03 fevereiro 2017

Ponham os olhos nos ensinamentos...


Artigo expressamente dedicado aos extremos encarnado.

Salvio! Carrillo! Cervi! Zivkovic! Rafa! Mas, também todos os extremos da equipa B e das diversas equipas de formação do Benfica, venham cá ver o que tenho para vos mostrar. São dois vídeos de uma entrevista do Thierry Henry, ex-jogador de classe mundial do final da última década, ao agora craque belga ao serviço do Chelsea, Eden Hazard.



As primeiras duas questões do Henry darão bons debates de ideias sobre: sistematização versus princípios de jogo (quando pede para comparar Conte com o Mourinho) e as funções dos jogadores consoante o sistema e modelo de jogo implementado. Mas, a última questão é que penso que é importante qualquer um de vocês extremos do Benfica ouvir bem e, até tirarem apontamentos para colocarem na porta do vosso frigorífico, para que todas as manhãs lêem e fixem estas ideias, de tal forma que comecem a colocá-las em prática: Futebol não se joga apenas com a bola nos pés! É, também muito importante, sabermos movimentar sem bola, pois esses movimentos criam espaços! Oiçam o Hazard e vejam como o Henry reage... portanto, agora pratiquem isso!



Mais, uma vez este video também aborda aqui temas bem interessantes de forma indirecta. Um deles é a questão de se jogar com falsos extremos e não com extremos puros, muito por causa daquilo que o Hazard disse, i,e., da sua maior facilidade de estar mais constantemente virado para o jogo. Jogando como "extremo de pé trocado", possibilita-lhe ter o pé de apoio entre a bola e o adversário, o que lhe confere logo aí uma maior protecção. Por outro lado, fica com o seu melhor pé solto e virado para onde estão os seus colegas. De qualquer maneira, e porque esse tema depende muito do modelo e sistema de jogo que estiver a ser utilizado, para vocês jovens extremos devem focar-se mais no que o Hazard diz aquando da segunda pergunta do Henry. Reparem qual é a maior preocupação do belga quando recebe a bola naquela posição e fica virado para o adversário? A primeira coisa que ele pretende é captar a atenção/marcação de dois jogadores adversários, para assim criar o tempo e espaço para outro colega seu, o qual ele, no momento certo, irá endereçar-lhe a bola, ou então, devido ao movimento do colega, ele próprio ataca o espaço através de uma jogada individual. Reparem que ele não diz que mal recebe a bola parte para cima do adversário. Isto tem muito a ver com a leitura dele da jogada, a qual ele termina por denominá-la de "instinto". Mas, mais importante que falarmos de instinto, é lermos as prioridades que ele neste curto discurso diz-nos ter. Aquele compasso para atrair a si a atenção de dois adversários e depois daí fazer o que ele sentir melhor é fundamental para o bom futebol. No entanto, agora não esperem é pelo segundo adversário quando estiverem um contra um com um defesa deles... ok?! Aprendem a ler bem as situações e a contextualizar estas ideias nos momentos certo. Está bem?!

Parece simples, não é? Então porque não fazem isso em campo?!

4 comentários:

  1. Não fazem isso pq o treinador não os sabe estimular para tal.

    "Ide lá pa dentro e sejam felizes. Hora e meia de treino não é o mais importante."
    Enfim, custa muito ter de levar com isto durante tanto tempo. Tanta qualidade individual que está ser desperdiçada e o pior é que grande maioria da malta, queima os jogadores em vez do treinador. A realidade está a começar a vir ao de cima e muita gente vai levar reality check.

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    1. Já tive a oportunidade de desmistificar essa frase. Se te deres ao trabalho de leres a seguinte entrevista ao jornal expresso, perceberás o contexto que ele disse isso:

      http://expresso.sapo.pt/desporto/2015-08-15-As-vezes-um-jogador-precisa-de-um-abraco-outras-de-uma-marretada-nas-costas

      Agora, bater por bater no homem que se bateu como se bateu na época passada na luta pelo tri, é que não!

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  2. eu concentrei me na parte do instinto, repara que a nivel de treino nos gostamos de por o jogador a pensar e no entanto pode ser melhor desenvolver o seu instinto. isto e se por exemplo em vez de dizeres aonde ele tem de passar dizeres que a linha de passe pode aparecer a qualquer momento tens e de levantar a cabeça e estar pronto para quando ela aparecer o proprio jogador pode começar instintivamente a melhorar a sua visao de jogo

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    1. A malta confunde princípios com receitas. Receitas, são algo estanques que tens de seguir. Princípios são bases no quais tu depois podes criar em cima.

      Quando ele chama atenção que quando recebe a bola a preocupação dele é concentrar ainda mais atenções sobre ele, para assim libertar os companheiros, acaba por estar implícito um princípio. O que acontece a seguir é instinto, ou seja criatividade do momento, porque é a forma como os colegas depois interagem com ele, quer através de uma desmarcação que confunde o defesa que está a marcá-lo em cima e que ao hesitar, já foi, quer através de uma linha de passe que isola o companheiro, quer uma parafernália de situações.

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