... de pré-época!
Como é óbvio ninguém gosta de perder, muito menos os Benfiquistas! No entanto, é bom não começarmos a desesperar por resultados menos positivos e questionar tudo e todos. É isso que os nossos adversários querem. E é isso que todos nós não devemos deixar levar-nos. Antes do jogo começar, e após saber o onze encarnado titular para este jogo, no site de um conhecido jornal desportivo Português vinha escrito que o "Primeiro onze de Vitória é... à Jesus". Se isto não é espicaçar e destilar veneno então é o quê? Meus senhores, é com isto que vamos ter que lutar mais uma temporada. E preparem-se! Se na época passada foi o que foi, esta época com os super-investimentos de um lado e do outro, nos nossos mais directos rivais, a pressão vai ser ainda mais forte. Só juntos é que conseguiremos triunfar!
Por tudo isso, vou começar por falar do que é que eu gostei neste encontro frente ao PSG. Gostei do onze que o Rui Vitória colocou em campo. É basicamente a equipa bicampeã da época passada, à excepção de Salvio: Júlio César na baliza, Sílvio a lateral direito, Luisão e Jardel no centro da defesa, Eliseu a lateral esquerdo, Samaris a médio defensivo, Pizzi a médio ofensivo, Talisca e Gaitán como alas, Jonas e Lima lá na frente. Mas, nesse onze já se viu algum dedo do Rui na equipa. A começar pelo posicionamento dos alas na equipa. Nas últimas temporadas, com o Jesus, os alas ficavam sempre bem abertos no terreno, deixando o miolo para os dois médio-centro e o avançado móvel. Pelo que vi ontem, Vitória quer agora dar mais liberdade no processo de construção aos seus alas, posicionando-os mais por dentro do meio-campo e não tão abertos. Penso que isso foi fundamental para que Talisca mesmo jogando na ala, fosse um dos melhores em campo.
Primeiro onze da época 2015-2016, da esquerda para a direita: Talisca, Gaitán, Jardel, Lima, Jonas, Luisão, Júlio César, Samaris, Eliseu, Sílvio e Pizzi. |
Gostei também das trocas posicionais entre Gaitán e Talisca. Só espero é que com o tempo, o Pizzi também possa entrar nesse carrossel. Penso que a equipa iria ganhar bastante com isso, pois iria permitir uma fase de construção mais fluída. Também foi positivo o teste de Talisca na posição do Jonas na segunda parte, muito embora pense que o baiano já não estava em condições para estar em campo... Ele e muitos outros... mas, já lá vamos. Quem eu também gostei de ver em campo, foi o reforço Carcela. Muito focado no jogo, soube descer e ajudar o André Almeida nas tarefas defensivas, falta ver o que ele poderá dar ofensivamente, quando estiver mais entrosado com os companheiros. O central Lisandro López foi muito mais agressivo que Jardel e até mesmo Luisão. Gostei dessa atitude do argentino, pois sentiu a toada do jogo. Nelson Oliveira também demonstrou uma excelente atitude. Depois de ter começado o jogo desarmado a meio-campo e depois com uma má recepção de bola, soube recompor-se e tirar quase um chapéu perfeito ao guarda-redes Sirigu dos franceses.
Do que é que eu não gostei? Seria muito fácil falar dos erros do jogar "a gasóleo" do quarteto defensivo da primeira parte (Sílvio, Luisão, Jardel e Eliseu), mas sei bem que os índices físicos não são o melhor. Por exemplo, no lance do primeiro golo dos parisienses, nota-se claramente que Jardel é traído pela sua forma física, pois a mente dele pensou mais rápido que o corpo, uma vez que fez o movimento para tentar antecipar ao atacante francês, mas foi ele antecipado... O mesmo poderemos dizer do lance que deu o penaltie do segundo golo do PSG, com pelo menos, Jardel, Eliseu e Samaris a reagiram muito mais tarde que o adversário. Mas, não foi só a defesa. O Lima, o Jonas, o Nico e outros pareciam que estavam a correr com meias de chumbo... Isto é perfeitamente normal no primeiro jogo de pré-época!
