16 janeiro 2017

Com metade da época completa, é tempo para um...


... balanço!


Na realidade, se pensarmos que na época passada o Benfica fez 52 jogos em toda a temporada, e este ano já vamos em 30 jogos efectuados, significa em rigor da verdade que já estamos um pouco para além do meio da época... mais precisamente 4 jogos. Mas, também temos de ver que continuamos em todas as frentes e, ao contrário da época passada, poderá acarretar um maior número de jogos. Bem, mas vamos por partes...


Análise temporal
Talvez o maior factor e adversário para o Benfica de Rui
Vitória não estar ainda mais destacado esta temporada
tem sido algumas arbitragens, como a frente ao Boavista.
Relativamente ao mesmo período na época passada, o Benfica no campeonato está melhor ao nível da pontuação. Temos hoje 42 pontos, quando em janeiro de 2016, à 17ª jornada, tínhamos 40 pontos. Em termos de saldo de golos estávamos melhor com 45 golos marcados para 11 sofridos, ou seja, um saldo de 34 golos. Este ano estamos com um saldo de 27, sendo que a nossa defesa não melhora e o nosso ataque tem estado a desejar. Destaque para a nossa melhoria de performance não ser devida a um aumento de vitórias no campeonato (13), mas sim a uma redução do número de derrotas (de 3 para 1). A boa nova, para além de mais dois pontos no campeonato e a sua liderança (em 2016 estávamos em 3º lugar), é que estamos ainda na taça de Portugal, ao contrário da época passada, em que por esta altura estávamos afastados. Realce para o facto do Benfica ter perdido no total 9 pontos, divididos por 3 empates (6 pontos) e uma derrota (3 pontos). Destes 9 pontos perdidos, 5 foram fora da Luz (empate no Dragão e derrota nos Barreiros)., enquanto os restantes 4 pontos perdidos na Luz foram com Vitória de Setúbal e, agora com o Boavista.


Análise concorrencial
Sporting e Porto estão piores que na época passada e por
mais que esperneiam, a culpa não é da arbitragem, mas
sim do Benfica que é e está melhor.
Se é verdade que o Benfica está globalmente com uma melhor performance, com mais dois pontos que na época passada, também não é menos verdade que os nossos adversários estão piores. O Porto por esta altura em 2016 tinha 40 pontos (os mesmos que o Benfica naquela altura), enquanto que hoje tem 38 pontos. Por seu turno, o Sporting é o clube que mais caiu de rendimento, pois dos 44 pontos em janeiro de 2016, tem agora 36, ou seja, menos 8 pontos que no ano passado. Noutra perspectiva, mais exigente com o nosso rendimento, por aqui podemos verificar que se tivéssemos a competir com um Sporting da época anterior estaríamos mesmo assim em 2º lugar. Por isso, é preciso estarmos muito atentos a jogos como o do Vitória de Setúbal e do Boavista em casa. No Estádio da Luz, mais do que não perder pontos, temos de procurar a invencibilidade suprema. Quero realçar a defesa do Porto que só leva 7 golos sofridos em 17 jogos e com uma defesa formada por uma dupla de centrais como o Felipe e o Marcano. Talvez a única explicação plausível para isto é o número de jogos que o Porto tem jogado contra 10 jogadores adversários (6). Já o Benfica teve apenas dois jogos em que o adversário foi expulso... reparem agora no pormenor... já depois do apito final do árbitro (Gégé frente ao Arouca e Agayef frente ao Boavista). Talvez por este motivo se explique as razões para o Porto ter um registo de goleadas (mais de 3 golos por jogo) superior ao Benfica esta temporada (5 contra 3).


