21 novembro 2013

Quem vai?


Ronaldo é indiscutível... Mas, e os restantes 22 que vão ao mundial do Brasil no verão de 2014? É sobre isso que pretendo analisar nas próximas linhas...


A espinha dorsal da selecção
Os quatro jogadores de classe mundial que temos actualmente na selecção nacional.
Da direita para a esquerda: Pepe, João Moutinho, Cristiano Ronaldo e Fábio Coentrão.
Se Cristiano Ronaldo (10J e 8G) é a estrela máxima da companhia lusa, também é bem verdade que é devidamente acompanhado por pelo menos 3 jogadores. São eles o médio João Moutinho (12J e 0G) - titularista absoluto, 1080 minutos, desta campanha de qualificação para o mundial de 2014, o lateral esquerdo Fábio Coentrão (10J e 1G) e o defesa central luso-brasileiro Pepe (10J e 0G). Estes três são os nossos actuais jogadores de classe mundial. Ronaldo é um jogador de outro mundo. Ao todo, os 4 formam a espinha dorsal da selecção nacional e deverá ser em redor deles que a nossa equipa para o mundial de 2014 deve começar a ser construída.


O núcleo duro de Paulo Bento
Os sete jogadores que compõem o núcleo duro titular da selecção de Paulo Bento.
Da esquerda para a direita: Nani, Raul Meireles, Bruno Alves,
Rui Patrício, Miguel Veloso, Hélder Postiga e João Pereira.

Juntando o outro titular absoluto  nesta fase de qualificação - 1080 minutos de jogo, o guarda-redes Rui Patrício (12J e 0G), aos quatro mencionados, ficamos com um quinteto disponível para jogar futsal. De facto, o guarda-redes do Sporting, embora não seja um jogador de classe mundial (ainda dá muitos erros mas, poderá vir a ser?), tem merecido a confiança absoluta do seleccionador nacional. Da mesma forma, também se encontram: o titularíssimo - não absoluto - médio defensivo Miguel Veloso (12J e 0G) e o avançado centro Hélder Postiga (10J e 6G), que foi o nosso melhor marcador na fase de grupos desta qualificação para o mundial de 2014. Com estes dois, Paulo Bento tem equipa para futebol de 7. Para completar "tranquilamente" o seu 11 vencedor, o seleccionador juntou ainda: o defesa central Bruno Alves (10J e 4G), o lateral direito João Pereira (10J e 0G), o médio Raul Meireles (8J e 0G) e o extremo talentoso, mas algo irregular, Nani (10J e 1G). Já agora, um pequeno parentesis, pois se atrás mencionava que Rui Patrício poderia vir a atingir outro nível qualitativo por Portugal, o mesmo se pode aplicar ao luso-cabo-verdiano Nani e até a certo nível ao Miguel Veloso.

As soluções de banco que Paulo Bento tem apostado são para a defesa: os centrais Ricardo Costa (3J e 1G) e Luís Neto (2J e 0G), o lateral esquerdo Antunes (3J e 0G) e os laterais direitos Miguel Lopes (2J e 0G) e André Almeida (2J e 0G). No meio-campo, Rúben Micael (4J e 0G) e Rúben Amorim (4J e 0G) parecem ter a preferência do técnico nacional, assim como Custódio (3J e 0G) e Josué (3J e 0G). Já no ataque, as opções mais utilizadas são Silvestre Varela (7J e 2G) e Hugo Almeida (6J e 1G), com Éder (4J e 0G) e Vieirinha (4J e 0G) a pertencerem ao núcleo do seleccionador. Na baliza, embora sem qualquer jogo efectuado, é o Eduardo (0J e 0G) e o Beto (0J e 0G) que mais convocatórias têm merecido, podendo afirmar que também estes dois pertencem ao núcleo duro da equipa.
Outros jogadores núcleares nesta era de Paulo Bento. Da esquerda para a direita:
Vieirinha, Rúben Amorim, Éder, Ricardo Costa, Hugo Almeida, Varela e Rúben Micael
Existe ainda um terceiro grupo de jogadores com os quais o seleccionador parece querer contar, mas que por motivos de lesão ou de pouca utilização nos seus clubes, têm tido poucas oportunidades na selecção. Escrevo de Sílvio (0J e 0G), Nélson (0J e 0G), Rolando (0J e 0G), Carlos Martins (1J e 0G) e Danny (1J e 0G). Este último até motivou um tentativa de "faits divers" por parte da comunicação social, como se fosse mais uma espécie de caso Ricardo Carvalho. Algo que já foi desmentido ontem pelo próprio Paulo Bento.


