... é lidar!
Foi desta forma que interpretei o golo do internacional mexicano no domingo passado. Um golo todo ele repleto de justiça e de moral, qualquer que seja o prisma com que o recordemos. Numa perspectiva mais directa, foi delicioso ganhar ao Rio Ave através de um lance de puro contra-ataque. Perante um adversário que estava trabalhado para jogar no erro do Benfica e apostado num jogo de transições rápidas, não deixa de ser irónico perder o jogo precisamente dessa maneira. Como se costuma dizer...? Quem com ferro mata, com ferro morre e é bem verdade. Digam lá se não ficaram com um gostinho especial quando vemos toda a gente a falar que o Benfica marcou através de um contra-ataque?! Lamentável é esses mesmos paladinos da exigência futebolística nacional, não se preocuparem com os golos às três tabelas que Porto e Sporting, os mais directos adversários do Benfica, têm marcado... mas isso é outro assunto.
Seguindo para outra perspectiva, o dos intervenientes do golo em si. Que ironia do destino, juntar nada mais nada menos que o Jonas, o Salvio e o Raúl naquele que muito provavelmente será um dos golos do tetra encarnado. O camisola 10 tem tido uma época super azarada com o calvário das lesões. No entanto, sempre que joga, o jogo é logo outro. O brasileiro é sem sombra de dúvidas o melhor jogador a actuar em Portugal. A classe do passe que desmarca o Salvio e promove o 2 contra 1 frente à defesa do Rio Ave, é algo que se fosse em Espanha ou em Inglaterra estaria a ser passado em loop em todos os canais. Infelizmente em Portugal, porque os jornais não servem os leitores, mas sim quem quer controlar opiniões, prefere-se fazer caixa de ressonância sobre castigos a aplicar ao Jonas... Não é de admirar! Ele joga tanto... Já sobre o argentino, onde estão os críticos dele agora? Comportamento exemplar na acção ofensiva, onde fixou o defesa adversário e no momento certo passou a bola para o Raúl finalizar. E, que grande finalização teve o camisola 9! Visto na repetição, percebemos que o guarda-redes Cássio saiu-se muito bem da baliza para fazer a mancha ao remate do mexicano, mas só a frieza e colocação do remate é que não permitiu a defesa do guardião. E, depois a comemoração do golo... muito bom Raúl! Ainda sobre o camisola 18, gostei de vê-lo a jogar pelo flanco esquerdo, algo que foi pontual no lance do contra-ataque, mas que gostaria de ver essa solução mais trabalhada, pois penso que permitiria ao Toto entrar mais dentro da parte criativa do jogo e não tão somente nas zonas de finalização. Fica aqui a dica, Rui!
A terceira perspectiva, é a mais sinóptica e talvez a mais pragmática: falta-nos apenas 3 pontos para sermos tetracampeões! Estamos à espera do quê?! (Fiquem agora com o golo do Raúl em versão mexicana e atentem ao comentário final acerca da comemoração...)
Deixa o Salvio de fora da construção, criação e finalização - no banco é que ele está bem! Mesmo com Rafa na direita, uma solução que está longe de ser a ideal, quanto a mim, o nosso ataque organizado foi logo outra loiça sem o Salvio e as suas paredes...tivemos um jogo muito mais fluido, um carrossel de mobilidade e dinâmicas posicionais que, não tendo sido fantástico, foi muito melhor que o habitual e muito mais difícil de defender - muito mais colectivo...muita responsabilidade aí de Jimenez, sem dúvida! Mas a ausência dos choques frontais de Salvio com as suas paredes e a consequente redução drástica de bolas perdidas para contra-ataques adversários também foi muito importante.
ResponderEliminarQuanto ao lance genial do golo, sim - é irónico que tenha sido de contra-ataque e protagonizado por Dom Salvio e Jimenez. E sim, Dom Salvio esteve muito bem na decisão e execução - parecia mesmo o Zivkovic! ;)
Mas este lance de Dom Salvio não é mais que a excepção que confirma a regra...não te esqueças que até um relógio parado está certo duas vezes por dia! ;)
De resto, nada disto interessa agora. Interessa é ganhar sábado e festejar o tetra na nossa Catedral!!! Está perigoso este clima de título resolvido...é fundamental não ir ao antro da corrupção a precisar de pontuar!!!
