08 junho 2017

E assim se caem...


... desta temporada do Benfica.


Já algum tempo que queria escrever sobre este tema. Para quem ainda não reparou, o técnico Rui Vitória foi considerado o melhor técnico a nível nacional desta temporada. Por seu turno, o jogador Pizzi foi considerado o melhor jogador a actuar em Portugal.


Mas, mesmo assim, haverá sempre quem discorda. Inclusive, entre os Benfiquistas. Todos nós temos direito à nossa opinião e, como tal, este artigo não é para fazer lavagem a cabeça a ninguém. Agora, foi escrito para tentar desfazer uma coisa que está muito enraizada na nossa sociedade e que tolda a vista de muita gente em vários sectores. Estou a falar da percepção. Essa arma do homem primitivo e que tanto já nos salvou nesta viagem evolutiva, mas que por vezes, acaba por deturpar a nossa busca pelo conhecimento. Focando o tema da percepção sobre o futebol, é muito comum vermos pessoas a emitirem opiniões, muitas delas baseadas até em números, mas depois morrerem-lhes na boca delas, perante a diferença abismal que acontece na realidade. Contudo, a defesa dessas pessoas sobre alguns temas, leva aquilo que denomino de mitos. Resumindo, a maioria da malta que vê bola tem a mania de tomar as suas percepções dos jogadores e treinadores como verdades absolutas, os tais mitos, e mesmo quando perante factos contrários, tentam à força toda arranjar explicações para colar às suas verdades absolutas, nunca colocando em causa se o ponto de partida desses mitos eram realmente fortes e válidos. Por isso é que costumo dizer que às vezes mais vale cair em graça do que ser engraçado. Por detrás deste provérbio está a tal problemática das percepções. Ora, foi isso que aconteceu com os dois mitos que vos trago: o mito de que o Rui Vitória não é um treinador que domina a técnica do treino e, o mito de que o Pizzi nunca seria um médio "8" de grande qualidade. A pergunta que se põe agora é: por qual mito é que querem que eu destrua primeiro?

Comecemos então pelo mito do Rui Vitória. Alguém aqui já viu com olhos de se ver o lance que origina o segundo golo do Benfica na final da Taça de Portugal deste ano frente ao Vitória de Guimarães? Não? Então vejam o vídeo seguinte. Não estou a pedir para verem o grande finale da jogada, protagonizado pelo Salvio. Mas, sim toda a jogada. Reparem que o lance começa ainda na nossa linha defensiva (no video a bola aparece já nos pés do Pizzi, mas se puderem ir ver às vossas gravações do jogo, poderão ficar ainda mais deliciados), depois segue para o Pizzi e, agora vejam a dança das posições... o sincronismo quase celestial de uma equipa focada em criar e procurar o espaço... vejam a forma como Jonas, Salvio e Semedo se movimentam para criar o espaço para Pizzi e depois Jonas, poderem criar com régua e esquadro e, depois, adjudicando a empreitada do golo a Nélson Semedo, para entregar quase chave na mão o golo ao Toto. Meus senhores, com todo o respeito, não venham com tretas. Só neste lance dá para entender o grau de trabalho técnico que esta equipa tem. E, trabalho de extrema qualidade. Só nele dá para observarmos ataque posicional, trocas posicionais, recuo de jogador de apoio frontal para ajudar no processo criativo, ataque do extremo à região central e de finalização, criação e aproveitamento de espaços vazios, projecção ofensiva do lateral e muitas outras... Isto não acontece porque «os jogadores deram as mãos», como já ouvi, vi e li na imprensa desportiva. Isto acontece porque Rui Vitória e a sua equipa têm imensa competência técnica. E, assim se derruba um mito!



E, quanto ao segundo mito, o do Pizzi... mas, qual é o Benfiquista que se preze que ainda vem com a ladainha de que temos de nos reforçar no mercado com a «compra de um médio "8" de cariz mundial»?! Será que ainda não repararam que temos talvez o melhor médio "8" português e um dos melhores da actualidade em termos mundiais?! Os números não desmentem, mas mesmo assim, para os mais cépticos, faço um convite para ver o vídeo seguinte. Nota introdutória: o video não é de um jogo do Benfica, mas sim da selecção nacional, no último encontro frente ao Chipre. Vejam quem é que comanda o meio-campo da equipa das quinas no video seguinte (do 4º golo de Portugal frente ao Chipre). Vejam quem é que gere os ritmos de jogo como um autêntico maestro numa sinfonia. Vejam quem é que passa de um momento de gestão de ritmos com passes curtos, para depois rapidamente acelerar o jogo com um passe mais vertical para um apoio frontal. Vejam como ele ao contrário da maioria dos médios, não fica parado no meio-campo, mas incorpora o ataque, aparece na zona de finalização e de forma fria consegue meter a bola para um lado e o guarda-redes para o outro, como no terceiro golo de Portugal. Verdade que treinando com o Rui Vitória se torna fácil a sua missão (não resisti à provocação derivada do mito anterior). No entanto, sem inteligência de jogo e sem qualidade o Pizzi não chegaria onde está agora. E, quanto ao sub-mito de que não defende... vejam de novo o jogo frente ao Guimarães para verem o quanto ele ajudou defensivamente a equipa.