Condicionantes globais
Nestes 6 meses o Benfica apenas pôde contar com um
Mitroglou limitado. Agora com a dupla "pistolas e
metralhas" de volta ao activo, quero ver quem os pára.
Embora a performance esteja melhor, os nossos indicadores podem não ser os melhores quando comparados com a época anterior, muito embora que quando comparados com os nossos mais directos adversários, só o Porto estará melhor ao nível de golos sofridos. Uma explicação para a quebra de capacidade goleadora e até do número de golos sofridos não ser o melhor, prende-se com um número de lesões elevado que o plantel de Rui Vitória tem tido nesta metade da temporada. Desde a ficar privado ao seu melhor goleador (Jonas) desde a final da supertaça até muito recentemente, passando por nunca ter tido Mitroglou ou o Raúl mais que um mês a jogarem, e terminando com as lesões longas de André Horta, Grimaldo e Eliseu. Ou seja, ao longo destes últimos 6 meses, o departamento médico do Benfica teve sempre pacientes. Se adicionarmos a esse facto outro relacionado com as novas entradas no plantel, facilmente percebemos o porquê de a nível atacante os indicadores estarem um pouco aquém da expectativa. Por exemplo, embora o Cervi tenha tido uma adaptação muito boa, sobretudo, pelo que faz sem bola, com bola ainda é demasiado individualista e não consegue dar muita continuidade para os colegas de ataque. Por outro lado, a imaturidade de Gonçalo Guedes frente à baliza tem-nos custado golos, como aconteceu frente ao Boavista. De qualquer maneira, tem havido evolução, conforme vimos pela exibição frente ao Vitória de Guimarães, na terça-feira passada. Depois, há ainda as adaptações às ideias de jogo de Rafa, Carrillo e mais recentemente de Zivkovic. Este então reflecte bem estas duas condicionantes: lesão e adaptação.


Desafios
O Toto Salvio pode muito bem vir a ser o rei das
assistências em Portugal se ele quiser, conforme os
últimos dois jogos demonstram (assistência para o Jonas
em Guimarães e para o Mitroglou frente ao Boavista).
O primeiro desafio é fazer uma segunda volta ainda melhor que a da época passada, a começar por vencer todos os encontros que disputarmos no estádio da Luz. Isso será meio-caminho para vencermos o campeonato, atingirmos a final da taça de Portugal e irmos tão longe quanto possível na Liga dos Campeões, uma vez que para a taça da Liga, agora, só vencendo no estádio do Algarve. Por outro lado, custa-me ver o indicador defensivo de golos sofridos tão mau. Uma equipa como o Benfica deveria sofrer golo no máximo dos máximos 1 em cada 5 jogos, mas eu já me contentava com um golo sofrido em cada 3 jogos. Será uma meta defensiva difícil de cumprir, mas não impossível. Do ponto de vista ofensivo, temos de chegar aos 100 golos marcados no final do campeonato. A nossa média de golos marcados por jogo deveria ser de 3. Temos jogadores com mais do que qualidade para oferecer esse rendimento. É preciso jogar mais no colectivo... Mitroglou tem apenas 7 golos marcados na 1ª Liga, quando deveria ser o melhor marcador. O Bas Dost do Sporting tem neste momento 13 golos! É verdade que os nossos golos e assistências estão mais distribuídos, por exemplo, o Pizzi (4) e o Salvio (4) juntos somam tantas assistências (8) que o Gelson Martins do Sporting, mas o caudal ofensivo do Benfica é bem superior que os verdes-e-brancos. É possível que se assista mais, para o Mitroglou e até mesmo o Jonas subirem na tabela dos melhores marcadores, ao mesmo tempo que os restantes consigam também eles fazer o gosto ao pé. Faltam-nos goleadas. Faltam-nos "hat-tricks". Faltam-nos os reis das assistências. Há capacidade para tal, portanto, força!


Uma coisa é certa, olho para estes números que já de si são muito bons e olho ainda para o potencial que a equipa do Benfica tem para capitalizar e só tenho de ficar contente e esperançoso para uma época de sonho. E, que no final possamos todos dizer...





FORÇA GLORIOSO!

6 comentários:

  1. boa analise, mas quanto aos golos marcados e um bocado injusto, visto que jonas o melhor marcador do ano passado e dos com mais assistencias passou tanto tempo lesionado, e quanto a bas dost e gelson sera impossivel passar esses 2 em golos e assistencias porque o sporting depende exclusivamente daqueles 2 para ganhar jogos, se o bas dost nao marca quem marca?(eles nao tem mais ninguem com qualidade) e o gelson juntamente com o campbell sao os unicos que desiquilibram naquela equipa sendo que o gelson e muito mais concreto no que faz. quanto aos golos sofridos penso que se deve tb as nossas lesoes, num dia normal jardel e lindlof seriam titulares indiscutiveis e oferecem mais segurança que luisao

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Verdade. Eu bem que falo nessas condicionantes que acabam por explicar isso. No entanto, pelo que tenho visto, podemos fazer mais e melhor. Essa é a diferença para os nossos directos adversários: temos maior potencial.