A renovação da selecção
Paulo Bento já começou a renovar a selecção nacional, mas muito pode ser feito durante
esta temporada.
Da esquerda para a direita: André Almeida, Bernardo Silva,
William Carvalho, Mika, Josué, Nélson Oliveira e Antunes.
O seleccionador nacional também tem aproveitado esta fase de qualificação para ir renovando a equipa. Ainda frente à Suécia estreou um novo jogador (de grande futuro, diga-se), o médio defensivo William Carvalho (1J e 0G). Noutros jogos, já tinha feito o mesmo com defesa central Sereno (1J e 0G) e com o avançado Nélson Oliveira (2J e 0G).

Para além dessas estreias, Paulo Bento tem procurado envolver mais jogadores nas convocatórias. São bons exemplos destes o guarda-redes luso-francês Anthony Lopes (0J e 0G) - que se encontra lesionado, neste momento, o defesa central Nuno André Coelho (0J e 0G), os médios Paulo Machado (0J e 0G), Adrien Silva (0J e 0G) e André Martins (0J e 0G), e os avançados Pizzi (0J e 0G), Licá (0J e 0G) e o jovem Bruma (0J e 0G).

Contudo, há muita matéria-prima por estes estádios portugueses e estrangeiros, que deverão merecer a atenção não só da nossa selecção A, como também dos restantes escalões. Para a baliza, há dois jovens de grande valor: o José Sá, titularíssimo da selecção de sub21, e o Mika, considerado o melhor guarda-redes no mundial de sub20 na Colômbia em 2011. É importante, as equipas técnicas da selecção entrarem em contacto com estes valores para eles não se perderem e terem até algum apoio orientador de carreiras. Acho que é do interesse não só dos jogadores, como da nação. Escrevo sobretudo, destes jogadores jovens. Na defesa, para a posição de central há um Miguel Vítor a dar cartas na Grécia e um Paulo Oliveira na 1ª liga nacional. O central Tiago Ilori merece atenção das nossas selecções, com o intuito de não se perder em Inglaterra ao serviço do Liverpool. Já o Steven Vitória, seria excelente se ele voltasse a jogar como fez na época passada, onde foi talvez o melhor central português a jogar em Portugal. Para a lateral direita, para além dos mencionados, há um jovem de grande valor chamado João Cancelo, que merece alguma atenção. Depois há um Bruno Pereirinha na Lázio em Itália que deve ser acompanhado. Já na lateral esquerda, Rúben Ferreira, Luís Martins e Raphäel Guerreiro parecem ser nomes a estarem sob o holofote. No meio-campo,  para além dos já mencionados, a equipa de sub21 parece ter imensos talentos que devem ser acompanhados. Escrevo sobretudo do André Gomes, do Luís Gustavo e do Tiago Silva. Não esquecer do Marco Lopes que actua nas equipas jovens do Manchester City. Para o ataque, muita atenção a dois miúdos dos sub21: Bernardo Silva e Ivan Cavaleiro. Depois, é importante não esquecer do Miguel Rosa e Hugo Vieira, pelas suas versatilidade e intensidade.


