20 outubro 2015

Criar alternativas para as laterais


Com a lesão de Semedo, só temos Eliseu e Sílvio para as laterais... Será suficiente? Que opções poderemos encontrar dentro do plantel? Que riscos poderemos correr?

A lesão do jovem lateral direito do Benfica acabou por criar um potencial foco de preocupação para a equipa técnica encarnada, na medida que neste momento apenas temos Eliseu e Sílvio como laterais de raiz na equipa. O cenário fica mais preocupante quando introduzimos o facto de Eliseu não ter um substituto natural para a sua posição no plantel. Em caso de não poder jogar, contavam com a polivalência de Sílvio para essa posição. No entanto, e para inflamar ainda mais o cenário, o Sílvio foi chamado para substituir Semedo, numa altura em que pouco ou nenhum ritmo de jogo tem e após uma longa paragem devido a grave lesão. E como cereja em cima deste bolo caótico, está o facto de o Benfica começar com um ciclo de 3 jogos por semana até finais de Dezembro (entre jogos da 1ª Liga, da Champions e das taças de Portugal e da Liga).

Por outras palavras, o cenário é o seguinte: temos um Eliseu em grande forma mas que poderá começar a acusar desgaste graças ao número de jogos e períodos de recuperação reduzidos, e temos um Sílvio que dificilmente aguentará nos próximos tempos um jogo completo em alta intensidade, quanto mais 3 por semana. São números que nenhum treinador de topo gostará de trabalhar. Ah! E esqueçam contratações, pois agora só em Janeiro! E, algo me diz que até lá já Semedo estará de regresso... Como resolver este problema?

Em primeiro lugar, é fundamental que Eliseu e Sílvio se mantenham em óptimas condições para jogar. Para tal, é fundamental que se retire o efeito da possível fadiga física e mental devido ao ritmo alucinante de 3 jogos por semana que o Benfica vai ter nos próximos tempos. Mas, como fazê-lo? Não jogarem alguns jogos? A meu ver, essa não é a melhor solução, pelo menos por enquanto. Eliseu e Sílvio são os nossos actuais melhores jogadores para as laterais esquerda e direita, respectivamente. A solução não passará por não jogarem. Agora, podemos dosear o tempo que jogam... e é aqui que a equipa técnica deve tomar medidas. Eu calculo que reduzindo em cerca de 1/3 dos minutos de jogo destes dois titulares, conseguiremos salvaguardar o rendimento desportivo da equipa aliado à preservação da condição física dos atletas em questão e evitando que estes entrem em fadiga física/mental/competitiva.

Sendo assim, o segundo ponto de debate deverá ser, quais são alternativas para fazer esse terço de tempo de jogo desses dois atletas? Eu penso que Rui Vitória, já começou a pensar sobre isso, pela forma como deu hipóteses de Nuno Santos substituir Eliseu como lateral esquerdo na 2ª parte do jogo da Taça de Portugal frente ao Vianense. A meu ver fez-lo muito bem. O Nuno apesar de ser um extremo de origem - e quanto a mim o futuro dele passará por essa posição e não como lateral - pode ser muito útil neste momento para a equipa como lateral esquerdo. Aliás, penso mesmo que poderá entrar no grupo de trabalho nessa posição. Um pouco à imagem do que aconteceu com André Almeida.

A propósito do André, referir que quanto a mim neste momento deixou de ser opção para lateral direita ou esquerda, dada a sua preponderância no meio-campo. Então se quanto à lateral esquerda estamos um pouco salvaguardados com Nuno Santos a poder fazer uns 30 minutos por jogo, substituindo o Eliseu, quem poderá fazer o mesmo a Sílvio, na lateral direita? A primeira hipótese reconhecida pelos adeptos encarnados é o Vítor Lindelöf. O internacional sub 21 sueco e campeão europeu do seu escalão foi considerado o melhor lateral direito dessa competição. Futebolisticamente, trata-se de um jogador polivalente de características predominantemente defensivas. Ele é aquilo que na gíria futebolística se denomina de defesa direito. Ora se frente a equipas em que o Benfica tenha de apostar numa toada mais defensiva, esta opção pareça-me bastante plausível, frente à maioria dos adversários que o Benfica vai jogar, precisamos de alguém com outros recursos ofensivos. Por isso é que Rui Vitória deve ter um segundo olhar sobre o seu plantel. Mais a mais, o próprio Vítor já veio a público dizer que prefere jogar a central...

