07 agosto 2016

Apostar nos melhores...


Eis a questão para se fazer o melhor onze neste início de temporada.


Muitas vezes é este o principal erro nos inícios de temporada: colocar os teoricamente melhores jogadores em campo, sem perceber que fisicamente estão uns belos furos abaixo de todos os outros. É por isso, que depois acontecem as tais surpresas. Que depois de devidamente analisadas, até não são assim tão surpreendentes. Com as competições internacionais, os melhores jogadores têm tendência para competir mais e durante mais tempo durante uma temporada. Isso faz com que, respeitando os períodos de férias a que todos temos direito, esses jogadores entrem em pré-época mais tarde e como tal, no início da temporada estão ainda com os índices físicos abaixo. Se estes jogadores jogarem em equipas tituladas, como é o caso do Benfica, começam sempre a temporada com a disputa de títulos e normalmente frente a equipas com potencial elevado. Sendo assim, na prática, a técnica, o talento e o entrosamento não conseguirão resolver por si só os problemas competitivos que possam surgir. É preciso ter os índices físicos necessários, para criar a tal superioridade competitiva.

E, é por isso mesmo, que defendo hoje a inclusão de Gonçalo Guedes a titular na equipa do Benfica, no lugar do melhor jogador encarnado, o Jonas, no encontro desta noite. Não porque o Guedes seja melhor que o internacional brasileiro, mas porque os seus índices físicos estão muito acima dele. Depois, penso que o jovem da formação encarnada pode oferecer algo à equipa que será fundamental: maior mobilidade e consequentemente maior desgaste da defesa adversária. Conforme foi analisado anteriormente, a defesa do Sporting de Braga é constituída por centrais com dificuldades em construir jogo, por um lado, e habituados a marcar referências ofensivas do adversário por outro. Um jogador chato e intenso como o Guedes será uma dor de cabeça para eles quando têm a bola nos pés. Depois, como o camisola 20 encarnado é irrequieto e nunca fica parado no mesmo lugar, é de difícil marcação. Em suma, dificilmente os centrais do Braga chegarão aos 60 minutos de jogo sem desgaste. A ideia é chegarmos a essa altura e já estarmos a vencer o encontro da supertaça. Contudo, tal não deixa de ser uma excelente estratégia, mesmo que isso não esteja a acontecer em campo, pois é momento perfeito para lançarmos jogadores da qualidade do Jonas em campo, sem que possamos ressentir da sua ainda "frágil" condição física.

O mesmo raciocínio poderemos fazer para outros jogadores. Como por exemplo: o Paulo Lopes (por oposição ao Júlio César), o Lisandro (em vez do Lindelöf), o Raúl (em vez do Mitroglou), entre outros. Este último até parece um pouco contraditório com o que escrevi, porque o mexicano integrou os trabalhos de pré-época mais tarde que o grego. No entanto, aqui não é apenas a questão física, mas sim a questão de perfil de avançado a usar nesta primeira fase do jogo: é preciso um avançado que saiba pressionar e desgastar os defesas adversários com velocidade e mobilidade. E, nesse contexto o Raúl é bem mais afoito que o Kostas. Depois, há outros jogadores que têm tido problemas físicos nesta pré-época e que como tal, por providência não os utilizaria como titulares. São eles o Fejsa (usava o Samaris no seu lugar) e o Salvio (usando o Pizzi como solução). E, isto não significa que não utilizaria o Jonas, o Mitroglou ou até mesmo o Salvio ou o Fejsa. Apenas, significaria uma gestão cuidadosa e inteligente dos recursos que temos à disposição. Já agora, este seria o meu onze para logo daqui a bocado: Paulo Lopes na baliza; Nélson Semedo, Luisão, Lisandro e Grimaldo no quarteto defensivo; Pizzi, Samaris, André Horta e Cervi no quarteto de meio-campo; e Gonçalo Guedes e Raúl na frente de ataque. E, antes que me interroguem sobre a inclusão do Luisão, recordo que depois da lesão de Jardel, é o central que está em melhor forma para substituir o #33 encarnado no onze titular, isto porque Lindelöf, também está a recuperar a sua forma física depois das férias após o europeu.