Carregaaaaaa Benficaaaaa!
PS1: completamente de acordo quanto ao que dizes do Jonas. É demasiado bom para esta espécie de país...
EliminarPS2: obrigado pelo vídeo! Uma delícia! 🙂
Estás a descarregar tudo sobre o Salvio BP, quando neste jogo o Rafa teve exactamente o mesmo tipo de dificuldades que o argentino, assim como noutros jogos o Carrillo também teve, jogando como extremo puro. A meu ver mais do que um problema individual é um problema colectivo. Um problema do modelo de jogo e da interpretação de alguns momentos do jogo.
EliminarTirando a finalização, quais foram essas dificuldades do Rafa? Receber a bola? Transportá-la? Entregá-la jogável? Fazer a equipa ganhar metros no terreno? Porque não vi o Rafa com dificuldades de maior em fazer isso quando comparado com as exibições do Sálvio nos últimos 2 anos...
EliminarPP, faço minha a resposta do RB.
EliminarPortanto, faço minhas as perguntas dele...
É evidente que temos um problema colectivo no ataque organizado, mas isso não exclui que o Salvio tenha os problemas que todos vêem excepto tu...
PP, lamento mas dizer mal do Salvio este ano é inevitável. Tem sido miserável, jogo atrás de jogo.
ResponderEliminarContra o Rio Ave foi, e bem, para o banco, e parece que lhe fez bem. Entrou muito bem no jogo e no lance do golo acho que nem preciso de referir que foi perfeito.
Isso não invalida o mal que se disse dele anteriormente, e que se continue a achar que neste momento está melhor no banco que no 11. Aliás, o Salvio é perito e fazer isto...não jogar nadinha e do nada marca 1 ou 2 golos decisivos.
De resto, bom jogo do Benfica, adulto e inteligente, sempre seguro e consciente do valor do adversário.
Os melhores para mim foram os 4 defesas, o Cervi e o Raul.
A meu ver estás a focar-te muito no jogador em si e não reparar que já foram testadas outras soluções nesse lugar e que não tiveram melhores exibições, inclusive extremos falsos. Para mim, o problema está no colectivo. O Salvio jogando na direita, como extremo puro, deve receber a bola à sua frente, para ficar de frente para o jogo. Se formos a ver bem a maioria dos passes para ele (e para outros como o Rafa e o Varrillo que joguem como extremos puros na direita) são passes para as suas costas. Enquanto que para a frente estes jogadores têm a perna esquerda a escudar o pé direito que é o pé dominador destes jogadores, quando recebem de costas o pé dominador está do lado do adversário, daí ser muito mais fácil perderem a bola como acontece.
EliminarPor outro lado, com falsos extremos estes têm maiores facilidades na recepção. Mas, porque o Benfica joga com dois avançados mais fixos de corredor central (Jonas e Moitroglou) têm dificuldades em continuar a jogada porque nenhum deles cria desmarcação para aproveitar o espaço ou criar espaços para os falsos extremos poderem driblar.
Ou seja, há um claro problema na nossa organização ofensiva.
PP, diz-me que outro extremo do Benfica teve direito sequer a três jogos seguidos a titular na direita? Pois...a verdade, por mais que queiras pôr no mesmo plano titularidade indiscutível e uma oportunidade aqui outra ali, é que NENHUM extremo do plantel foi consistente aposta na ala direita, excepto Dom Salvio. E é incrível como é que tu atacas o Ziv ou o Carrillo por não terem feito muito melhor em oportunidades isoladas, ao mesmo tempo que defendes um jogador que, tendo sido a ÚNICA aposta consistente para aquele lugar, conseguiu fazer sempre pior (ou igualmente medíocre, vá...) que os que tiveram uma ou duas oportunidades em toda a época. Mais incrível ainda é que finjas não saber que não é num jogo isolado que se julga um jogador; que finjas não saber que cada jogador traz coisas diferentes ao jogar da equipa, mas que é preciso repetição e consistência da aposta nesse jogador para que o jogar da equipa realmente mude...