Não entendo as críticas que muitos apontam de como "este é o resultado do novo paradigma" que o Benfica está a implementar, referindo-se à formação dos encarnados. Afinal de contas, não perdemos precisamente com uma equipa da formação do PSG?
Só acho que a equipa poderia ser um pouco mais inteligente com a bola nos pés. A circulação foi demasiado lenta e previsível. Quando a bola entrava na 3ª fase de construção e tinha de voltar para trás, porque não havia hipóteses para dar continuidade, os jogadores não acompanhavam os movimentos de recuo e aí a defesa e meio-campo defensivo sentiam-se mais pressionados, perdendo várias bolas nesses momentos. Houve também várias perdas de bola por falta de eficácia no capítulo do passe. A equipa às tantas estava muito pouco compacta por causa destes factores todos. No entanto, quero acreditar que a questão física também aqui teve um papel importante.
Para além da (pouca) condição física, penso que a derrota encarnada (a equipar de branco... e que bem que ficam os nossos jogadores!), deve-se muito à gestão das substituições por parte de Rui Vitória. Sinceramente, não compreendo o porquê dos treinadores continuarem a pensar que em 10 ou 15 minutos com outros posicionamentos dos jogadores vão ver o quer que seja, principalmente num jogo de pré-época em que o jogador depois de 45 a 60 minutos já está completamente esgotado. Por exemplo, o Talisca quem o viu na segunda parte a jogar na posição de Jonas, pode ter ficado com uma má impressão dele nessa posição, pois o rol de más decisões e más movimentações foi imenso. No entanto, estou certo que o seu decréscimo de rendimento foi fruto do cansaço nessa fase de jogo. Ou seja, já deveria ter sido substituído à muito.
Disposição táctica e jogadores substituídos ao longo do encontro do Benfica frente ao PSG. |
Não acho que os jogadores substituídos tenham sido mal pensados... bem talvez questiono um pouco o porquê de Paulo Lopes e Ola John terem entrado e o Ederson e o Taarabt terem ficado no banco... no entanto, a forma como Rui Vitória fez as substituições poderia e deveria ter sido mais inteligente. Ao intervalo, teria substituído 9 a 10 jogadores, deixando uma ou duas substituições de reserva para alguma situação inesperada (lesão, expulsão,...). Porquê? Porque simplesmente facilitaria o "entrar no jogo" dos substitutos. Regra geral, e o leitor poderá verificar futuramente quando assistir a um jogo, que um jogador que entra em campo após substituição demora entre 5 a 10 minutos a entrar dentro do jogo. O que é isso de "entrar dentro do jogo"? É simplesmente adquirir o ritmo dele e a partir daí conseguir ter o controlo do mesmo. Nesta madrugada, por exemplo, entrou João Teixeira e mais tarde Ola John, em momentos distintos. Engraçado verificar que estes dois falharam imensos passos entre eles, porque estavam a pensar e a executar o jogo a velocidades distintas. É como se tivessem em comprimentos de onda diferentes. Para isso muito se deve o facto de entrarem em períodos diferentes. Quando é um ou outro jogador substituído, acaba por passar despercebido estas situações noutros encontros e sendo uma minoria em campo, os novos jogadores que entram acabam por se adaptar ao ritmo (daí os tais 5 a 10 minutos). Agora, quando são 5 (minuto 65) e depois mais 4 (minuto 77), depois de terem entrado 3 ao intervalo, torna-se complicado para a equipa estar com o controlo do jogo.
