01 outubro 2016

Resumo das...


Uma análise preliminar sobre estas contas.



Através da tabela acima, verificamos que os resultados operacionais do Grupo Benfica aumentaram e são claramente positivos. Isto é importante porque dá para entendermos o potencial da indústria em que o Benfica está inserido, nomeadamente o futebol. Notar como se passa de um ano em que o resultado foi praticamente 0 (ou ligeiramente negativo) para um ano em que se faz perto de 14M€. Comparando este valor com o resultado operacional envolvendo direitos de atletas, percebemos a importância que a venda de passes de atletas tem nas contas do grupo. No último ano (2015/16) foram cerca de 30M€ a adicionar aos resultados operacionais.

Sobre os Ativos e os Passivos, é normal que ambos tenham crescido. Uma vez que não tendo Capitais Próprios positivos (não confundir com os cerca de 30M€ em caixa que fazem parte do Ativo), como por exemplo, capitais de sócios ou accionistas, através de aumentos de capitais, o Grupo Benfica precisa de se financiar para os seus investimentos. Isto acontece com um aumento do Passivo. Aqui temos sido inteligentes em ir procurar financiamento ao mercado, através dos empréstimos obrigacionistas, uma vez que permite outro tipo de flexibilidade que empréstimos bancários não conferem. Recordar que a situação da banca nacional não é a melhor e a situação do BES serviu de lição para o Grupo Benfica.

Critica-se as taxas de juros que temos dado ao mercado (4%), quando muitos especialistas falam que poderia ser de 3%. A meu ver, até nesse aspecto estamos a fazer bem, porque estamos a criar uma relação com muitos investidores. Tenho a certeza que se os Capitais Próprios fossem positivos, o próprio mercado estaria a exigir ao Grupo Benfica o aumento de capital. No entanto, ainda não é o momento, pois isso obrigaria a partilhar os resultados no final do ano e estes estão a servir para colocar o clube no bom caminho. Continuando, sobre o Passivo, verificamos que por cada euro de passivo contraído estamos a gerar pouco mais de dois euros de ativo. Isto é importante, porque significa que os investimentos estão a ser acertados.

A partir destas rubricas apetece-me interrogar o seguinte:

Será possível melhorar os Resultados Operacionais sem Direitos de Atletas para valores de 30M€/ano até um máximo de 3 anos?

É que isso seria importante acontecer para que por um lado melhorássemos o montante total dos Capitais Próprios. Mas, também reduzir o Passivo, ao mesmo tempo que se reduziria a dependência da venda de jogadores. Com isso, poderíamos manter os jogadores durante mais tempo de tal forma que possamos atingir outros objetivos desportivos que permitirão, por sua vez, maiores receitas.

6 comentários:

  1. seria possivel investir nas outras modalidades? por exemplo, o futsal se comprassemos o ricardinho e investissemos mais na modalidade, podiamos depois ser nos proprios a divulga la de forma a poder arranjar mais patrocinadores e investidores (melhor jogador do mundo e jogo atractivo parece com bom potencial) especialmente em paises como china e eua onde ha a vontade em investir nestes desportos, nao seria interessante na tua opiniao?

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    1. O problema das modalidades é que não tens "Champions" nelas que possam ser suficientemente rentáveis para poderes manter cá os melhores atletas face às melhores ligas nessas modalidades.

      Por exemplo, o Ricardinho foi para o Japão ganhar inúmeras vezes mais que aqui. E o Benfica investiu forte na modalidade nessa altura. Recordar que a equipa foi à final four da Champions nessa altura.

      Eu penso, que se melhorarmos ainda mais os resultados operacionais e com vendas de atletas, é possível melhorar o clube na sua totalidade, incluindo as modalidades. Contudo, penso que não seja a prioridade deles.

      Escrito isto, estou convicto que se o gestor da modalidade apresentar um plano sustentável e credível, que a direção do clube não irá olhar para o lado e deverá apoiar.

      Já agora, olhando para outros mercados, seria interessante o Benfica pensar no franchising da marca Benfica. Não me importava nada de ver um Sport Lisboa e Macau a competir na primeira liga chinesa.

      ;)

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    2. pois, mas para entrares nesses mercados nao so o futebol chega, por exemplo a exposiçao que os e-sports tem no mercado asiatico e eua e demasiado grande para nao aproveitar e e dar a conhecer a marca benfica pois nesses paises ao contrario do nosso estes desportos sao bem financiados e tem bastante mediatismo, o basket tem champions mas ai e preciso mais conhecimento (acho que como pais temos o basket muito atrasado ve se pela aposta em americanos) mas o futsal parece me boa ideia e ginastica tb

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    3. Defendo que tenhamos ser líderes em qualquer desporto, sobretudo em Portugal. Agora, penso que é necessário criar planos sustentáveis para financiar isso. Até porque há muitos desportos que precisam desse investimento. Por exemplo, a ginástica é um deles. Também tem de existir um efeito redistributivo de verbas para essas modalidades.

      Agora, não podemos pensar em construir uma equipa de basket com um orçamento de NBA se infelizmente a nossa Liga e a liga Europeia não geram receitas para tal. Agora, também não defendo ficarmos de baixos cruzados. Por isso, a minha defesa na criação de planos sustentáveis de médio prazo para as modalidades, que envolvam também a melhoria e evolução delas a nível nacional.

      Gostava também de termos uma aposta clara nas modalidades femininas, como por exemplo, ter uma equipa de futebol feminino.

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  2. Seria interessante quantificar o montante dos encargos anuais com atletas "periféricos" que estão espalhados por esse mundo fora - muitos deles nem os conhecemos -, e avaliar a oportunidade de correção de estratégia. Com a proficuidade do Seixal, cujo foco deverá ser a alta qualidade da formação -, não se justifica o investimento, ainda que marginal em tanto jogador.. Aí poderíamos fazer uma poupança interessante que ajudaria a manter por mais tempo os melhores.

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    1. Isso também gostava de saber. Penso que esses encargos não devem ser muitos, pois a maioria deve estar emprestado com encargos suportados pelo clube em que o atleta foi emprestado. Sobre a estratégia do Seixal, temos de perceber que a base de recrutamento do Benfica deixou há muito de ser a região de Lisboa e até mesmo o país. Já é uma base intercontinental. Os custos desses investimentos são baixos comparados com outros...

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