Um olhar sobre o desperdício existente no Benfica com os inúmeros atletas sob contrato.
Escrevo este artigo, porque preocupa-me bastante a quantidade de jogadores que temos sobre contrato e que já se viu que dificilmente virão alguma vez ter algum aproveitamento desportivo com o manto sagrado. Para além desse subaproveitamento desportivo, há também um desperdício financeiro inerente. E, isto é algo que me preocupa também. Por mais que o Benfica arranje colocação para todos estes jogadores, exigindo o pagamento dos vencimentos e os prémios de jogo acordados contratualmente com os mesmos, dificilmente toda esta poupança de encargos conseguiria igualar e até superar os custos de investimento. Inclusive, mesmo que em muitos casos haja envolvimento de pagamento de prémios de empréstimo dos clubes ao Benfica. Depois há outros problemas que têm de ser equacionados. São eles os seguintes:
- As amortizações anuais que os activos que representam os jogadores sofrem. Por exemplo, um jogador cujo passe nos tenha custado 5M€ por um contrato de 5 anos, corresponde a uma amortização (desvalorização) anual de 1M€ até o término do contrato.
- As imparidades que se desenvolvem, fruto da perda de valor do activo por não jogar, que reflecte o valor actual de mercado do jogado.
- O custo dos juros dos empréstimos contraídos para aquisição de jogadores.
- Outros custos que não são cobertos pelos contratos de empréstimo e que o Benfica tem a responsabilidade através do contrato inicial com e para o atleta.
- A dificuldade de colocação dos jogadores, em equipas que permitam não só a rentabilidade financeira dos jogadores como também a sua valorização desportiva.
- O grau de comprometimento dos clubes em que os atletas são emprestado no desenvolvimento do atleta, por oposição à necessidade de preencher um lugar
Por outras palavras, é preciso rever toda esta política desportiva e financeira. Há demasiadas gorduras que precisam de ser trabalhadas, sobretudo, num clube que tem de ter como meta a redução total do passivo nos próximos 4 a 5 anos. Pessoalmente, defendo o modelo de negócio para o futebol do Benfica. Defendo-o numa estratégia muito mais alargada e que as acções actuais são pontuais durante uma fase dessa estratégia. Por exemplo, é importante para o Benfica como clube formador, ter um escalão jovem recheado de talento que permita depois subir o nível e o leque de candidatos recrutados para a equipa principal, até porque este modelo bem gerido permite elevadas poupanças.
No entanto, e pelo que podemos ver na representação de um plantel que constitui por divertimento, com jogadores emprestados, potenciais emprestados e outros que estão por ser colocados, temos muito mais jogadores fora do perfil traçado anteriormente. Ou seja, temos muitos jogadores que têm idade para serem apostas na equipa principal, muitos deles com potencial para tal, mas, que por um motivo ou outro não são. Por exemplo, o caso do italiano Bryan Cristante: o Benfica esta temporada foi contratar mais dois jogadores para a mesma posição dele (Danilo e Celis). Qual a ideia por detrás disso? Saliento que o Benfica investiu no jovem italiano qualquer coisa como 6M€ por 5 anos. Se deixarmos de lado a amortização do passe dele anual, o facto do Cristante não estar a render desportivamente, tem levado a uma desvalorização do seu passe. Dos tais 6M€ investidos nele em 2014, hoje em 2016 só conseguíamos reaver cerca de 2.5M€. Ou seja, desvalorizou mais de 50% e estamos a falar de um jovem atleta cuja curva de valorização prevista na sua contratação era completamente outra. O mesmo raciocínio podemos fazer para outros tantos jogadores, como o Filip Djuricic, o Ola John,... e até mesmo os que aparentemente vieram a custo zero, como o marroquino Taarabt, que apesar de não ter havido um custo de aquisição do passe a outra entidade, houve um custo de aquisição do passe por prémio de assinatura para o jogador.
Por fim, digam lá se este plantel de 22 jogadores com contrato com o Benfica não fazia inveja a muitos grandes clubes a nível nacional e até mesmo europeu? Pessoalmente, com este plantel arriscaria a fazer muito mais que um Sporting ou um Porto em Portugal. Inclusive, penso que conseguiria apresentar um onze titular muito interessante... O mais engraçado é que é um plantel que tem de tudo, desde a experiência de jogadores como Rúben Amorim (que aqui coloquei a central numa óptica semelhante à de Mascherano no Barcelona), jogadores no pico de forma das suas carreiras com experiência e matreirice dos campeonatos nacionais, como o Marçal, outros com renome internacional, como o Taarabt, outros a entrar no pico de forma da carreira como o Djuricic e Nélson Oliveira, mas também com jovens de enorme potencial como Hélder Costa, Victor Andrade, João Teireira, entre outros.
