente. Isto deixará o José Couceiro na dúvida qual será o onze encarnado. Olhando para os sadinos, é espectável que a equipa jogue com um tridente defensivo formado por jogadores como Frederico Venâncio, Vasco Fernandes e o nosso conhecido Fábio Cardoso. Esta estrutura de três defesas será fortemente apoiada pelos laterais/alas Arnold e Nuno Pinto, respectivamente, na direita e na esquerda. Ou seja, na prática será uma linha de 5 defesas, jogando num bloco relativamente baixo. Para além disso, Couceiro contará com Mikel e Bonilla para funcionarem como tampão no corredor central, libertando depois para funções mais ofensivas o João Amaral e o José Manuel para apoiar o experiente ponta-de-lança Edinho.

Neste contexto, é importante que o Benfica seja uma equipa bem subida no terreno e muito compacta. Só assim, conseguiremos manter um nível de pressão constante e suficiente para que a estrutura sadina se vá desmoronar. Quer com isto que devemos apostar num ponta-de-lança mais fixo? Por um lado sim, até porque se formos muito pressionantes, não haverá muito espaço nas costas do adversário para explorar, pelo que a criação de espaço terá que provir de tabelas frontais, pequenos passes a desmarcar nas costas pelas alas e até cruzamentos para a área adversária em situações em que consigamos colocar vários jogadores nela. No entanto, um jogador que seja móvel o suficiente para explorar os canais entre os defesas adversários, também poderá abrir espaços, pois a mobilidade dele irá arrastar e confundir marcações. Por outras palavras, quer jogue o Mitroglou, ou o Raúl, ou o Rafa, será sempre uma boa solução. Pessoalmente, pela polivalência de poder ser uma boa solução nesses dois tipos de jogo, mas também por não conhecer bem o estado da recuperação do grego, apostaria no mexicano. Como seu companheiro de ataque estaria o "pistoleiro" Jonas.

Sem Salvio e com um Carrillo a deixar a desejar por melhores performances, e atendendo a que o camisola 5 sérvio já está recuperado, o meu quarteto de meio-campo seria, da esquerda para a direita: Cervi, Pizzi, Samaris e Zivkovic. Não colocaria o Fejsa, porque as alterações no comportamento da minha defesa não requereriam a sua presença em campo. Para além disso, ao contrário de muitos, não acredito que a culpa dos golos sofridos pelo Benfica no Algarve tenham-se devido ao grego. Seria também um voto de confiança neste jogador. Por outro lado, desconfio que o sérvio ainda não está a 100% e como tenho a política de só poderem jogar quem está a 110%... Adicionalmente, sobre este meio-campo, queria apenas escrever mais umas quantas ideias sobre o que exigiria a Cervi e a Zivkovic. O extremo argentino seria o responsável pela profundidade do flanco esquerdo, mas também por atacar os espaços entre o lateral e o central direito da defesa do Vitória de Setúbal, sobretudo, quando a bola estiver do lado direito do ataque encarnado. Aí estará Zivkovic que tal como o Pizzi funcionaria como motor criativo em busca de passes diagonais da direita para a esquerda explorando as penetrações dos nossos atacantes na defesa sadina.

A apoiar estes miúdos estariam Nélson Semedo e André Almeida, pela direita e esquerda, respectivamente. Enquanto o Nélson seria o responsável pela profundidade do flanco direito, procurando combinar com o jovem extremo sérvio, do lado contrário, o André funcionaria mais como guarda-costas do argentino. E, a cada bola perdida por este, o Almeida estaria a pouca distância para reagir rapidamente sobre o adversário. No limite, mataria logo a jogada nesse momento. Quanto à cobertura do Nélson, ela seria dada pelo sueco Lindelöf. Por sua vez, quem formaria dupla de centrais com este jogador seria o brasileiro Jardel. Logo este que mereceu puxão de orelhas no último jogo? Verdade! Apostaria nele, porque penso que jogando ao lado de Lindelöf e de André Almeida, num Benfica altamente pressionante, o trabalho do Jardel seria basicamente o do central que actua pelo corredor central numa defesa de 3. A grande missão que lhe daria era simplesmente não deixar o Edinho se virar nas transições ofensivas do Setúbal. Depois, era uma forma de lhe transmitir confiança face ao último jogo e a oportunidade ideal para ele se redimir do seu jogo no Algarve. Para além disso, com este reajustamento posicional e estratégico, acredito que ficaria mais bem coberto pelo Ederson, cuja função seria estar atento às bolas metidas nas costas da nossa defesa.

O meu onze encarnado frente ao Setúbal e seu
comportamento dinâmico e posicional.



P.S. 1: Hoje é noite de ajustar contas com o resultado da primeira volta. Espero que os responsáveis recordem o amargo de boca que foi aquele resultado na Luz. Um resultado muito comemorado pelos sportinguistas vitorianos. E, um resultado que castigou o nosso presidente, por dizer umas verdades sobre a realidade arbitral.

P.S. 2: Entretanto...

8 comentários:

  1. A equipa está nitidamente cansada, eventualmente devido a uma demasiado robusta preparação fisica por parte da equipa técnica. A onda de lesões que tem varrido o nosso plantel de costa a costa parece ser eterna, mas prefiro não comentar esse tema. O jogo de hoje foi ilustrativo da incapacidade fisica dos nossos jogadores, uma exibição muito fraca para não dizer anedótica.

