05 dezembro 2012

Que Barcelona poderemos esperar hoje?



Será que Messi joga de início? Será que vão jogar com vários suplentes? Quem fará de Dani Alves? Será que o capitão Puyol regressará à titularidade? Villa merecerá entrar no onze titular? Será que Tito Vilanova irá apostar num esquema com 3 defesas? Enfim... são inúmeras as questões que deverão estar a preocupar a cabeça de Jorge Jesus e que atendem sobre a qualidade e polivalência do sistema de jogo catalão. E é sobre esta poderosa equipa que este artigo visa analisar.


Qual o actual melhor onze blaugrana?
A figura acima descreve, possivelmente, o melhor onze catalão neste momento. Sem poder contar com Dani Alves, Alexis Sánchez, Éric Abidal e Marc Bartra, que continuam a recuperar das suas lesões, com Puyol a vir de uma lesão grave e Villa ainda à procura da sua melhor forma, Tito Vilanova tem em Vítor Valdés, Adriano, Piqué, Macherano, Alba, Busquets, Xavi, Fàbregas, Pedro, Messi e Iniesta os jogadores em melhor forma e com experiência suficientes para o ritmo europeu.


Surpresas na convocatória? Ou talvez não?
O técnico catalão pensa de outra forma. Com o apuramento para a fase de eliminatórias da Liga dos Campeões, e com o 1º lugar da fase de grupos garantida, tempo para rodar e gerir a equipa. É com isto em mente, que facilmente percebemos a convocatória do Barcelona para o jogo frente ao Benfica:
  • Guarda-redes: Valdés e Pinto; 
  • Defesas: Piqué, Puyol, Montoya, Adriano, Sergi Gómez e Carles Planas; 
  • Médios: Thiago, Jonathan dos Santos, Sergio Busquets, Song, Sergi Roberto e Rafinha; 
  • Avançados: Villa, Messi, Deulofeu e Tello.
Ficam de fora Jordi Alba, Iniesta, Fàbregas, Pedro, Xavi e Javier Mascherano, por opção técnica e todos eles habituais titulares. Notar, que Jordi Alba e Iniesta estão a recuperar de lesões musculares contraídas no último fim-de-semana, frente aos bascos do Atlhetic Bilbao para La Liga, pelo que Tito não deve ter querido arriscar num jogo com pouco para ganhar. Por outro lado, Pedro e Javier Mascherano são os únicos, a par de Song, em risco de cumprir um jogo de suspensão por acumulação de amarelos, se vissem frente aos encarnados. Novamente, o técnico blaugrana não tinha necessidade de arriscar, até porque ambos são importantíssimos para a manobra da equipa, tais como Xavi e Fàbregas que ficarão na bancada a descansar e apoiar a equipa.


O caso de estudo de planeamento e gestão catalão
Esta abordagem demonstra uma segurança e confiança no trabalho que a equipa técnica tem com os jogadores menos utilizados. Por outro lado, com o trabalho de apuramento já efectuado, o Tito Vilanova poderá aproveitar o tempo e ritmo de jogo europeu para em ambiente controlado, i.e., em casa e com o apoio do seu público, poder encontrar alternativas futuras a médio e longo prazo para a sua equipa, por entre os jogadores menos utilizados e outros jovens talentos. Neste aspecto, o Barcelona deveria servir de caso de estudo para todos os clubes, inclusive o Benfica, pois consegue aliar os objectivos desportivos de curto, médio e longo prazo. Mesmo, que o Barcelona possa perder este encontro frente ao Benfica (como eu espero que perca!), penso que a equipa catalã acabará por ganhar mais. Reparem, que num mundo futebolístico altamente competitivo, a derrota é algo que acontece, embora como é óbvio possamos e devemos minorá-la ao máximo. Mas, poder escolher quando, onde e como podemos perder, isso só está ao alcance de equipas super organizadas e competentes.


Como joga o Barça na Europa? 
O Barcelona já efectuou 5 jogos, até ao momento nesta edição da Liga dos Campeões, todos eles referentes à fase de grupo. No grupo G, Barcelona tem como adversários o portugueses do Benfica, os escoceses do Celtic e os russos do Spartak de Moscovo. De seguida apresenta-se uma análise dos jogos do Barcelona até agora para a "Champions".

