Um olhar mais profundo sobre o que é ser um treinador de topo, numa equipa de topo...
A ideia deste artigo começou logo após o jogo da 21ª jornada da 1ª Liga Zona Sagres, que opôs o Benfica frente ao Belenenses, em pleno estádio do Restelo. Nesse encontro senti-me algo defraudado. Como Benfiquista, e frequentador assíduo dos "Pasteis de Belém", estava à espera de algo que envolvesse o termo "meia-dúzia". Daí que quando terminou a partida senti-me algo frustado por termos conseguido marcado apenas um golo. Maior é o amargo de boca, quando olhamos para as estatísticas de golos marcados e golos sofridos no campeonato, e não temos uma clara vantagem sobre os adversários mais directos. Depois, quando olho para o nosso plantel, e vejo avançados com os pergaminhos de Cardozo, Lima e Rodrigo, e não ver nem um deles perto do topo da lista de melhores marcadores da Liga, deixa-me ainda um pouco mais chateado. Sendo assim, era expectável que o rol de críticas à exibição e performance encarnada fosse acontecer após o triunfo em Belém. Não só de mim, como de todos os Benfiquistas. Afinal de contas quem é que disse que o Benfiquista não é super exigente com a sua equipa, mesmo quando ela vence?!
Pois é! É bom sermos exigentes connosco próprios. Mas, também é bem importante que sejamos os nossos maiores amigos, evitando sentimentos e pensamentos autodestrutivos. É por ter consciência disso e por querer fazer uma análise mais construtiva sobre o porquê destas exibições cinzentas do Benfica, que procurei analisar as coisas numa perspectiva mais equidestantes. Para isso tive que olhar também para o ponto de vista do técnico encarnado, que invariavelmente é o centro das críticas dos adeptos.
Uma das coisas que os adeptos normalmente esquecem-se de equacionar nas suas análises quando comparam equipas, é a calendarização dos jogos. Outra é a qualidade do treino efectuada por determinado treinador. Outra ainda é a mistura destes dois fenómenos, i.e., qual é a qualidade do treino efectuado por determinado treinador quando o calendário da equipa aperta? Estes factores são cruciais quando queremos criticar performances. Eu já venho fazendo este tipo de análise há já algum tempo e não apenas ao Jesus no Benfica. Já fiz ao Mourinho, ao Wenger, ao Ancelotti, ao Guardiola, ao Simeone, ao Pellegrini, ao Brendam Rodgers,... mas, também ao Paulo Fonseca, ao Marco Silva e ao Leonardo Jardim, apenas para citar os treinadores mais em foco. Face a todos os factores mencionados, posso garantir-vos que todos eles têm dificuldades na gestão ao nível do treino perante calendarizações bem apertadas. Por exemplo, há dois anos, Guardiola e Mourinho tiveram enormes dificuldades nos seus encontros da Liga dos Campeões, numa meia-final disputada com um "el Clássico" entre as duas mãos. Tendo em conta a qualidade das equipas e dos técnicos aqui visados, e tendo em consideração que mesmo nessa situação tiveram dificuldades na recuperação e na qualidade do jogo no encontro seguinte, dá para entender que por si só a calendarização é muitíssimo importante. Aliás, não é à toa que o Mourinho criticou a liga inglesa por ter-lhe marcado o seu encontro para o campeonato após o período mínimo de 48 horas, depois do jogo frente ao Galatasaray na Turquia, invocando questões de recuperação dos jogadores. Mas, o que é que isto tem haver com o Benfica? Tudo!
