... é o termo francês dado a todo tipo de opinião exacerbada, tendenciosa ou agressiva em favor de um país, grupo ou ideia.
Os franceses desde sempre nos habituaram com esta forma de estar na vida. Nada de novo até aqui, mas depois de uma semana onde questionaram a idade de Renato Sanches, camuflando uma crítica xenófoba para com o jovem português, mas também com Portugal, como se aqui fosse possível ir registar uma criança com certa idade como se tivesse menos idade. Depois, tendo em conta a actualidade internacional, onde a crise dos refugiados, o terrorismo, o brexit xenófobo e o racismo nos Estados Unidos da América, penso que é importante escrever sobre isto. Basta! O futebol é talvez o mais belo exemplo de que as pessoas são cidadãos do mundo. Podem ser diferentes, mas são todos iguais. É com enorme orgulho que vejo a nossa selecção ser o reflexo mais perfeito disso. Até fomos adoptado por um imigrante como o Pepe, vejam só! Por isso tudo, quando leio e oiço declarações tão exageradas, rudes e tendenciosas, como a do ex-internacional (por apenas 13 vezes) da selecção francesa, o Jérôme Rothen, agora comentador de um canal de televisão, não posso ficar parado.
«Portugal aborreceu-me [risos no estúdio]. A primeira parte foi catastrófica, os portugueses estiveram melhor, porque têm a experiência acumulada de gerações anteriores, mas quando olho com atenção, vejo o meio-campo com Danilo - que substituiu William Carvalho... estamos a falar de dois titulares na equipa Portugal, que vai à final do Euro! – e penso, 'aquele ali não consegue fazer um passe transversal a 30/40 metros'. E joga no meio-campo!
Depois há o João Mário, o André Gomes, o Adrien Silva e o Renato Sanches. Ora, vamos proteger Renato Sanches, pois tem 18 anos - e se o Bayern Munique gastou 35 milhões de euros nele é porque deteta qualidades que ele hoje ainda não possui. Neste jogo esteve como nos outros: tem a força da juventude, pega na bola, muda de velocidade, vai em frente… mas não tem nenhuma visão de jogo, lucidez ou precisão técnica. E, imaginem vocês, o jogo de Portugal assenta nele!
Justifico a pobreza do jogo de Portugal com o que se passa a meio-campo. Depois, é certo que na frente há Ronaldo e, noutro plano, Nani, dois jogadores execionais no plano individual, que podem fazer a diferença em qualquer altura. Não é por acaso que Ronaldo marca um golo e está na jogada do outro, apontado por Nani. A jogar assim, como frente a Gales, não têm qualquer hipótese frente a França.»
por Jérôme Rothen
Perante estas críticas e outras ainda piores, a melhor forma é esta que o Fernando Santos demonstrou na conferência de imprensa, com ironia e humor: «O que eu quero é que continuem a dizer o que têm vindo a dizer. E, que Portugal ganhou sem merecer. Isso é que eu gostava... Portugal ganhou sem merecer! Espectáculo! E eu ia todo contente para casa.» De qualquer maneira, isto não deixou de Fernando Santos explicar um dos motivos para o jogo do nosso meio-campo não ser o melhor, pois se formos a ver bem, o meio-campo que ele vinha a desenvolver trabalho à ano e meio foi totalmente remodelado. Basta recordarmos da ausência nesta fase final do Europeu de jogadores como Tiago, Danny e Bernardo Silva, para não falar na quebra de forma de João Moutinho e da lesão de Fábio Coentrão. Quanto a Danilo Pereira, Renato Sanches, e restantes jogadores, sobretudo do meio-campo, espero que amanhã demonstrem sem receios o quão errados estão estes críticos chauvinistas franceses. Conhecendo a personalidade do Bulo como a conheço não duvidaria que viria um jogão do "puto". Que amanhã possam demonstrar quem são os melhores dentro de campo.
P.S.: Vejam a diferença do discurso que o seleccionador nacional teve ainda antes de sabermos qual seria o nosso adversário e comparem com estes ataques da imprensa gaulesa. Por aqui também se vê quem realmente tem a atitude certa de campeão.
Este é o discurso que um verdadeiro campeão deve ter sempre. |
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