Jogo 1: Barcelona 3 - 2 Spartak de Moscovo
Onze inicial e posicionamento global ao fim dos 90
minutos dos jogadores do Barcelona frente ao
Spartak de Moscovo em 19 de Setembro de 2012

(Fonte: UEFA.com)

No primeiro jogo da fase de grupos da Liga dos Campeões, o Barcelona apresenta em Camp Nou, com um onze onde a maior surpresa é a utilização de Christian Tello, como médio-ala, extremo e avançado esquerdo da equipa.
Da figura ao lado, percebe-se facilmente que embora no papel o Barcelona pareça jogar num 4-3-3, na prática, a equipa acaba por ter uma dinâmica e posicionamento em campo que vai muito para além do tradicional 4-3-3. Chama-se especial atenção para a forma compacta como a equipa se organiza posicionalmente em campo. A distância entre Messi e Fàbregas é diminuta, pelo que explica o sucesso desta pareceria e que muitas vezes faz com que o espanhol consiga aparecer em zonas de finalização. Também é notória a proximidade que existe entre Busquets, Xavi e Fàbregas, os motores de jogo do Barcelona neste encontro. Mais, os extremos do Barcelona, Pedro e Tello, funcionam como avançados interiores, mais do que extremos tradicionais, o que privilegia o aproveitamento do espaço entre os centrais e os laterais adversários, ao mesmo tempo que criam espaço para a subida dos seus laterais.
Neste jogo, é interessante verificar o comportamento estratégico e posicional dos jogadores do Barcelona face ao empate e vantagem do Spartak em determinado momento do jogo. A figura ao lado demonstra essa evolução táctica e posicional dos jogadores catalães ao longo do jogo.
Se durante os primeiros 30 minutos de jogo a estratégia parece estar a dar resultado com um 4-3-3, o empate do Spartak, leva a que o Barcelona tenha de adoptar uma postura mais ofensiva libertando ainda mais os laterais para o ataque.
Evolução táctica e posicional do Barcelona ao longo do
jogo frente ao Spartak de Moscovo em

19 de Setembro de 2012 (Fonte: UEFA.com)
Na segunda parte, o Barcelona entra em jogo num claro 4-4-2 (4-2-4), com o Fàbregas a juntar-se ao Messi na frente de ataque e com Pedro e Tello como extremos, sempre prontos a atacar a grande área. Mas, o segundo golo do Spartak, faz alterar a estratégia e a táctica de jogo catalão. Passada a hora de jogo, Tito Vilanova faz quase um "all in" táctico, ao transformar o 4-2-4, num 3-3-4 (3-4-3) com a entrada de Sánchez e saída de Dani Alves, pelo que o trio defensivo é assim formado por Mascherano à direita, Song ao centro e Adriano à esquerda. Notar que nenhum destes jogadores é um defesa de raiz. E com esta solução Messi repôs a igualdade no marcador. Nos últimos 15 minutos de jogo, o Barça regressa ao 4-2-4 que tinha iniciado a segunda parte, mas com uma dupla de centrais completamente diferente. Contudo, Song e Busquets sendo médios, acabam por permitir melhor controlo e saída de bola, que adequado aos princípios defensivos do Barcelona, acabam sempre por fazer a diferença. Controlando o ritmo de jogo e a posse de bola, tendo paciência e acreditando fielmente no seu modelo de jogo, Messi marca o seu segundo golo no encontro e estabelece o resultado final a 10 minutos do fim da partida.
Este encontro é demonstrativo do poderio que esta equipa do Barcelona tem. Quantas equipas na Europa conseguiriam fazer tantas alterações tácticas e técnicas e mesmo assim conseguir virar por completo um resultado negativo? Não é só ter bons futebolistas. É preciso também ter um bom plano e filosofia de jogo.