Olhando para os últimos 6 dias, até ao encontro do último Domingo, o Benfica fez 3 jogos. Dois em casa, frente ao Vitória de Guimarães para a 1ª Liga Zon Sagres e outro frente aos gregos do PAOK para a Liga Europa. No último domingo fez o terceiro jogo para a 1ª Liga frente ao Belenenses, numa deslocação fora de casa. Isto dá em média 1 jogo a cada dois dias. É muito? É pouco? É o necessário? É o que se pode! E é o que se tem quando se joga ao mais alto nível! Quem quer estar no topo, tem de saber treinar nessas condições. E, tal não é fácil... que o digam o Paulo Fonseca e até certo nível o Marco Silva do Estoril. Se o treinador do Porto é perceptível o quão despreparado ele estava esta temporada na Liga dos Campeões, também o ténico do Estoril não esteve muito melhor na Liga Europa. É verdade que o Estoril não tem historial nessa competição, nem tão pouco tem um plantel tão amplo para a Europa. Contudo, também não teve assim tantos adversários tão mais fortes que eles no seu grupo dessa competição. Sinceramente, acho que no fundo todos eles estavam à espera de fazer mais e melhor naquela competição... enfim, um brilharete. No entanto, penso que ela serviu para o Marco Silva poder perceber o outro nível de desafio que é para um treinador ter que treinar uma equipa para ter 3 jogos por semana. Será que os adeptos comuns têm a noção do tamanho do desafio?
Hoje em dia, a metodologia de treino no futebol de alta competição é a chamada "Periodização Táctica". Mas, o que é que é isso? Conforme escrevi é uma metodologia de treino, mas que visa a contextualização do treino em função das características, necessidades e príncipios do modelo de jogo de cada equipa, ou seja, da sua organização colectiva, sectorial e elementar de jogo. Tentando dar uma certa perspectiva histórica das metodologias de treino, por exemplo, para se treinar um bom cabeceador, longe vão os tempos em que se metia os jogadores a treinarem a impulsão propriamente dita, tal como fazem no salto em comprimento. Mais tarde, começaram a incutir no treino para cabecear não só a questão da impulsão como também a bola, para aprimurar os gestos técnicos no cabeceamento. No entanto, verificaram que isso era insuficiente, pois muitos desses treinos eram específicos demais para a arbitrariedade do futebol, não correspondendo exactamente àquilo que o jogo exigia. Foi por isso, que foi introduzido uma nova filosofia de treino que visava fazer a ponte entre o futebolista e a equipa... a tal periodização táctica. Na prática este tipo de metodologia de treino é como um fato por medida, pois cada equipa tem os seus jogadores, com as suas características próprias, mas também porque cada treinador tem o seu modelo de jogo. Nesta metáfora téxtil, o alfaiate será o treinador. É a competência do alfaiate que faz o bom fato, tal como é a do treinador que faz a excelente equipa.
Contudo, falta aqui adicionar a variante temporal que pode desestabilizar a qualidade do produto final, quer seja o tal fato, quer seja a da equipa. Continuando com a metáfora, a partir de um certo limite de tempo, dentro do humanamente possível, o fato confeccionado pelo alfaiate vai perder determinadas qualidades. Irá faltar alguns pormenores, as costuras poderão não ficar impecáveis, o corte poderá não ter ficado inteiramente direito,... enfim, dá-se importância a alguns pormenores, mas outros ficarão esquecidos ou escondidos... É óbvio que os melhores alfaiates, mesmo com um tempo limitado irão conseguir sempre apresentar algo melhor que outros menos competentes e eficientes. O mesmo se passa com os treinadores. Eu olhei para estes 3 jogos do Jesus nesse prisma. Vejo que o Jesus conseguiu apresentar um fato de macaco muito bom, para que a equipa conseguisse com pragmatismo o resultado, mas com certeza não era o fato de gala que todos nós queremos e que até o próprio Jesus teria brio em mostrar-nos. Mas, era o que se poderia fazer.
