Uma análise ao grande confronto da Liga Inglesa que opôs o Manchester United ao Chelsea e os dois estilos bem diferentes.
Grande domingo de futebol na Liga Inglesa (EPL), com o jogo em Old Trafford entre os "reds" locais e os "blues" londrinos. Frente a frente, Di Maria contra Eden Hazard. Van Gaal contra José Mourinho. Van Persie contra Drogba. E, muitos mais duelos individuais e colectivos.
Foi um encontro entretido e que deu empate a um golo já nos descontos do jogo. Foi um jogo onde o golo surgiu através de bolas paradas, o que dá para entender o quão disputado foi. Primeiro marcou o Chelsea por intermédio de um cabeceamento ao primeiro poste do veterano costa marfinense Didier Drogba. Depois de muitos anos na EPL, ele regressa a marcar num grande palco! O tento do empate surgiu igualmente depois de um canto de Di Maria já nos descontos, e com a insistência de remate por parte do holandês Robin van Persie.
O que mais destaco deste encontro é da abordagem dos dois técnicos. Enquanto van Gaal, aborda o jogo numa estratégia de desequilíbrio constante da sua equipa, através de uma fluidez posicional elevada dos seus jogadores, já Mourinho é absolutamente o oposto, ou seja, uma rigidez posicional gritante, mantendo assim o equilíbrio constante da sua equipa. Talvez o facto do holandês estar ainda à procura de uma base para a equipa possa explicar esta abordagem. Isso e o facto de não poder contar com duas das suas maiores armas atacantes: Wayne Rooney e Radamel Falcao. Importante salientar que o português não pode contar com o seu avançado predilecto: Diego Costa. No entanto, como pudemos ver, o costa marfinense está ali para as curvas!
Tendo por base um 4-2-3-1 que muitas vezes se transforma num 4-3-3, quando Matic e Óscar recuam em campo, os jogadores com maiores liberdades posicionais são o Hazard, o William e também o Óscar. Em particular, o belga é quem acaba por ser o mais influente, não só pelo momento de forma como também pela liberdade táctica que Mourinho lhe concede. Já o 4-1-2-1-2, que muitas vezes se transforma num 4-4-2 ou até num 4-2-3-1 dos "red devils" está sempre em constante mutação. Neste encontro em Old Trafford, o Man United pareceu-me abordar inicialmente o encontro num 4-2-3-1, com um duplo pivot defensivo formado por Blind e Fellaini, e um tridente ofensivo, formado por Di Maria à direita, Mata ao centro e Januzaj na esquerda, atrás do ponta-de-lança van Persie.
Para mim, o único defeito dos "blues" é o excesso de pragmatismo. Parece-me uma equipa demasiado rígida de processos, onde a magia só pode ser feita através do mago belga. Normalmente atacam com poucos, no máximo 3 ou 4 jogadores (por exemplo, o Barcelona ataca com o dobro dos jogadores). A envolvência dos laterais nem sempre é efectuada, só para não perder o equilíbrio defensivo. Olhando de fora, dá-me a sensação que o Mourinho poderia dispensar um homem das tarefas defensivas e libertá-lo para o ataque, e assim ganhar mais dinâmicas e alegria ao seu ataque. Este Chelsea joga sobretudo no erro do adversário, porque pura e simplesmente quase ou nunca erra.
Já o United é uma equipa muito permeável defensivamente e louca no ataque. Os extremos ainda não têm dinâmicas defensivas. Nas transições defensivas ainda há jogadores que não sabem quais deverão ser os comportamentos individuais, quanto mais colectivos. O holandês Blind, não me parece ser uma solução definitiva para a posição de médio defensivo. Falha muitos passes e muitas vezes não tem o melhor posicionamento defensivo. Contudo, o mesmo poderei dizer de Fellaini, apesar de apresentar um perfil físico muito superior. Depois, van Gaal ainda não conseguiu encontrar a casa táctica ideal para Di Maria começar a ser o mágico da equipa. Juan Mata também parece-me um corpo estranho na equipa.
O Chelsea está muito sólido. O Manchester é o espelho do seu treinador, um futebol louco. Mas penso que apesar de estar a demorar a arrancar quando o ataque do United começar a carburar vai ser um saiam da frente. Pena terem uma defesa tão fraca.
ResponderEliminarRealmente o que van Gaal precisa é consolidar o processo defensivo. Isso é algo que o Mourinho consolidou há muito...
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