Com este plantel arriscaria a fazer muito melhor que o Porto, Sporting e Sporting de Braga na época passada. |
Falta acrescentar o César como defesa central, aliás seria um titular neste plantel de 23.
ResponderEliminarEis o possível melhor onze com os possíveis 3 suplentes utilizados.
Miguel Santos (Thierry Graça ou Varela se não fosse transferidos neste defeso)
Ruben Amorim
Lystov
César
Marçal
Pelé
João Teixeira
Djuricic (Taarabt)
Helder Costa (Nuno Santos)
Nelson Oliveira (Diego Lopes)
Rui Fonte
É realmente uma equipa que ficaria claramente na 1ª metade do nosso campeonato
São tantos Influência Arbitral que dei ao luxo de escolher da forma como mais me convinha...
Eliminar;)
É difícil comentar quando se lê tanto lixo. Desisto. Olhem, leiam os r&c, vejam quanto recebemos dos empréstimos e depois por quanto vendemos os jogadores. Façam as contas um a um mas falem só depois dos jogadores estarem vendidos. Antes disso não vale a pena.
ResponderEliminarE não falem daquilo que não compreendem, não sabem, não entendem, não percebem.
Só uma pequena coisa: uma amortização não é igual a uma desvalorização do activo. O activo pode ter-se valorizado com o tempo e é quase sempre o que acontece.
Quanto ao resto nem vale a pena…
É só para rir. E vai ser você a tratar do lixo? Mas, quem é você? O que você sabe tanto que lhe permita se autotitular de expert na matéria?
EliminarÉ exactamente por fazer as contas, por olhar ao R&C é que vejo muito desperdício. A questão aqui é que pode ser feito muito mais em termos de contas e com muito menos desperdício.
Sobre a "pequena coisa", não escreva do que não sabe. Aliás, o que você demonstrou aqui foi uma tremenda ignorância sobre o tema, para além de uma incapacidade tremenda sobre debater um tema importante e que é importante para a vida do Benfica.
Uma coisa é certa, estou de acordo consigo quando diz que se lê tanto lixo. E iria mais longe, escreve-se muito mais. Por isso, faça o favor de não o fazer aqui.
este continua a ser o problema principal do benfica, todas as epocas ao mesmo tempo que estamos a construir a equipa temos de ter que resolver 30 a 40 casos de jogadores por emprestimo equipa a e b juntas tem 96 jogadores o que e ridiculo. e nem mencionaste o candeias e o derley por exemplo. (sugestao e falares acerca da saida precoce de muitos dos nossos jovens da formaçao ou mesmo dos casos tipo pedro pereira que saiu e ja joga na serie a , sera que os nossos miudos ja nao estao preparados para a equipa a por volta dos seus 18 19 anos?) bom texto continua ;)
ResponderEliminarEu não sou contra o empréstimo, porque penso que seja uma situação temporária para o jogador depois voltar ao clube. Mas, o que acontece não é isso.
EliminarO caso do Sidnei para mim faz uma confusão terrível. Ele passou praticamente dois contratos connosco emprestado a terceiros. Foi um investimento na altura de vários milhões de euros num puto de 19 anos com alto potencial. O mais engraçado é que ele nos últimos anos já tinha provado no Deportivo que merecia um retorno. O que o Benfica fez? Continuou a contratar centrais... tem alguma lógica?
Para os sócios e adeptos do Benfica vende-se a ideia de que somos um clube vendedor. Mas, o que se vê é que somos um clube muito mais comprador. E, não me refiro às compras de jovens jogadores talentosos que possam aumentar a competitividade da nossa equipa B e serem trabalhados desde tenra idade. Falo dos jogadores que mesmo jovens já veem com uma certa formatação. Para isso retornava-se aqueles que estão emprestados. Caso contrário que se venda estes e se assuma os prejuízos. Mas, acredito que isto não sirva ninguém... seria assumir erros e criação de despesas, leia-se mais passivo.
A meu ver, estamos a vender bem anualmente. Temos talento mais do que suficiente para repor e manter a equipa no caminho dos sucesso desportivo. Agora temos é que ser mais eficientes e contratar o que é estritamente necessário.
Outra coisa que temos de perceber é que os nossos jovens quando são emprestados são-o a clubes que possam pagar os seus vencimentos. A ganharem acima dos valores praticados em Portugal percebesse porque têm tantas dificuldades de colocação. Depois quando são colocados têm dificuldades de evoluirem porque são vistos não como apostas nas sim como jogadores para uma eventualidade nos plantéis que estão inseridos. São uma espécie de investimentos de baixo cuso pontuais para essas equipas. Veja-se o que acontece com muitos destes jogadores. É preciso contrariar isto. Uma solução possível será vender o jogador por um valor com possibilidade de recompra por esse valor ou percentagem numa futura venda dele.