Há aqui outros factores que estou a deixar de fora, mas que poderia trazê-los para defender um pouco mais o trabalho do "Jota-Jota" de algumas críticas mais destrutivas que tenho lido. Um deles é a dificuldade que existe em trabalhar uma equipa com muitos elementos novos todas as temporadas. Voltando à linguagem téxtil, é o mesmo que fazer com que o alfaiate tenha de aprender a trabalhar com novos tecidos todos os anos. Isso cria uma série de desafios para o treinador. É que para passar o tal modelo de jogo para os jogadores e equipa é preciso fazê-lo respeitando as características de cada um... e se são sempre diferentes... temos que descontar mais tempos... como a adaptação, o conhecimento, a barreira linguística,... O desafio é muito elevado e acho que muita gente não está bem ciente do que isto acarreta.
Façam uma comparação à diferença desta semana do Benfica com a do Estoril, só por exemplo. À primeira vista, ambos os plantéis tiveram a semana livre. Será mesmo? O Jesus não pode contar com 10 jogadores no início da semana, e ficou com dois lesionados após os compromissos com as selecções nacionais, isto para não falar nos desgastes desses jogos e do impacto das deslocações. Até 5ª feira, "Jota-Jota" não pôde contar com: Oblak (Eslovénia), Maxi Pereira
(Uruguai), Garay
(Argentina), Fejsa, Markovic, Sulejmani (Sérvia) Djuriric (sub-21
Sérvia) e ainda os portugueses Rúben Amorim, Ivan Cavaleiro (Portugal) e
André
Gomes (sub-21 Portugal). Ou seja, na prática o
Jesus teve e terá 3 dias para preparar o encontro contra o Estoril no
próximo domingo. Quantos dias teve e terá o Marco Silva? O Estoril, pôde planear e treinar pausadamente a sua semana de treino. Em termos práticos, e voltando à metáfora dos fatos, é o mesmo que encomendar um fato a uma confecção à uma semana e depois ter-me lembrado de encomendar outro a outra confecção a meio da semana, com o pedido de entrega no mesmo dia para ambos. O alfaiate que recebeu a encomenda mais cedo leva vantagem se tiver matéria-prima e competência idênticas à do outro. O que poderá nivelar para o alfaiate que recebeu mais tarde é este ser bem mais competente do que o primeiro e ter melhor matéria-prima...
Feita esta exposição, gostava de realçar um levantamento de situações que espero que o Jesus tenha retirado do último jogo e já tenha corrigido durante a semana de trabalho:
- Muita fadiga táctica de Fejsa: o sérvio a meio da segunda parte, perdeu vários passes e cometeu várias faltas, mais por incapacidade de se concentrar e dosear esforço em jogo resultando em perda
de entrosamento. - Alguma fadiga táctica do Markovic: o sérvio ainda desconcentra-se imenso com demasiadas jogadas individuais.
- Muita fadiga física de jogadores mais utilizados como o Lima: a meio da 2ª parte, deu o estoiro físico, o que é natural dado o elevado número de jogos (cargas de alta intensidade) em curto espaço de tempo.
- Necessidade de melhoramento de dinâmicas em vários sectores da equipa, nomeadamente nas dinâmicas entre-sectoriais: por exemplo, o entrosamento entre o médio "8" (o Enzo) e os alas e os avançados não foi melhor, nem tão pouco com o médio "6". Terá sido mais um caso de fadiga táctica?
- Manutenção de distâncias entre jogadores durante o encontro: não foi conseguida.
Não tendo 3/4 das habituais soluções para a dupla de meio-campo (apenas ficou na luz o Enzo) tenha aproveitado a 4ª feira (porque 2ª e 3ª foram folga), para trabalhar a ligação entre o meio-campo ofensivo (Enzo, Gaitán e Salvio) e o ataque (Lima, Rodrigo e Cardozo). Mas, também as combinações entre os laterais e os extremos e o trabalho contínuo com a defesa. Aliás, sector que tem estado em destaque e tem merecido elogios de todos os quadrantes. Com a recente lesão do Garay, a recuperação de Jardel, espero que o Jesus tenha utilizado este tempo para trabalhar a opção Steven Vitória. Seria muito bom que acontecesse isso, até porque o ex-Estoril, é um jogador que poderá dar muita informação sobre o adversário.