Os não convocados que poderiam ser
Este quinteto não tem sido convocado por diversas razões. Mas, são tudo jogadores de
qualidade que poderiam ainda dar o seu contributo à selecção nacional.
Da esquerda para
a direita
: Ricardo Quaresma, Manuel Fernandes, Ricardo Carvalho, Hugo Viana e Eliseu.
Será que Ricardo Carvalho merecia nova hipótese nesta selecção?
Nesta secção não vou falar de casos como o do Ricardo Quaresma, que tendo talento "às paletes", por motivos de "falta de cabeça" ou outros externos, não merece estar na selecção. Aliás, neste momento, nem a jogar está! Vou sim falar de jogadores como o Hugo Viana, que teve de fugir para o médio-oriente com o intuito de ser mais bem valorizado pelos seus pares. Hoje em dia nota-se bem o quanto este médio canhoto fazia valer o Sporting de Braga...

Se o minhoto é um dos jogadores que não entendo porquê nunca teve uma oportunidade real na selecção, outro é o Manuel Fernandes. O ex-Benfiquista é agora um dos rostos maiores do campeonato turco, o mesmo que Raul Meireles e Hugo Almeida também actuam. Aliás, Manuel Fernandes e Hugo Almeida acabam por ter uma certa cumplicidade nas dinâmicas dos seus Besiktas. Algo que poderia e deveria ser aproveitado pelo nosso seleccionador nacional. Manuel Fernandes é um dos poucos jogadores que consegue dominar por completo todas as posições do meio-campo. Tem um bom porte físico, assim como um recorte técnico assinalável, para não falar da sua visão de jogo e poder de decisão. Ele é actualmente o nosso quinto jogador de classe mundial. É outro que merecia uma oportunidade, até porque já tem experiência suficiente de vários campeonatos bem competitivos (Espanha e Inglaterra).

Por falar em Espanha e Inglaterra, nestes países existem três "tugas" que não entendo porque não são também convocados. Em Málaga, Eliseu era um dos imprescindíveis de Pellegrini e continua a ser com o novo treinador. Já nem vou falar do Flávio Ferreira (central e médio defensivo do Málaga) ou do veterano Duda, mas Eliseu jogando regularmente com o Antunes, acaba por possuirem trabalho de clube que deveria ser aproveitado na selecção nacional. Por outro lado, qual é o extremo canhoto que temos actualmente na selecção nacional? Ah! E o Eliseu faz "n" posições em campo e é de uma regularidade brutal que penso ser muito útil à nossa selecção. Por falar em extremos canhotos, ter atenção ao desempenho do Hélder Barbosa no Alméria. Em terras de sua majestade, há um português que brilha na melhor defesa da Premier League: José Fonte (tem um irmão também jeitoso, mas que está a recuperar de uma grave lesão, o Rui Fonte). José Fonte é outro que ainda não percebi porque é que não mereceu sequer uma convocatória, visto que Paulo Bento até convocou o Sereno que pouco tem dado nas vistas...

Depois, há campeonatos, nos quais há portugueses a realizarem boas exibições e que mereciam mais hipóteses. Falo dos campeonatos romeno e grego. Já mencionei o Miguel Vítor na Grécia, mas na Roménia, o guarda-redes Miguel Felgueiras e o avançado Rui Pedro têm tido boas exibições e merecem pelo menos estarem a ser acompanhados.

É óbvio que nem todos os que referi em cima seriam titulares na selecção nacional. Muito provavelmente e neste momento, arriscaria numa titularidade do Manuel Fernandes em deterimento do Raul Meireles. Mas, jogadores com a qualidade técnica e experiência de Hugo Viana, Eliseu e José Fonte, não há muitos em Portugal. Mais, são jogadores que permitem outro tipo de soluções que os habituais convocados não o permitem. Como tal, acho que com eles o futebol da equipa se tornaria mais coeso, equilibrado e fluido.


