Análise ao jogo do Benfica da 1ª Jornada da Liga NOS 2016-2017.
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Onze titular do Benfica frente ao Tondela. |
Há quanto tempo o Benfica não começava a época a ganhar? Bem, para ser honesto, desde a temporada passada, pois o clube encarnado também começou a época com uma vitória e respectivos 3 pontos no bolso.
Caso para dizer, que desde que Rui Vitória chegou à Luz, os campeonatos começam com vitórias. Por aqui também se vê o foco e o trabalho que o técnico português tem trazido para o clube.
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Flexibilidade tática que Gonçalo Guedes confere a esta equipa encarnada. |
A vitória por 2 a 0 frente ao Tondela foi incontestável.
O Benfica foi claramente superior à equipa do nosso conhecido Petit. Teve mais posse de bola e soube neutralizar as transições rápidas do adversário. Tacticamente, o Rui Vitória esteve muito bem. Fez o que
previa, i.e., usou Gonçalo Guedes como substituto de Jonas no onze e isso permitiu-lhe uma hibridez tática que foi determinante para o desenrolar da partida.
As trocas posicionais entre Pizzi e Gonçalo Guedes desequilibraram a defesa do Tondela. Este tipo de dinâmicas é que permite desmontar estas defesas bem organizadas e compactas, pois os defesas perdem referências e nos instantes em que se "perde o norte" é quando o ataque encarnado pode aproveitar. Não é de estranhar que a falta que origina o livre para o golo de Lisandro López nasça exactamente nessa zona do terreno, numa troca de bola dinâmica entre Pizzi, Semedo, Mitroglou e Gonçalo Guedes.
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Gonçalo Guedes ainda tem muito que aprender, mas só jogando é que vai conseguir evoluir. |
O jovem formando encarnado foi uma aposta ganha, apesar de algumas dificuldades que teve quando jogou no corredor central. Mas, é um erro dizer-se que Pizzi e Gonçalo Guedes trocaram apenas de posição. O que aconteceu foi a procura de espaços ofensivos atendendo às características dos jogadores e sua adaptação ao contexto do mesmo. Não obstante deste sucesso, há ainda muito trabalho de ligação do jogo. Não é apenas a imaturidade posicionar de Gonçalo Guedes que está aqui em causa. Há também muitos jogadores a quererem resolver as coisas sozinhos quando podiam procurar mais apois. Não é verdade Semedo? Não é Cervi? Não é Horta?
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Mitroglou é um dos jogadores em sub-rendimento neste início de temporada. A questão física é fundamental na sua posição. |
A questão física que já alertei aqui diversas vezes neste início de temporada, também foi determinante na exibição encarnada. Encontro no onze dois jogadores que jogaram claramente abaixo do que podem e devem fazer, por causa deste motivo: Kostas Mitroglou e Victor Lindelöf.
O ponta-de-lança grego está muito lento e perro. Isso nota-se na forma como não consegue acelerar nas aproximações aos cruzamentos na pequena área, mas também nas diagonais no corredor central para atrair os defesas que devia fazer, mas não faz. Isso dificulta as movimentações de Pizzi e Cervi quando fazem movimentos interiores para fugir à marcação dos laterais adversários, mas também as investidas atacantes de André Horta. Em suma, se o Mitroglou não mexe a bunda lá na frente, todos os outros ficam bloqueados pela malha fina da defesa compacta dos adversários. E, é por isso que sinto que neste momento, o Raúl poderia ser mais importante a titular que o grego. Até para desgastar as defesas adversárias.
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Lindelöf é outro jogador que está em sub-rendimento devido à sua condição física (começou a pré-época mais tarde). |
Quanto ao central sueco, de todos os que já vi jogar esta temporada, penso que é o que está em pior forma. E, escrevo isto apesar de continuarmos ouvirmos os comentadores a proferirem elogios estereotipados, como "excelente controlo da profundidade". Até pode ter acontecido uma ou outra vez isso, mas esquecem-se é que essas situações nascem de erros do Lindelöf com a bola nos pés ou de más coberturas defensivas, estando a jogar em reação.