Por curiosidade, deixo-vos aqui duas propostas de planeamento semanal do José Mourinho em 1999, ou seja, de há 15 anos atrás (pelo que salvaguarda-se as respectivas evoluções nesta área). Isto dá-nos uma ideia mais concreta da diferença que é treinar com dois e três jogos por semana, respectivamente:
Muito bom, mais destes se possível
ResponderEliminarObrigado pelo apoio josé! Eu até pensei que o texto ficou demasiado extenso. Fi-lo para tentar enquadrar um pouco no contexto das críticas que tenho vindo a ouvir.
EliminarPor outro lado, também não quis entrar num campo demasiado técnico dessa metodologia de treino, deixando apenas uma visão mais mudana para que as pessoas possam perceber a dificuldade que é ser hoje em dia um treinador de topo, em particular num clube grande português.
Tudo isto não impossibilita que também sejamos críticos quanto ao trabalho do Jorge Jesus...
;)
Bacano...
ResponderEliminarClap clap clap
ResponderEliminarDe facto é tão fácil esquecer isto e criticar…. Sejamos honestos, o jogo do benfica em Belém foi um risco calculado.
Inicio forte, golo marcado e gestão eficaz. O Belenenses fez 1 remate à baliza… Podia ter corrido mal caso o golo tivesse sido validado, sem duvida. Mas se ganharmos agora 3 ou 4-0 como estaremos daqui a um mês? O ano passado estávamos a 1000% nesta fase, depois houve um estoiro.
Neste momento tenho o coração ao largo. No final faço contas. E no final avalio o JJ. Quem me dissesse que estariamos assim nesta altura, eu dizia que era louco. Por isso, resta esperar.
E ganhar :)
Verdade, João FN! Foi exactamente isso: um risco calculado!
EliminarMas, cá para nós, poderíamos ter feito mais qualquer coisa... ;)
Aliás, estou convicto que esta visão de exigência é também partilhada pelo Jesus, atendendo aos seus comentários no final do jogo e durante a semana. Para mim isso é muito positivo ouvir. É sinal que ele está atento ao que se passa com a equipa.
Relativamente a renovações ou não, mantenho a minha opinião do início da época: o Jesus e o Vieira só têm é que provar que merecem ficar se apresentarem resultados, ou seja, títulos! Não há mais abébias!
;)
É o que me assusta , esta falta de tempo para recuperar e preparar o próximo jogo . Nesse aspecto o Sporting está bem mais à vontade . Apesar disso acredito no campeonato - este plantel tem muitas soluções e muitos jogadores ao mesmo nível . Parabéns pelo excelente texto !
ResponderEliminarJV,
EliminarTempo a mais também pode ser contraprudecente... há treinadores que exageram e depois os níveis de concentração e motivação da equipa caem a pique... Nem 8, nem 80... ;)
Ser um treinador de topo é isto mesmo, é saber dosear bem as coisas, saber que tipo de treinos deve realizar para determinado grupo de trabalho,...
Relativamente ao Sporting, levamos vantagem em vários capítulos:
1 - qualidade do nosso plantel é mesmo assim superior ao do Sporting.
2 - o nosso plantel é mais experiente que o do Sporting.
3 - o nosso treinador já tem um capital de experiência acumulada de treinar nestas condições muito grande.
4 - o facto de termos perdido da forma como perdemos o título na época passada está bem presente nos nossos jogadores, que sendo super competitivos não deixaram as coisas de ânimo leve.
5 - a nossa vantagem pontual frente ao Sporting faz com que estejamos a apenas 8 jogos do final da temporada e não a 9 como oiço dizerem, enquanto que o pensamento no Sporting é "já faltam 8 jogos para recuperar" e nem sequer dependem deles próprios!!!