19 comentários:

  1. O terceiro gr a titular , o melhor central , o melhor médio , os dois melhores marcadores , um deles o melhor jogador do plantel , todos no banco.......

    Felizmente que não treinas o Benfica!

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    1. Júlio César vem de lesão prolongada, poderia ser o titular hoje, mas o Paulo Lopes merece a confiança e a oportunidade.

      O melhor central tem menos de 3 semanas de treino neste momento. O melhor meio-campista esteve a semana com problemas físicos e tem um registo de lesões elevado. Quanto aos dois avançados, penso que fui suficientemente claro no artigo acima.

      Depois essa tentativa de ataque pessoal é para quê?

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    2. Nenhum ataque pessoal, acho só completamente descabido o teu raciocinio.

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    3. Vai ver o jogo agora e vê o ritmo como o Jonas e o Mitroglou jogam face ao ritmo que o Cervi e o Horta jogam por exemplo. Não é nada contra os jogadores. É apenas tomar a opção mais racional para a equipa e saber jogar com um jogo que tem 90 minutos...

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    4. Este cavalheiro tem tendência a ver toda e qualquer discordância como ataque pessoal, e a reagir muito mal perante isso. O Luisão, é neste momento uma peça comprometedora na defesa e afigura-se que o treinador não tem coragem de o meter no banco.Semedo tem ainda muito que aprender na arte de defender.

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    5. Cada um tem o direito à opinião aqui neste espaço. Aliás, assumo desde já que escrevo os artigos no sentido de debater os temas e com as vossas opiniões termos todos uma visão mais global dos mesmos. O que não posso compactuar é com más educações e ataques pessoais nos comentários que fazem.

      As opiniões são todas válidas desde que se apresentem argumentos que as sustentem. Caso contrário, são opiniões vazias de conteúdo. E, quando estas vêm mascaradas de ataques pessoais, então não deve haver qualquer contemplação para isso. O blogue é contra aquilo que os americanos chamam de "trolls".

      Sobre o Luisão, não entendo como podes dizer que é o jogador que compromete na defesa neste momento, após a exibição de ontem. Se estivesses a falar do jogo de à umas semanas atrás (ver aqui: http://o-guerreiro-da-luz.blogspot.pt/2016/07/puxao.html ) poderia concordar contigo. Agora, ontem, não. Não fosse o Luisão e teríamos tido imensos problemas. O Lindelöf fez um péssimo jogo, porque fisicamente não está a 100%. E repara que o perigo surgia do lado dele. O Grimaldo fazia pressão sobre o adversário e o Lindelöf reagia muito tarde às coberturas. Isso causou com que o Braga tivesse ali um caminho aberto para atacar no final da primeira parte e no início da segunda.

      E, foi por antever que isto poderia acontecer, que escrevi este artigo. Aliás, já na época passada aconteceu o mesmo. Ou seja, chegado ao jogo da supertaça o Rui Vitória colocou os "melhores" em campo, independentemente de serem os "melhores fisicamente" naquele momento. Ontem o central pelo lado esquerdo deveria ter sido o Lisandro. Se assim fosse há muitos lances que teríamos evitado.

      Já agora, este conceito de jogarem os "melhores" em vez dos "melhores fisicamente", está de tal maneira enraizado no nosso futebol que até o Sporting de Braga cometeu o mesmo erro. José Peseiro, andou a trabalhar durante semanas com Ricardo Horta na posição do Rafa, no seu 4-1-4-1, chega a este jogo e coloca o campeão da Europa a titular com apenas 1 semana de treino... o resultado foram aqueles 30 minutos em que o Braga não conseguia sair da pressão encarnada. Verdade que quando o Rafa passou para avançado, as coisas melhoraram. Houve menos exigências defensivas ao jogador o que contribuiu para ele gerir melhor a sua energia. Contudo, os falhanços que ele teve em frente à baliza reflectem bem a falta de índices físicos. Tivesse o Peseiro apostado numa primeira fase no Horta e depois no segundo tempo, num Rafa fresquinho e se calhar as coisas seriam outras.

