28 agosto 2016

"Encarrillados"...


Finamente começa-se a ver a resolução de alguns problemas da equipa...


Este período de férias não me tem permitido ter disponibilidade para escrever com a frequência que pretendia, nomeadamente, sobre o último jogo encarnado frente ao Vitória de Setúbal que tanto tenho para escrever no que se refere à organização e modelo de jogo encarnado diz respeito. De qualquer forma, fiquei muitíssimo contente pelo jogo do Benfica na Choupana. A vitória por 1-3 frente ao Nacional de Manuel Machado foi mais que justa e pecou até por escassa, tal a forma como o Benfica continua a ser perdulário à frente das balizas adversárias. Logo à partida, fiquei contente com o onze titular. A insistência de Salvio como extremo direito e a passagem de Pizzi para falso extremo esquerdo foram duas boas soluções para dar outra segurança ao meio-campo. A inclusão de Raúl Jiménez em detrimento do ponta-de-lança grego Mitroglou foi uma aposta ganha, como já vaticinava. Muito se falou antes do jogo da entrada de Jonas, mas foi a inclusão do internacional mexicano que fez a verdadeira diferença. É que no momento ofensivo puro, o Benfica tinha sempre 4 homens no ataque, dois mais cerebrais e que gostam de ter a bola nos pés e são mais posicionais - como são Pizzi e Jonas - e outros dois que gostam de utilizar bem o espaço livre e atacá-lo - como são Salvio e Raúl. Este equilíbrio foi fundamental para desmontar a defesa alvinegra, pois desgastou-a completamente do ponto de vista físico. Acredito que com um Jonas melhor fisicamente, este quarteto poderá dar muitíssimo mais ao jogo.

Por falar da questão física, repararam na melhoria do jogo de Lindelöf? Já estamos na quinta semana desde que regressou de férias... nada se cria de um momento para o outro e tudo tem uma sequência. Houve um lance na primeira parte, que ele recupera uma bola e transporta-a para o ataque, tendo procurar combinar com o Jonas que remata à figura, mas que poderia ter concluído a tabela com o sueco que ficaria de cara para o golo. Relativamente ao onze titular, falta ainda "encarrillar" o Nelson Semedo e o André Horta. Na primeira parte, estes dois perderam inúmeras bolas devido a más tomadas de decisão. O camisola 8 encarnado tentou várias vezes combinar com o Nélson Semedo, que poderia e deveria ter feito mais para se libertar da marcação do extremo adversário. Isso não ajudou ao jogo do André. Contudo, este vendo que a porta do lado direito estava fechada, deveria ter procurado outros caminhos evitando tantas perdas de bola. O André precisa de aprender algo muito importante na posição "8": temporizar o jogo da equipa. Se um "6" numa equipa é o travão e o "10" o volante, o "8" é a caixa de velocidades, para utilizar um calão automobilístico. Ou seja, por vezes é necessário reduzir a velocidade de jogo para não forçar o motor estar sempre no redline. Estes dois deverão merecer maior cuidados agora durante esta pausa das selecções.

Quem parece estar bem "encarrillado" para voltar aos relvados é o extremo peruano Carrillo. Foi com o golo dele que o Benfica conseguiu recolocar-se novamente em vantagem, após o golo de empate do Nacional. Pela forma como marcou e celebrou, fica claramente patente que foi mutítissimo importante para a confiança do jogador. Estou certo que dentro em breve iremos comemorar muitos mais golos e jogadas d' el culebra. Jogando como falso extremo esquerdo, no lugar de Pizzi, justifica-se dada a sua qualidade técnica e atual capacidade física. No entanto, é sobre a direita que o vejo a ter maior futuro, isto se o Salvio sair... Por outro lado, destacar também para Celis e Gonçalo Guedes. A energia que estes jogadores emprestam à equipa não deve ser descurada por Rui Vitória nesta fase da temporada. Podem nem sempre fazer tudo bem, mas o fato de estarem tão bem fisicamente, permite recuperarem rapidamente dos erros. Gostei muito da forma como Rui Vitória soube utilizar isso no encontro.

Jogo a jogo a equipa começa a "encarrillar-se".

6 comentários:

  1. Há 3 pedras fundamentais: Jonas, Fejsa e Sálvio (sem lesões)!
    São intransferíveis!
    Depois há que juntar mais 8, e...um verdadeiro 8 forte!

    Viva o Benfica!

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    1. Não acho que o Salvio seja assim tão imprescindível quanto isso... aliás nenhum deles é, porque o Benfica está acima deles todos.

      Quanto ao verdadeiro "8", estás a falar de... Hernanes?

      😉

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    2. Caro PP, não é preciso dizer que o Benfica está acima de tudo...acho, no meu caso, até um pouco acintoso, referires isso.
      Enfim...por mais que isso seja verdade, também é imprescindível o Benfica ter ...jogadores para ser uma equipa!
      Quanto à posição, pode ser o Hernanes, claro.

      Viva o Benfica!

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    3. Eu sei que sabes disso. Apenas estava a meter-me contigo. ;)

      Entre Jonas, Fejsa e Salvio, acho menos imprescindível esta temporada o argentino. E, isto nada tem a ver com o gostar ou não do jogador, com o querer ou não ficar com ele. Apenas é uma questão racional, face ao plantel, relação custo/benefício e mercado. Nada mais.

      E, sim! Viva o Glorioso! ;D

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    4. OK.
      Mas, não leste bem o meu 1º comment: não escrevi "imprescindíveis", mas sim "fundamentais" e "intransferíveis", o que é completamente diferente.
      Assunto encerrado.
      Abraço.

      Viva o Benfica!

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    5. Sinceramente, eu li esses "fundamentais" e "intransferíveis" como "imprescindíveis". Percebo que queiramos que os melhores permaneçam no clube. Aliás, tomara nós que assim fosse, pois inclusive já escrevi sobre isso e sobre o facto de há bem pouco tempo podermos ter tido uma enorme equipa capaz de lutar por títulos europeus se assim fosse (ver este artigo: http://o-guerreiro-da-luz.blogspot.pt/2015/05/liga-dos-campeoes-podiamos-ser-nos.html). No entanto, não é realista neste momento, por questões financeiras. Realço o "neste momento", porque penso que o Benfica mais do que qualquer outro clube em Portugal tem condições para crescer economicamente e assim proporcionar melhores e maiores orçamentos para a sua equipa de futebol. Só assim, e já agora, com a evolução da competitividade e organização da modalidade em Portugal, é que podemos esperar que os grandes jogadores se mantenham por cá.

      Depois, também não temos de ficar com receio por os grandes jogadores partirem. A partida de uns é a chegada de outros. O Maxi quando saiu, muitos previam que seria uma perda irremediável. Não foi preciso esperar até ao final dessa pré-época para percebermos que a sua saída seria uma enorme oportunidade para outro se afirmar. Neste caso o Nelson Semedo.

      Quando o Rodrigo saiu, também advinhava-se cair o Carmo e a Trindade, mas depois surgiu o "desempregado" Jonas... O Javi Garcia foi vendido e ele bem que avisou que ficaríamos bem servidos com o Matic... e por aí fora.

      Agora, uma coisa é certa, em termos de jogadores que são um esteiro da equipa denoto ali uns quantos: Júlio César, Jardel, Fejsa e Jonas. Num outro patamar, vejo o Luisão, o Lisandro, o Samaris, o Pizzi e o Salvio.

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