Não é que o camisola 14 seja mau. Simplesmente, está ainda à procura da sua melhor forma. Tão simplesmente isto. Por isso não entendi, as "aleluias" que li e ouvi de certos adeptos aquando da saída de Luisão por lesão ainda na primeira parte. Estou convicto que com o brasileiro e o seu substituto em campo - o Lisandro - a jogarem como titulares, a segurança defensiva teria sido outra bem mais segura. O porquê? Condição física!
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O infortúnio de uns é a sorte de outros. Mas, neste caso, quem deveria ter saído para entrar o Lisandro era o sueco Lindelöf, pois Luisão tem estado a crescer de forma nesta pré-época, sendo actualmente um dos melhores. |
Sobre as substituições, Rui Vitória leu bem o jogo. A entrada de Lisandro foi forçada devido à lesão do Luisão, mas de certa forma foi feita justiça porque o argentino começou em grande forma esta temporada.
Já a entrada de Samaris, foi essencial em retomar o controlo do meio-campo na segunda parte. Pessoalmente, teria feito entrar o grego um pouco mais cedo do que ele entrou (65 minutos de jogo). Mas, a segurança que a dupla Fejsa e Samaris trouxe à nossa defesa (com um Lindelöf a errar cada vez mais), foi fundamental para que mantivéssemos até o final da partida a vantagem no marcador.
Depois, a última substituição de Salvio por Pizzi (aos 89 minutos), foi mais para as palmas do excelente jogo do internacional português do que para outra coisa qualquer. O extremo argentino, quanto a mim, poderia e deveria ter entrado 10 minutos mais cedo. Aliás, o
"timing" das substituições é para mim a maior crítica que posso fazer ao Rui Vitória neste encontro. Essa e o motivo para que o Mitroglou tenha acabado o jogo em campo, quando pouco ou nada fez...
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Para quando Cervi na ala direita? |
Para além de que gostaria de ter visto o Jiménez a jogar neste encontro, confesso que gostaria de ver mais trocas posicionais entre os nossos extremos. Ou seja, gostava de ter visto o Cervi a jogar como extremo direito e não colado à faixa esquerda o tempo todo como acabámos por ver. Penso mesmo que o Benfica poderá beneficiar imenso com essa alteração posicional. Por fim, destaques do encontro vai para a exibição de Pizzi, o agarrar da titularidade de Lisandro e o golaço de André Horta já em tempo de descontos.
Bom dia,
ResponderEliminarConcordo na generalidade, sublinho o incontestável défice físico da equipa no global, talvez fruto do programa atlético que prevê o topo de forma em mais um mês ou tal (Caso contrário tem de de falar em incompetência, vejam-se as lesões constantes).
E muita atenção à total falta de critério que é deixar que seja de xutão para a frente do guarda-redes ou do central que se espera construir jogadas de ataque! Fizemo-lo mais de uma dúzia de vezes, com os resultados óbvios: bolas ganhas pelos homens do Tondela, mais rápidos e incisivos na bola. Não pode ser!
De resto grande golo do "Hortensis benfiquistas", não gostei de muito mais.
BENFICA IV!
Olá!
EliminarA nível físico não estamos nada mal comparativamente com outras equipas. Agora, o RV tem é de fazer entrar de início aqueles que estão melhor fisicamente.
O jogo mais directo não é uma má ideia quando devidamente usado. O Mitroglou é que não está muito bem fisicamente e isso denota-se na luta com os defesas contrários. Ele é capaz de melhor. É capaz de fazer diagonais pequenas, das que arrastam marcações e que procuram espaços vazios. Mas, sem energia e estofo físico para tal, não o consegue. O máximo que consegue é procurar bola no pé, o que acaba por ser mais fácil para o quem está a marcar jogar em antecipação.
Mas, também há muito trabalho para ser feito com os restantes jogadores. No entanto, este onze tem um potencial brutal.