Olhando para o restante plantel, há mais dois jogadores que quanto a mim possuem o necessário para serem o tal lateral ofensivo que possa entrar para substituir o Sílvio no curto e médio prazo. Escrevo sobre o João Teixeira e o Vítor Andrade. Não creio que o futuro de ambos será a lateral direito, mas tal como referia sobre o Nuno Santos, esta posição é a verdadeira porta de entrada destes jogadores para integrarem o grupo. Não acho que a devam desprezar se a intenção da equipa técnica for a mesma que reproduzo neste artigo. No meio-campo, com apenas dois jogadores como normalmente joga o Benfica, o Vitória tem André Almeida, Samaris, Fejsa, Pizzi e Talisca. Ou seja, dificilmente o João terá uma real chance de jogar, quanto mais jogar com regularidade. O mesmo raciocínio posso fazer com o Andrade. Quantos extremos tem ele à frente dele? Gaitán, Gonçalo Guedes, Carcela, Pizzi, Nuno Santos e possivelmente Taarabt, Talisca e Djuricic. É muita gente para ele ter a sua oportunidade e alguma estabilidade.

Mas, desengane-se o leitor que isto se trata apenas de dar oportunidades. Tanto o João Teixeira, como o Vítor Andrade têm características que podem emprestar à posição de lateral direito que mais nenhum outro possa dar. Por exemplo, o JT pode ser um lateral ao estilo de um Alaba, que não só dá largura ao jogo, como também explora o jogo interior com e sem bola, podendo ser um terceiro médio no meio-campo com a bola nos pés ou em situações de recuperação de bola. Inclusive pode melhorar as nossas saídas na 1ª fase de construção. Por outro lado, o brasileiro poderá ser um lateral ofensivo vertical da mesma linhagem dos melhores laterais ofensivos brasileiros, fazendo uso da sua velocidade e qualidade técnica para carrilar jogo ofensivo através da faixa. Pessoalmente, até acho que o Andrade poderá crescer imenso nessa posição no que respeita à sua tomada de decisão, uma vez que a posição limita a tomada de decisão à tomada certa, uma vez que há muito menos linhas de passe e movimentos para decidir. Isso, permitirá ao Andrade começar ganhar confiança enquanto futebolista e com isso depois poder dar o salto para outros voos.

E quanto aos senãos? É óbvio que haverá senãos. O primeiro que toda a gente aponta é o facto de nenhum deles ter rotinas defensivas. Penso que isso acaba por ser uma falsa questão por dois pontos: (1) eles não vão jogar o jogo inteiro e (2) o Benfica é uma equipa que está constantemente no momento ofensivo, pelo que o momento defensivo puro é quase residual. Apenas terão que estar preparados para as transições defensivas e lances de bola parada, na maior parte das vezes e isso é algo que tanto pode ser trabalhado nos treinos com a equipa técnica, mas também ajudados dentro de campo pela nossa dupla de centrais e restantes colegas. Depois, não devemos esquecer que isto se trata de apenas uma alternativa temporária (apesar de achar aparecer algumas surpresas positivas caso a apliquem).




P.S.: Por curiosidade, já repararam que a maioria dos melhores laterais/defesas laterais do mundo não o foram porque quiseram, mas sim porque houve uma altura nas suas carreiras que foi decidido que o melhor rumo eram eles ocuparem esses lugares? Reparem no seguinte video, meio humorístico entre Jamie Carragher e Gary Neville...



14 comentários:

  1. primeiro que tudo duvido muito que de forma continuada o rui faça susbstituições para refrescar as laterais, a grande maioria dos treinadores não gosta de mexer na defesa durante os jogos a não ser que seja obrigado, existem excepções, como foi o caso do jogo anterior, quando o desnivel entre clubes é enorme ou quando a diferença no resultado já é grande.
    acho até muito mais provavel ele num jogo ou noutro apostar de inicio num jogador diferente do que mexer dutrante o jogo e atenção não estou a dizer que a tua opção não é boa ou até a melhor só não acho é que seja implementada.