Jogo 2: Benfica 0 - 2 Barcelona
Onze inicial e posicionamento global ao fim dos 90
minutos dos jogadores do Barcelona frente ao
Benfica em 2 de Outubro de 2012 (Fonte: UEFA.com)

Frente ao Benfica, na Luz, Tito Vilanova colocou o onze mais experiente que poderia ter à sua disposição naquela altura. O esquema táctico no papel, continuava a ser o tradicional 4-3-3. Em campo, a dinâmica ao longos dos 90 minutos era de um misto de 4-3-3 com um 4-2-4, devido às movimentações que Fàbregas efectuava, conforme a figura ao lado é demonstrativa.
Percebendo que a equipa encarnada iria jogar numa toada de contra-ataque, e tendo em conta a fórmula de sucesso encontrada no jogo anterior frente ao Spartak de Moscovo, o Barcelona entrou em campo já com vista a praticar um 4-2-4, conforme pode ser visto na seguinte figura.
Com o golo madrugador de Sánchez, logo aos 6 minutos, não havia razões para grandes alterações estratégicas, mesmo que o Benfica tenha tido as suas oportunidades para marcar. O regresso ao centro da defesa do capitão Puyol resolvia em conjunto com Mascherano e o "trinco" Busquets, a maioria dos problemas que Bruno César e Lima estavam a tentar criar pelo centro do terreno. Nas laterais, Dani Alves e Jordi Alba, anulavam o Nico e o Salvio, respectivamente. Nos últimos 15 minutos da primeira parte à um claro reforço do meio-campo com o camisola 4 catalão a não se aproximar tanto do Messi como dupla de ataque. Em muito deveu-se a subida de rendimento do meio-campo encarnado, muito à custa da exibição primorosa de Matic e do esforço incansável de Enzo Pérez. Não obstante, a vantagem táctica e organizacional do Barcelona, tornava ainda mais fácil o seu trabalho e dificultava ao máximo o trabalho ofensivo dos encarnados que só a espaços conseguiam incomodar a defesa blaugrana. A recuperação rápida da bola do Barcelona era desesperante para o Benfica, mas o que ficou na retina, foi a capacidade de gerir os tempos de jogo e com isso o esforço dos seus atletas.
Evolução táctica e posicional do Barcelona ao longo do
jogo frente ao
Benfica em 2 de Outubro de 2012
(Fonte: UEFA.com)
Na segunda parte e nos primeiros 15 minutos, o Barcelona entrou novamente com a corda toda e num claro 4-2-4, de tal forma que o ex-capitão dos "gunners", fez o gosto ao pé, após uma arrancada do Messi que lhe faz uma assistência para golo. Notar novamente, para o posicionamento dos jogadores da linha avançada do Barça: nunca estão em cunha com os defesas adversários. Estão quase sempre entre-linhas, pelo que facilita no drible de frente para os defesas, mas também na criação de espaços e no confundir marcações. É esse jogo local que os catalães são exímios a jogar. Outro ponto vai para a dinâmica dos seus extremos, que é a mesma que foi referida no jogo frente ao Spartak.
Depois deste segundo golo, o Barcelona começa a gerir o resultado, até porque o Benfica sente o golpe e fica cada vez mais descrente. Nesse contexto, Tito faz algumas alterações, começando por substituir o Fàbregas pelo Iniesta e por apostar no 4-3-3, uma vez que havia muitas quezílias a meio-campo e o Barcelona já tinha vários amarelados. No último quarto de hora e num lance fortuito, dá-se a lesão do capitão catalão. Song entra mais uma vez para substituir um central e jogar nesse sector recuado, isto porque no banco não havia outras alternativas. Quem também entra, mas desta feita para refrescar o ataque é o espanhol David Villa, para a saída de Pedrito. É importante verificar que o Villa quando entra, vai ocupar a posição de falso extremo esquerdo, fazendo a diagonal interior aparecendo depois em zonas de finalização. Esta é o seu posicionamento clássico no 4-3-3 do Barcelona. No entanto, noutros encontros, já jogou na posição de Messi.
Perto dos 90 minutos, Busquets é expulso com vermelho directo. O árbitro ainda dá pouco mais de 6 minutos, mas o Benfica já não tinha capacidade de resposta e de pressing capaz de superar o superior controlo da posse de bola do Barcelona.

