28 fevereiro 2017

Não se esqueçam de...


... a caminho do Estoril.


O mítico relvado do estádio do Jamor,
palco de grandes jogos de futebol e
da autêntica romaria para a festa da
final da Taça de Portugal.
O Rui Vitória ontem na conferência de imprensa falou que o Benfica passaria pelo Jamor no caminho para o Estoril. Pois, se bem que ele tenha dado a entender que os encarnados, precisam primeiro de vencer o seu adversário desta noite, penso que uma paragem pelo Jamor traria um efeito positivo suplementar para a sua equipa. Numa altura em que o ruído à volta das arbitragens, muito por culpa de Porto e Sporting que têm todo o interesse de usar todos os meios à disposição dentro e fora do relvado para tentar reduzir o fosso qualitativo que possuem frente ao Glorioso, penso que uma paragem em Oeiras, antes do encontro na linha, traria um efeito positivo aos jogadores. Um efeito de refocarem no objectivo. Um efeito de dizer-lhes que a distância que separa deles da final em junho no estádio Nacional é o de superiorizarem-se perante uma equipa como o Estoril, numa eliminatória que se realiza em duas mãos. E, tendo em conta que apostaria num onze quase completamente renovado (conforme veremos a seguir), seria uma forma de colocar todos os jogadores perfeitamente alinhados com a estratégia e, acima de tudo, com a atitude competitiva perante um adversário que quererá hoje dar muito nas vistas. Mas, não só! Também para alertar os meus jogadores sobre todo o circo que possivelmente está montado à volta do jogo e, daquele que está previsto face a um mau resultado da equipa. Essa palestra teria como objectivos, não só motivar toda equipa para o jogo em questão, mas também para as próximas semanas, em que muito da época se decide, e para os perigos da contaminação vindas do exterior.

O Benfica passa a bola para o
Conselho de Arbitragem e de
Disciplina da FPF para lidar com
o estado de sítio do futebol nacional.
A estrutura do Benfica está bem ciente desses perigos. A reunião de ontem com o Conselho de Arbitragem da Federação Portuguesa de Futebol foi bastante incisiva na defesa dos nossos interesses, sem exigir mais do que medidas que verdadeiramente credibilizam o nosso futebol. O comunicado do Benfica, que reproduz-se de seguida, foi um excelente resumo de tudo o que se deve exigir aos órgãos competentes e, acaba por ser um puxão de orelhas perante a inércia destes, que têm sido demasiado passivos com o autêntico estado de sítio gerado por Porto e Sporting nos últimos meses, com os dividendos visíveis. Contudo, deixa um voto de confiança sobre estas estruturas que agora terão de resolver estes problemas. Caso não consigam resolver, ou caso se mantenha, é normal que o Benfica no final do campeonato faça campanha para haver dança das cadeiras. Um pouco, como o que Paulo Futre dizia após a final da Taça de Portugal no Jamor, em 1993... A meu ver, é a estratégia mais correcta por parte do Benfica.
«O Sport Lisboa e Benfica reuniu hoje, a seu pedido, com o Conselho de Arbitragem da Federação Portuguesa de Futebol (Secção Profissional), de que destacamos os seguintes pontos:
1 – O Sport Lisboa e Benfica teve oportunidade de denunciar o ambiente de coação e condicionamento que tem sido gerado sobre a arbitragem por parte de outros clubes e que se agravou a partir do momento em que se assistiu à invasão do Centro de Treinos do Polo Profissional dos Árbitros na cidade da Maia por parte de elementos afectos à claque do FCP;
2 – Questionou ainda o Conselho de Arbitragem sobre as medidas que este adotou face às ameaças expressas à integridade física de árbitros e seus familiares e declarações públicas de principais responsáveis desses clubes, que punham em causa diretamente a honorabilidade e segurança dos responsáveis do setor e equipas de arbitragem, considerando que é fundamental garantir que as entidades públicas competentes tenham conhecimento exaustivo sobre os factos atrás expressos;
3 – Lamentou, por outro lado, que a ausência de sanções no âmbito disciplinar verdadeiramente punitivas daquelas situações crie um clima de impunidade que acentua a necessidade de serem tomadas medidas urgentes em nome da credibilidade das competições e devida proteção das equipas de arbitragem;
4 – Reiterou a confiança na qualidade generalizada dos árbitros, não escondendo, contudo, que todo o ambiente criado contribuiu de forma determinante para uma acumulação de erros graves, com influência no normal desenrolar das partidas, ora em prejuízo do Sport Lisboa e Benfica, ora em benefício de quem fomentou e não repudiou este indesmentível ambiente de coação e condicionamento;
5 – Por fim, o Sport Lisboa e Benfica reafirma que manterá uma atitude construtiva e de cooperação institucional, em defesa das competições e do prestígio do Futebol Português, acreditando hoje que o Conselho de Arbitragem tem igual desígnio.
Lisboa, 27 de fevereiro de 2017»
Por Benfica 



Parabéns Glorioso!
Hoje o Glorioso faz 113 anos e, também por isso, uma paragem pelo Jamor faria todo o sentido, uma vez que este foi o palco de tantos e tantos triunfos do nosso clube. Foi, inclusive, várias vezes uma segunda casa para o Benfica, sobretudo, aquando da construção do novo estádio da Luz. Também por aqui teria um simbolismo interessante essa paragem a caminho do Estoril. Caminho esse que poderá passar pela nova rotunda junto ao nosso estádio e que é inaugurada hoje: a rotunda Cosme Damião. Um gesto muito bonito e merecedor a uma das pessoas que personificam o Benfiquismo, tendo sido mentor, jogador, capitão, treinador e até dirigente do Benfica. São 113 anos de história, glória e de conquistas que todos queremos que se perpetuem por muitos mais anos. E, que esta noite, as onze papoilas saltitantes possam presentear o clube e seus adeptos neste dia tão festivo.