    sobre os jogadores em si.
    sobre o teixeira pode ser uma opção muito boa até porque ele na B já jogou algumas vezes a medio direito, e se não estou em erro nos ulrimos tempos até tera feito um jogo na direita numa tactica de tres centrais.
    sobre o nuno podera ser uma solução de recurso, embora eu não tenha gostado nada de o ver ali no ultimo jogo, dependendo da sua evolução se for trabalhado para isso.
    o lindelof não é defesa direito alias é um jogador com as mesmas caracteristicas do andre almeida para essa posição e só por ultimo recurso o rui o colocara nessa posição, alias penso que mais facilmente o rui deslocara o andre para lateral entrando o fejsa para trinco do que fazer entra o lindelof mantendo o andre no meio.
    quanto ao andrade a lateral duvido muito que resulte ao contrario do nuno o andrade é muito indisciplinado tacticamente alem de que é um jogador que se agarra muito à bola, e por isso a perde muito, e uma coisa é perder a bola no ataque outra é perder-la na defesa.

    de qualquer forma quer o nuno, quer o teixeira quer o andrade deveriam fazer a adaptação às novas posições na equipa B e nunca na principal.

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    1. Concordo contigo, quando referes que o Rui fará substituições de forma continuada para as laterais. Por isso mesmo escrevo este artigo, porque acho que de facto é fundamental um treinador perceber que o futebol não deve estar agarrado a costumes. Mais a mais, penso que fazendo as substituições numa fase final do jogo (últimos 30 minutos) minora todos os riscos defensivos que se possa esperar. Apostar de início num jogador diferente é mais arriscado e acho que só o deve fazê-lo quando o jogador tiver o ritmo de jogo necessário e estiver devidamente entrosado. Até lá, para mim era dar-lhes os últimos 30 minutos de jogo. Ao final de 3 jogos, os habituais titulares tinham jogado na realidade 2. É como se jogassem duas vezes por semana...

      Sobre o Teixeira, pode oferecer uma segurança e critério na saída de bola que poderá fazer com que não tenhamos necessidade de utilizar a saída Valopiana. O futuro do Nuno será sempre como extremo esquerdo/direito, mas para lateral esquerdo do Benfica, precisamos de alguém que seja esquerdino e dê profundidade com excelente cruzamento. O Nuno tem tudo isso. É uma excelente oportunidade para ele ganhar nome no meio da equipa e no futuro assumir outras competências no plantel. Mais vale adaptá-lo por uns tempos, do que ficar a aguardar pelo próximo jogo da taça...

      Espero que o Vitória não tenha a infeliz ideia de recolocar o Almeida a lateral se for necessário e colocar o Fejsa no seu lugar. Desde que o Almeida foi para o meio-campo, os equilíbrios defensivo e ofensivo do nosso meio-campo serenaram. Depois, eu vejo o Fejsa como o 3º homem para ir rodando e fazer descansar essa dupla de médios. Não para assumir uma titularidade nos próximos tempos.

      Quanto ao Andrade, eu penso que de todos os jogadores que referi para a posição aquele que poderá ganhar mais com essa adaptação. Aliás, se haverá alguém que poderá surpreender pela positiva é o Andrade. A posição de lateral direito, não lhe permite as liberdades que ele tem mais à frente e que acabam por originar a sua indisciplina. Nota, um jogador para desequilibrar precisa de sair da sua zona de conforto, zona de acção, para poder criar vantagens numéricas locais. Mas, se perder a bola, esse tal desequilíbrio ofensivo, passa por desequilíbrio defensivo. Como lateral direito, o Andrade vai começar a ler melhor essas acções, porque vai ter muita gente a olhar para ele, dentro e fora de campo, ajudando-o nessa descoberta guiada. Mais, a técnica e o controlo de bola dele serão muito bem vindos para a nossa defesa e sobretudo na 1ª fase de construção de jogo, pois muitas vezes é assim que o Semedo consegue criar logo uma ruptura à pressão do adversário. Agora, é preciso ter confiança e segurança nesses movimentos. Por 30 minutos de jogo finais... eu arriscaria.

      Quanto a adaptação na equipa B, a ideia é bem porreira. Contudo, estes jogadores são já jogadores da equipa A. Depois, há uma outra questão. O modelo de jogo da equipa B é diferente do da equipa A, pelo que a adaptação aos princípios de jogo tem de ser feita mesmo na equipa A. Por outro lado, na equipa B, essa utilização poderia estragar o crescimento de outros miúdos da equipa B, como o Pedro Rebocho e outros. E, tendo em conta que neste momento o Vitória só tem Eliseu e Sílvio como laterais para os treinos...