Jogo 3: Barcelona 2 - 1 Celtic
Onze inicial e posicionamento global ao fim dos 90
minutos dos jogadores do Barcelona frente ao
Celtic em 23 de Outubro de 2012 (Fonte: UEFA.com)
De regresso a Camp Nou, o Barcelona recebe os escoceses do Celtic.
Novamente, o Barcelona em papel entra num 4-3-3, mas na prática acaba por ser um 4-2-4. A maior particularidade, vai para a manutenção da linha ofensiva, com Alexis Sánchez, Messi e Pedrito, que transitam do último encontro frente ao Benfica. O meio-campo, é o que sofre mais alterações, com as entradas de Iniesta e Song, para as saídas de Fàbregas e Busquets, respectivamente. Este último por castigo devido à espulsão frente ao Benfica. Já a defesa, com as lesões de Piqué e de Puyol e com a utilização de Song a médio defensivo, Tito escalou o jovem Bartra para jogar ao lado do argentino Mascherano. O lateral direito neste encontro foi Adriano, enquanto o esquerdo manteve-se o Alba. Na baliza, o Valdés continua com a titularidade.
Olhando para o posicionamento global ao fim dos 90 minutos, da figura acima, facilmente percebe-se que os laterais são mais extremos da equipa que os próprios extremos, que na prática são avançados. Por outro lado, nota-se um recuo ainda mais pronunciado de Messi neste encontro, talvez para fugir à dimensão física do jogo escocês, mas também para procurar o apoio de Iniesta e de Xavi.
Nos primeiros 30 minutos do encontro, o Barcelona manteve o seu 4-3-3 que se transformava em 4-2-4, com a subida de Iniesta (que fazia de Fàbregas, no esquema frente ao Benfica) para a frente de ataque. Mesmo, com o auto-golo do Mascherano, o Barcelona foi fiel aos seus princípios de jogo e à sua estratégia inicial. Apenas nos últimos 15 minutos da primeira parte, é que a dinâmica se altera com o subir dos laterais Adriano e Jordi Alba para a linha de meio-campo e com o recuo de Song para mais perto dos centrais, funcionando quase como um trio defensivo. Por seu turno, Messi faz cada vez mais parte da construção de jogo a meio-campo, descendo um pouco mais, enquanto que os extremos Sánchez e Pedro tentam aproveitar os espaços criados na defesa adversária. Em termos tácticos, a dinâmica da equipa é tal que não permite distinguir uma táctica concreta. O 4-2-4 inicial dá lugar a um 4-1-2-1-2 que se transforma em 3-5-2, ou num 3-4-3, quando os laterais sobem para o meio-campo, o médio defensivo desce para a defesa e o "10" anda entre o meio-campo e o ataque, ou até mesmo num 3-3-4, quando o Iniesta junta-se a Messi no ataque, ficando apenas Alba e Adriano a acompanhar o Xavi na mesma linha de meio-campo, e Song a proteger no centro da defesa com Bartra e Mascherano ao seu lado. E, foi assim que mesmo a terminar a primeria parte, Iniesta repõe a igualdade no marcador.
Evolução táctica e posicional do Barcelona ao longo do
jogo frente ao
Celtic em 23 de Outubro de 2012
(Fonte: UEFA.com)
Para a segunda parte, o Barcelona entra em campo para conseguir marcar o golo que consiga dar a vitória no jogo e que consiga desbloquear a defesa escocesa. Os primeiros 15 minutos, são claros quanto a esta intenção do Barcelona. Os laterais catalães são nesse momento os verdadeiros extremos da equipa, enquanto Sánchez e Pedro são cada vez mais avançados. Primeiro, tentam combinar nas faixas com os laterais, depois a partir dos 15 minutos tentam procurar mais presença na área do Celtic. Entretanto Iniesta e Messi tentam criar jogo mesmo à frente da linha defensiva do Celtic e tentando escapar ao trabalho do médio defensivo Wanyama. Xavi fica encarregue da transição da equipa e Mascherano, Song e Bartra, formam o tridente recuperador de bolas que evitam as saídas para contra-ataque dos escoceses. Tacticamente, é um 2-1-3-2-2. isto é, uma espécie de 3-5-2. Dos 15 aos 30 minutos da segunda parte, para além da procura de espaços interiores dos extremos, em particular do Alexis, também Messi procura fixar-se mais à frente, tentando romper entre-linhas. Por outro lado, Xavi e Iniesta são os dois motores de jogo a meio-campo. Song fica entre-linhas defensivas, ou seja, entre a defesa e o meio-campo. Contudo, acaba por formar um trio defensivo com os restantes dois centrais. Tacticamente, há uma variação para um 3-4-3 (2-1-4-3), que mesmo assim não surte efeitos.
Há pois necessidade de fazer alterações para o último quarto de hora do encontro, daí as entradas de Tello e Villa, para as respectivas saídas de Pedro e de Sánchez. É pois não só um refrescar de pernas lá na frente, mas também colocar um jogador que tem características de avançado centro, como o Villa. O resultado, é que ambos estiveram activos na criação do lance que originou o golo do Jordi Alba no último minuto/segundo de jogo, muito embora nenhum deles tenha marcado.
Engraçado, verificar que neste encontro o papel dos laterais foi fundamental, não só para dar profundidade e verticalidade ao ataque, mas também na ajuda ao meio-campo, pois na prática muitas vezes eram os laterais que resolviam como médios-interiores. Realmente, a polivalência de tarefas que cada jogador tem de desempenhar dentro de um conjunto de regras e de filosofia de jogo é de salutar. Penso que em termos defensivos, a maior valência do Barcelona está na sua capacidade de pressionar alto e do sistema de compensações que tem. Isto para não falar na elevada cultura táctica dos seus jogadores que sabem posicionar-se bem nos vários momentos de jogo.

