28 dezembro 2015

Testar novas ideias...


Aproveitar estes jogos caseiros da taça da Liga, amanhã frente ao Nacional, para experimentalismos.


Depois da interrupção de Natal, a equipa de Rui Vitória regressa aos trabalhos com uma excelente oportunidade para testar novas ideias e soluções para a sua equipa. O Nacional da Madeira é sempre uma equipa complicada, treinada por um teórico do futebol nacional - o Manuel Machado. No entanto, o professor já veio a público referir que esta competição não está nas prioridades da sua equipa, pelo que depreendo que deverá realizar ele próprio algumas alterações na sua equipa. Por outro lado, o jogo de amanhã é na Luz, pelo que o Benfica tem o factor "casa" a seu favor. Perante a necessidade de alargar o leque de opções para que em finais de Janeiro e Fevereiro a equipa possa enfrentar com segurança os duelos importantes nessa fase, convém desde já preparar esse caminho. Que melhor oportunidade que esta?

Sendo assim, estas seriam as minhas ideias para testar amanhã:
1. Dar minutos ao guarda-redes suplente Ederson, em vez de optar pela titularidade de Júlio César. O jovem internacional brasileiro precisa de jogar e gostava de ver até que ponto ele estará preparado fisico e mentalmente para a alta competição. É que numa qualquer eventualidade, poderá ser chamado à titularidade e é preciso não só este estar confiante, como todos os colegas terem confiança nele.
2. Testar uma ideia que já venho defendendo desde a pré-época: uma dupla de centrais formada por um médio defensivo ao lado de um central de raiz. Para este jogo, estou a pensar em Fejsa e Lisandro, respectivamente. Com o Luisão ainda em recuperação e o Jardel a ser praticamente um dos titularistas desta temporada, caberia ao argentino que está em excelente momento de forma actuar como central patrão. O sérvio seria um jogador que sem bola pressionava mais em cima o adversário e com bola ajudaria na primeira fase de construção. A ideia, é fazer com que a dupla de centrais não descesse tanto a linha defensiva, ficando quase sempre muito avançado no terreno, i.e., encurtando a equipa. Por outro lado, dar maior qualidade de passe e controlo de bola à eixo defensivo, a ver se a qualidade de construção de jogo também melhoraria. Por exemplo, Fejsa tem um toque e visão de jogo superior a qualquer outro central que tenhamos.
3. Nas laterais também haveria mudanças. O Sílvio teria aqui os primeiros minutos depois da mais recente lesão. É importante que ele recupere rapidamente, pois com a recuperação de Semedo sem data de previsão, apenas estamos a jogar com André Almeida à direita, que já de si é uma adaptação. Na lateral esquerda, testaria o miúdo que tem dado nas vistas na equipa B: Pedro Rebocho. Isto teria triplo efeito. Primeiro, daria ao Eliseu mais algum tempo de descanso para apresentar-se fresquinho nos jogos do campeonato nacional. Segundo, estaria a passar a mensagem que quem jogasse bem na B teria as suas oportunidades na A. Terceiro, passaria a mensagem à mais que provável contratação de Janeiro - o espanhol Grimaldo - que iria ter que dar o litro logo no primeiro treino.
4. No centro do meio-campo, apostaria numa dupla formada pelo italiano Cristante e o grego Samaris. Este último não poderá jogar em Guimarães é um facto, pelo que deve ser aproveitado para jogar esta partida e se possível os 90 minutos. A ideia é ter uma dupla de médios mais robusta e fixa, dando maior liberdade criativa para os jogadores do eixo atacante e das alas (extremos e laterais). Notar que com a presença de Fejsa no sector recuado, Cristante e Samaris no sector intermédio e de Djuricic no sector atacante (já irei falar mais nele daqui a nada), acaba-se por ter jogadores muito fortes técnica e fisicamente no corredor central. Mais, todos eles são jogadores pragmáticos e de jogo simples o que poderá ser preponderante para a fluidez do nosso jogo naquela zona do terreno, fazendo com que apenas nas laterais ou nos meio-espaços haja mais liberdade criativa para os nossos jogadores.
5. E é aqui que entra a minha dupla de extremos para este encontro: Carcela-González e Sanches. O quê? Sanches como extremo? Sim! Aliás, porque não?! Já aqui analisei que o jovem Renato está muito habituado a jogar como terceiro médio (ofensivo) num esquema de 4-2-3-1 dos escalões mais jovens. Os seus posicionamentos e movimentos em campo assim o denunciam. Contudo, seria um erro não aproveitar isso para testá-lo como falso extremo esquerdo - uma espécie de médio-ala quando defende, e um jogador ente-linhas quando ataca. É que aquela capacidade de aceleração e reacção à perda de bola tem de ser devidamente aproveitada e é nessa posição que melhor poderão tirar rendimento dele. Pois, neste momento, o Renato precisa ainda de crescer muito para jogar como médio "8" num meio-campo a dois. Para além disso, é naquele meio-espaço entre o corredor esquerdo e o central que ele mais gosta para fazer uso do seu potente pontapé de meia-distância. Por outro lado, a aposta do marroquino na direita, com esta composição de meio-campo, dará a liberdade que Carcela tanto pretende para ser ele o maior criador de jogo ofensivo da equipa. A ideia com estes dois é utilizar "falsos extremos" na equipa.
6. Quanto ao ataque, já falei aqui no Djuricic, que quanto a mim é o jogador que estará em melhor forma para substituir o Jonas sempre que for necessário, naquela posição. Como seu companheiro de ataque a aposta deverá recair no Raúl Jiménez. Isto porque, jogando com falsos extremos é necessário que os nossos avançados sejam capazes de procurar os espaços nas costas dos laterais adversários que tenderão a acompanhar os movimentos dos nossos extremos. Nesse contexto, o grego Mitroglou parece-me mais estático neste momento - quebra de forma? - pelo que preferia apostar no mexicano.