      ;)

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    2. quanto aos equilibrios no meio campo acho que eles se devem muito mais a teres ai um trinco do que propriamente a ser o andre.

      o andrade é jogador da equipa B, só subiu pela lesão do salvio, mas mesmo no caso do teixeira e do lindelof são jogadores da equipa principal mas continuam a fazer jogos na B e seria nesses jogos que eles actuariam nessas posições não tiravam o lugar a ninguem.
      No caso da lateral direita eles não tiram o lugar a ninguem porque a equipa B não tem nenhum lateral direito.

      Quanto ao modelo de jogo da equipa B ser diferente da principal isso para mim é um erro a equipa B deveria ter o mesmo modelo de jogo até para facilitar a passagem para a equipa principal

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    3. Os equilíbrios do meio-campo podem ser feitos de duas formas no Benfica: ou pelo recuo de um dos avançados para meio-campo (é isso que acontece nos sistemas de 4-3-3/4-2-3-1) ou através de um dos extremos limitando-o em termos de liberdade ofensivas (que é isso que acontece com o Gonçalo Guedes).

      Quanto a ganhar ritmo na equipa B, não deixa de ser uma boa ideia. A questão é que os miúdos jogando a lateral na equipa principal convém treinarem e jogarem com os A's. Na B podem adquirir os princípios básicos, mas a urgência na equipa A faz com que tenhamos de pular essa fase. Em vez de irem à escolinha têm de fazer um curso intensivo... ;)

      Sobre o modelo de jogo da equipa B. O ideal é aquilo que escreveste. Mas, também temos de perceber uma coisa: a imaturidade dos miúdos não permite que tenham outro tipo de modelo de jogo. Por exemplo, é muito complicado explicares a um miúdo que finta qualquer meia-equipa do escalão em que joga, dizer para apenas passar a bola. É verdade que a 2ª liga já é um desafio brutal para os nossos miúdos, mas mesmo aí e fruto da crescente qualidade da nossa formação, os miúdos não têm dificuldades... até porque há falta de qualidade no futebol nacional e os putos têm a rodos. Dito isto, penso que tanto a equipa A como a equipa B devem trabalhar no sentido de uniformizar modelos de jogo.

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  2. O Rebocho da B, está muito melhor este ano, pode perefeitamente ir substituindo o Eliseu em jogos das taças, para lhe dar mais entrosamento com os colegas, e a B, tem outro defesa esquerdo.

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    1. Excelente ideia. Eu até pensava que o Rebocho seria convocado para este jogo frente ao Vianense, até para evitar o uso de Eliseu e porque penso terem treinado com a equipa principal durante as duas semanas de pausa para os jogos das selecções.

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  3. Caro PP,

    Para mim, e já o afirmei noutro local, a melhor opção para lateral direito neste momento passaria pela adaptação do Gonçalo Guedes. O rapaz tem, a meu ver, características que fariam dele um grande lateral, mantendo-se obviamente opção para extremo, mas ganhando-se uma alternativa para uma posição que, percebe-se, precisa não só de garantias defensivas mas também de profundidade atacante. Penso que a sua adaptação seria fácil, no estilo de jogo do Benfica actual, contanto com o capitão Luisão a seu lado para os acertos de posicionamento defensivo, tal como Semedo tem beneficiado.

    Cumprimentos,
    Isaías

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    1. E depois quem faria de extremo direito? Acho que a questão está aí... Para mim o Guedes está perfeito como extremo direito neste modelo de jogo com extremos mais clássicos do Benfica de Rui Vitória.

      Há uns quantos factores que me levam a não tirá-lo e recuá-lo na posição neste momento:
      1) mais nenhum extremo do plantel oferece a dualidade defensiva e atacante que ele oferece
      2) jogador com enorme critério e enorme capacidade de trabalho
      3) jogador cada vez mais entrosado com o nosso ataque (basta olhar na forma como ele procura combinar com os restantes parceiros do ataque, nomeadamente Jonas) e de enorme altruísmo.