Com a entrada de basicamente uma segunda equipa em campo no início do segundo tempo, os jogadores que entrariam iriam entrar em pé de igualdade com os jogadores parisienses em termos de ritmo de jogo. Evitar-se-ia os erros tolos que vimos durante a segunda parte e que originaram a reviravolta no marcador, mas também evitaria que os jogadores tivessem dado o estoiro, evitando muito possivelmente o empate do adversário. Mais, não vejo vantagem nenhuma de levar o jogador para além do esforço físico, como boa parte deles saíram na segunda metade do encontro. Prefiro mil vezes 45 minutos de alta intensidade e deixá-los ao intervalo no balneário a fazer quente e frio. Será que Rui Vitória considerou que havia muitos dos substitutos sem pulmão para aguentar sequer 45 minutos? Duvido muito que jogadores como Nelson Oliveira, Gonçalo Guedes e os outros que entraram durante a 2ª parte, não aguentassem 45 minutos de alta intensidade... Apesar de tudo, a equipa do Benfica teve durante todo o encontro duas bolas ao poste. Criámos situações de perigo, tanto com a equipa titular como com os substitutos. Isto são tudo detalhes que devem ser valorizados. Bem, agora que venha a Fiorentina de Paulo Sousa e uma exibição muito mais convincente, do ponto de vista físico e táctico.
P.S.: Fui só eu que fiquei chateado com a numeração dos jogadores encarnados? Será que os números já não dizem nada sobre a posição dos jogadores?
achei muitíssimo inteligente e fundamentada a observação sobre as substituições!
ResponderEliminarObrigado. De qualquer maneira, gostaria de saber a motivação do Rui Vitória para ter procedido como fez-lo. De certo que haverá alguma motivação que me está a escapar...
EliminarSão estes pormenores que gosto de entender e debruçar. ;)
Caro PP, bom post, equilibrado e fundamentado.
ResponderEliminarEm relação ao teu P.S., já tinha pensado nisso, a numeração das camisolas está muito desorganizada fruto das muitas trocas que o plantel tem sofrido, convinha reorganizar a numeração, neste momento até temos o nº6 e o nº 8 sem dono, quando o Samaris é o nº7 e o Jonas o 17... o Carcela ficou inacreditavelmente com o 39 salvo erro, não faz qualquer sentido, os grandes clubes europeus têm mais atenção em relação a isto, o impacto do jogador a nível de marketing e mística é muito maior com um numero nas costas com mais história, era bom o Benfica recuperar a numeração histórica das camisolas, tipo o nº10 do Eusébio, Rui Costa e agora o Gaitan, pelo meio ainda foi o Djuricic deixando o Gaitan com o 20, caso este que na altura fiz um post a criticar... enfim,ninguém parece dar muita importância a isto, mas para mim e pelos vistos para ti também, faz muita diferença.
E já agora, o nº9 também não tem dono.
EliminarNem mais! É mesmo isso Papoila!
EliminarPor exemplo, seguindo a nossa história, o "10" pode ser entregue tanto a um extremo esquerdo como foi o Chalana, ou um box-to-box como Coluna, ou um Deus do futebol como o Eusébio, lá na frente. O 7 poderia ser de um extremo direito como o Paneira ou de um avançado como o Nené. E, por aí fora...
No lugar do Rui Vitória, teria isso em atenção e até lançava o desafio para muitos atletas neste defeso. Tal como o Ferguson fez com o Ronaldo, quando este chegou a Old Traford.
Eliminar;)
Têm a certeza que a numeração está desorganizada? Com podem saber isso sem perguntarem primeiro aos jogadores? E o número 9 têm alguma ideia para que serve? Homens de pouca fé e inteligência.
ResponderEliminarJá há ,uito tempo que tenho essa opinião da numeração, porque raio o Julio César não joga com o 1, o numero penso estar disponivel!!
ResponderEliminarMouse
este ano temos apenas cinco jogos de preparação, nos anos anteriores os jogadores titulares chegaram ao primeiro joga da epoca com 500 e 400 minutos em media, isto este ano é quase imposivel de alcançar.
ResponderEliminarpresumo que o treinador vá tentar dar o maximo de minutos aos provaveis titulares para que estes consigam chegar o mais rapido possivel a indices aceitaveis.