Jogo 4: Celtic 2 - 1 Barcelona
Onze inicial dos jogadores do Barcelona frente ao
Celtic em 7 de Novembro de 2012 (Fonte: UEFA.com)
Infelizmente, no site da UEFA, apenas foi possível obter o onze titular (ver figura ao lado) e a ficha de jogo em que dava conta da utilização na segunda parte de Villa para o lugar do Sánchez, de Fábregas para o lugar de Song e de Piqué para o lugar de Bartra.
O onze titular, é muito semelhante ao que jogou em Camp Nou frente a este mesmo Celtic duas semanas antes, com a excepção do brasileiro Dani A táctica no papel é um 4-3-3, no entanto, atendendo ao que se tem vindo a referir, muito provavelmente, Tito Vilanova adoptou a mesma estratégia frente ao Celtic em casa. Song seria mais um terceiro central do que um médio, e os laterais seriam mais dois extremos que outra coisa. No entanto, as bolas paradas escocesas e o mau jogo de cabeça defensivo da equipa do Barcelona traíram as pretensões do Tito logo na primeira parte.
Na segunda, tentou com a entrada de Villa dar mais presença na grande área. Mas, o seu erro foi quando tirou Song do jogo para colocar o Fàbregas. Perdeu a capacidade defensiva e isso foi um pouco fatal, pois momentos depois, o Barcelona sofre o segundo golo dos escoceses. Só no finalzinho do jogo (mais uma vez!) é que o Messi consegue reduzir... mas, já era tarde demais!
Gostava de ter mais informações sobretudo ao nível da evolução táctica para entender melhor o que foi feito no banco blaugrana para contrariar esse resultado.

