25 outubro 2015

Do primeiro ao último defesa (Parte 2)


Análise ao segundo golo sofrido na Turquia, no jogo a meio da semana, frente ao Galatasaray para a Liga dos Campeões.


No segundo golo do Galatasaray, os erros defensivos do primeiro golo persistem. Ou seja, deficiente ocupação do espaço e desconcentração no jogo. A grande diferença é que ao menos neste lance a equipa parece estar mais compacta. Contudo, não faz o basculamento necessário e atempadamente à esquerda (reparem em como a bola está na posse do central sobre o lado esquerdo e o nosso quarteto defensivo está ainda sobre o lado esquerdo).

Mais uma vez, o engodo táctico dos turcos, ao alargarem a frente de ataque, surtiu efeito. O extremo direito encarnado, Gonçalo Guedes desce e alarga a linha defensiva à direita. Para quê, se a bola está no lado esquerdo e mesmo com uma bola longa, facilmente conseguiria recuperar a posição e até mesmo interceptar o passe longo? Mas, pior posicionamento que este, é o dos nossos centrais, Luisão e Jardel. A dinâmica deles é contrária ao que seria esperado quando vêem Jiménez e Gaitán aproximarem do portador da bola. Ou seja, em vez de encurtarem espaços (manter a compactação da equipa), recuam (aumentando o comprimento dela). Eu percebo porque o fazem, dada as movimentações do ponta-de-lança turco e do número 10 deles no centro do ataque. No entanto, em vez de serem tão expectantes, porque é que não subiram a linha e anulavam desde logo essa ameaça? É que afinal são o último defesa e têm a facilidade de ler o jogo de frente e ver o que se passa.


O que é certo é que para muitos a culpa foi do Eliseu. Num momento parecia que estava a cobrir o Podolski, noutro momento já o tinha deixado fugir nas costas porque estava mais interessado em encurtar o espaço entre ele e o lateral direito turco. Ora, para mim, a imputação da responsabilidade é de toda a equipa, pois o passe aproveitou um basculamento tardio por parte da equipa encarnada. Apanhou a equipa em transito nesse movimento. Pela animação em cima é perceptível que na cabeça de Eliseu o central turco tinha duas linhas de passe, mas a mais segura seria para o lateral direito. Foi por isso que ele se movimenta no sentido deste.

Mas, reparem que o primeiro defesa (Jiménez e Gaitán) também não fazem o seu trabalho, pois deveriam impedir qualquer passe vertical no corredor central e permitiram-no. Até parece que estão a fazer tudo ao contrário, pois na cabeça deles, parece que o espaço mais importante e perigoso são os corredores laterais e não o central. O que não é verdade, pois no corredor central implica desde logo uma posição privilegiada para a baliza do adversário. Isto é algo que a equipa técnica do Benfica tem de rever com eles. Já agora, o último defesa (Jardel) também está muito afastado do Eliseu. Parece-me que foi iludido pela presença e movimentação do Sneijder que fez-lo perder a noção do espaço que se criou entre ele e o Eliseu. Há muito para corrigir.

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