P.S.: Já agora, será que alguém consegue identificar qual o terceiro mito do Benfica que poderia igualmente derrubar com o video do 2º golo do Benfica na final do Jamor desta época?

24 comentários:

  1. António Madeira08/06/17, 22:57

    Numa altura em que se discute zero futebol, mais um excelente artigo e de elevada pertinência.
    Uma vez que tudo o que aqui está escrito tem o meu absoluto apoio (e o de muitos Benfiquistas, por muitas sombras que por aí andem), arrisco-me a dizer que o outro mito no 2.º golo do Benfica no Jamor tem sotaque argentino e não se chama Gaitán.

    Mas mais ainda que esse golo (e jogo do Jamor), convido toda a gente que gosta de futebol a ver como o Guimarães foi trucidado no jogo do tetra por uma equipa a jogar futebol como eu nunca vi ao vivo neste novo estádio. Tudo o que descreves no 2.º golo do Jamor está bem patente em inúmeras jogadas, principalmente, e por incrível que pareça, na segunda parte.

    Todos estamos curiosos para saber que equipa teremos para atacar o penta, mas uma coisa é certa: com esta organização, com esta união e com este treinador, estamos sempre muito mais perto da Vitória do que da derrota.

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Ora muito bem observado António Madeira. O jogo da manita sobre o Guimarães é um autêntico tratado de bom futebol.

      Eliminar
  2. "Hoje o SLB manda mesmo",

    "Hoje quem nos prejudicar sabe que é punido",

    "Vamos ter os padres que escolhemos e ordenamos, nas missas que celebramos",

    "Quanto às missas temos bons padres para todas", "AGORA APAGUE TUDO".

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. PP, por favor apaga o comentário deste esfomeado há 4 anos para não estragar um belo post sobre futebol e não sobre merda azul e bronca.

      Eliminar
    2. Deixa estar para aí. Eu falo sobre esse caso quando a Judiciária e o Ministério Público se pronunciarem. Porque uma coisa são escutas que a Judiciária fez, outra são mails, até ver pretensos, que uns tipos numa cave de Gaia arranjaram...

      Eliminar
    3. Pelos vídeos que coloquei neste artigo afirmo: o Benfica manda mesmo em campo.

      Continuem a camuflar e a serem pouco humildes ao não reconhecerem o mérito e o valor das conquistas do Benfica, pois é logo aí que o Benfica começa a ganhar.

      Eliminar
  3. começando pelo fim, referes te a movimentaçao do jimenez que abre um buraco onde o salvio aparece para cabecear?. Quanto ao Rui vitoria, a sensaçao disso porque nao mudou o sistema, e como na televisao nao explicam nada acerca do jogo o pessoal pensa que ele nao mudou nada... este ano notei diferença foram nos movimentos para dentro dos laterais do Benfica. o pizzi e excelente para o Benfica e se sair vejo o num nivel tipo everton, west ham ou assim, isto e equipas logo abaixo dos grandes de la. ele tecnicamente ainda falha muito e apaga se dos jogos muitas vezes.

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Não é o Raúl que faz a movimentação. É o Jonas que desce e o espaço criado é explorado pelo movimento sem bola do Salvio.

      Sobre o Raúl repara na inteligência como ele se posiciona quase sempre entre o lateral e o central ao contrário de alguns pinheiros que se dão à marcação...

      Sobre o Pizzi... ele no Barcelona substituía na boa o Iniesta... no Real Madrid substituía com um abrir e fechar dos olhos o Modric... e por aí fora... ele se transformou num jogador de classe mundial na Luz.

      Eliminar
  4. Eu também era céptico em relação à qualidade do Pizzi a 8, mas depois desta época mudei de opinião. Qual é o problema? Problemático é aquele que tem uma opinião, vê o contrário e mantém a mesma opinião só porque sim. Para não ferir o ego.

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. É exactamente para esses que escrevi o artigo. A ideia é abrir um pouco os olhos à malta que se agarra a percepções.