Convocados encarnados para a
1ª mão da meia-final da Taça de
Portugal frente ao Estoril Praia.
Destaque para as ausências de Lisandro,
de Pedro Pereira e de André Horta.
Quanto ao onze titular que deverá defrontar o Estoril esta noite, eu optaria por uma "revolução". Coloquei as aspas, porque não considero assim tão revolucionário quanto isso. A inclusão de Júlio César no onze não merece grande discussão, tal como não deverá merecer as inclusões de Luisão e de Jardel como dupla de centrais titulares. Por outro lado, jogadores como André Almeida, Cervi e Carrillo não são propriamente desconhecidos. O mesmo para o Rafa e Eliseu que até têm sido habituais titulares nos último encontros. Depois, o mexicano Raúl também não é um perfeito desconhecido no Benfica de Rui Vitória. Sobra-nos então a contratação de inverno, Filipe Augusto. O brasileiro tem vindo a jogar sucessivamente nas segundas partes dos últimos encontros, tendo aqui a possibilidade de se mostrar a RV para agarrar um lugar de titular no meio-campo. Jogando em 4-4-2, com os extremos invertidos, com as linhas defensivas avançadas, com duas duplas de centrais e médios formando um bloco quadrangular defensivo compacto para anular transições do Estoril, com a criatividade concedida para os falsos extremos e dupla atacante, formando uma espécie de quadrado mágico atacante muito móvel e energético, eis como jogaria frente aos canarinhos. Depois, na segunda parte, ainda daria tempo de jogo a: Marcelo Hermes (substituindo Eliseu), Zivkovic (substituindo o Cervi) e Jonas (substituindo o Carrillo). Pessoalmente, teria sido mais radical na convocatória, tendo incluindo Lisandro, Pedro Pereira e André Horta, deixando na Luz Lindelöf, Nélson Semedo e Pizzi. Pois considero importante dar descanso a estes três jogadores que têm sido titulares nesta equipa de Rui Vitória, mas também para começar a criar outro tipo de soluções para a equipa, num momento fulcral da temporada.


O meu onze encarnado frente ao Estoril face à convocatória
e respectivas substituições na segunda parte.




P.S.: E, hoje também é o aniversário num dos jogadores que poderia e deveria ter tido maior sorte no Benfica. Um jogador que poderia com aquela equipa ter-nos feito voar para a terceira orelhuda que nos falta colocar no nosso museu... Parabéns Paulinho!


8 comentários:

  1. Não será muito arriscado fazer tanta mudança no onze? Afinal de contas, são as meias-finais da Taça de Portugal...

    Se não estou em erro, penso que na meia-final da Taça da Liga que perdemos, também rodámos metade do onze (estou a falar do onze de RV para hoje, não do teu que ainda vai mais longe! ;)) e não correu bem...

    Vamos ver. Carrega Benficaaaaa!!!!

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    1. Parece que o Jonas tem (mais) uma recaída. F"""dassse para as lesões!
      Parece que foi contratado um novo Chefe da Equipa Médica, com créditos firmados, espanhol, que trabalhou no Barcelona.
      Se calhar já vem tarde...

      PS: o Cervi tem peçonha? Agora está arrumado um gajo com aquela categoria, golos e raça....Não percebo nada destas opções.

      Viva o Benfica!

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    2. @Benfiquista Primário:

      Se dissessem-me que o Benfica de hoje até ao final da época iria perder um jogo e pudesse escolher esse jogo, seria o de hoje. E, escolheria hoje, porque ao contrário da meia-final da Taça da Liga, esta meia-final da Taça de Portugal é a duas mãos.

      Por isso mesmo, é que faria tantas mudanças. E, se formos a ver bem, a maioria das mudanças não é de jogadores pouco alinhados com o modelo de jogo. São mais mudanças de jogadores em busca de melhor ritmo de jogo. Para além disso, penso que o Rui Vitória foi conservador na convocatória. Poderia ter sido mais ousado, como eu faria.

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    3. @Ppimenta:

      O Cervi precisa de crescer na tomada de decisão...

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    4. Pois pois caro PP, durante grande parte da época jogou pra crlho, com categoria e raça, tomava boas decisões e marcava golos (5 ou 6), depois "desaprendeu...." Quem toma "grandes decisões" a desatacar e a desadefender é o lesma do Carrillho...Hoje mal o Cervi entrou fez logo a assistência para o 2º golo! Tenho pena...

      Viva o Benfica!

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    5. Nem sempre tomava boas decisões, mas numa altura que estava muito melhor fisicamente que os adversários, o seu futebol de muitos repelões lá ia resolvendo com uma jogada genial. O problema é que as defesas foram se aprimorando e depois quando era necessário ele ser mais colectivo, lá o viamos continuando a ser muito individualista.

      Hoje o Cervi entrou e fez logo o passe para o segundo golo do Mitrogolos. Ótima resposta de quem quer voltar para a equipa titular. Veremos se quando regressar ao onze titular se não voltará aos vícios antigos... eu gostava que não!

      Mas, é por aqui que se percebe também a imaturidade destes miúdos talentosos.

      😉

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    6. Sobre o Cervi precisar de crescer na tomada de decisão, se o problema fosse esse o Sálvio teria menos de metade dos jogos realizados a titular.

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