15 fevereiro 2013

Ich liebe Benfica


Em noite de São Valentim, nada melhor que uma vitória em terras germânicas (é a segunda de sempre!), para comemorar esse amor que não se explica. Parabéns Benfica, parabéns Jesus, parabéns Tacuára,... e parabéns aos melhores adeptos do mundo: os Benfiquistas!


O ambiente
Os adeptos encarnados são únicos no mundo!
Antes de começar a falar do jogo, preciso de escrever sobre o ambiente no BayArena, ontem de noite. Embora sobre um nevão, com temperaturas negativas (pergunto-me se teria havido jogo em Portugal se houvesse este tipo de condições e com um árbitro cujo-nome-não-vale-a-pena-pronunciar-porque-todos-sabemos-quem-é), o ambiente esteve escaldante e muito deveu-se à nossa magnífica falange de apoio. Realmente, o Benfica não é só de Portugal. É do mundo!

Foi perceptível ver várias famílias, muitas delas de portugueses a residir na Alemanha (são cada vez mais, não é verdade Passos?), e muitas delas acompanhadas de amigos alemães, o que me deixa ainda mais feliz. De facto os ideais e os valores do Glorioso não são para apenas serem partilhados por uns quantos. Quantos mais, melhores, não é verdade?!

A neve no BayArena dá outra beleza ao futebol, não acham?
Depois, o povo alemão, apesar de ser muito conhecido por ser um povo frio, sério, não muito dado a loucuras, transforma-se completamente (ou então demonstram as suas verdadeiras facetas) quando vão a um estádio de futebol. Eles, um pouco como os britânicos, vão ver a sua equipa e, sobretudo, o jogo. Sabem estar e acima de tudo sabem tornar um jogo disputado sobre condições atmosféricas adversas, num verdadeiro espectáculo.

De qualquer modo, falta ao Bayer Leverkusen um pouco da loucura das gentes de Munique e de Dortmund, que são bem mais calorosos no que toca aos dons vocais. Ou é isso, ou então é o poder de 7000 (sete mil por extenso, para vocês lerem bem!) tenores de puro sangue luso do outro lado da bancada. Há jogos na 1ª liga nacional que nem sequer se aproxima a metade desse número... e volto a recordar, estamos a falar de uma equipa Portuguesa a jogar a mais de 3000 km de distância do país, numa noite de inverno rigoroso! Brava é esta gente Benfiquista! Um orgulho!

É por isso mesmo fiquei ainda mais radioso quando vi o miminho que o "amante" Benfica colocou na internet, como que a agradecer o apoio dos milhares que estiveram presentes em Leverkusen. Também é assim que se ganham mais adeptos... isso e vitórias como estas em noites inesquecíveis.



O jogo
Benfica não poderia ter preparado melhor este encontro, do ponto de vista táctico. Poderei ter outras preferências quanto aos jogadores que deveriam jogar de início, conforme ficou bem assente no meu onze para este encontro, mas, regra geral só tenho de elogiar o trabalho de Jesus para este encontro. Adoptou uma postura mais contida, de desgaste do adversário, para na segunda metade colocar velocidade e "contra-golpe". Mas, não é só Jesus que merece receber elogios. Jogadores como Luisão, André Almeida, Melgarejo e Cardozo são dos que mais em evidência estiveram dentro de campo e como tal merecem as devidas referências. Um bom resumo dos acontecimentos, pode ser visto no seguinte filme da BenficaTV.



O mestre
Único técnico encarnado a vencer na
Alemanha... e já é a segunda vez que o faz.
Se por vezes Jorge Jesus merece as críticas, também não são raras as vezes que merece rasgados elogios. O jogo em Leverkusen, é um desses jogos no qual devemos enaltecer toda a sua competência enquanto técnico encarnado. E, não é para menos: Jorge Jesus continua a escrever história no Benfica, sendo o único treinador encarnado a vencer em terras germânicas... e, já por duas vezes!

"Jota-Jota" abordou este encontro de forma pragmática. Colocou em campo um Benfica obreiro com jogadores capazes de interpretar na perfeição um 4-2-3-1, mas que ao mesmo tempo, e sempre que necessário soubessem transformar num 4-1-3-2. Olhando para a primeira parte, em particular para o posicionamento em campo de jogadores como Nico Gaitán, André Gomes (enquanto esteve em campo) e Enzo Pérez, facilmente percebemos a hibridez do onze encarnado.

Mais a mais, é também de enaltecer a gestão de recursos humanos que fez nesta partida. Na véspera afirmara que a prioridade era o campeonato nacional e no jogo acabou por demonstrar exactamente isso. Salvio, Lima, Maxi e Enzo ficaram no banco. A meu ver, fez bem, até porque em termos físicos só o último é que não apresentava sinais de fadiga no fim do jogo frente ao Nacional, no passado domingo. Depois, Jesus já percebeu que trabalhando com aqueles que à partida não seriam os titulares do Benfica, poderá retirar muitos dividendos, a curto, médio e longo prazos. A curto, porque pode fazer descansar jogadores, mantendo a equipa sempre numa excelente condição física. A médio, porque está a desenvolver futebolisticamente os jogadores. Vejam os exemplos de André Almeida, André Gomes e de Ola John, por exemplo. A longo prazo, porque está a criar opções credíveis para o futuro da equipa. Um bom exemplo disso mesmo, é o Matic. Vejam o que o sérvio era, e o que ele é agora.