      Neste momento, diria que ainda estamos a 40/50% das nossas capacidades. Mas, feita a adaptação e recuperação de vários jogadores, agora é tempo de meter a 4ª a fundo e acelerar rumo ao 36.

      ;)

      Eliminar
  2. Viva PP! Boa análise.
    Acho que temos vários motivos para encararmos a 2ª volta com algum optimismo, sem sobranceria.

    1- O principal é que já contamos com o Jonas (esperemos que sem mais lesões). Trata-se de um extraordinário reforço de Inverno, não só pelos golos que marca com tanta "facilidade", como pela qualidade que acresce ao nosso jogo ofensivo.

    2- Também o Rafa e o Zivkovic - sem lesões e com mais entrosamento com a equipa - poderão ter mais protagonismo e contribuir para a melhoria do nosso jogo.

    3- Também será de esperar que a nível colectivo possa haver alguma evolução, com o acumular de treinos e jogos, e mediante uma boa gestão do esforço das muitas opções de qualidade que temos no plantel.

    4- Pela lei das probabilidades (isto vale o que vale), será improvável que tenhamos tantos jogadores lesionados durante tanto tempo como tivemos na primeira volta.

    Resta saber se o mercado de Janeiro nos levará elementos importantes, sem substitutos à altura.Por ex., se a eventual saída do Lindelof seria fácil de resolver (desde logo com o Jardel), já com a eventual saída dum Raúl ou dum Nelson Semedo ficaríamos claramente limitados nas opções.

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Ora é esse o meu receio com o mercado de janeiro. Espero que o Raúl não saia já. Acho que ele pode vir a ser muito importante esta temporada. Por exemplo, frente ao Boavista fez muita falta.

      Eliminar
  3. Caro consócio, bom balanço (como sempre)!

    Para que a dupla 'Pistolas e Metralhas' comece a facturar à séria, é preciso que estabilize no onze...incompreensivelmente, isso ainda não aconteceu, apesar da disponibilidade recente de ambos.

    Outra dupla que, a meu ver, deveria estabilizar no onze era a dupla de centrais do ano passado - Lindelof à direita e Jardel à esquerda.

    Se calhar, com estas duplas estáveis no onze, teríamos menos golos sofridos e mais golos marcados.

    De resto, deixo aqui os meus sistemas e onzes ideais para a segunda metade da época:

    1. Todos os jogos excepto clássico, derby e Champions:

    4x1x3x2 com

    Ederson
    N Semedo, Lindelof, Jardel, Grimaldo
    Fejsa
    Zivkovic, Pizzi, Rafa
    Jonas, Mitroglou

    2. Clássico, derby e Champions

    4x3x3 com

    Ederson
    N Semedo, Lindelof, Jardel, Grimaldo
    Fejsa
    Pizzi, André Horta
    Zivkovic, Mitroglou (Jonas) e Jonas (Rafa)

    Nestes jogos, outra opção válida seria o 4x4x2 losango com Fejsa no vértice defensivo, Pizzi e Horta interiores, Zivkovic no vértice ofensivo, mantendo-se a dupla Jonas e Mitroglou na frente.

    Estas são as minhas postas de pescada. Mas como percebes muito mais de futebol que eu, gostava de ter a tua opinião! ;)

    Abraço

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Eu até acho positivo o tempo de jogo que as recentes contratações tiveram neste primeiro semestre. Estão agora em ponto rebuçado para carburarem.

      Sobre a dupla atacante, ainda faltará alguns jogos para atingirem os 100%, sobretudo o Jonas, que claramente não aguenta 90 minutos (desapareceu na segunda parte no jogo frente ao Boavista).

      Sobre a dupla de centrais, aquela que dá-me mais garantias neste momento é aquela que jogou praticamente o jogo todo frente ao Porto: Lisandro e Lindelöf. Mas, é importante dar tempo de jogo ao Jardel.

      Sobre sistemas de jogo, acabei de escrever um artigo que acaba por expressar a minha solução.

      Abraço

      Eliminar