      No entanto, penso que cada vez mais há intervenção de forças exteriores que fazem com que certos jogadores tenham de jogar. E essas forças exteriores nem são propriamente os adeptos. São os donos dos passes de certos jogadores que querem ver estes a serem rentabilizados e como tal exigem que os mesmos estejam na montra.

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    6. Isso é muito bonito, mas como anónimo já verifiquei mais que um utilizador ser 'sanado' com seus posts pertinentes apagados, aqui neste espaço.Aliás, boa parte da blogosfera benfiquista e alguns fóruns, incluindo o maior-serbenfiquista-são claramente censórios por mais estruturados que sejam os argumentos.O que é uma pena tendo em conta a história do nosso clube.O Luisão deita por terra qualquer controlo de profundidade.A aposta em extremos visa estender o jogo, arranjar espaço para circular bola, mas considero que falta á equipa qualidade no miolo.No jogo com o Lyon foi notório, os armários no meio controlam todo o desenrolar da partida.Temos um Fejs curto para a temporada e faltam 2 carros de assalto.

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    7. Toda a razão, companheiro Lopes.

      Viva o Benfica!

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    8. Como escrevi este blogue não suporta "trolls".

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    9. O sr Snowden também é um troll para a CIA.Tudo depende dos critérios.
      Conhecendo o seu 'critério editorial' só participei por causa da análise que fez ao Lindelof que considero injusta. Como a sua última frase demonstra, cometi um erro.Retiro-me.

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    10. Agradeço-lhe porque faz-me então um favor.

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  2. Totalmente de acordo contigo. Eu acho que neste momento, o Rui Vitória tem de colocar os que estão em melhores condições para este jogo. É difícil para nós adeptos sabermos a condição física dos jogadores, mas acredito que o Rui Vitória na escolha da equipa inicial para hoje, a condição dos jogadores será o fator determinante para os incluir ou não na equipa inicial.
    Saudações benfiquistas PP.

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    1. Olá Loucos!

      Não sei se o fará. Já na época passada perdemos uma supertaça para o Sporting um pouco por causa do Rui Vitória ir pelos nomes. Recordo da insistência de jogadores em má forma em prol de outros que estavam em melhor forma, por exemplo o Ola John e o Talisca, quando se tinha jogadores que davam boas indicações como o Carcela e o Nélson Oliveira respectivamente.

      Aliás, escrevi à um ano sobre isso mesmo:
      http://o-guerreiro-da-luz.blogspot.pt/2015/08/fazer-jus-ao-nome.html

      Espero que o Vitória tenha aprendido com isso. É importante que a estratégia passe por esse aproveitamento da capacidade física, sobretudo, face a planteis como o Sporting de Braga, que tem um onze forte, mas que depois as alternativas têm as suas restrições.

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    2. Não. Perdemos uma Supertaça porque a equipa andou uma pré-temporada a jogar de uma maneira (errada a meu ver, mas de uma maneira) e chega ao dia e vira tudo do avesso. Se as coisas em campo estavam más, com novas rotinas e obrigações piores ficaram.

      As boas indicações do Nélson Oliveira eram-no se ele fosse para a equipa de atletismo não para a de futebol. Carcela não estava mal, mas Ola John era sempre dos melhores. Eu pessoalmente acho que isso diz mais sobre a equipa do que sobre o jogador...

      Talisca... Lol!

      Quanto ao Vitória: aprendeu sim senhora. Porque se não tivesse aprendido não se tinham recuperado os pontos que se recuperaram e acabado em primeiro. Aliás, um dos pontos em que Vitória claramente é superior ao antecessor é esse mesmo: a humildade de reconhecer que erra e mudar.

      BF

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    3. Não foi isso que aconteceu. O que aconteceu foi o Benfica ter jogado com jogadores durante a pré-época e depois quando os habituais titulares chegaram de férias, colocaram-os a titular na supertaça com poucos minutos de pré-época. O que acaba por ir de encontro com este artigo.