Os meus 23 seleccionados
É verdade que ainda faltam 7 meses para a competição e que muita coisa poderá acontecer, nomeadamente lesões e quebras de forma de vários jogadores. Mas, olhando desde já para o leque de jogadores que temos à disposição, tendo em atenção não só o núcleo duro do seleccionador, como também a renovação da equipa, as alterações necessárias para corrigir algumas posições carenciadas e o modelo de jogo que defendo para a equipa nacional, estes seriam os meus 23:
  • Guarda-redes: Rui Patrício, Eduardo e Beto ou Anthony Lopes. Gostava de incluir um guarda-redes jovem, como o Mika ou o José Sá, mas tendo em conta que há tantos guarda-redes a competir ao mais alto nível, penso que manteria as ideias do Paulo Bento quanto à posição. Nota: se o Mika jogar num clube de 1ª liga e fizer boas exibições, penso que pensaria mais uma vez quem iria na 3ª vaga para esta posição.
  • Lateral direito: João Pereira e André Almeida. Ainda considerei o Silvio, mas atendendo ao historial clínico deste, tenho algumas dúvidas em levá-lo. Depois havia o Nélson, mas descresceu imenso de nível nas últimas temporadas. Cédric é também uma boa opção, mas claramente inferior ao André Almeida. O mesmo acontece com o Miguel Lopes agora no Lyon. Quanto ao Pereirinha, tem de ganhar a posição no seu clube, depois logo poderíamos falar. De qualquer das maneiras, a haver um intocável nesta posição é o João Pereira. André Almeida por vezes ainda revela algumas deficiências, mas dentro do leque de escolhas, ainda acho que é o melhor.

  • Defesa central de posição: Miguel Veloso e Bruno Alves. Aqui começa a diferença da linha de pensamento que tenho para a selecção nacional. A meu ver, o central mais posicional da selecção nacional deveria ser o Miguel Veloso, para dar outra qualidade nas saídas de bola nos jogos onde Portugal é claramente a equipa mais dominadora. Há outras equipas que estão a adoptar essa mesma filosofia: o Barcelona com o Mascherano, o Chile com o Medel, a Itália com o De Rossi, o Manchester United com o Jones, o Athletic Bilbao com o Javi Martinez (há uns anos atrás),... De facto, isto até poderia possibilitar esconder uma das dificuldades que o Veloso tem e que é a intensidade com que joga. Na defesa teria mais tempo para pensar. Explicada esta opção, segue-se a explicação do substituo dessa opção: Bruno Alves. Este é actualmente o defesa central habituado a jogar naquele lado esquerdo da defesa e mesmo não gostando das suas exibições defensivas (está uma sombra do que foi em termos físicos, i.e., está muito lento, sem capacidade de reacção,...), tem conseguido compensar com alguns golos importantes (4 golos em 10 jogos para um central não é nada mal!). Mas, para mim o Bruno Alves ainda não está seguro nessa posição. É ver como Ricardo Costa e José Fonte, dois centrais habituados a jogar sobre a meia-esquerda da defesa, desenvolvem ao longo desta temporada. Há ainda um outro que gostaria de ver nessa posição: o Steven Vitória. Este pode alinhar quer à direita como à esquerda do centro da defesa e com os seus 1,95m de altura, técnica e capacidade de finalização, penso que não perderíamos nada, muito pelo contrário. Nota: Steven Vitória será uma verdadeira opção se o Jorge Jesus começar a dar-lhe as devidas oportunidades, pois sem jogar torna-se difícil!

  • Defesa central de antecipação: Pepe e Luís Neto. Estes dois jogadores são os centrais que actuam preferencialmente sobre a meia-direita do centro da defesa. São óptimos na antecipação e têm técnica suficiente para sair a jogar. Para essa posição há também o Rolando que pouco ou nada tem jogado no Inter daí nem se equacionar neste momento a sua inclusão ao mundial. Por outro lado, Miguel Vítor começa a estar em grande plano na Grécia e deve ser tido em conta, apesar de ter quase a certeza que Paulo Bento preferia apostar no polivalente Ricardo Costa, caso um dos eleitos se lesionasse. Nessa situação de lesão também equacionaria José Fonte, para além destes dois últimos.

