25 fevereiro 2018

«Às três é de vez!»


A importância de uma série de jogos para um jogador.


Há muito que defendo que o que o Rafa precisava para demonstrar todo o seu jogo, seria uma série de jogos consecutivos. Não é à toa que, pela primeira vez desde que chegou à Luz, teve essa série (3º jogo consecutivo a titular - contra o Portimonense, o Boavista e, agora, o Paços de Ferreira) e, apenas no primeiro jogo completo para o campeonato esta temporada, ele oferece a qualidade de jogo que vimos este sábado na Mata Real. Depois de na semana passada a asa esquerda encarnada ter estado em evidência, esta semana foi a vez da asa direita. Cada vez melhor o entendimento entre André Almeida, Pizzi e Rafa Silva, um trio que poderá dar-nos muitas alegrias e que no verão poderá ser aproveitado pelo seleccionador nacional.


Passo a passo, o camisola 27 (gostava de vê-lo com a camisola 11, agora que o Gabriel Barbosa saiu em janeiro...) vai justificando a sua contratação. E, mais do que isso, vai sendo determinante para a equipa encarnada, de tal forma que mantendo este tipo de exibições, não só o Salvio terá grandes dificuldades de regressar ao onze titular, como penso que o Fernando Santos terá mais uma excelente alternativa para levar para a Rússia neste verão. Já agora, chamo a atenção não apenas para todo este percurso do Rafa, que acaba por marcar um golo precisamente um ano após o último que ele marcou com o Benfica para o campeonato, mas para o apoio que se vê que o grupo lhe dá...




14 comentários:

  1. Ora bem! Como sempre disse também, relativamente a Rafa e a Zivkovic. Nenhum jogador rende o seu máximo a alternar banco com bancada com uma passagem trimestral do cavalo!...

    Dois talentos top 5 do plantel, de nível europeu, proscritos durante um ano e meio!!! E que só não continuam proscritos porque houve lesões...

    Devia haver um qualquer tribunal de benfiquismo onde RV pudesse ser condenado por este crime de lesa-futebol e de lesa-Benfica.

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    1. Na maioria das vezes estás situações e decisões prendem-se com a harmonia do grupo de trabalho.

      A verdade é que o Rafa veio com muito talento, mas com muito ainda por confirmar. O Salvio já tinha dado mostras. E como nas oportunidades que teve, ficou um pouco aquém, percebo o conservadorismo do Vitória.

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    2. 'Harmonia do grupo de trabalho' = não ferir susceptibilidades dos pesos pesados do balneário, não vá este ser destruído por aqueles...percebo, mas discordo: a função de um líder é decidir em função do que é melhor para a organização, afrontando os pesos pesados desta se necessário - sempre com respeito e inteligência emocional. Fácil? Claro que não! Mas 'se fosse fácil não era para ele'...

      Relativamente ao teu segundo parágrafo, aí discordo completamente mesmo. Já em 2016, tanto o Rafa como o Ziv mostravam ser claramente superiores ao Salvio em tudo o que realmente interessa: técnica, criatividade, velocidade de raciocínio e execução, leitura de jogo, tomada de decisão, noção de que o futebol é um desporto colectivo e não individual, etc...

      E se o Rafa, como o Ziv, ficou sempre um pouco aquém quando teve oportunidades, é por aquilo que escreves no teu post: a importância da continuidade a titular para um jogador...

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    3. Pois, mas é precisamente aí que o Rui Vitória foi inteligente. Ele usou a inteligência emocional, respeitando ao mesmo tempo a cultura organizativa.

      O sucesso do Rafa hoje é fruto também da aceitação de todo o grupo ao rapaz. Por vezes forçar essa aceitação é contraproducente, pois tem exactamente o efeito contrário àquele que pretendíamos. O futebol está cheio de casos desses.

      Uma coisa era o Rafa ter chegado à Luz com um estatuto de um Ronaldo ou de um Messi, tal como o Neymar chegou ao PSG. Nesse caso, tal como no clube parisiense, os colegas até lhe dariam o número da camisola que o jogador mais gostava.

      O que tu viste foram fogachos de bom futebol por parte do Rafa e do Zivkovic. Recordo-me que com o Zivko a titular em Paços de Ferreira na época passada, demos 60 minutos de avanço ao adversário. Acho que aqui funciona a tua percepção das exibições. O RV teve uma leitura diferente e como tal, totalmente justificável.

