Quem diria que o poderoso Barcelona iria cair aos pés de um Milan jovem e algo inexperiente?
Algumas lições a tirar deste encontro:
- Massimiliano Allegri acabou por demonstrar com este resultado e exibição que está no lugar certo que é no comando do Milan. Isto devido à má campanha doméstica dos "rossoneri". Montou uma sistema de jogo defensivo que anulou por completo o poderoso ataque "blaugrana", mas muito perigoso no contra-ataque e nas bolas paradas. O habitual 4-3-3 do Milan deu lugar a uma espécie de 4-4-2/4-5-1, com El Shaarawy e Pazzini com maiores liberdades atacantes. Na baliza, o experiente Abiatti, transmitiu sempre segurança. À sua frente, Zapata e Mexès estavam sempre atentos às entradas de Messi, Fàbregas e Iniesta. Abate e Constant fechavam as laterais, mas subiam sempre nos contra-ataques. No meio-campo, o capitão Ambrosini, coadjuvado por Aquilani e Muntari deram boa conta do recado, até porque Prince Boateng ajudava a fechar e anular as subidas de Jordi Alba. Foi um onze de muito trabalho que presenteou as gentes de San Siro com uma vitória categórica por 2 a 0 frente ao Barcelona. Um bom sistema defensivo é capaz de anular o melhor dos ataques. Mas, é preciso que os jogadores que o interpretem tenham o perfil indicado. Para se ganhar ao Barcelona não é apenas defender. É preciso sair para o ataque e foi isso que o Milan soube fazer, tanto através de Aquilani, de Muntari, mas sobretudo de Prince, El Shaarawy e está claro Pazzini que muita bola segurou lá na frente.
- O Barcelona tem sempre dificuldade quando apanha um ponta-de-lança tão combativo como o Pazzini. Acontecera o mesmo na época passada frente ao Chelsea com o Drogba. O calcanhar de Aquiles do Barcelona são as suas bolas paradas. Apenas Puyol, Piqué, Busquets e Dani Alves tentam defender nesses lances. Todos os outros parece que fazem figura de corpo presente. O jogo aéreo catalão está resumido a Piqué, Puyol e Busquets.
- Quando o jogo entra no domínio físico, o Barcelona perde muito do seu jogo ofensivo. Neste encontro, provou-se a importância de um meio-campo fisicamente superior, mas de excelente nível técnico, como é o do Milan, para anular o tridente motor formado por Busquets, Xavi e Iniesta/Fàbregas. São eles que põe todo o jogo catalão a funcionar. São eles que libertam o Messi na cara dos guarda-redes adversários. São eles quem encontram os extremos e os laterais.
- Roubando o espaço e tempo da troca de bola habitual na zona de entre-linhas do Barcelona, anula-se quase por completo o jogo ofensivo catalão. É impressionante como não conseguem diversificar o seu jogo, ora com mais jogadas pelo flanco, ora com um avançado a jogar como pivot de costas para a baliza e a servir colegas que entram pelo meio, ora com remates de fora da área. Ou seja, o estilo de jogo do Barcelona está demasiado formatado para o seu estilo. Inovação precisa-se...
- Messi foi uma autêntica desilusão. Não recordo de sequer um remate perigoso que tenha feito durante todo o jogo. Esperava-se mais do melhor do mundo. Andou escondido do jogo durante os 90 minutos e nem o facto de ter descido no terreno para pegar na bola fez alguma diferença. De facto, não conseguiu fazer aquelas arrancadas de trás para a frente, sempre a fintar adversários. É um facto que os milaneses não deixaram, mas também é um facto que o Messi é o melhor do mundo e é nestes jogos que todo esse seu potencial tem de vir ao de cima. Escusado será dizer que quando se eclipsa aquele tridente de meio-campo blaugrana, fundamentalmente Xavi e Iniesta, o Messi também desaparece do jogo.
Será o Messi e os seus restantes companheiros recuperar deste resultado em Camp Nou? |
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