  • Lateral esquerdo: Fábio Coentrão e Antunes. Nesta posição, penso estarmos conversados. Em caso de haver uma lesão equacionaria as seguintes opções: Sílvio, pela polivalência; Rúben Ferreira, Luís Martins e Raphäel Guerreiro como soluções ofensivas.

  • Médio centro/interior defensivo: William Carvalho e Hugo Viana. Aqui também há uma diferença na linha de pensamento do seleccionador nacional. Se a convocatória de William Carvalho é talvez consensual tal o nível exibicional do "homem-sombra" de Alvalade, já a de Hugo Viana segue uma ideia de jogo que pretendo ser de posse. Vejo o minhoto como um jogador a ter a mesma utilidade que o Pirlo tem para a selecção italiana, jogando naquela posição recuada. De facto, haverá muito pouco jogadores nacionais com a capacidade de passe longo, visão de jogo e tomada de decisão que o Viana tem. Em caso de lesão, não iria chamar o Custódio. Talvez apostasse no Raul Meireles ou num dos miúdos do sub21, como por exemplo o André Gomes e Luís Gustavo. Nota: caso seja necessário o Raul Meireles terá prevalência nesta posição, pela experiência que possui.

  • Médio centro/interior de transição: João Moutinho e Josué. O Moutinho não merece discussão. Já o Josué dos "pirretes", tem muito que se lhe diga. De qualquer das formas, ele tem estado a jogar no seu clube e até tem jogado bem na selecção nacional. Para segunda opção parece-me bem até porque é assim que também se prepara a renovação da selecção nacional. Em caso de lesão, apostar num André Gomes ou num Raul Meireles, pois também fazem a posição.

  • Médio centro/interior ofensivo: Manuel Fernandes e Bernardo Silva. Nesta posição Paulo Bento tem preferido alinhar com Raul Meireles e com Rúben Micael e Rúben Amorim. Os três são inferiores ao Manuel Fernandes, o qual considero o 5 jogador de classe mundial que Portugal tem. Rúben Amorim até tem estado em melhor forma que o Meireles e Micael, mas a recente lesão e o seu historial clínico, não é de confiar... uma pena, pois é um jogador inteligente e polivalente que poderia ser muito útil à selecção nacional. Depois, aposto no miúdo Bernardo Silva, porque considero que este poderá trazer alguma irreverência e criatividade ao nosso jogo, que tanto carece. Mais a mais, é um canhoto que poderá jogar também nas faixas e atrás do ponta-de-lança. Quem mais temos para jogar nessas condições? Talvez um Miguel Rosa... veremos como este termina a temporada.

  • Médio ala/extremo: Nani e Eliseu. O jogador do Manchester United é um daqueles talentos que têm o necessário para atingir a classe mundial. Contudo, tem de ser mais constante a nível exibicional, pois caso contrário será facilmente ultrapassado. E, candidatos há muitos: Varela, Bruma, Pizzi e Licá, embora prefiram jogar sobre o lado esquerdo; e Vieirinha como extremo direito mais clássico. Contudo, a concorrência até poderá ser de um canhoto como o Hélder Barbosa. Este também oferecerá concorrência à minha opção do Eliseu. Nota: Um concorrente de peso que não foi equacionado, mas que poderá vir a ser se tiver cabecinha e fizer um semestre de grande nível é o Ricardo Quaresma.
  • Extremo/avançado móvel: Cristiano Ronaldo e Danny. O CR7 é intocável, é a estrela da companhia, portanto tem lá sempre lugar. A opção de banco é que já é mais dicutível. Paulo Bento tem apostado muito em Varela, que acaba por estar habituado a jogar na esquerda e a marcar golos como fez ao longo desta fase de apuramento. Contudo, penso que o que o Varela faz, o Nani poderá fazer sem qualquer prejuízo. Aliás, muitas vezes o Nani já deu sinais que se sente mais à vontade naquela zona do terreno. Outras opções são Bruma, Pizzi e Licá. O Bruma é irreverente, mas penso que precisa de crescer muito ainda. Pizzi não está em grande forma e Licá acho que não está ao mesmo nível dos restantes. Há ainda outra opção a ser desenvolvida na Luz: Ivan Cavaleiro. Contudo, mesmo assim nenhuma delas convence-me mais que optar pelo Danny. Este possibilita não só ser um falso extremo como também um "10" se a equipa tiver necessidade. O único senão é saber se está em boas condições físicas. Nota: Há em Belém um jogador que talvez fosse o ideal caso o Danny não estivesse em condições. É ele o Miguel Rosa e seria a minha opção para substituir o Danny, pois faz todas as posições do meio-campo ofensivo para a frente e é um tipo que joga com muita intensidade e garra.

