10 julho 2016

A final


Que seja agora!

O campeão

Deus quer, o jogador sonha, o golo nasce.
Deus quis que a relva fosse toda lisa,
Que o estádio unisse, já não separasse.
Sagrou-te, e foste desvendando a baliza.

E a bola branca foi de pé em pé dominante,
Sorriu, rebolando, até ao fim do mundo,
E viu-se a claque inteira, de rompante,
Surgir, uníssona, do azul profundo.

Quem te sagrou criou-te português.
Do relvado e nós em ti nos deu sinal.
Cumpriu-se o Destino, e o Fado se desfez.
Senhor, hoje cumpriu-se Portugal!

pelo Fernando que há nesta Pessoa

A motivação




O adversário
Onze titular gaulês para a final do Euro 2016.
A grande dúvida da França será entre a entrada no onze titular do médio-defensivo Kanté, ou do médio-ala direito Sissoko. Pessoalmente, Deschamps deverá manter o mesmo onze que venceu a Alemanha na terça-feira passada, ou seja, deverá apostar no Sissoko, mantendo uma espécie de 4-2-3-1. Embora em teoria tem equipa para jogar um futebol muito mais apoiado - até porque tem um finalizador nato como o Giroud lá na frente - na prática, a selecção gaulesa dá-se melhor no jogo de transições, isto porque Pobga ainda é muito imaturo com a bola nos pés, não possuindo uma boa tomada de decisão, e de Payet, o melhor jogador francês nesse capítulo, estar desviado num flanco para fugir às zonas de acção dos médios defensivos adversários. A solução encontrada pelo seleccionador francês foi retirar o Antoinne Griezmann de uma das faixas (ele que é um avançado interior) e colocá-lo atrás de Giroud, procurando que este e Payet cruzassem movimentos e com isso confundissem marcações e criassem jogadas de perigo para o adversário. Com espaço e com uma malha defensiva ineficiente, é na certa a combinação destes jogadores, que terão sempre o Giroud como primeiro apoio e referência final das jogadas. Muito trabalho para o adversário no seu sector defensivo da meia direita do centro do terreno (meia-esquerda do ataque francês). Do lado direito do ataque, Sissoko será um jogador muito mais vertical, que poderá contar não só com a tabela e o segundo poste com Giroud, mas também a entrada de Pogba na área adversária, a entrada de Payet à entrada da área e Griezmann a fugir ao primeiro poste.

Com tantas combinações até parece não termos hipóteses. O problema é que lá atrás sobra apenas Matuidi. Depois os laterais trintões franceses, embora muito certinhos a defender quando a estratégia é essa, a atacar revelam muitas deficiências técnicas, sobretudo o Sagna. E, não esquecer que os centrais franceses têm tendência de ir à queima... Por outro lado, Payet, Pogba, Giroud e até mesmo Sissoko, são jogadores de bola no pé e não tanto no espaço. Ou seja, toda a dinâmica de ataque francês está dependente das desmarcações de Griezmann do centro para os meios-espaços. Mas, com uma boa estratégia defensiva, todas estas mecanizações emperram.


A estratégia
Onze titular das quinas para a final do Euro 2016.
É verdade que Fernando Santos teve de reconstruir todo um meio-campo para este Europeu. Também é verdade, que há muita gente jovem que não tem qualquer experiência neste tipo de competições. Como tal, até é com certa naturalidade que o nosso meio-campo é mais reactivo do que activo com bola nos pés. Penso que toda a gente, eu, tu, o Fernando e todos os jogadores, gostasse de estar a jogar com nota artística elevada. Mas, não é possível. Assim, como agora também não é possível apostar no Rafa no onze titular, mesmo que essa fosse a escolha mais certa para o melhor futebol. Agora, é tempo de apostar no modelo e estilo de jogo que nos levou até onde estamos. E, que aliás, até poderá ser o melhor para esta importante final que vamos disputar no final da tarde. Ou seja, vamos apostar num modelo de jogo assente na transição rápida ofensiva e num bloco defensivo médio-baixo que nos permita controlar o espaço entre a nossa linha defensiva e o nosso guarda-redes, mas que também permita atrair o adversário para podermos ter espaço nas costas da defesa do adversário para lançar perigosos contra-ataques. Por isso, mesmo a minha aposta seria uma espécie de 4-3-1-2, uma variante do 4-1-2-1-2, que em fase ofensiva pudesse transformar-se num 4-1-3-2. E, numa fase mais defensiva, de grande pressão gaulesa, pudesse transformar-se não só num 4-4-2 mais linear, como até num 4-5-1. Neste caso, Ronaldo à vez com o Nani desciam para a posição de extremo esquerdo e direito, respectivamente, ficando o outro como referência ofensiva para o lançamento do contra-ataque.

Mas atenção! Não defendo uma estratégia de bola na corrida do Ronaldo ou no Nani. Nada disso. O facto de libertar o Renato Sanches para poder transportar a bola nas saídas para o contra-ataque, mantendo na maioria das vezes o João Mário e o Adrien Silva em apoio ao Danilo Pereira, permite que caso o Bulo perca a bola tenha sempre pelo menos 6 homens atrás da linha da bola, evitando assim que Griezmann e seus pares consigam ter muito espaço. Para além disso, o Renato no corredor central, poderá aproveitar o espaço deixado nesse corredor pelas subidas de Pogba e da tendência de Matuidi ir para a esquerda na fase de construção de jogo para dar linha de passe a Payet. Se Portugal for inteligente na forma como direcciona a construção de jogo francês, poderá conduzi-los a autênticas ratoeiras onde os franceses perderão a bola em sectores proibitivos. Aqui será muito importante a entreajuda de todos da equipa nacional, mas também muita concentração e foco. Depois com a bola nos pés, poderemos ter três tipos de comportamentos: o transporte de bola, o passe longo para a desmarcação ou o apoio inicial de um companheiro para fazer tabela. Estas opções devem ser geridas consoante o nível energético e posicional da equipa. Por exemplo, se o Ronaldo ou o Nani estiverem bem desmarcados e livres para um passe longo, força. Mas, se estiverem um pouco esgotados, talvez o apoio seja a melhor solução. O transporte é essencial para rasgar linhas, mas também atrair atenções. Aqui será fundamental, ter um colega que lhe dê constantemente uma opção de passe e outro que arraste marcações. Por tudo isso, espero que o Renato, o Nani e o Ronaldo (e também o André Gomes, o Quaresma e o Rafa caso entrem) tenham treinado bem estes movimentos. Última nota para caso os franceses não consigam penetrar na nossa malha defensiva, irão tentar o jogo directo para a cabeça de Giroud que irá fugir para a zona do Pepe (fugindo à marcação de José Fonte), onde terá o apoio próximo de Payet e Griezmann que estarão à espreita das segundas bolas ou da combinação com o gigante goleador francês. Esta previsibilidade poderá ser uma arma para explorarmos, pois em caso de recuperação os flancos franceses, com os laterais mais abertos e avançados estarão desprotegidos.


O prémio

É muito importante nunca perder o foco no prémio. Não é apenas o valor da taça que
interessa, mas sim o que ela simboliza, não só a nível desportivo, como também social para
a nossa pequena, mas ao mesmo tempo, gigante valente e imortal nação.


A mensagem

«E os Deuses do Futebol
que estejam com a nossa Selecção.

Vamos embora, rapaziada!»

por Jorge Perestrelo


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