Jogo 5: Spartak de Moscovo 0 - 3 Barcelona
Onze inicial e posicionamento global ao fim dos 90
minutos dos jogadores do Barcelona frente ao
Spartak de Moscovo em 20 de Novembro de 2012

(Fonte: UEFA.com)
Embora na figura ao lado o 4-3-3 tenha o Busquets como médio interior esquerdo, a verdade é que ele é o médio defensivo da equipa.
A meu ver, esta equipa que defrontou o Spartak de Moscovo, é talvez a equipa mais forte dos catalães.
Olhando para o posicionamento global do jogo, verificamos novamente a tendência para o 4-3-3 se transformar numa espécie de 4-2-4, com a subida de Fàbregas para o ataque.
Notar também para a polivalência de jogadores como Pedro, Iniesta, Fàbregas, Buquets, Dani Alves e Jordi Alba, que são capazes de fazer várias posições em campo.
Esta polivalência dos jogadores é o que confere este grau de entrosamento e de prontidão dos jogadores. Eles sabem o que têm de fazer quando jogam na posição de um ou outro jogador. Há quase uma espécie de procedimentos base que eles têm de executar fundamentalmente. Como é óbvio, depois cada um dá o seu cunho pessoal. Por exemplo, ter Iniesta a extremo ou Sánchez, a equipa tem dinâmicas diferentes.
Evolução táctica e posicional do Barcelona ao longo do
jogo frente ao Spartak de Moscovo em

20 de Novembro de 2012 (Fonte: UEFA.com)
Os 15 minutos iniciais em Moscovo, demonstraram um Barcelona a povoar imenso o seu meio-campo. Em termos tácticos, Iniesta acaba por descer mais entre-linhas que um Alexis, por exemplo, pelo que poderá formar uma espécie de 4-2-3-1 assimétrico, com Messi e Pedro lá na frente. Por outro lado, também poderemos ver o recuo de Iniesta e as normais subidas de Fàbregas como um 4-1-2-1-2. No entanto, a abordagem do 4-2-4, feita anteriormente também é válida, pois Iniesta é um grande jogador e consegue ter a mesma qualidade a extremo, como tem no meio-campo. Aliás, é exactamente este desenho táctico que é produzido pelo Barcelona nos 15 minutos finais da primeira parte. Entretanto o marcador ficou feito, com 3 tentos blaugrana... tal era o caudal ofensivo dos catalães.
Para a segunda parte, reservava-se uma gestão de esforço. O Barcelona ainda começou os primeiros 15 minutos deste segundo tempo, com vontade para marcar mais, mas não materializou em golos. Após uma hora de jogo, Fàbregas fixou-se mais como "10" numa espécie de 4-2-3-1, até que no último quarto de hora, Tito Vilanova resolve refrescar a equipa com três substituições: Song para o lugar de Xavi, o miúdo Deulofeu para o lugar de Pedro e Montoya para o lugar de Alba. Em termos tácticos, regressa-se claramente para um 4-2-4, com Song ao lado de Busquets no meio-campo e Fàbregas e Messi no centro do ataque (a jogarem sempre entre-linhas).
Chamo particular atenção para este ensaio de Song e Busquets, que poderão muito bem jogarem juntos frente ao Benfica. É uma opção que Tito tem para contrariar equipas com jogadores de meio-campo fisicamente mais imponentes, mas que igualmente sejam tecnicistas. Rafael Carioca e Källström são dois jogadores dentro desse perfil.


O que disse Tito Vilanova na conferência de imprensa?
"Dirigi, esta manhã, uma excelente sessão de treino, tal como se nos estivéssemos a preparar para um jogo de extrema importância e isso é muito positivo porque a verdade é que todos os jogos o são. Devemos encarar todos os encontros da mesma forma. Trata-se da Champions League e o Benfica ainda tem muito em jogo.

Não tive necessidade de motivar os jogadores, porque eles são grandes profissionais e isto faz parte do seu trabalho. Temos pela frente um jogo em casa para a Champions League e contamos com alguns jogadores acabados de regressar de lesões, que poderão aproveitar para ganhar ritmo, juntamente com alguns outros da equipa B, que também terão oportunidade de mostrar o seu valor frente ao Benfica.

