Uma análise às duas soluções.
A bem da verdade, em termos posicionais, quem vai substituir o Salvio será o jovem Zivkovic. Na realidade, as recentes exibições do sérvio na Luz frente ao Nacional, no qual teve efectuou 4 passes para golo jogando fundamentalmente na direita, deverá torná-lo o eleito para essa posição frente ao Arouca. Ora, isto abrirá a vaga para a posição de extremo esquerdo e aqui aparecem três candidatos: o Cervi, o Rafa e o Carrillo. Na realidade, entre estes três, o peruano parece ser a terceira opção, pelo que não o considerarei nesta análise. Aliás, a considerar seria um pouco idêntica à que farei do Rafa.
A solução Cervi
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A vantagem da solução Cervi: largura da frente de ataque e exploração do espaço nas costas da defesa. |
O jovem argentino tem como grande vantagem, ter capacidade para com Zivkovic na direita ser uma espécie de Salvio canhoto na esquerda. Quero com isto dizer o quê? Que com Mitroglou e Jonas em campo, dois jogadores que preferem mais envolver-se no processo de criação do que propriamente explorar o espaço nas costas da defesa, o Benfica precisa de um jogador que saiba explorar essas zonas. Nada melhor que o camisola 22 que com a concentração das atenções do grego e do brasileiro por parte da defesa do Arouca no corredor central, poderia aparecer nas costas, numa diagonal da esquerda para o centro, que poderia ser aproveitado pela qualidade de passe do camisola 17 encarnado. Por outro lado, o Chucky poderia mesmo não aparecendo nas costas da defesa, criar largura suficiente na ala esquerda para com um passe do sérvio ficar um contra um com o lateral direito do Arouca e assim tentar ganhar-lhe no duelo e servir para o coração da área onde estaria a nossa dupla atacante mais as possíveis entradas de Pizzi e Zivkovic.
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As dificuldades da solução Rafa perante o 4x7 no corredor central, o passe longo para o corredor direito, perante a pressão do adversário, e o passe curto de costas para o corredor esquerdo. |
O campeão da Europa podia ser uma solução de igual qualidade para aproveitar o espaço nas costas da defesa adversária. Isso é verdade. No entanto, sendo um falso extremo a sua tendência é pegar na bola e encarar o adversário em diagonal na direcção da baliza. Acontece que isso significa que ele vai atacar o corredor central. E, nesse corredor central, já temos nada mais nada menos que: Pizzi, Zivkovic, Jonas e Mitroglou. E, não podemos esquecer que o Arouca joga normalmente com duplo pivô defensivo formado por Adilson e André Santos, que mesmo não sendo um médio defensivo de raiz acaba por se posicional naquela zona do terreno para criar superioridade numérica. Sendo assim, o mais natural seria o Rafa ir bater contra uma muralha de jogadores. Isto poderia ser diferente, se em vez de Pizzi estivesse um jogador mais posicional que cedesse esse espaço central para as entradas do Rafa, como é o caso do Filipe Augusto. Da mesma, seria ainda mais perigoso se o Rafa tivesse um avançado que soubesse aproveitar as costas da defesa, pois aquando desse movimento interior poderia assistir esse jogador para ficar na cara do golo. Esse jogador seria o Raúl. Ou seja, perante esta descrição, se optasse pelo camisola 17, apostaria também em Filipe Augusto no meio-campo e no Raúl no ataque, nas vezes de Pizzi e Mitroglou, respectivamente.
E, porque não os dois? Quero dizer, Cervi na esquerda, Zivkovic na direita, Rafa e Jonas no centro. Provavelmente o leitor deverá estar a contorcer o nariz perante esta ideia, pois irá recordar do encontro frente ao Boavista, onde entrámos em campo com uma dupla formada por Jonas e Gonçalo Guedes e não deu resultado. Pois bem, nesse jogo, o brasileiro jogou como "9", quando deveria ter jogado a "10", tal e qual o número da sua camisola. Ora é precisamente nessa função que queria o Jonas, nesta dupla com o Rafa, ficando o português a confundir marcações com a sua mobilidade e a atacar as costas da defesa com a sua velocidade. E, quanto aos golos... tenho a certeza que iriam aparecer. Agora o problema, é que na prática isto poderá não funcionar, porque faltam ainda automatismos e com apenas um ponto de vantagem, não há muita folga para testar esta solução... ou há? De qualquer maneira, este seria o onze que jogaria daqui a pouco.
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As minhas opções para daqui a pouco. |
P.S.: Afinal, nem Cervi, nem Rafa. A solução adoptada é mesmo a do Carrillo!
Carrillo pelo que fez hoje, tem que ser titular contra o Dortmund. Se quiser, tem o dobro do talento do Salvio.
ResponderEliminarQue dores de cabeça mais saudáveis que o Rui Vitória terá!
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