12 março 2014

"London Calling"

Um Spurs a jogar muito provavelmente num tradicional 4-4-2, para vingar a derrota copiosa frente ao Chelsea do Português José Mourinho no passado sábado, mas sem poder contar com jogadores como Lamela, Dembélé, Capoue, Chiricles, Dawson e Rose, requererá que onze do Benfica em White Hart Lane?

Confesso que pela cabeça do Jorge Jesus deverá estar mil e uma ideias sobre qual o melhor onze que o Benfica poderá apresentar amanhã. Eu próprio tenho maior facilidade em fazer o onze do Tottenham do que propriamente do Benfica. Por falar nos ingleses estes deverão jogar com o seguinte onze: Brad Friedel (atendendo à rotatividade dos guarda-redes); Walker, Kaboul, Vertonghen e Naughton; Lennon, Paulinho, Bentaleb e Townsend; Adebayor e Soldado, conforme figura seguinte. Deste onze, destaco alguns jogadores. O ponta-de-lança Adebayor, sobretudo se cair na zona de marcação do Garay, que já demonstrou noutros confrontos europeus e nacionais, algumas dificuldades para com avançados mais físicos. Vamos ver se o argentino evoluiu nesse campo ou não... Destaco também, o endiabrado Townsend que teve um início de temporada fulgurante. O Paulinho já é um velho conhecido, pelo menos dos jornais, e se não bastasse é um jogador de escrete canarinho. Dá uma excelente qualidade ao meio-campo dos Spurs. Por outro lado, não tem sido muito referenciado, mas o argelino Bentaleb para mim é uma pérola. Quem o vê a jogar pode pensar que já joga à várias épocas a titular, mas na realidade é apenas um miúdo a fazer a sua primeira época na equipa de sénior - coloca os olhos neste menino André Gomes se não queres perder o comboio... Na defesa, destaco pela positiva o lateral direito Walker e o central esquerdino Vertonghen. O inglês é um jogador electrizante, pois tem um pulmão e uma velocidade fora do normal. Já o belga, muito certinho lá atrás.

Possível onze do Tottenham.

Como fraquezas a serem exploradas pelo Benfica encontra-se o lateral esquerdo e o central do lado direito dos Spurs. São eles o Naughton e o Kaboul, respectivamente. O primeiro é um lateral direito adaptado à lateral esquerda. A meu ver, não é um lateral veloz e tem muitas dificuldades em receber a bola naquela posição. A bola por vezes parece-lhe queimar. Penso que o Benfica deveria obrigar as saídas de construção de jogo do Spurs pelo seu lateral esquerdo e com a emboscada lançada, dois homens numa pressão bem ensaiada, seriam o suficientes para criar logo aí uma transição ofensiva para o Glorioso, por exemplo. Quanto ao Kaboul, se houver um ataque planeado pelos encarnados, o nosso avançado mais criativo deve cair mais sobre o seu lado, pois o central não é tão rápido e é o mais vulnerável num confronto frontal. Para além disso, isto traz outra coincidência feliz, pois obriga a que o nosso ponta-de-lança fixa mais o central belga, dando-lhe mais trabalho directo e atrasando-o nos movimentos de cobertura e dobra a outro colega, nos momentos defensivo e de transição defensiva dos Spurs. O Lenon, embora rápido, não tem uma tomada de decisão tão forte, nem é assim tão imprevisível quanto isso. Logo, pela qualidade demonstrada pelo Siqueira ao longo desta temporada no Benfica, este dá um capital de segurança para considerar que o brasileiro consegue segurar o extremo inglês e ter tempo e espaço de ir lá à frente fazer estragos.