      😉

      Eliminar
  5. Realmente não percebo como podem haver benfiquistas (já nem falo dos antis) que ainda não reconhecem a competência do Rui Vitória! Na minha opinião, um dos aspectos diferenciadores do Benfica é a variabilidade do nosso jogo ofensivo. Somos fortes no jogo exterior e no jogo interior. Somos fortes em ataque posicional e exemplares na transição ofensiva (vide golo em Vila do Conde ou o primeiro ao Sporting na Luz, por ex.).

    Termos um plantel de alta qualidade com jogadores de diferentes características é condição necessária, mas não suficiente. É claro que tem de haver um grande trabalho do mister nos treinos para podermos apresentar tanta qualidade em diversos estilos de jogo. Digo mais, não fossem tantas lesões prolongadas de tantos jogadores importantes, e teríamos assistido a mais exibições do calibre do Benfica 5 - Vitória 0.
    Por ex., só perto do fim da época pudemos contar com Grimaldo, Rafa e Jonas em simultâneo. Três jogadores muito acima da média e desequilibradores.

    Em relação ao Pizzi, também me parece evidente a enorme qualidade que tem. Técnica, passe, inteligência, leitura de jogo, etc, fazem dele um verdadeiro maestro. No início da época apontei-lhe algumas lacunas nas tarefas defensivas, mas noto-lhe evolução nesse aspecto. Aliás, ele próprio referiu recentemente que teve de trabalhar muito este ano para melhorar a função defensiva. Melhorou, mas ainda não é uma "fera", nomeadamente no desarme.

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. 《Digo mais, não fossem tantas lesões prolongadas de tantos jogadores importantes, e teríamos assistido a mais exibições do calibre do Benfica 5 - Vitória 0.》
      Na muche! 👍

      Eliminar
  6. Em relação ao Pizzi, completamente de acordo.

    Em relação ao RV, ou melhor, ao argumento aqui apresentado para defender a excepcional qualidade técnica de RV no treino, limito-me a recordar algumas expressões da sabedoria popular:

    Uma andorinha não faz a Primavera.

    A excepção que confirma a regra.

    Até um relógio parado está certo duas vezes por dia.

    Tomar a nuvem por Juno.

    Ver a árvore em vez da floresta.

    Já agora, estas expressões ainda se aplicam mais ao terceiro mito de que fala o PP, o toto-mito - por assim dizer.

    PS não deixa de ser muito divertido constatar que o PP passou aqui o ano a identificar problemas colectivos (não individuais, do toto-mito) na 'operacionalização do nosso modelo de jogo' (como ele aqui chamou tantas e tantas vezes), sobretudo em ataque posicional, mas depois um lance na final da Taça mude tudo num ápice!...muito, muito divertido mesmo, sim senhor.

    ;)

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Concordo com o PP quanto ao Pizzi e Rui Vitória... mas quanto ao Salvio tenham santa paciência. O homem não jogou nada o ano inteiro, apareceu em dois e três jogos e esquece-se tudo? Era o que faltava. Por mim o Salvio era o primeiro a ser vendido, e reparem que já vale menos de metada daquilo que valia antes da lesão.

      Eliminar
    2. O argumento baseado em provérbios esbarra no número de videos que consigo colocar aqui a provar o contrário. É como o mito da época passada em que devido ao começo menos fulgurante, boa parte da malta Benfiquista já criticava o Rui Vitória por não saber colocar a equipa a defender. Depois, viu-se que ele preparou uma das melhores defesas da Europa (segundo Guardiola).

      Eu identifiquei problemas colectivos, durante a época, e até posso dizer que a equipa ainda não está ainda comoletamente top. Aliás o próprio RV também o admite. Mas, outra coisa bem diferente é não ver, nem querer entender o trabalho do treinador encarnado. Acho que deviam olhar bem para ele porque há muito a aprender com o Rui. Muito mais do que com outros que continuam a ser endeusados.

      Vá lá... alguém identificou o mito 3... parabéns Benfiquista Primário! 😉 É mesmo o Salvio. O que vimos foi apenas um dos movimentos que podemos ter para fazer render o Toto.

      Eliminar
    3. Anónimo, critica-se muito o Salvio, mas o "assessment" das restantes opções também penso que não era a melhor, ou no máximo era dúbia. E, nesse caso, é melhor confiarmos na decisão do treinador.

      Mais uma coisa, para quem não tenha jogado nada o ano todo, ele apareceu muitas vezes nos momentos mais importantes...

