17 janeiro 2017

Olhem quem...


Depois de Jonas, aqui está o 2º reforço de inverno: o Eliseu!


Após quase dois meses de fora por estar a recuperar de uma lesão muscular, o campeão da Europa por Portugal neste verão, Eliseu, está apto para jogar. Mesmo a tempo para começar o trabalho de recuperação de ritmo de jogo frente a um adversário de nível inferior como o Leixões, no encontro de quarta-feira para a Taça de Portugal. Não digo ser opção para começar o jogo a titular neste importante jogo dos quartos-de-final. No entanto, tentar dar-lhe 30 minutos de jogo seria uma ideia bem pensada.

Recordo que o Benfica tem tido problemas de profundidade ofensiva pela ala esquerda. Por um lado, porque Cervi acaba muitas vezes por derivar para o centro do terreno, fazendo movimentos horizontais e não tanto os verticais, que lhe permitissem desequilibrar e ganhar a linha para assistir para o coração da área com o seu virtuoso pé esquerdo. Por outro lado, apesar de André Almeida estar a ter exibições muito positivas com lateral esquerdo, não oferece essa profundidade pelo flanco esquerdo, sendo muito mais perigoso quando efectua os movimentos interiores da lateral para o meio-espaço esquerdo.

Por outro lado, há necessidade de gerir a fadiga competitiva dos nossos laterais disponíveis. Sobretudo, do Nélson Semedo que tem sido o jogador mais utilizado por Rui Vitória nesta temporada. O regresso de Eliseu permitirá gerir o esforço dos três laterais disponível (Semedo, André Almeida e Eliseu), uma vez que André Almeida pode efectuar os dois flancos sem problemas. Isto por si só já é uma excelente notícia, pois é menos um problema que o Rui Vitória terá que pensar encontrar solução, até porque todos estes já estão bem identificados com o modelo de jogo encarnado.

De qualquer maneira, e dada a identificação destes três jogadores com os princípios de jogo encarnado, seria importante trabalhar numa evolução dos mesmos. Ou seja, devido aos adversários do Benfica jogarem cada vez mais fechados, seria importante trabalhar uma solução que permitisse à equipa jogar mais em futebol apoiado, do que em transição. É aqui que estes 3 jogadores podem ter um papel importante numa primeira fase. Tanto Eliseu como Semedo são muito fortes no processo defensivo, mas também o são no processo ofensivo. Sem bola eles sabem quando devem atacar o espaço interior e os flancos. E, com bola, são jogadores com capacidade para carrilar jogo ofensivo pelas faixas, dando-lhes profundidade. Já André Almeida, jogando na defesa e com a sua capacidade de passe e de condução de bola, poderá adicionar à defesa uma melhor construção de jogo ofensivo.

No fundo estou a falar da aplicação de uma variante ao modelo de jogo que passa pelo sistema de 3 defesas, o 3-4-3. Este modelo não só permitiria uma evolução das competências destes três jogadores, assim como permitiriam uma ponte táctica entre o que Cervi, Rafa, Carrillo, Guedes e Zivkovic já sabem e aquilo que precisam ainda de saber para se ajustarem ao modelo de jogo típico encarnado, i.e., o 4-4-2. Da mesma forma, não podemos esquecer que Jonas está agora de regresso e ainda não está a 100%. Depois, o grego Mitroglou é actualmente, a par de Jonas o único ponta-de-lança de raiz disponível, até que o Raúl recupere da sua lesão. Ou seja, temos na pratica um ponta-de-lança e meio disponíveis, pelo que é importante sabermos gerir esta situação para evitar ficarmos sem nenhum. Por fim, não esquecer que o Fejsa está também indisponível. Isto quer dizer que não podemos contar com o nosso melhor médio a entender os comportamentos defensivos e a identificar os tempos em que tem de descer para a nossa defesa e formar o tridente na primeira fase de construção. Por outras palavras, com este 3-4-3, estamos também a beneficiar a incorporação do grego Samaris. O próprio André Horta que agora regressa, também poderá sair beneficiado com este sistema de jogo, isto para não falar da dupla de centrais suplente encarnada, Lisandro e Jardel, ou até mesmo uma nova vida para o Luisão...

As vantagens de jogar num 3-4-3 estão demonstradas no seguinte video onde podemos ver como o Sevilla chega ao golo (auto-golo de Danilo) desde a sua defesa e conseguindo envolver e ultrapassar um Real Madrid compacto. Existem outros vídeos que demonstram a vantagem do sistema em transição rápida, como acontece com o Chelsea de Conte.

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