Aliás, em termos tácticos penso que o Benfica ganha mais em jogar numa espécie de 4-2-3-1, com um segundo avançado, claramente entre-linhas e a derivar do centro para a meia-esquerda, mas também sendo uma espécie de terceiro médio. Por outro lado, neste esquema, um dos extremos terá de funcionar muitas vezes como um segundo-avançado. Por tudo o que fui escrevendo, penso que o melhor onze encarnado seria o seguinte: Oblak (as últimas exibições do Artur não foram convincentes nem merecedoras o suficiente, da confiança que o Jesus depositou nele, isto apesar de não termos sofridos golos); Sílvio (Maxi não pode jogar), Luisão, Garay e Siqueira (porque é necessário a melhor defesa para não sofremos golos); Fejsa (porque não vai jogar na Madeira) e Enzo (porque é o coração da equipa e permite polivalência táctica); Salvio (porque estou certo que com a vontade que o argentino tem em jogar vai partir o lateral esquerdo do Tottenham), Rúben Amorim (porque a sua inteligência em campo é fundamental não só a fazer de terceiro médio, como ser o "playmaker" da equipa e o segundo-avançado) e Sulejmani (deixaria o Nico descansar para partir tudo na Madeira); Cardozo (penso que seria o ideal para dar trabalho ao belga Vertonghen que parece não se sentir muito à vontade com avançados corpulentos como o paraguaio). A disposição táctica pode ser vista na seguinte figura.

O meu onze encarnado frente aos Spurs em Londres.

Nota importante e que poderá fazer toda a diferença neste encontro: os extremos do Tottenham não defendem tão bem como os do Benfica. Isto é muito importante porque mexe com dois dos principais momentos no futebol actual: as transições defensivas e ofensivas. E, isto é um mérito que todos nós devemos reconhecer ao Jesus, independentemente do resultado de amanhã.



P.S. 1: Quanto a substituições, gostava de pelo menos ver uma substituição: Djuricic e poderia sair um dos médios ou até o Salvio. Neste caso, o Enzo passaria para o lado direito, o Amorim recuava para médio-centro (ou então este iria para o lado direito mantendo o Enzo na mesma posição) e o Djuricic jogaria nas costas do ponta-de-lança. A segunda seria a entrada de um avançado mais rápido e móvel a meio da segunda parte para explorar contra-ataques rápidos e o espaço da defesa do Tottenham que tende sempre a subir imenso. Rodrigo? Lima? E se fosse o Markovic!? ;)

P.S. 2: Deixo-vos com o seguinte artigo do famoso escritor britânico de futebol, o no jornal "The Guardian". Vale a pena ler, pois fala também um pouco da realidade do negócio do futebol nacional e da forma como eles vêem a nossa equipa a jogar amanhã: com os extremos trocados.

P.S. 3: Porque não jogar com o Lima ou o Rodrigo lá na frente? É uma possibilidade, confesso. Contudo, penso que ter Lima e Rodrigo fresquinhos para o Nacional seria fundamental. Uma vitória frente à equipa madeirense no próximo domingo, num fim-de-semana em que o Sporting recebe o Porto, poderá acabar com qualquer esperanças do título por parte de uma ou até destas duas equipas... Logo a estratégia em White Hart Lane deverá ser de contenção, conceder o domínio da posse de bola à equipa caseira, e aproveitar "contra-golpes".

6 comentários:

  1. Para mim hoje será assim...
    Artur, Sílvio, Luisão, Garay, Siqueira, Fejsa, Rúben Amorim, Suljmani, Salvio, Djuricic e Cardozo.

    ResponderEliminar
  2. Espero que jogue o Oblak , por todos os motivos , mas não sei o que vai na cabeça do JJ. Preferia descansar o Enzo que me parece um pouco menos fresco e o André Gomes nem joga mal na Europa , especialmente se o adiantarmos para a posição em que colocas o Amorim que pode recuar um pouco no terreno.

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Quanto ao Oblak, concordo plenamente! Sobre o André Gomes, compreendo e aceito que queiras poupar o Enzo, mas neste caso em vez do André Gomes, apostaria no Djuricic. Acho o sérvio mais avançado na adaptação e evolução na equipa encarnada que o André. Contudo, este iria jogar.

      ;)

      Eliminar
  3. Jorge Castelo14/03/14, 03:40

    LOLOLOL felizmente nenhum de vocês é o Jesus. Felizmente não percebem nada de futebol hahahaha

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. ??

      Acho que o Jorge Castelo deveria elaborar melhor essas suas afirmações provocatórias e gratuitas.

      Eliminar