Uma autêntica...

... que é o Futebol Português.

Não há outro nome que se possa descrever o actual estado do futebol nacional. Somos a nação campeã europeia, temos dos melhores técnicos e jogadores do mundo, mas a nível organizativo somos do mais tribal que possa existir. Enquanto estas mentalidades pequenas, egoístas e egocêntricas poluírem o futebol nacional, as organizações que orbitam e regularizam a modalidade neste rectângulo à beira-mar plantado, mais não serão que meros fantoches naquelas mãos. Alimentados por filas intermináveis de pavões bífidos que fazem de tudo para alcançar uma posição de destaque onde possam alimentar seus egos e carteiras, temos armado o folclore que é o nosso futebol. Ele está cada vez mais revestido por interesses ocultos. Desde dos negócios à volta dos jogos de apostas e azar, até aos grandes interesses económicos de banqueiros, de fundos e de capitalistas, passando por toda uma tribo de apaixonados loucos pelos seus clubes ligados à justiça e saúde, o futebol português é um autêntico Carnaval. Minto! É mais um autêntico bacanal.

Louvo a postura do Benfica perante todo este lodo. Está a tentar segurar o mais possível a estabilidade. Pegando na figura acima, que serve de proa para o artigo, o Benfica está parado em seu campo, tentando que o seu peso seja o suficiente para equilibrar o campo inclinado por todo este arraial. É talvez a única entidade (a par dos restantes clubes modestos), que tenta equilibrar o que muitos querem de todo desequilibrar. As marionetas colocadas nos lugares de poder, continuam impávidos e serenos nos seus poleiros. O silêncio é aqui sinónimo de consentimento. Ora, perante este actual estado, não se pode ficar mais tempo quieto. Há uma luta terrível pelo poder, porque sabem que é a única maneira de conseguirem aproximar do nível de elite que o Benfica está neste momento. É a velha teoria dos caranguejos no balde a vir ao de cima, ou seja, nivelar as coisas não pela elevação, mas sim pelo rebaixamento. Por tudo isto, não podemos ficar parados. Temos de saltar e com isso fazer o adversário cair. E, se for necessário que se parta de vez o campo. Até porque estaremos sempre muito mais bem preparados que tudo o resto para reconstruir o futebol nacional. Impõe-se uma resposta mais bélica e cirúrgica do Benfica. Não apenas do departamento de comunicação, mas sim desde o presidente até ao treinador. Este é o momento para colocar o dedo na ferida. Para questionar quem é que de facto está a tentar inclinar o campeonato a seu belo favor. Para questionar a quantidade de ilegalidades que foram cometidas para desestabilizar o adversário e para conceder vantagens a outros. Isto por um lado. Por outro, é trabalhar forte e duro para mesmo nestas condições de campo inclinado, chegarmos a uma situação de dependermos de nós próprios e nesse momento dar-lhes a estocada final no seu campo inclinado. Aí a glória será ainda mais saborosa. Imaginem lá comigo, podermos perguntar aos nossos adversários, como foram capazes perder num campeonato inclinado por e para eles?! Quando penso nisso, só visualizo a minha indecisão de questionar-lhes via email ou enviar-lhes um voucher...