      Dito isto, se o Rui Vitória alterar um pouco a forma como atacamos, incluindo para isso o Carcela como falso extremo direito, o Guedes até poderá ser uma solução como tu referes. No entanto, também este terá que ir rodando com outros jogadores para evitar fadigas...

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    2. Para a minha ideia, recuando Guedes para lateral, a minha aposta para titular como extremo direito, NESTE MOMENTO (tudo depende da resposta que cada jogador dá), seria Carcela, havendo uma frequente troca de posição com Gaitán, para confundir marcações e alternar o fio de jogo nas alas. Carcela mostrou vontade, pouco ritmo e entrosamento, mas vontade de procurar o jogo ofensivo e também de apoiar defensivamente. Tem espaço de progressão e o resto é trabalho.

      A rotação de Guedes podia ser feita com Sílvio, nos jogos em que o resultado estivesse construído. No entanto, nota que os próprios jogadores têm de aprender a dosear e gerir o seu esforço em campo, especialmente se o resultado não o exige em demasia. Claro, a fadiga apresentar-se-à sempre, mas assim não necessitaria de um controlo tão "em cima". O importante de ter a profundidade atacante nas laterais (e daí a minha escolha do Guedes) é que aumenta muito as probabilidades de se resolverem jogos mais acessíveis mais cedo e, com isso, a oportunidade para gerir esforços.

      Abraço,
      Isaías

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    3. Gosto da ideia Isaías!

      Para mim o único senão é que o próprio Guedes é sacrificado em termos físicos neste momento. Repara no jogo em Madrid, o Gaitán tinha muitas mais liberdades ofensivas que o Guedes. O desgaste físico no jovem craque vai ser cada vez maior devido a isso. Como tal questiono se a primeira opção possa ser ele... mas, percebo a tua intenção e gosto muito da ideia.

      Aliás, para mim o Benfica deveria jogar com falsos extremos. Isso permitira aproveitar mais os nossos laterais ofensivos e por outro lado reduzir a dependência de um "8" transportador de jogo.

      ;)

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    4. Na idade dele, o desgaste nota-se menos. Ainda por cima o rapaz tem bom "caparro" e deve ser, penso, pouco propenso a lesões musculares. Importante para ele ainda seria o facto de ele conquistar, para o seu arsenal pessoal, uma arma adicional na competição por um lugar ao sol no futebol futuramente: com sucesso nesta posição, deixaria de ser só visto como um extremo, mas como um lateral e extremo. Vê o jeito que a polivalência tem dado ao André Almeida. Se não soubesse jogar a lateral, o ano passado nem tinha calçado.

      A questão que indicas é de facto essencial: encontrar alternativas a um "8", ou seja, ao Enzo. O único jogador no plantel capaz de o substituir ali, estou convicto, é o Gaitán, mas depois perdia-se a magia lá na frente, no momento da decisão. Por isso, é essencial encontrar uma forma de não haver tanta dependência, como diz, do transportador no centro - e olha que Samaris, se mais solto pelo descanso dado por um companheiro central de maior contenção (como tem sido o Almeida), pode vir a desempenhar essa função razoavelmente, sem nunca atingir o nível do Enzo.

      Ando também curioso para ver que resposta dará o Renato Sanches (penso que deve ser aposta na Taça da Liga)... a ver vamos! Gostaria também de perceber o que se passa com Cristante... falta de empenho? Não sei.

      Abraço,
      Isaías

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    5. Antes do Sanches está o Cristante, pelo menos para mim. O Renato tem dado nas vistas na segunda equipa do Benfica, mas é preciso entender que o modelo de jogo dessa equipa encarnada é diferente do da equipa principal. Na B ou nos júniores a equipa joga num 4-3-3 (variante 4-2-3-1), enquanto na A jogamos em 4-4-2 puro. Os equilíbrios ofensivos e defensivos são feitos de forma diferente assim como as funções de cada jogador.

      Por exemplo, acredito que jogando na equipa A num 4-3-3, jogadores como Pizzi, Talisca e outros teriam maior facilidade, dado à experiência que possuem nesses esquemas tácticos. O Senão disso é que não só não retirávamos proveito do nosso melhor jogador (Jonas), como também não tiraríamos o melhor proveito sobre os adversários mais defensivos. Depois há a questão do "ADN" encarnado...

      ;)

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  4. Boa análise PP.

    Saudações Benfiquistas

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