    Outro aspeto importante de referir é o "buraco" que temos neste momento no nosso meio-campo. A necessidade de um 8 volta à baila; quanto temos o A.Horta lesionado e o Pizzi fisica e psicologicamente arrasado penso que seria uma boa ideia contratar alguém para esta posição, se houver possibilidade para efetuar tais gastos.

    Mantenho toda a confiança no Tetra e no nosso plantel, no entanto não escondo a minha preocupação com o momento de forma da nossa equipa. Hoje foi mau demais para ser verdade. É nestas alturas que devemos olhar para dentro de casa e analisar o que está a correr bem e o que está a falhar, sempre de olho no 36. Tenho dito.

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. A questão física, para mim não se coloca, porque os outros também padecem dessa situação. É verdade no entanto, que temos jogadores que não estão em boa forma física: Jonas e Mitroglou são dois bons exemplos. De qualquer maneira, tem tudo a ver com o processo e o modelo de jogo.

      Olha para o esquema que coloquei no artigo, e depois olha para o que vimos no estádio do Bonfim. Não é o mesmo. Ando aqui há semanas a defender um esquema de 3 defesas que iria defender melhor as características do André Almeida. Contudo, continuam a querer que ele jogue como um lateral esquerdo ofensivo de raiz, i.e., colado à linha. É óbvio que isto não iria resultar. Pelo menos a um nível mais elevado. Os adversários sabem disso e condicionam a nossa saída de bola para que a façamos pelo lado esquerdo. A conexão entre a defesa e o meio-campo, ou seja, entre a 1ª e a 2ª fase de construção fica logo comprometida. Depois, basta-lhes acertar o momento da transição ofensiva, para nos apanharem.

      No lance do golo deles, está 1 contra 4 defesas nossos. Inadmissível!

      Sobre o meio-campo, já percebi que o André Almeida deverá regressar a ser opção nessa zona do terreno com a contratação do Pedro Pereira e com a saída do Celis (soube à pouco). Ficamos então com 5 médios (Fejsa, Samaris, Pizzi, André Horta e André Almeida). Para mim, tendo em conta as lesões do André Horta e visto que deve estar a ser alvo de um trabalho específico de fortalecimento muscular (o que envolve quase sempre muitas lesões, pois para criar músculo, é preciso haver micro rupturas nos músculos, para eles depois na regeneração ir crescendo), seria importante ir buscar mais um médio centro. Já tinha falado no Assis, que libertaria o Samaris para outras funções, mas este foi para o Braga. Ontem falei no Mattheus. Era, bom que estivessem atentos, até porque a lesão do Pizzi hoje, parece-me preocupante. Vamos lá ver.

      De qualquer maneira, não imputo responsabilidades aos jogadores.

      Eliminar
    2. Apesar de te atribuir razão no que diz respeito à montagem da defesa com o A.Almeida junto à linha e com o Luisão a titular, penso que esta derrota é em muito por culpa da total fadiga da equipa que foi incapaz de incutir velocidade no jogo e por rarissimas vezes criou perigo à baliza vitoriana.

      A lesão do Pizzi é, de facto, muito preocupante. Quando ele estava num bom momento de forma e parecia segurar o nosso meio-campo até ao fim da época estoira completamente. A.Almeida é mesmo a opção mais viável neste momento, mas se não queremos correr riscos temos de contratar algum reforço, se ainda formos a tempo e se houver possibilidade para tal.

      Eliminar
    3. Nós temos posse de bola, mas não sabemos utilizá-la de forma inteligente. O Guardiola costumava dizer o seguinte quando estava no Barcelona: nós não usamos o passe para mover a bola, mas sim para mover o adversário.

      Falta-nos essa capacidade. Por isso, cansamos-nos muito. De qualquer maneira, não acho que haja fadiga física. Há sim fadiga competitiva. E, por isso existe muita coisa que o Vitória tem de rever.

      Eliminar
    4. Bem lembrada essa frase do Guardiola. O nosso problema passa um bocado por aí.

      Eliminar
    5. Um bocado?! Amigo, o nosso problema é somente dois: o posicionamento mais adequado aos jogadores que estão actualmente à disposição do Rui Vitória e a posse de bola. Numa palavra chama-se jogo posicional. E, o mau jogo posicional leva a uma fadiga competitiva, porque leva a ciclos de tentativa e frustração por não conseguir ligar jogo. Ora, isso leva a perda de foco e ao cansaço físico resultante de um mau resultado.

      Eliminar
  2. Meus amigos chegou a hora da indignação sem máscaras."CHEGA"Quando pensamos que o BENFICA,está vacinado contra a máfia do futebol português não está.Temos a mania que é só preciso jogar bem,enquanto outros trabalham nos bastidores.Não jogamos bem em Setubal é verdade,mas no ultimo segundo do jogo não marcaram um penalti a nosso favor.Temos que mandar os NO NAME ao centro de estágio dos árbitros?Este país do futebol é feito de fruta,quem se armar em defensor de um futebol mais correcto é comido de "cebolada"...NO NAME..ao centro de estágio dos árbitros quanto antes.

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Amigo Mikos, quando estavas a escrever este comentário, estava a escrever um artigo sobre esse mesmo tema.

      Este país é um país onde quem não chora, não mama. Infelizmente...

      Eliminar