      Eu com este tipo de texto não quero realçar se o Rafa poderia ou não ter entrado mais cedo. Para mim, o fundamental é ele ter tido esta série de jogos, quando muitos já o crucificavam sem sequer terem-no visto a jogar realmente.

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    4. A questão é que os "fogachos" de bom futebol de Rafa e Zivkovic não andavam muito atrás dos "fogachos" de bom futebol de Sálvio. E no entanto na hora de dar minutos e de chamar à titularidade era o que se via.

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    5. Pode ter haver com duas coisas: do Salvio já sabem o que podem esperar enquanto do Rafa e do Zivko ainda não naquela altura, por outro lado, o grau de entrosamento destes com os restantes colegas, conforme escrevi abaixo, pesa também muito.

      Dito isto, não significa que teria a mesma decisão que o Vitória. Apenas, consigo compreender a sua decisão, sem ser por questões contratuais, até porque para todos eles a direcção deveria querer vê-los a jogar todos.

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  2. «não só o Salvio terá grandes dificuldades de regressar ao onze titular» - Tu deixa só que o gajo consiga correr que nem um touro nos treinos que RV mostra-te a dificuldade!...

    Espero não ver ninguém do Benfica na selecção. Quero-os todos fresquinhos em Julho e prontos para reconquistarem o título nacional para o ano.

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    1. O Rui Vitória não decide assim como escreveste. Pode parecer que sim, mas não acredito. Se assim fosse, o Rúben Dias já tinha dado lugar ao Luisão.

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    2. É ver para crer, ver para crer!

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    3. Acredito que o Salvio recupere, mas com um Rafa a jogar desta forma, não entra a titular. Outra coisa que o Vitória dá muita importância é o grau de entrosamento que um jogador tem com outros. Por exemplo, ele tentou o João Carvalho com o Grimaldo e o Cervi, mas a química não foi a mesma que com o Zivkovic. Isso fez com que o sérvio tivesse ganho o lugar após a lesão do Krovinovic. Por outro lado, o Zivko já tinha perdido o lugar de extremo esquerdo para o Cervi, porque este e o espanhol têm uma complementaridade muito grande. Acredito, pelo que tenho visto, que o Rafa se entende ainda melhor com Pizzi e o André Almeida que o próprio Salvio e isso não será indiferente ao Vitória, na altura de decidir por um ou por outro.

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    4. Eh pá espero que sim. Acho que para a recta final do campeonato se pudermos contar com um Sálvio a entrar fresquinho a partir do banco, quer para o lugar do Rafa quer do Almeida, teremos mais a ganhar do que a perder.

      Quanto à teoria do entrosamento, acabamos sempre na pergunta de como se consegue o entrosamento sem minutos de jogo. No fundo a tua questão com os minutos de jogo do Jiménez...

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    5. Penso que o entrosamento vem com o treino. É por aí que as relações se tornam mais fortes. A melhor forma de um jogador acabado de chegar vingar num clube é arranjar logo ali um aliado. De preferência do mesmo sector, o colega ao lado, para ser mais perceptível a equação de que 1+1>2. Depois, quando houver a oportunidade saber aproveitá-la. A maior parte dos jogadores têm como estratégia "vou partir todos os adversários", ou seja, uma estratégia individual, quando deveriam procurar a estratégia cooperativa.

      O problema do Raul é que falta demonstrar ao Vitória que é uma solução com bola tão boa ou melhor que a do Jonas. Porque sem bola, o Rui sabe que o mexicano é super...

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    6. Duvido que seja melhor e mesmo o tão boa é questionável. Acho que o Raul dá um leque de opções diferente, uma espécie de Cardozo com mais mobilidade. E acho que a mais valia não é tanto o que faz com bola, mas o que faz à bola. ;)

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    7. A questão é que o Jonas, não é apenas um finalizador. Ele é um pivô ofensivo que joga e faz jogar a equipa. No lugar do Jiménez, apostaria num trabalho idêntico, muito embora vejo o mexicano, um pouco como um Cavani em Nápoles, onde jogava escondido numa faixa. E, agora, vemos ele no corredor central do PSG e a fazer grandes jogos.

      Como pivô ofensivo, o Seferovic tem muito jogo se lhe derem oportunidade. Acho que o ano do suíço será na próxima temporada.

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