      Dito isto, e porque o Salvio vale mais do que provavelmente poderão pagar por ele, não penso que vá sair... veremos. Se não sair, gostava de o ver na posição do Jonas.

      😉

      Eliminar
    4. PP, sabes bem que RV é o meu treinador; ficaria muito chateado se ele saísse agora; evoluíu muitíssimo, em termos técnico-tácticos, desde que chegou; manteve as qualidades de topo mundial, em termos de liderança, gestão de homens e de balneário, atitude e discurso.

      Sabe-lo porque já o escrevi aqui, com todas as letras.

      Assim como já escrevi que o jogo contra o Vitória foi, em termos de futebol jogado, tão bom quanto os melhores do Benfica de JJ. Também o sabes.

      Idem para todo o lance do segundo golo na final da Taça. Também o sabes porque também já o escrevi aqui.

      Portanto, não aceito que afirmes que eu 'não reconheço o trabalho de RV'.

      Agora, o jogo contra o Vitória e o lance do golo na Taça são, na minha opinião, excepções à regra do nosso futebol jogado esta época, especificamente no momento de ataque posicional. Neste momento do jogo, ainda não estamos a jogar, em regra, à altura da nossa grandeza. Ainda houve demasiados jogos nacionais em que não assumimos, não dominámos - jogámos na expectativa, no erro do adversário e na transição ofensiva. Uma opção estratégica legítima, obviamente, mas que não identifico com o meu Benfica...já para não falar do número excessivo de jogos em que fomos vulgarizados por equipas nacionais tão grandes como o Boavista e o Moreirense, e humilhados por equipas europeias, em todos os casos a levar três golos de rajada, à futsal.

      Ou seja:

      1. Globalmente, RV é o meu treinador e o homem certo na altura certa

      2. Tecnicamente, melhorou imenso, mas ainda deve melhorar mais em certos parâmetros de futebol jogado (não necessariamente de resultados!), para encaixar que nem uma luva na grandeza do Benfica.

      Eliminar
    5. Será que ele evoluiu imenso ou não será mais o facto de o terem avaliado muito precocemente? Penso que houve logo uma percepção negativa generalizada de muitos Benfiquistas devido ao começo da época passada. Muitas críticas sobre a defesa, quando na realidade o tempo demonstrou que o RV montou uma defesa muito superior aos dos 6 anos anteriores e com um suplente (Jardel) e um jovem jogador (Lindelöf).

      Sobre o «não aceito que afirmes que eu 'não reconheço o trabalho de RV'», vai lá reler o comentário que escrevi. Penso que não entendeste o que escrevi.

      Quanto às "excepções à regra", se eu comparar com outras equipas nacionais, são mais regra que excepção, mas se eu comparar com aquilo que pretendo do Benfica, dou-te de borla esse argumento.

      No entanto, há uma coisa que deves tentar entender, o ataque posicional é a forma mais difícil de jogar o jogo. Não é para qualquer equipa. Não é para qualquer jogador. Nem sequer é para qualquer treinador. É uma forma de jogar mais arriscada, porque assumes o jogo, pelo que tens de jogar assumindo os teus erros, ao contrário do jogo de transições, onde tentas aproveitar os erros do adversário. No jogo posicional, leia-se ataque planeado, tens de ter paciência. Tens de ter jogadores que saibam ler o jogo. Saibam entender os movimentos dos colegas. Saibam o que fazer e que a relação com o jogo não seja apenas o próprio e a bola.

      Agora, repara nos jogadores que o Rui Vitória foi tendo disponíveis durante a temporada?! Como é possível exigir a um Cervi que acabou de chegar do futebol tacticamente anárquico da Argentina? Como posso exigir ao Zivkovic que jogue como um tipo que já joga há mais tempo que a idade do sérvio? Tudo isto é muitas vezes erradamente desprezado nas percepções de muitos adeptos. E, não é apenas algo que os adeptos encarnados sofrem. Todos os adeptos sofrem. Inclusive, técnicos mais batidos. Porque a percepção faz parte do ser humano. Agora, é preciso racionalizarmos um pouco mais para podermos ver nas entre-linhas, pois é aí onde a realidade aparece nua e crua.

      Por fim, é normal que o RV tenha evoluído, mas não acredito que ele tenha evoluído isso tudo que falas. Eu tenho é plena certeza que o RV foi um treinador que se preparou muitíssimo bem para vir para o Benfica. A forma como ele consegue atingir os objectivos desportivos, perante todas as adversidades internas e externas impostas é de se lhe tirar o chapéu.