  • Avançado centro/ponta-de-lança: Hugo Almeida e Nélson Oliveira.Verdade que deixei de fora o Hélder Postiga. Verdade que deixei de fora o melhor marcador português no grupo de apuramento para o mundial de 2014 (sem contar com o "play off"). Contudo, é preciso perceber que o Postiga não tem intensidade para jogar com Ronaldo ao seu lado. Viu-se perfeitamente isso no jogo da 1ª mão do "play off" frente aos suecos. Foram "n" as vezes que o Ronaldo tentou combinar com o avançado do Valência nesse encontro e foram "n" as vezes que ele estava desatento, lento e mal posicionado para combinar com os colegas. Depois, temos de ver como surgem os golos de Postiga na selecção. Raramente provêm de uma jogada colectiva. Ou seja, uma das causas para a pouca fluidez de jogo da selecção nacional é o nosso ponta-de-lança titular. Olhando para o Hugo Almeida, parece ser estranho optar por alguém que falha tanto e tantas vezes de baliza aberta. Mas, a verdade é que o gigante do Besiktas é talvez o que melhor entende as movimentações do Ronaldo. E, tendo um jogador como o Ronaldo, é óbvio que o tipo tradicional de ponta-de-lança - que espera que a equipa trabalhe para ele finalizar - não é o mais indicado. Daí esta minha opção pelo Hugo Almeida e não pelo Postiga ou pelo Éder. Este, até poderia ser interessante, mas também tem dificuldades em combinar com os colegas e para o "chuveirinho" já lá está o Hugo Almeida. A minha segunda opção para esta posição é o Nélson Oliveira. Talvez poderia optar pelo Postiga para o seu lugar, mas acho que é importante dar oportunidades a este português que está em grande plano em França numa equipa de meio da tabela. Já agora, penso que o Nélson Oliveira acaba por ser melhor a jogar entre-linhas e a ter maior amplitude de movimentos do que o próprio Postiga, o que acaba por reforçar a minha opção.


Notas finais
Notar que estas minhas opções vão um pouco ao encontro das críticas que tenho feito relativamente ao futebol da selecção nacional, conforme já escrevi aqui. Notar também que ao contrário de ter duas opções idênticas para cada lugar, procurei ter duas opções diferentes para a mesma posição. Assim conseguirei cobrir o maior número de soluções possíveis para os mais diversos casos em campo.

Por exemplo, poderei com este conjunto de jogadores jogar em qualquer sistema táctico. Ao mesmo tempo terei jogadores que se sentem confortáveis a jogar com a bola no pé, gerindo o jogo em posse de bola, como também terei jogadores que se sentem confortáveis a jogar com bola no espaço, em transições rápidas. Em suma, penso que assim poderei ter uma equipa capaz de praticar um futebol total.

