O clássico às riscas...

... e o reflexo medíocre do futebol português?!

Dois treinadores rascas...

Como é possível o Nuno Espírito Santo apresentar um
Porto sem qualquer fio de jogo, nem conseguir aguentar 60
minutos de jogo e, mesmo assim, estar no lugar onde está?

O Jorge Jesus vir culpabilizar no final do jogo a derrota do Sporting por causa da exibição de dois jovens literalmente lançados aos leões, como foi o caso do médio-defensivo Palhinha e do extremo esquerdo Mattheus Pereira, vê-se bem o quão rasca é o treinador leonino. Apenas é acompanhado pelo Nuno Espírito Santo na forma como ainda não conseguiu colocar os jogadores talentosos a jogar bom futebol. No entanto, quem acende a televisão pela manhã, ou quem folheia o desportivo no café, pensa que estes dois técnicos estão a um nível estratosférico, na ciência e metodologia do treino. Nada de mais enganador. Basta compararem o jogo de ontem com o jogo do domingo passado entre as duas melhores equipas francesas (já nem vou para campeonatos de nível superior como o espanhol ou o inglês), o PSG e o Mónaco, para percebermos que o comum adepto está a ser redondamente enganado. Por outras palavras, estão-nos a querer vender gato por lebre. E, pior, estes treinadores podem e devem fazer muito melhor com os recursos que possuem. Para mim, eles espelham bem o chico-espertismo e mediocridade que vive grande parte do nosso futebol. Eles espelham bem duas gerações desse triste traço cultural luso. Traço esse que é talvez o maior responsável pelo atraso nacional face à maioria dos países da União Europeia. O Jorge Jesus, é um treinador que em Inglaterra jamais seria um "manager" de uma equipa, mas sim um qualquer "assistant coach", daqueles para levar os pinos para as marcações dos treinos, recolher os coletes, dar um ou outro berro para os jogadores. No fundo é um chico-esperto que até tem uma boas ideias, fruto de mais de 30 anos a bater com a cabeça na parede, a testar e a errar (assim qualquer um aprende) e no qual devido a um país em crise que se propagou ao futebol, conseguiu ter as suas chances e lá se foi safando na vida. Quis se colar a outros grandes treinadores e foi aí que perceberam o fiasco que ele é. Falta-lhe a classe, mas não só. Humildade não é condição de pessoas de origem humilde e o maior reflexo disto é este JJ. É pois um daqueles macacos velhacos que sabem utilizar a sua sabedoria baseada em percepções de anos a fio na modalidade. Contudo, perante situações novas e perante outros de nível superior, ficam à rasca. De forma diferente, mas seguindo a doutrina da chico-espertice, está o NES. Amigo de longa data de Jorge Mendes, ninguém tem dúvidas que é graças a essa amizade que consegue em tão pouco tempo estar a comandar grandes equipas. Haverá melhor exemplo de factor "C" no futebol actual? Eu penso que não! Ele é um bom falante, reconheço-lhe isso. No entanto, para ser treinador é preciso muito mais que um discurso polido e camuflado. Bem, ele também sabe desenhar... ou pensa que sabe desenhar, mas mesmo isso não é suficiente para treinar as equipas com os jogadores de qualidade que ele tinha e tem.

Duas equipas à rasca...

Como é possível que ninguém lhe pergunta como o
Sporting vai-lhe pagar o ordenado no próximo ano se acabou
de perder o comboio da Champions neste jogo?
E, como pode cumprimentar adversários e
depois enxovalhar os seus jogadores em público? 

Reparem no jogo destas duas equipas. Se querem promover o futebol português, não é com este tipo de espectáculo enfadonho que presentearam ontem à noite. De um lado uma equipa que está agora provisoriamente em primeiro lugar da 1ª Liga, sem saber ler e escrever no futebol - fico estupefacto como ainda há muita gente a falar mal do futebol do Benfica... será que não têm olhos na cara para ver o futebol deplorável do Porto?  - um futebol sem fio de jogo que tudo acontece aos repelões. Um jogo que gira tudo à base da força e do esforço. Tudo à base dos braços... mas, espera aí! Os braços contam para jogar? Pelos vistos sim, que o diga o Tiquinho Soares e o Brahimi... Ah! Esse argelino é tão craque quando joga sozinho que mais valia arranjarem-lhe uma bola só para ele. E depois ainda falam mal do Salvio, meu rico Toto... Se há jogador mais desprezável no campeonato português neste momento é o Brahimi. Reconheço-lhe talento caro leitor, mas aquela forma de estar em campo pouco humilde, de quem lhe todos devem e ninguém lhe paga, tira-me do sério. Ainda para mais, é mais caceteiro que o Paulinho Santos e perde mais bolas que o Pizzi em Setúbal jogando ao pé coxinho. No entanto, é visto lá em cima como a última bolacha do pacote... E quanto ao Sporting? Tanto floreado sobre bom futebol e, depois... bola. Tenho de realçar que eles são mestres... do passe de caranguejo, aquele que vai de um lado para o outro e vice-versa. Verticalidade? Só com o Adrien e o Gelson Martins, e, muito a espaços, com o Bryan Ruiz. Não fosse aquele holandês Bas Dost a marcar golos e eles neste momento não conseguiriam fugir à fanfarronice que a imprensa alimentou. Crucificaram uma palhinha no meio daquele palheiro, deixando o Geraldes no banco, quando o miúdo deveria ter jogado de início. Aqui volto ao ponto anterior, a culpa é do Jesus, pois é ele que os coloca dentro de campo. Pois é ele que fanfarrão e acima de tudo casmurro, por não entender que o Palhinha neste momento só tem é tamanho e não tem o mesmo nível futebolístico que um Geraldes. Da mesma forma, que não se entende a entrada de um Mattheus e não de um Podence... e, já não falo de deixar o Campbell em Lisboa (Benfica, atenção que este menino é bom jogador e está como empréstimo sem cláusula de recompra por parte do Sporting)!? Depois, tacticamente o Sporting pensa que para marcar nos últimos minutos o que é importante é meter mais avançados em campo... e quem constrói? Por fim, pergunto, como é possível que uma equipa não aguenta sequer 60 minutos em campo, consegue estar neste momento, provisoriamente, na liderança do campeonato? A resposta está em saber com e contra quantos o Porto joga...

Bem, mas tudo isto não importa, porque a maioria vai "comer" o resumo especialmente editado com os melhores lances em 90 quase 60 minutos de jogo jogado e pensar que foi um excelente jogo de futebol. Duvidam? Então vejam...