Relativamente às possíveis opções vindas do banco, a ideia seria dar minutos a André Almeida, Pizzi e Gonçalo Guedes. O primeiro para jogar como lateral direito, cedendo o Sílvio o seu lugar. O segundo, para o lugar do Renato. O terceiro para o lugar do Carcela, jogando como extremo puro. Nota, caso sentisse que o Djuricic não conseguiria aguentar os 90 minutos, seria ele o preterido em vez do Carcela, ficando neste caso o Guedes como falso extremo esquerdo e o Pizzi como "10". Dependendo de outras situações de jogo, poderia entrar o Jardel ou o Mitroglou nessa partida.

O meu onze titular para amanhã frente ao
Nacional da Madeira. Muitas mexidas, mas se não for
nestes jogos, quando será?



P.S.: Entretanto já saiu a convocatória de Rui Vitória e à primeira vista estou um pouco triste com a situação do Djuricic. É que dá mesmo a entender que houve problemas com o sérvio e que isto é castigo. Sinceramente, acho que se deveria ter tido uma conversa franca com o jogador e mostrado que ele conta realmente para o grupo e que iria ter o seu espaço e tempo na equipa principal. E assim, de repente, e sem precisar de fazer muito, o jovem Talisca vê as portas para a primeira equipa abrirem-se novamente. O problema é que quem sai prejudicado é o Benfica, pois o Djuricic parece-me mais jogador para aquela posição, neste momento.

4 comentários:

  1. Gostava de ver Renato e Cristante no meio!

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Também gostava, mas não neste jogo. Deixa o Renato crescer mais um pouco na posição e o Cristante ganhar mais ritmo. Acho que se jogassem os dois no mesmo sector iria haver muitos erros posicionais e técnicos.

      ;)

      Eliminar
    2. também acho PP. quanto ao resto, só uma nota. a ideia de jogar com o Fejsa a central é de salutar mas ele não é o Javi Martinez.

      Eliminar
    3. Podes até ter razão para uma Liga dos Campeões, mas para o "tugão" acho que chega e sobra. Outro que gostaria de tentar nessa zona seria o André Almeida...

      Deposito muitas esperanças no Lindelöf para essa posição. Contudo precisará de jogar e com regularidade.

      Para as competições europeias, até temos um jogador que bem aproveitado seria o ideal: Sidnei.

      http://o-guerreiro-da-luz.blogspot.pt/2015/12/por-falar-em-renovacoes.html

      ;)

      Eliminar