EliminarEstás cada vez mais parecido com o Sean Spicer, actual porta-voz da Casa Branca...defender o indefensável não é para ele, mas ele continua, confrangedor, a tentar...desencantar rocambolescas defesas retóricas que tornem lógico o absurdo não é para ele, mas ele continua, confrangedor, a tentar...dar constantemente respostas ao lado da questão por ser a única forma de não comprometer a sua dama perante a questão, isso sim, já é para ele - e ele continua, confrangedor, a tentar...
Eu não estou a atacar nem a defender jogador nenhum. Estou sim a colocar o dedo na ferida que é o nosso modelo de jogo ofensivo. São as suas lacunas que fazem com que todos os extremos que temos à disposição não consigam vingar-se de forma inequívoca.
EliminarPode vos parecer que estou a defender o Salvio, mas não é isso que se passa, pois tenho a certeza que qualquer outro que vá lá parar vai ter as mesmas dificuldades. Falam de série de 3 jogos seguidos, mas o Zivkovic já teve uma série idêntica e apesar de nos primeiros jogos ter dado nas vistas, depois decaiu. O mesmo aconteceu com o Cervi, por exemplo. E, isto já tinha acontecido com o Guedes a época passada.
Ou seja, não é o jogador o maior culpado. Acho que nesse aspecto a equipa técnica tem de assumir as responsabilidades. Por outro lado, mal ou bem, eles têm conseguido ganhar que é o mais importante.
Por fim, que raio de comparação é essa!? Se defendo o Salvio, é porque considero que o estão a estigmatizar desnecessariamente. O problema do Salvio não se resolve apenas coma mudança de jogador. Poderá resolver-se no curto prazo dessa forma, mas tenho plena convicção que quando passar aqueles jogos iniciais em que o novo jogador quer conquistar o lugar e dá tudo, depois quando se estabiliza e os adversários conhecem os jogadores então começam as dificuldades. E, para superar não é apenas uma questão de talento natural. É através de movimentos em equipa. E, são esses os movimentos que estou a tentar alertar.
O Zivkovic teve uma série de jogos consecutivos a titular, mas à esquerda. Que eu saiba, essa não é a posição do Salvio...nem a do Zivkovic!
EliminarParece que como não pude usar o meu perfil deves ter assumido que não era eu. Copio aqui o que escrevi noutro post:
ResponderEliminar«Sálvio a render quando entra a 20 minutos do fim. Mesmo assim com recepções de bola ao nível de juvenis (3 perdas de bola contei eu por más recepções do Sálvio).
Rafa não deu tanta acutilância ao ataque, mas por outro lado a equipa conseguiu segurar muito mais bola no meio campo dos Caxineiros.
Jiménez a justificar mais minutos.
Que grande Rio Ave. É adorável que o Porto aposte em NES e mande este tipo para o Rio Ave. Adorável.»
Onde estão os críticos do argentino? Poderia entrar como disse o BP que o lance é a exepção que confirma a regra. Se fosse mais cínico diria que ele andou estes anos todos a fuçar para neste lance poder ter sentido colectivo.
Poderia falar das recepções falhadas mesmo sem pressão de um adversário. Graças a Aimar, Eusébio, Coluna e Rui Costa teve a clarividência de meter no finalizador de serviço.
Estás com um pó ao Salvio que nem te digo nada. Se puderes lê a resposta que dei ao JPS, porque é a mesma que daria aqui para ti.
EliminarEntão aproveito e respondo aqui.
EliminarComo já disse a minha embirração com o Sálvio apenas encontra paralelo na tua com o Mitroglou e a resposta poderia ser a mesma que tu propunhas: dêem 10 jogos a titular à alternativa. E o problema do Sálvio não deste ano, já tem anos é que não é uma alternativa mas são neste momento três (Rafa, Carrillo e Ziv), cada uma com as suas características.