      Eliminar
    6. Nos primeiros meses da época do tri, não me viste criticar 'a defesa', de certeza. Critiquei todo o jogo da equipa porque era isto que eu via: enorme distância entre sectores e intra-sectores, com os laterais preocupados em marcar homem a linha lateral e uma enorme preocupação em não deixar a bandeirola de canto sem contenção; portador da bola com pouquíssimas ou nenhuma linha de passe; zero jogo interior, circulação sempre por fora do bloco até passar metade do meio-campo e sai cruzamento para a área, com a defesa toda posicionada de frente para a bola...se deste futebol para o actual não houve muitíssima evolução, então eu não sei o que é evolução. Ou não era este o nosso futebol entre Julho e, vá, Outubro-Novembro de 2015?

      Depois, o que dizes do ataque posicional é pertinente. Mas se tens Nélson Semedo, Lindelof, Grimaldo, Pizzi, Jonas, Zivkovic, Carrillo, Rafa não tens jogadores para assumir o jogo em ataque posicional?!? Se for assim, quantas equipas no mundo os têm??!

      A tua última frase: 100% de acordo!

      Eliminar
    7. Boa parte dos jogadores que mencionaste, também eles tiveram problemas físicos que os impediram de dar continuidade a um trabalho que já de si é demoroso, sobretudo, quando se trata de jogadores jovens e de vários contextos futebolísticos.

      Por exemplo, o trabalho a efectuar com Pizzi, Jonas e até o Lindelöf e o Grimaldo, é bem distinto do trabalho que se tem de efectuar com Carrillo, Semedo, Cervi, Rafa e Zivkovic. Os estágios da relação entre o jogador e o jogo são bem diferentes. A idade ajuda, porque com ela vem a experiência que permite o jogador ver o jogo de outra forma, mas não é factor determinante, conforme vemos com o Grimaldo. É também inerente ao jogador e à "escola" que ele teve. Ou seja, o contexto tem papel fundamental. Portanto, um dos trabalhos que o Rui Vitória tem de fazer é dar-lhes conhecimento de jogo. Isso não se cria da noite para o dia. Muito menos se cria com jogadores a se lesionarem em catadupa.

      Jogar em ataque posicional nada tem a ver com características de jogadores. Se há coisa que torço logo o nariz é a frases como "o jogador A é um jogador de transição". O modelo ou estilo de jogo de transição é o mais comum nos dias de hoje. E, sabes porque o é? Porque é o mais fácil de aplicar e porque a profissão de treinador é de curta duração, pois está muito dependente dos resultados. É o futebol resultarista.

      No entanto, a formação do jogador de futebol melhorou imenso nas últimas décadas. Houve uma evolução abismal. Isso faz com que tenhamos jogadores com 21 anos a verem o jogo como veteranos de 35. Logo, a facilidade de aprendizagem no treino torna-se mais fácil. No entanto, é importante dizer que nem sempre as formações com os jogadores mais inteligentes são aquelas que possuem os jogadores mais talentosos. E, em certos contextos o talento ainda vence muito a inteligência de jogo. É por isso, que até aos 21-23 anos se recruta muito talento e trabalha-se depois a inteligência de jogo. Mas, tudo isto dá trabalho e não se apresentam resultados da noite para o dia.

      É essa parte que muita gente tem dificuldade em entender. É essa parte que muita gente teve dificuldade em entender quando o RV chegou ao Benfica. O trabalho para aquele sistema defensivo sofisticado para um campeonato tão periférico como o português não foi consequência da pressão que os adeptos fizeram após os primeiros resultados negativos nessa altura. O processo há muito que tinha começado, mas demora o seu tempo. Cabe também aos adeptos entender esses tempos. Nada de valioso se faz às três pancadas.

      Eliminar
    8. 'No jogo posicional, leia-se ataque planeado, tens de ter paciência. Tens de ter jogadores que saibam ler o jogo. Saibam entender os movimentos dos colegas. Saibam o que fazer e que a relação com o jogo não seja apenas o próprio e a bola' - escreveste acima.

      Perante o meu comentário, já escreves 'jogar em ataque posicional não tem nada a ver com as características dos jogadores'...

      Em que ficamos, Dr P Jekil ou Mr P Hyde?

      Eliminar
    9. Porque eu não vejo os jogadores como simples cartas de um baralho que jogo após jogos têm somente o mesmo valor. No meu "baralho" um valete num jogo poderá ser um rei ou um ás num futuro jogo. Os jogadores evoluem. E é essa evolução que lhes permite compreender determinados modelos de jogo.

      Eliminar
  7. pisi strikes again......loool

    ResponderEliminar
  8. pisi e tao bom, tao bom que ate qd nao joga, joga bem

    ResponderEliminar