13 dezembro 2015

11 segundos


Não foram 13, mas sim 11 segundos até que a bola entrasse na baliza do Sporting de Braga B. Taarabt está a melhorar de jogo para jogo e a equipa B tem sido um espaço fundamental para a recuperação deste jogador.

O Benfica B pode não ter vencido o jogo (empatou a uma bola), no entanto e apesar das críticas que a equipa de Hélder Cristóvão tem sofrido esta temporada, temos que entender os reais objectivos da equipa B. Um desses objectivos é o de tentar reabilitar e recuperar jogadores da equipa principal, tal como acontece com o Taarabt esta temporada.

Por outro lado, o facto de muitos dos jovens de grande qualidade que em condições "normais" poderiam ainda estar a jogar nesta equipa B (por exemplo, se Carcela e Salvio tivessem apresentado em boas condições no início da temporada, o mais provável era o jovem Gonçalo Guedes continuar a sua evolução na equipa B, o mesmo raciocínio poderemos aplicar a Renato Sanches), o que iria implicar uma maior estabilidade dos resultados desportivos da equipa B. Reparem que hoje em dia, na equipa B estão a competir vários jogadores que embora em idade júnior subiram à sénior. Estas mudanças e dinâmicas acabam por desestabilizar um pouco a vertente competitiva da equipa. No entanto, nem tudo é mal, pois os jovens irão crescer e os que vêm da equipa principal irão recuperar. Obviamente que haverá muito para evoluir no que corresponde ao trabalho efectuado nos vários escalões, mas só perante as dificuldades do dia-a-dia é que tal será possível.

Outro aspecto que parece criar algum ruído, sobretudo nos adeptos encarnados, é ver que equipas B de outros clubes nacionais (como o Sporting, o Porto, o próprio Sporting de Braga) estarem numa situação mais cómoda da tabela classificativa. Sobre isto, quero referir que mesmo que se vença o campeonato da 2ª Liga, estas equipas não sobem... Depois, é importante entender, que muitas destas equipas têm jogadores mais maduros. Reparem que mesmo que pareça pouca a diferença de idades entre um atleta de 18 e outro de 21 anos, estamos a falar em 3 anos de competição a um nível mais elevado. Isso faz toda a diferença num campeonato como este. Por vezes, competir e formar não se conseguem conciliar de forma harmoniosa. Com isto, não quero desculpar alguns erros que a equipa técnica da equipa B possa ter durante os jogos, mas é preciso entender estas condicionantes.

Outra condicionante que vejo muita gente a não entender, é o facto de quase todos os encontros o Hélder Cristóvão fazer substituições para rodar os jogadores, mesmo substituindo jogadores que estão a jogar bem e são nucleares. Ele faz isso para nivelar o nível da equipa. Ou seja, ele quer dar experiência e tempo de jogo a todos os jovens jogadores, que é o mais importante nesta fase precoce de suas carreiras. Do ponto de vista competitivo, isso é um pouco contra-natura, pois muitas vezes obriga a que a equipa fique desequilibrada e com isso, possa perder o controlo do jogo. No entanto, a médio prazo nivelará os jogadores. Estamos pois num período de transição. Outro aspecto que se nota esta diferença entre competição pura e formação é o facto de a equipa encarnada ser das poucas em Portugal a estabelecer um padrão de modelo de jogo em posse. As restantes equipas B, são equipas de competição, uma vez que o modelo de jogo é muito em prol do resultado imediato e não de uma filosofia de jogo que permita alimentar os jogadores para a equipa principal. O exemplo disso é o discurso do treinador do Sporting de Braga B, que no final do encontro achava que deveria ter ganho, porque fez dois remates à baliza do Benfica e em contra-ataque. Esqueceu-se que o Benfica, mesmo com todas as dificuldades de crescimento explicadas acima, foi muito mais pressionante e controlador que o Braga, tendo inclusive criado inúmeras oportunidades de golo. E, por falar em golo, fiquemos então com a obra-de-arte de 11 segundos!


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