A "análise" aos problemas do Sálvio é, até certo grau, independente do sistema que a equipa usa. Porque os problemas do Sálvio sê-lo-ão em qualquer sistema. O problema da falta de critério do Sálvio quando tem a bola manifesta-se quando joga mais ao meio ou mais à direita, com a bola no espaço ou no pé, mais atrás ou mais à frente. O problema da velocidade de reacção que decresce ou de como a capacidade de raciocínio desce exponecialmente com o tempo passado em campo idem. Neste sentido das alternativas o que me parece mais próximo de Sálvio é Carrillo (que tenho gostado de ver mais à esquerda).
No jogo com o Rio Ave, Sálvio tem três recepções de bola, sem pressão adversária, em que simplesmente perde a posse. Tirando a jogada do golo pouco ou nada se envolveu com o resto da equipa. No sentido de ajudar a controlar as operações, fez menos, muito menos do que o Rafa. E depois o apoio ao lateral. Rafa estava a ser uma nulidade e Sálvio dá um pouco mais. O problema é que o pouco mais dele anda sempre perigosamente a roçar o oferecer faltas ao adversário. Entre uma e outra ainda não sei qual o mal menor para a equipa.
Correcção:
Eliminar«E o problema do Sálvio não deste ano, já tem anos é que não é uma alternativa mas são neste momento três (Rafa, Carrillo e Ziv), cada uma com as suas características.»
Deve-se ler:
E o problema do Sálvio não édeste ano, já tem anos e neste momento não é uma alternativa mas três (Rafa, Carrillo e Ziv), cada uma com as suas características.
Vejo o Carrillo e o Rafa a terem os mesmos problemas que o Salvio tem tido quando jogam como extremos direitos puros. Já na época passada, o Gonçalo Guedes teve os mesmos problemas, que o levaram a perder o lugar para o Pizzi.
EliminarAliás, a solução na época passada passou muito pela utilização de um médio-interior/ala direito, ao invés de um extremo direito, dando a profundidade do flanco ao Semedo. Hoje temos tanto o Semedo como o Salvio muito próximos um do outro em momento ofensivo e a perderem a bola como nunca. Isto acontece não apenas com o Salvio, mas com o Rafa e o Carrillo quando jogam lá. No jogos em que a equipa joga em contra-ataque é quando estes extremos puros melhor jogam, pois a bola é colocada à frente deles e não nas suas costas.
Por outro lado, o Benfica esta temporada já jogou com falsos extremos, por exemplo, com o Zivkovic na direita e o Carrillo ou o Rafa na direita. Esta solução parecia dar frutos em jogos da taça de Portugal frente a adversários de menor nomeada. Mas, em Paços de Ferreira, percebeu-se o verdadeiro problema desse modelo: com avançados mais fixos no corredor central como o Mitroglou e o Jonas, que querem bola no pé, torna-se difícil, para os falsos extremos criarem jogo ofensivo, pois os avançados ficam muito estáticos. Ora isso cria dificuldades para os falsos extremos de duas ordens: a primeira é porque perdem a possibilidade de estando de frente para o jogo no corredor central, lançar o avançado para o espaço nas costas da defesa adversária e, a segunda é que ficando imóveis, os avançados não criam as clareiras no corredor central para os falsos extremos poderem driblar e criar desequilíbrios. Isso dá origem aquilo que muita gente chama de afunilamento do jogo.
E é por tudo isto que não sou capaz de criticar o Salvio e outros extremos que lá jogam, mas já sou capaz de criticar Mitroglous e companhias.
É interessante ires buscar a época passada e derivação do Pizzi. Sendo certo que o possante Renato é importante, ignorar os comportamentos de Pizzi e Gaitán é não querer perceber o que difere do ano passado para este.
EliminarE começamos na utilidade de Sálvio por aí e no porque eu digo que o Sálvio pode ser útil saltando do banco, mas que limita sobremaneira a equipa quando a titular.
A capacidade de Sálvio não afunilar o jogo é interessante porque deriva do egoísmo do argentino. Ele não tem nenhuma apetência especial pelo jogar na ala ou ir à linha. É porque ele com a bola é olhos no chão e para a frente é que é caminho. É tão certinho no meio como na direita! Já os outros não. Os outros evoluem e procuram alternativas.