Na realidade, eu penso que a prioridade na cabeça dele é só uma: ganhar tudo e todos! Se calhar não poderá dizê-lo publicamente, pois toda a gente o acusaria de "gabarolas" e "fanfarrão"... enfim, algo que já o chamaram anteriormente. Já agora, já viram o quanto ele melhorou no seu discurso?




O matador
Que comemoração épica do Cardozo!
Em termos de individualidades, gostava de começar por destacar o nosso maior goleador estrangeiro: Óscar "Tacuara" Cardozo.

Grande golo do Tacuara ao Leverkusen.
É certo que esteve muitas vezes, durante o encontro, algo afastado da equipa. Mas, também é certo que o importante papel que eu dizia, na previsão deste encontro, que o Cardozo teria em campo, no desgaste dos centrais, na ajuda da construção de jogo, na temporização para a equipa avançar no terreno, todo esse trabalho ele acabou por fazê-lo.

Pormenor de classe no gélido relvado de
BayArena. E ainda dizem que é um tosco...
Olhando para o lance do golo realça-se logo a conquista de cabeça e de costas para o adversário, da bola que originou a saída para o contra-ataque. Esse foi só uma amostra dos múltiplos duelos ganhos aos poderosos e corpulentos centrais germânicos. E, depois, aquela finalização em que deixa caído no chão o central alemão com uma finta de corpo e com um pequeno gesto técnico que "pica a bola", contra-natura num campo enlameado e escorregadio como o do BayArena, deixando praticamente de joelhos o guardião do Leverkusen... é de classe pura!

Que bela maneira de comemorar o seu 150º golo pelos encarnados em  jogos oficiais... um verdadeiro bombardeiro!


O jovem
Até o Kießling foi anulado pelo André Almeida.
Uma das apostas ganhas de Jorge Jesus nesta temporada é claramente André Almeida. Durante muito tempo os adeptos encarnados queixavam-se que o Benfica não tinha um substituto à altura para o uruguaio Maxi Pereira, na lateral direita da defesa encarnada. Hoje, sinceramente, é um dos problemas que já não coloco.

Pode não ser nenhum Dani Alves, mas quem faz o jogão que fez em Leverkusen, em que anulou um jogador da "mannschaft" como o camisola 9, Andre Schürrle, da maneira como fez durante os 90 minutos e ainda vai lá à frente fazer a assistência para o golo de Cardozo... só merece o lugar no plantel encarnado. Poderemos questionar se continuará a ser a lateral direito, ou se regressará um dia a médio-centro defensivo. Até lá, o Maxi que se cuide! Ah! E vejam lá quem é que correu um campo em menos de 10 segundos, como podem ver pelo seguinte filme colocado no youtube de um adepto no estádio BayArena.




O capitão
Em boa hora regressou à equipa. Temos líder!
Outro jogador que esteve em alta neste encontro e que muito lhe devemos esta vitória, é o nosso capitão Luisão. Soube comandar a nossa defesa como líder que é. Aguentou bem a pressão que tentaram-lhe criar devido à situação que ocorreu na pré-época frente ao Fortuna Düsseldorf.


Em termos defensivos esteve simplesmente intransponível. Ora na marcação ao ponta-de-lança alemão Kießling, ora atento às movimentações de Schürrle pelo centro do terreno, ora à construção de jogo de Castro, ora até a definir a linha de fora-de-jogo da equipa encarnada. Quem o viu frente ao Nacional e neste jogo poderia pensar que não era o mesmo jogador, mas é. É este Luisão que todos os Benfiquistas querem em todos os jogos. E, ele está de volta!


O jogador de classe mundial
Já não tenho adjectivos para descrever as exibições de
Matic pelo Benfica. Foi mais uma de classe mundial!
O Benfica tem tido nas últimas épocas vários jogadores de classe mundial. Muitos deles chegaram cá já com esse rótulo (Aimar e Saviola), mas muitos outros se fizeram cá (Luisão, Di Maria,... só para nomeara alguns). Esta temporada não é diferente. Desta feita, criámos (evoluímos ou valorizámos, como quiserem) o Matic.

Que jogador o gigante sérvio está feito. Ele sozinho no meio-campo é mais de metade da equipa. Ora desce e ajuda os centrais em tarefas ofensivas, ora sobe com a bola nos pés para criar desequilíbrios ofensivos. Um jogador todo-o-terreno, que na pista de patinagem artística no gelo da BayArena, arrecadou todos os prémios e deu espectáculo. Qual será o futuro deste sérvio? Muito provavelmente será fora do Benfica, numa grande liga europeira... até lá, que fique por cá muito tempo e que continue a deliciar-nos com estas exibições de superioridade a meio-campo.


O salvador
Isto é que se chama tirar o pão da boca, não é Melga?
Não há jogo do Benfica em que não haja um pouco de jogar com o coração. Isso aconteceu nos últimos minutos do encontro, em particular, nos últimos momentos do mesmo, com aquele tirar de golo cantado por parte do lateral esquerdo paraguaio. Afinal de contas, o projecto lateral esquerdo de Jesus começa a surtir efeito. Que grande golo que o Melgarejo marcou, i.e., tirou!

Sem comentários:

Enviar um comentário