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  3. Caro PP

    Simpatizo contigo. Quanto mais não fosse porque na época passada, principalmente no período em que as coisas aparentavam ir acabar mal para o clube da nossa paixão, nunca deixaste que o teu raciocínio fosse toldado e sempre acreditaste que o Benfica viria a vencer. É essa a nossa génese.
    Aprecio-te ainda por sobretudo escreveres sobre futebol jogado. Gostas do jogo. Isso é claro para quem te lê, mas, meu caro, eu que sou um leigo, apesar de ver futebol há 50 anos, sugeria-te que fosses mais comedido na forma como dás à estampa as ruas opiniões.
    Queres um exemplo?, lê este teu post e reflecte. Paulo Lopes em vez de Júlio César? E fico-me por aqui. Nem falo dos restantes que sugerias ao invés daqueles que Rui Vitória optou. E, pelo visto, optou bem. Optou por aqueles que considerou darem-lhe melhores garantias. Mau grado o Capela, concordará decerto que optou bem.
    Tudo é discutível, PP, mas Vitória é que treina o Benfica. E não nos temos dado mal.
    Abraço para ti e carrega Benfica

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    1. Verdade que o Vitória os treina. Mas, há coisas que são evidentes. Hoje, tivemos alguma estrelinha depois dos 20 a 30 minutos iniciais.

      Repara em quem estava a jogar mal na primeira parte: Lindelöf, Jonas e Mitroglou. Tudo jogadores referenciados aqui que pouparia na minha estratégia inicial. Tudo jogadores com fracos índices físicos.

      O próprio Fejsa no final da partida já errava mais do que o normal, evidenciando problemas físicos.

      O Júlio César esteve em grande nível apesar de ter escorregado na pior altura. A questão do Paulo Lopes era para o premiar. E, apesar da exibição do imperador, não podemos dizer que o nosso carequinha faria pior. Eu penso que não.

      Isto não se trata de jogar os melhores, mas sim jogar aqueles que estão em melhores condições.

      Na minha estratégia o Benfica nunca passaria por situações como passou neste jogo, porque iria conseguir controlar sempre a energia colocada em jogo.

      Entrámos fortes, mas passado 20 minutos a nossa energia esgotou-se. O Jonas e o Mitroglou estavam estáticos lá na frente o que facilitou o trabalho a centrais como o Bolly e o André Pinto. Com jogadores mais móveis e irrequietos teria sido terrível para eles. E, na segunda parte entrariam os craques para partirem ainda mais aquilo.

      Hoje teríamos goleado o Sporting de Braga. Em vez disso demos apenas 3. Não foi mal... mas, foi longe de ser um passeio.

      Se a bola do Rafa tivesse entrado... esse é outro que jogou parvamente os 90 minutos. Com o Ricardo Horta que nem no banco ficou, optaram por dar a titularidade ao Rafa? A compostura dele em frente à baliza reflecte o desgaste físico que apresentou naqueles momentos. Um Rafa a entrar na segunda parte teria rasgado um Lindelöf que fartou-se de falhar na defesa.

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    2. Como alguém disse noutro lado, ao nível de Benfica, Paulo Lopes é bom para levantar taças, não para estas andanças.

      Quanto ao Rafa, fico com a impressão que sem Rafa em campo dificilmente o jogo se tinha reequilibrado a partir do minuto 20. A menos que o Rafa saltasse para dentro nessa altura.

      BF

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    3. A manobra decisiva foi ter colocado o Rafa a avançado transformando o 4-1-4-1 para o 4-4-2 isto libertou-o das tarefas defensivas o que foi uma alívio para ele. O Pedro Santos que fez a pré-época toda anulou as investidas do Semedo e deu-lhe água pela barba...

      Para mim, se o Ricardo Horta tivessr jogado de início e depois o Rafa entrasse na segunda parte se calhar o jogo teria sido outro...

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