O único par extremo-lateral, à direita e à esquerda, que está regularmente «muito próximo[s] um do outro em momento ofensivo» é o par que envolve o Sálvio. Agora, ou acreditamos que há treino ou que não há. E quando um comportamento vai totalmente contra o resto, raramente é o mundo que está errado.
No contexto português, o Benfica estará sempre mais perto de ganhar jogos quando utiliza jogadores que tendo a bola sabem o que lhe fazer e que quando a não temos a recuperam. Mais do que parar o ataque adversário, jogadores que recuperem a bola friso.
Dentro do universo de extremos que o Benfica tem, o único capítulo em que Dom Sálvio ganha é o parar o ataque adversário. E poderemos até dizer que defensivamente à direita não existe mais ninguém (Ziv tem dias, Rafa e Carrillo definitavemente são mais fracos). Se me quiseres vender o Sálvio pela capacidade parar o ataque adversário, podemos discutir isso, atendendo ao número de faltas que ele comete para tal.
No aspecto ofensivo, a opção Jiménez em detrimento de Mitroglou obriga-te a ter jogadores que saibam jogar ao meio. Ou pelo menos entrarem. Pode-se ir buscar os muitos golos que Sálvio tem e dizer "ah ele sabe fazer isso", mas saberá mesmo? Ou estaremos depois a falar de como o "malandro" do Jiménez ocupa o espaço do Sálvio? Não sou grande dotado nas artes divinatórias, mas o que se tem visto a Dom Sálvio nos últimos 2 anos ou assim indicia que há uma resposta muito mais provável do que outra...
E como é que Sálvio lida com avançados muito estáticos? Da mesma forma que lida com avançados móveis: parte para cima de 3 defesas em direcção à linha de fundo ou então "porque não tem opções" remata contra a muralha de 3 defesas. Confesso que destas ainda prefiro a primeira, porque tem uma probabilidade menos reduzida de perder a bola, mas a verdade é que as opções do Sálvio com bola acabam, em 60-70% das vezes, conduzir a perdas de bola e a transições fortemente desfavoráveis para o Benfica. Se no meio campo estiver alguém com uma cultura táctica abaixo de Fejsa (leia-se por exemplo Samaris) então estão lançados os dados para jogos sofridos.
Mas vamos abordar outra questão: porque é que as alternativas ao Sálvio não merecem 5/10 jogos a titular para mostrar o que valem?
Esta tua mania de perseguição sobre o Salvio está a toldar-te as vistas. E, olha que há muito raciocínio que escreveste atrás que poderia servir de pistas para veres o jogo de outra forma. Agora, tens de mudar um pouco a forma filtrada como estás a ver as coisas.
EliminarEm primeiro lugar e para ver se nos entendemos. É precisamente por não ignorar como na época passada os nossos extremos jogavam que fui buscar esse exemplo. Em segundo lugar, é importante perceberes que não há receitas de sucesso. Ou seja, tão certo seria dar resultado o Rui Vitória repetir a receita de extremos da época passada, com um Pizzi à direita e outro extremo à esquerda, como certo seria optar por outra forma de jogar os extremos. O que se tem de trabalhar é no resto. Ou seja, no primeiro caso poucas modificações terá de fazer quanto ao resto da equipa, mas no segundo, já terá de fazer outras modificações. Por isso, puxo as orelhas a muitos meninos como o Semedo e outros (como o Mitroglou), que acho que podem e devem adaptar-se melhor à nova forma de jogar do Benfica.
O Salvio tem lacunas é verdade, mas é a ele que os colegas entregam a bola para criar os desequilíbrios ofensivos, da mesma forma que é ao Ronaldo que o Real entrega, ao Messi que o Barcelona entrega, ao Hazard que o Chelsea entrega, ao Robben que o Bayern entrega e por aí fora. No entanto, nesses clubes os restantes jogadores trabalham para criar o espaço e o tempo para esses atletas conseguirem ter o máximo de vantagem possível sobre o adversário para criar os tais desequilíbrios. No Benfica, entregam à queima.
Vai lá ver quantas dessas 60-70% das bolas que ele perde, é que não são provenientes de lances em que lhe entregam a bola à queima ou com ele de costas para o adversário. Assim torna-se difícil para ele e, sobretudo, para qualquer outro que por lá queiram colocar.