Oiço muita gente a criticar que temos a selecção mais fraca de há uns anos para cá. A meu ver, o problema não reside só nos jogadores ou no escassear dos talentos. A entrada das equipas Bs vieram trazer maior competitividade e competição para os nossos jovens, criando espaço para eles errarem e oportunidades para aproveitarem. Contudo, muito tem ainda de ser feito, sobretudo ao nível da mentalidade e ideias de certos treinadores. O treinador português tem de deixar de treinar pelo manual, evitando que alguns desses talentos que não "cabem" nos sistemas clássicos, percam-se nos relvados. É preciso saber trabalhar com o que se tem e saber identificar os limites e virtudes de cada atleta. Para dirigentes e empresários: apostar no jogador português poderá ser uma aposta ganha, não só a nível desportivo, como também financeiro, visto que a cotação do jogador português é alta.

Só com uma mudança de mentalidades conseguiremos ter uma selecção de futebol/futebol português pujante e vencedor.

6 comentários:

  1. A minha convocatória para o mundial 2014. Baseando-me na hipotética época desportiva que farão regularmente.

    GR
    – Rui Patrício
    - Eduardo
    - Beto

    DD
    - João Pereira
    - André Almeida

    DE
    - Fábio Coentrão
    - Sílvio

    DC
    - Bruno Alves
    - Pepe
    - Neto
    - Sereno/Steven Vitória (acredito que tire o lugar ao Luisão, e seja uma boa revelação)

    MDf
    - William Carvalho
    - Miguel Veloso

    MC (box-to-box, nº8, nº10)
    - Ruben Amorim
    - João Moutinho
    - Manuel Fernandes
    - Adrien Silva

    EXTR
    - Cristiano Ronaldo
    - Nani
    - Bruma

    AV
    - Nelson Oliveira
    - Postiga
    - Éder

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    1. Krueger,

      Não achas que a tua equipa estaria mais inclinada para o lado direito a atacar?

      Também gosto muito do Sílvio. Aliás, se não fosse o seu histórico clínico e quem iria era este no lugar do André Almeida, que ainda dá algumas "cavas", como se viu no último derby. Mas, levar o Sílvio e não levar o Antunes que tem cumprido na selecção e tem estado em bom plano no Málaga, não acho muito boa ideia. Aliás, olhando para quem está à frente no corredor, o Ronaldo, verás que faltará, na ausência de Coentrão, alguém que dê profundidade ao flanco. Por mais ambidestro que o Sílvio seja, não o vejo com estaleca para tirar cruzamentos ao segundo poste como um canhoto natural, por exemplo.

      Gostei da tua ideia de lembrares do nome do Steven Vitória. Também eu gostava que o Jesus desse-lhe oportunidades no Benfica. Acho que Portugal e Paulo Bento iriam ficar-lhe grato.

      Pelo resto do plantel, vejo que estás a pensar mais num 4-3-3 tradicional. Se calhar até pensas bem, pois focalizarás o teu treino apenas para uma táctica. Contudo, será que as alternativas aos possíveis habituais titulares poderão render tanto ou mais que estes é algo que tenho algumas dúvidas. Foi por esse motivo que tentei ir buscar outros jogadores que me permitissem outras soluções, mesmo dentro do 4-3-3.

      Quanto ao Éder, na selecção ainda não justificou mais do que o Hugo Almeida já justificou. Aliás, entre um e outro num lance de baliza aberta, venha o diabo e escolha. Nesse contexto, escolheria o Hugo Almeida, pela dinâmica que possui com Ronaldo.

      A propósito, já reparaste que tanto Postiga, como Nélson Oliveira, como Éder, num esquema desses terá sempre a tendência para ficar no centro do terreno e não fugir para o lado esquerdo? Como terá nestas circuntâncias Ronaldo e Bruma espaço para penetrar na grande área? É que esses são movimentos que estes dois jogadores (para não falar no Nani) gostam mais de fazer...