Mas, esta estratégia faz mais sentido a jogadores que tenham sido comprados pelo Benfica do que aos miúdos da nossa formação. É que estes como não custaram nada, não sofrem amortizações, logo não contribuem para o aumento de passivo.
Meu Caro PP, Companheiro,
ResponderEliminarSem querer contribuir negativamente para o debate com o Companheiro "Tanto Lixo" (se bem me lembro, eu próprio, há uns meses atrás, fiz aqui um comentário do mesmo tipo e não regressei para ler a tua resposta), tenho de te sugerir que deixes de escrever sobre um tema que não dominas bem, pelo menos até que possas contar com a ajuda de algum amigo, ou familiar, que impeça alguns erros absolutamente crassos que tu, seguramente de boa fé, acabas a escrever, com imenso prejuízo para os teus raciocínios, para as tuas teses e, especialmente, para os teus Leitores.
Numa coisa eu tenho a certeza absoluta de que estamos todos de acordo, Presidente e CA da Nossa SAD incluídos: há caminho a fazer, há muito o que melhorar.
Posto isto, há também outras conclusões que temos de retirar sobre estes anos mais recentes (podes tu discordar, mas olha que vais contra os pareceres de todos os verdadeiros especialistas internacionais), nomeadamente quanto à excelência do trabalho de Gestão destes Ativos (futebolistas) feita pela Nossa SAD e, sendo rigorosos, comparando com aqueles clubes que podemos considerar como rivais nesta área, temos sido os melhores e de muito longe.
Oxalá este meu contributo tenha servido para alguma coisa, ahahah.
Aquele Abraço e
Viva o Benfica!
(José Albuquerque)
Olá José!
EliminarPor acaso até estás enganado. Este é um dos tema que domino até bastante bem. Podemos ter visões diferentes de como atacar o problema e até ter estratégias diferentes para os resolver, no entanto, não há grandes erros crassos que esteja a cometer.
Os resultados positivos que o Benfica tem tido são tenuamente positivos, face ao que poderíamos ter sem grande esforço e sermos mais exigentes com a nossa política financeira.
Se por um lado estamos a apostar fortemente no novo paradigma da formação, por outro não estamos a abandonar de todo o velho paradigma. Os resultados estão à vista. Se eu retirar das contas estes activos "mal parados" e todos os seus custos, poderíamos estar muito melhor financeiramente. Desportivamente, não falo, porque claramente a maioria desses jogadores emprestados não contam, não contaram, nem contarão para o "totobola".
Fazendo uma pequena simulação, o Benfica é capaz de gastar 5M€ por um contrato de 5 anos com um jogador. A amortização do valor do passe, que significa o quanto o recurso desvaloriza por utilização dele num ano, será neste caso de 1M€. Agora, o Benfica contrata muitas vezes com recurso a crédito bancário. Ou seja, é preciso adicionar o juro do banco. Vamos assumir para facilidade dos números que esse juro é de 10% e que o prazo de pagamento é de 5 anos. Ou seja, no fundo vamos pagar 5.5M€ pelo jogador. A amortização será então de 1.1M€/anual. Agora, e porque o jogador nunca foi realmente uma contratação para reforçar a equipa, mas um capricho de alguém ou para alguém (é esta motivação, a raiz do problema que temos de ter cuidado e de evitar a todo o custo), será colocado na lista para emprestar. Aqui, o Benfica para diminuir os custos, faz com que o jogador seja emprestado a equipas que: a) pagam os seus vencimentos e prémios de jogo, b) que pagam também um prémio de assinatura de empréstimo ao Benfica. Nem sempre se consegue a) + b). A maioria segue emprestado apenas por a). E, mesmo aqueles que seguem por a) + b) a parcela de b) raramente cobre os investimentos no jogador. Ou seja, acabamos por não ter retorno desportivo e financeiro sobre o jogador.
(Continua...)
(... Continuação)
EliminarContinuamos com o exemplo que estava a dar. Imaginemos que o jogador é emprestado a um clube que para além de cobrir os vencimentos e prémios, ainda paga-nos um prémio de assinatura de empréstimo por um valor de 0.75M€/ano. Significa que nesse ano, o clube acaba por ter um custo líquido com o jogador de 0.35M€ (=1.1-0.75). Se pensarmos que o jogador vai andar emprestado durante todos os 5 anos, estamos a falar de uma perda de 30% sobre o que foi investido sobre o atleta. Imaginemos que o Benfica investe anualmente cerca de 10M€ em atletas que depois acabam nestas condições? Estamos a falar de perdas de 3M€/ano. Parece pouco, mas não é. Não é porque a maioria dos jogadores são emprestados segundo a alínea a). Ou seja, na melhor da hipótese teríamos perdas de 30% e na pior, temos perdas de 100%.
