12 dezembro 2015

Sem Jonas e Gaitán...


E a ideia de testar jogar com falsos extremos.

Esta noite, o Benfica desloca-se às margens do rio Sado para defrontar a equipa do Vitória de Setúbal. Desengane-se o leitor que o jogo será para cumprir calendário, pois os sadinos estão a realizar uma excelente temporada e o Benfica não vai poder contar com os seus jogadores mais talentosos: Jonas e Gaitán.

No entanto, tomara muitos clubes terem o plantel encarnado, uma vez que o que não faltam são soluções para colmatar essas duas ausências. E, as soluções já têm vindo a ser trabalhadas. São elas o avançado mexicano Raúl Jiménez e o extremo marroquino Carcela-González. Contudo, não pensem que será uma solução do tipo substituir um pelo outro.

A meu ver, para se tirar o maior rendimento destas unidades, o Rui Vitória deverá optar por um modelo de jogo que utilize falsos extremos. Estes são extremos que jogam da ala para o centro, fazendo uso do seu melhor pé ser contrário ao flanco em que jogam. Parece um detalhe insignificante, mas que faz toda a diferença. Se não vejamos:
  • O Carcela-González está habituado a jogar no flanco direito ao longo da sua carreira. É nesse flanco que ele tem maior facilidade em criar jogadas de perigo para o adversário. E, como tem facilidade tanto nos lances individuais que procurem o centro do terreno, como os que procuram a linha de fundo, no flanco direito, criará sempre uma enorme dúvida para os defesas adversários jogando nessa posição.
  • Por oposição, se o extremo marroquino jogar no flanco esquerdo, como um extremo puro, não só irá ter maior tendência para procurar o flanco, perdendo a opção de derivar para o centro e aumentando a previsibilidade do seu jogo, como também irá roubar o espaço que poderia ser aproveitado pelo lateral esquerdo ofensivo.
  • O mesmo raciocínio poderá ser aplicado à relação entre Pizzi e André Almeida no flanco direito. Relação essa que tem sofrido alguma crítica no que respeita a maior fluidez e caudal ofensivo por esse flanco. Isto apesar de uma maior qualidade de jogo por parte de Pizzi nesta fase da temporada. Aliás, estou convencido que o camisola 21 jogando no flanco esquerdo poderá ser muito mais influente e perigoso ofensivamente que no flanco direito.
  • O Raúl Jiménez é um avançado ponta-de-lança muito completo. Tanto gosta de jogar entre-linhas, como explorar diagonais nas costas da defesa adversária e nas zonas laterais do terreno. Sendo um jogador de muita mobilidade, velocidade e capacidade de trabalho, será o elemento ideal na frente de ataque para, em conjunto com Mitroglou, aproveitar o jogo interior dos falsos extremos.

Depois, existe outro teste que gostaria de desenvolver numa fase mais adiantada do jogo. Teste que já tinha pensado durante o jogo da passada terça-feira frente ao Atlético de Madrid: a utilização de Renato Sanches como falso ala/extremo. Nesse contexto, o sacrificado no jogo poderia ser ou o Pizzi ou um dos avançados (Jiménez ou Mitroglou) e quem entraria para o meio-campo seria o Talisca. Gostaria de testar esta situação por dois grandes motivos:
  1. Ver que tipo de comportamento a nível ofensivo e defensivo jogando no flanco, o Sanches teria, uma vez que poderia aproveitar melhor a sua potência física e técnica para criar desequilíbrios.
  2. Ver qual seria a resposta em campo de Talisca, numa altura que perdeu a titularidade, para além de lhe dar minutos de jogo e dizendo entre-linhas que ele não é um caso perdido dentro do plantel.

4 comentários:

  1. Este é um jogo tradicionalmente complicado .

    A troca de extremos parece-me uma boa ideia . Gostaria de ver Guedes atrás de Mitroglou ,como segundo avançado .

    Já o Talisca parece-me um jogador de ataque . Seja segundo avançado ou extremo trocado num 4-3-3 . Como 8 ,no Benfica actual, não creio que tenha sucesso.

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    1. Olá Maria!

      O Guedes como segundo avançado (ao lado, atrás e mesmo à frente) do Mitroglou parece-me uma excelente ideia. Contudo, não seria a minha aposta a titular neste encontro, porque acho que ele tem vindo a estar em quebra de forma. Não obstante, na segunda parte acabaste-me de dar uma excelente ideia para fazer um terceiro teste neste encontro. ;)

      Quanto ao Talisca, ele é um jogador de ataque e seria igualmente um jogador de ataque numa equipa da metade inferior da tabela. Num Benfica, penso que é muito curto ainda para jogar lá na frente. Por um lado, parece-me um jogador de bola no pé e não tanto no espaço o que é um problema quando não se sabe jogar de costas para a baliza e quando joga numa equipa que joga no meio-campo do adversário (ou seja, faz com que os avançados tenham muito pouco espaço para progredir com a bola nos pés). Depois, falta-lhe cultura táctica e é por isso que quero-lhe dar tempo de jogo no meio-campo. Aqui ele pode aprender a ler melhor o jogo e a saber jogar de forma mais prática. Princípios que lhe serão muito úteis quando daqui a uns tempos subir no terreno para o ataque.

      Digamos que é uma forma de formação guiada que gostaria que o fizessem, pois o potencial do baiano é enormíssimo. São raros os jogadores com o seu nível técnico e perfil físico, para não falar em esquerdinos. Por tudo isto não devemos desistir dele tão facilmente.

      Agora, ele tem é de ser inteligente o suficiente para ser humilde e fazer este passo atrás no terreno do jogo. Mais do que lhe dar como referências o Rivaldo, daria-lhe neste momento o exemplo de Yaya Touré, que hoje em dia é mais do que um médio-ofensivo um segundo avançado no Manchester City.

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  2. Não considero o Raul Jimenez, grande pistola. Tem problemas graves na receção de bola e na tomada de decisões. É uma jóia de cabeça, no entanto. E luta que se farta. Mas Mitro é bem mais jogador.

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    1. Por mim, jogavam os dois. Mas, o RV é de outra opinião. Já vi que vai apostar no Jonas. Eu dava-lhe descanso até porque claramente não está bem fisicamente. Este tipo de insistências leva a que os jogadores possam ter lesões graves. Vamos lá ver.

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