      Contudo, penso que com uma ou outra cara são estes os 23 que muito provavelmente o Paulo Bento levará ao Brasil.

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  2. Postiga podria entender-se com Maestro Silva,mas com aquele Cabeçudo Almeida não há hipotese!.. (Nasceu torto,coitado...)

    Mas isso não interesssa porque quem deve ser o PL titular desta Selecção é Furacão Oliveira!

    Ele e Bernardo farão uma "Dupla Maravilha",disso não tenho dúvidas... Portugal pode voltar a sonhar com esses dois Génios!

    PS:Atenção com o Silvio,tb tem uma palavra a dizer;para lateral esquerdo,como direito... (Antunes & Pereira que se cuidem)

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    1. O "Cabeçudo" Almeida é talvez de todos os nossos avançados aquele que melhor entende o Ronaldo, por uma questão natural/de tendência de movimentação. Sendo canhoto o Hugo Almeida tem sempre tendência para ir para o lado esquerdo, fazendo uma troca posicional com o Ronaldo que bem agradece, pois aparece na área a grande velocidade, sendo quase impossível defender esse tipo de movimentações com zonas ou com foras-de-jogo.

      Vamos lá ver como o Nélson "Ibra-ca-dá-bra" Oliveira se conseguirá adaptar na selecção, pelos motivos que referi acima. Penso que tem vários pontos positivos e que o Postiga por exemplo não tem: consegue ser mais intenso e disponível em termos físicos, consegue ser mais móvel e consegue ser fléxivel ao ponto de jogar na linha, um pouco como o Benzema faz muitas vezes no Real Madrid.

      Gostaria imenso de ver o Bernardo Silva a ter minutos no Benfica, para ver se cresce o suficiente para o Paulo Bento arriscar e levar o miúdo ao Brasil. É daqueles jogadores que a selecção precisa, pois tem uma criatividade brutal. Depois pode fazer várias posições lá na frente.

      Quanto ao teu "PS", concordo, mas não tanto para o Antunes, nem para o João Pereira, mas sim para o Almeida. O Antunes é importante, pois pelo tipo de extremos que temos, necessitamos de ter laterais esquerdos de raiz. Depois, o João Pereira, mal ou bem ainda é o nosso melhor lateral direito. Mesmo que o Sílvio se torne no melhor lateral direito português, penso que o João Pereira seria no mínimo o segundo melhor lateral direito.

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  3. Pois, a minha selecção é o Benfica, o meu seleccionador o JJ e não compreendo como nem aqui na blogosfera benfiquista consigo escapar ao histerismo lagártico com a selecção e o Rinaldo. bolas, olho para aquelas primeiras fotos e o que vejo? lagartos, morcões, brasileiros morcões....brutos alves, meio reles, montinho....

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    1. "Histerismo lagártico?!" Ó amigo Anónimo, e que tal lermos o artigo todo, não? Até falo de jogadores como o Mika, o Steven Vitória, o André Gomes, o Bernardo Silva, o Nélson Oliveira, o próprio Miguel Vítor, Miguel Rosa e até o Hugo Vieira,...!?

      Este artigo foi tentar ver o leque de jogadores que temos actualmente à disposição e outros que estão por aí espalhados mas com talento para a selecção e pensar a curto, médio e longo prazo.

      Faço isto a um espaço de pouco mais de 6 meses da competição para podermos planear um pouco. Planear é algo que em Portugal pouco se faz e mal, diga-se de passagem. É devido ao planeamento que França fez na década de 90 que obteve aquela geração campeã do mundo e da europa. Da mesma maneira é através do planeamento do futebol espanhol, que hoje Espanha tem o futebol que tem e com os títulos que têm: 2 europeus e um mundial em 4 anos! É pelo planeamento que a Alemanha tem hoje uma equipaça capaz de destronar tudo e todos... e poderia aqui ficar a numerar outros bons exemplos de caso de sucesso devido a um bom planeamento...

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