É disto que estou a falar. É verdade que em certos casos as coisas resultam minimamente. Ver o caso do Sidnei, em que houve prolongamento do contrato para satisfazer o prazo de reembolso do investimento, via prémios de assinatura de empréstimo. Mas, agora, veja-se os casos do Cristante, do Djuricic e do Ola John. Um custou 6M€, outro custou 8M€. O caso do Ola John, é mais complicado devido a ser um negócio via TPO (third party ownership), pelo que varia consoante o tempo em que está no Benfica. Nestes casos, o retorno do investimento financeiro está em perigo, isto para não falar que desportivamente, estão mais fora do Benfica do que dentro, até pelas recentes contratações encarnadas.
O que nos tem salvo são as vendas. Mas, se elas são assim tão elevadas para apenas por este tipo de sistema a sobreviver, quando é que se atinge a nossa autonomia e independência financeira? Nunca... e isso é visto pelo nosso passivo a longo prazo.
Quanto aos pareceres dos especialistas internacionais, é preciso ter atenção a duas coisas: 1) são os mesmos especialistas que quando há uma crise financeira ficam todos estupefactos com o que aconteceu, dizendo que não era de prever, etc e tal. BS!
2) perante uma indústria no qual a fauna reinante está a servir-se do futebol mais do que a servi-lo, onde a lavagem de dinheiro é o mais comum, clubes que tenham as contas minimamente positivas são vistas logo como um oásis nesta indústria.
O Benfica pela sua dimensão tem mais que arcaboiço para apresentar um potencial de exploração elevado, em vez de apenas um potencial positivo (diferença entre activo e passivo a curto prazo). Isto para muitas empresas já seria um luxo, é verdade, mas o potencial do Glorioso é muito insuficiente. E, tu sabes bem do que estou a falar.
É possível por um lado diminuir o número de situações que potencialmente criam situações de imparidade nos nossos activos, como são os empréstimos (raciocínio por detrás disto é o seguinte: empréstimos significa que o jogador joga menos, isso leva a desvalorização do valor de mercado do atleta que depois se quisermos vendê-lo fará com que o balanço seja negativo, havendo necessidade de recapitalização - tem-nos valido as vendas chorudas para cobrir isso). Por outro lado, é preciso também encontrar situações e modelos de negócio sustentáveis para evitar as perdas do dinheiro investido nos jogadores. Aqui há muito trabalho que poderia ser feito, até mesmo para credibilizar o conceito de empréstimo. Por exemplo, porque não criar equipas do Benfica em outros campeonatos colocando estes jogadores lá? (Ou seja, criar um Sport Toronto e Benfica e colocar uns quantos jogadores do Benfica lá, ou um Sport Macau e Benfica para jogar na liga chinesa com alguns jogadores emprestados do Benfica? Se o Manchester City tem equipa na MLS...) Isto é uma forma de tentar diminuir estes custos e torná-los em importantes fontes de receitas. Fica aqui a ideia.
;)
Meu Caro PP, Companheiro,
EliminarPronto, fica claro que a auto-avaliação que fazes sobre os teus conhecimentos de contabilidade e Gestão é ... a que é, mas eu sei que tu estás profundamente errado e essa falta de humildade (deve ser da juventude), também não te está a ajudar.
Mais tarde ou mais cedo ... verás.
Aquele Abraço e
Viva o Benfica!
(José Albuquerque)
José, tu sabes tão bem como eu que não é assim que as coisas funcionam. Se há críticas, e aceito que hajam, é preciso serem bem explicadas e argumentadas. Dizer que os conhecimentos de contabilidade e gestão são escassos, ou que tenho falta de humildade, é trocarmos galhardetes e entrarmos aqui numa luta de egos, que não serve ninguém, nem nada.
EliminarComo tal, explica então onde está errado o raciocínio, porque dizer só por dizer não vamos longe. Se possível faz-lo com números e com exemplos.
E, mais aqui a crítica vai para o desperdício de recursos financeiros e de potencial desportivo dos jogadores. Eu reconheço que os resultados são positivos, mas o que aqui estou a tentar demonstrar é que os resultados podem ser muito mais positivos, de tal forma que o nosso passivo possa ser saldado o mais rapidamente possível.
Se pegar na equação geral da contabilidade, verificamos a seguinte igualdade: Ativos = Capitais Próprios + Passivo. Quando estamos numa fase de investimento estrutural, compreendo que se possa contrair passivo em forma de empréstimos. Estes têm a função de criar as condições para o Benfica poder desenvolver a sua actividade. Mas, o objectivo é deixarmos de depender desse tipo de financiamento até pela questão dos juros. Prefiro que se aumente os capitais próprios, quer seja por via investidores, quer seja por resultados líquidos. E é por aí que acho que devemos evoluir. Daí a minha preocupação em tudo o que faça aumentar o passivo.