Para o nível de ambição do Benfica Sálvio é um jogador banalíssimo. No contexto português e com a qualidade que tem havido no trabalho táctico dos aversários, passou de um jogador que desfaz os nós em que se metia há dois anos, para um jogador ligeiramente acima da média. E isso não há bolas mal passadas pelos companheiros e orientações erradas do treinador que consigam camuflar! E essa dos colegas lhe passarem...
Eliminar«[As] opções do Sálvio com bola acabam, em 60-70% das vezes, conduzir a perdas de bola e a transições fortemente desfavoráveis» não tem nada a ver com as condições em que lhe dão a bola. Estás a confundir o cômputo geral das acções dele (desde a recepção, o controle e o que faz depois) com aquilo que ele faz à bola. Ou seja, aquilo que depende única e exclusivamente dele. Não digo uma acção extraordinária que tira 5 defesas do caminho, mas digo uma acção que não faz com que equipa se balance toda para a frente só para depois ele perder a bola e obrigar toda a gente a ter de compensar essa perda.
Nesse aspecto é fraquíssimo para nível que se quer neste clube! É incapaz de pausar e passar atrás se necessário. Oferecer a bola e procurar outro posicionamento. Prefere no extremo entregar a posse com uma acção idiota qualquer a reorganizar. É o único do plantel com este defeito? Não, mas a mais nenhum é tolerado que cometa os mesmos erros durante tanto tempo em campo!
E no que me tolda a vista... O que me tolda a vista é que na discussão entre um bidom (Kostas) e uma barata tonta (Sálvio) o bidom é mau e tem de sair e a barata tonta é incompreendida pelo mundo. É esta bipolaridade que me tolda a vista, nada mais.
E apesar disto tudo, é bom estarmos a discutir bola a rolar novamente! E essas ausências pronlongadas: trabalho ou foste pai? Se for a segunda, parabéns! Se for outra coisa, forca nisso. =D
A mais nenhum é tolerado que cometa os mesmos erros durante tanto tempo em campo... não é verdade. Pode parecer isso, mas não é a verdade. É preciso entender o modelo de jogo do Benfica.
EliminarO Salvio está a ter os mesmos problemas que o Nico na época passada. É ele o desequilibrador da equipa. Por isso é que do lado esquerdo, o Rui Vitória tende sempre a colocar um jogador mais cerebral que no lado do Salvio. Tal, como colocou o Pizzi na época passada no lado direito para libertar o Nico para os desequilíbrios no lado esquerdo.
Acontece é que nem Cervi, nem Zivkovic, nem Carrillo e nem Rafa são o Pizzi da época passada do lado esquerdo. E, se já na época passada o Nico tinha dificuldades (e teve imensas!!!), a minha questão não se focaliza em nomes, mas sim no modelo ofensivo do Benfica.
Eu gosto do Salvio e do Mitroglou e de todos os jogadores do Benfica e como sei que se pode criar com os jogadores em campo um modelo no qual todos possam triunfar da mesma forma, faço estas críticas sobre o modelo actual.
Não estou a dizer que o Mitroglou é um bidom e o Salvio uma barata tonta. Estou sim a afirmar que tem-se de saber jogar com as virtudes e defeitos deles.
Não dizes mas eu exagero e digo. O que eu quero demonstrar é que são no momento dois dos pontos fracos da equipa. Eh pá e dizer que Sálvio passa pela dificuldades do Nico... Ainda é exagero maior do que o meu!
EliminarO Nico tinha um ou dois jogos medianos bons, o Sálvio tem um ou dois acima do mediano. Se o Sálvio estivesse ao nível do Nico do ano passado ninguém se andava a queixar. O Nico falhava porque lhe pediam o Mundo. Ao Sálvio já só se pede que jogue com o resto da equipa.
Mas mesmo que se queira falar do modelo do Benfica e não das virtudes individuais: não se pode dizer que fulano tem sair e dar lugar a outro ao mesmo tempo que se diz que todos têm de se adaptar às limitações de sicrano.