Obrigado pelo elogio! ;)
P.S.: Será este o melhor plantel que o Jesus teve à sua disposição?
Parabéns! Não é todos os dias que se vê analises desta qualidade na blogosfera.
ResponderEliminarContinue o bom trabalho feito até agora!
Isto hoje tem sido só elogios aqui para o blogue... Obrigado! ;)
EliminarEstou curioso como será a programação dos treinos na próxima semana com a ida a Londres na 5ª e depois a ida ao Funchal no Diomingo... alguma ideia Gonçalves Pedro?
Eu diria:
ResponderEliminarSegunda: recuperação para os jogadores que jogarem contra o Estoril.
Os outros: exercicios fisicos etc.
Depois: treino da equipa toda: exercicios de coordenação, trabalhar a técnica ( passes, cabeceamentos, finalização) Jogos em campos reduzidos ( exemplo: 10m x 10m)
1 treino de manhã
Terça: Preparação da Tatica usada contra o Tottenham: Exercicios para aproveitar os pontos fracos desta equipa: ( ver blog do Lateral Esquerdo )
Divisão dos setores: os defesas trabalham com o guarda redes, os médios entre eles e o ataque entre eles. ( treino de tarde)
O treino da manhã seria: técnica e consolidar o que o JJ quer da equipa em todos os jogos
Quarta: Um só treino: Trabalho entre os sectores para finalizar a tatica frente ao Tottenham. ( treino ligeiro)
Viagem à tarde
Quinta: Adaptação ao relvado: trabalhar a técnica e as bolas paradas e os aspectos menos conseguidos durante os treinos de terça e quarta.
( treino de manhã)
Sexta: treino de tarde:
Recuperação, coordenação, trabalhar os pontos fracos do Nacional
Sabado: dois treinos:
Trabalhar a técnica (treino na parte da tarde) e o sistema de jogo a utilizar contra o Nacional ( treino de manhã)
Domingo: como na quinta feira
E claro, só vitórias nestes 3 jogos! ;)
E a vossa ideia?
Tenho algumas dúvidas, daí que tenha perguntado...
Eliminar2ª feira, acho que ele vai dar pelo menos meio-dia de folga a quem tenha jogado, mas não sei se ele dá o dia todo de folga dado ao número de jogos já feito nestas últimas semanas... Se houver treino será recuperação activa.
Penso que na 4ª ele fará a viagem de manhã e à tarde fará o treino de adaptação ao estádio, 5ª feira é o jogo, regressando depois a Lisboa à noite.
6ª deverá dar meio-dia de folga e fazem um treino à tarde, como referiste.
Sábado, fico na dúvida se fará dois treinos ou apenas um... penso que viajarão no final da tarde.
No domingo, é dia de jogo, mas a verdade é que o Jesus gosta de fazer um treinozinho ligeiro matinal no dia do encontro... vamos ver.
Vitória sempre! Mas, em Londres um empate com golos já seria muito positivo...
Por falar nos Spurs, eles hoje jogaram cerca de 30 minutos com 10 jogadores em ritmo de EPL... vamos lá ver que consequências físicas vão ter... apesar de irem ter mais um dia de descanso para prepararem-se frente ao Benfica.
Penso que depois deste resultado (não vi o jogo), amanhã deverá haver folga da parte de manhã e se calhar o dia todo.
ResponderEliminarO problema maior nestes dois próximos jogos são as viagens: temos duas et 4 dias o que complica os treinos mas penso que um treino a menos do que era previsto não vai causar problemas porque a motivação deve estar no maxímo depois destes resultados.
Penso que os spurs vão estar tão prontos como o Benfica. O problema é que eles têm que ganhar ao Benfica para ganhar moral mas nós somos o Benfica por isso vamos a eles.
Espero que jogadores menos utilizados como Ruben Amorim, Cavaleiro, Cardozo joguem de inicio para ficarem moralizados e deixar descansar outros jogadores como Lima, Enzo, Gaitán.