Vamos buscar estes...

... após fazermos deles campeões, vendê-los?

A ideia até partiu por um dos sócios encarnados na Assembleia Geral, quando se dirigiu ao, agora director geral, Rui Costa. E, sejamos francos, não é nada mal pensado, ou será? As rescisões com justa causa (diga-se!) de William Carvalho, Bruno Fernandes e Gelson Martins, mais a de Rui Patrício, fazem com que o Sporting passe de clube nacional mais representativo a ausente na selecção nacional. Apenas o Benfica é o clube nacional mais representativo com a presença do Rúben Dias, pois o Ricardo Pereira que era o representante do Porto já foi vendido ao Leicester. (Agora quero ver como estes jogadores serão agora tratados pelos jornalistas desportivos lagartos que estão agora na Rússia...) Para além destes internacionais portugueses, também o ponta-de-lança holandês Bas Dost rescindiu (e, muito provavelmente os argentinos Battaglia e Acuña seguirão as mesmas pisadas), todos eles internacionais A pelos seus países, logo de qualidade inquestionável. O facto de estarem a partir deste momento livres para assinar por qualquer clube é um aliciante que não pode ser ignorado, e que explica a reacção do presidente Luís Filipe Vieira quando diz:

«Este ano vou fazer uma pequena loucura que se calhar não devia fazer. Mas vou fazer. Não interessa se é o Bruno, se é o António ou o Joaquim. Há 25 anos brincaram connosco.»

Sinceramente, eu acho que o deve fazer. Em termos éticos, nem sequer estamos a ter a mesma atitude que Sousa Cintra teve há 25 anos atrás quando veio à Luz aliciar e buscar Paulo Sousa e Pacheco, porque o clube estava com pagamentos em atrasos. Desta feita, o Sporting por intermédio da direcção de Bruno Carvalho, acabou por criar um clima insustentável para a segurança quanto mais para o trabalho desses craques. A forma de tratar os jogadores por parte do presidente leonino, a meu ver, só tem comparação num tempo onde a escravatura e a ditadura ainda existia. Os jogadores têm toda a razão para se desvincularem do Sporting pelos motivos que indicaram. Acredito que só não o fizeram mais cedo porque estiveram à espera que a actual direcção caísse por si só. Mas, com esta resistência e com a necessidade de desde já protegerem as suas carreiras, não podem esperar muito mais tempo. Mais, mesmo que, por algum milagre do antigo regime, os jogadores venham a ser condenados, "apenas" terão que pagar aos leões os vencimentos que estavam em causa até ao final do contrato que rescindiram. Ora essa quantia será sempre inferior às actuais cláusulas de rescisão. Dessa forma, até o clube para os quais esses jogadores forem poderá assumir essas verbas para os jogadores, pois numa qualquer futura transferência, mesmo que por valores menores que as cláusulas de rescisão actuais, o clube teria sempre ganhos. No caso do Benfica, penso mesmo que seria um excelente negócio a nível financeiro e desportivo. Financeiro, porque adquiríamos vários internacionais pelo preço da uva mijona e que poderiam trazer-nos receitas não apenas em futuras transferências, como também em chegar mais longe nas competições europeias. Desportivo, porque reforçaríamos com jogadores de qualidade para posições em que estaríamos mais carenciados e com maior qualidade, mais perto estaríamos de títulos. Depois, há o impacto mediático e emocional sobre os nossos adeptos e adversários. Fiquem com este esboço de plantel encarnado:

Em asterisco se encontram os jogadores que penso que
poderiam entrar no plantel encarnado.