A história do bidom e da barata é isso mesmo, dois tipos que neste momento limitam as opções de uma equipa e que, apesar de o fazerem de formas distintas o fazem. Não se pode ser complacente com um e intolerante para o outro. Ou por outras palavras, não adianta pedires jogos a titular para uma alternativa e... eh pá desculpa não me consigo repetir.
O que é que Sálvio dá à equipa que Ziv, Carrillo e Rafa não dão e que justificam a aposta cega e a insistência dele no 11?
Provavelmente o Salvio dá um 7 ou 8 por jogo, numa escala de 10, enquanto o Ziv, o Carrillo e o Rafa podem dar 9 num ou noutro jogo, mas também poderão dar um 5 ou 6, porque são todos jogadores que acabaram de chegar ao clube e estão a ser enquadrados. Essa é uma leitura.
EliminarA outra para mim tem a ver com a identificação destes jogadores com o modelo de jogo do Benfica.
Jimenez tem de voltar a ser titular no sábado.
ResponderEliminarEm condições normais e não fossem as lesões, por muito que gostemos do Mitroglou, era o Raúl a titular e o grego no banco.
EliminarDá muitas soluções de passe aos colegas e o facto de derivar para as alas ajuda imenso o trabalho dos virtuosos extremos.
Eu nunca fui entusiasta do Salvio, mesmo quando os adeptos o endeusavam no início. Acho-o um pouco trapalhão. Mas agora caiu-se no oposto, onde Salvio é o culpado de todos os males e repetem-se chavões como «joga por decreto», passando assim um atestado de menoridade ao nosso Treinador.
ResponderEliminarAquilo que ele fez na jogada do golo não foi uma exceção a confirmar a regra. Aquilo foi o que ele sabe melhor fazer e fá-lo melhor do que ninguém. Portanto, concordo que o problema é mais de organização de jogo do que do jogador.
Podia aqui ir colocar o link no Youtube para o Dr Cox a dizer "you're wrong", mas podes sempre procurar... No que se refere ao teu segundo parágrafo, entenda-se.
EliminarSálvio não forçar para cima de um defesa e em desespero rematar sem ângulo ou contra as pernas do defesa vai não só contra tudo o que ele tem feito em jogo, daí ser a exepção que confirma a regra, como suspeito que contra tudo o que ele faz nos treinos.
Se não acreditas vai rever a época e vê a hesitação com que os colegas lhe endereçam a bola, ou a forma como pensam e repensam as jogadas quando ele está em posição favorável... ;)
Esta época não será a melhor para aferir a prestação do Salvio já que grande parte da mesma foi dedicada a recuperar das operações.
EliminarAgora digo-te, em abstrato, se te pusessem em equação a jogada do golo e qual dos nossos extremos melhor a executaria, quem escolherias? Salvio, Rafa, Cervi ou Carrillo? Mesmo com as trapalhadas do Salvio, provavelmente era ele quem eu escolheria.
Faltou o Ziv, peço desculpa.
EliminarPara aquela jogada em concreto Rafa ou Cervi.
EliminarE o que está em questão na questão Sálvio é esta temporada em concreto, porque aquilo que se discute é até onde vai a tolerância para com o que Sálvio tira à equipa. Não estamos a discutir o jogador como sendo um entidade imutável. Neste momento, na minha óptica, Sálvio só tem lugar no Benfica como opção a saltar do banco algures nos últimos 20 minutos da partida. Neste momento.
A tolerância quanto ao Salvio, visto de fora, penso que se prende com as suas funções de desequilibrio ofensivo por parte do Rui Vitória. Até porque como também já referiste, é de todos os extremos aquele que melhor interpreta o momento de jogo sem bola.
EliminarPois, só que os únicos desequilíbrios que ele tem causado são desequilíbrios na nossa transição defensiva!
EliminarSó o são porque os restantes companheiros de equipa não estão também eles bem posicionados. Se o Salvio é o principal desequilibrador da equipa, então tem de existir as respectivas coberturas defensivas.
EliminarExacto...mais uma vez, é como o outro: se não fossem os media de fake news (todos os media excepto a Fox News), todo o mundo reconheceria a elevação intelectual, a integridade ética, a perfeição moral e o grande sentido democrático do POTUS Donald Trump...
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