O recorde de 85 golos de Gerd Müller num só ano não é um objectivo e não podemos pensar nisso. Todos sabemos que o Leo Messi está prestes a quebrar esse recorde, mas não nos podemos desviar do que é realmente importante, que é o jogo. Penso que Messi vai estar igual a si mesmo. Ele encontra-se em bom forma, cheio de vontade de jogar. Não está nada diferente. Ele está habituado a jogar sob pressão de estar perto de bater um novo recorde."
por Tito Vilanova


Qual o onze titular do Barcelona hoje?
Face ao que foi escrito anteriormente e ao que Tito Vilanova disse na conferência de imprensa, penso que o onze titular do Barcelona será algo do tipo:
 
Provável onze titular do Barcelona frente ao Benfica.
Na baliza, tal como aconteceu na época passada frente ao BATE, Pinto terá a sua oportunidade de se mostrar nas competições europeias. À sua frente, Piqué e Puyol regressam ao centro da defesa. Não estou a ver o técnico espanhol a arriscar no ainda inexperiente Gómez para o centro da defesa. Nas laterais, Montoya não será propriamente uma novidade, até porque tem vindo a ser inserido nos últimos jogos para ganhar ritmo competitivo, e Adriano no lado esquerdo, também não é. No banco estará o Planas que é lateral esquerdo e poderá ter uma oportunidade no decorrer do jogo.
No meio-campo, Busquets confere segurança e Song, embora em risco de levar um segundo amarelo e não poder jogar o próximo jogo, é a minha opção para fazer de "Xavi" e combater a maior vantagem física do meio-campo encarnado. Para completar o trio de meio-campo e para jogar sempre que necessário ao lado do Messi lá na frente, estará Thiago. Penso que são os três meio-campistas mais experientes da convocatória, ficando no banco o Rafinha, o Jonathan dos Santos e Sergi Roberto
No ataque, o trio será formado por Messi como falso "9", Tello à direita e David Villa à esquerda.
 
Mais uma vez realço que este 4-3-3 facilmente se transforma num 4-2-3-1, num 4-4-2 (4-2-4) ou até mesmo num esquema com 3 defesas, tal a versatilidade e polivalência destes jogadores.


Quais as fraquezas que o Benfica poderá explorar?
Em primeiro lugar, o Benfica tem de ter uma atitude ganhadora, positiva e activa em campo e não o contrário. Que o jogo da primeira mão sirva de lição.
 
Em segundo lugar, os encarnados devem ter consciência que não vai defrontar o melhor Barcelona, pois faltam 7 titulares (Dani Alves, Jordi Alba, Mascherano, Xavi, Fàbregas, Iniesta e Pedro), 8, se contabilizarmos o Valdés, que não estou a contar no onze titular provável acima. Por muito bons que os reservas sejam, não têm neste momento o mesmo grau de entrosamento, nem o mesmo ritmo de jogo, nem sequer a mesma experiência competitiva e internacional que os 8 que referi. Contudo, desses 8 "reservas", 4 deles não poderão ser considerados propriamente inexperientes (Pinto, Adriano, Song e Villa). De qualquer das formas, a dinâmica da equipa blaugrana irá concerteza ressentir-se e isso tem de ser usado em proveito do Benfica.

Em terceiro lugar, é preciso o Benfica saber aproveitar os erros de comunicação e entrosamento que irão ocorrer na equipa do Barcelona. Por exemplo, Busquets-Song-Thiago reagirão de forma diferente à pressão que Busquets-Xavi-Iniesta/Fàbregas, por exemplo. Sendo assim, será benéfico explorar uma pressão aqueles elementos do meio-campo, para disputar a posse de bola. Por outro lado, será mais fácil defender em antecipação, quebrando o canal de alimentação de jogo ao Messi, fazendo-o afastar-se das zonas de conclusão. Na perspectiva ofensiva do Benfica, a exploração dos espaços entre os laterais e os centrais será fundamental, assim como o espaço nas costas dos laterais do Barcelona.


PS:
Factos e Números do Barcelona
  • O Barcelona não perde em casa nas competições europeias de clubes há 18 jogos, nos quais somou 15 vitórias. O último desaire caseiro da turma catalã nas provas da UEFA data de 20 de Outubro de 2009, quando se viu derrotada por 2-1 pelo FC Rubin Kazan em pleno Camp Nou.
  • Xavi Hernández realizou 663 passes, mais de 300 que qualquer outro jogador na fase de grupos. A estatística de passes completos do Barcelona de 3834/4427 é a mais alta da prova.
  • Os bis de Lionel Messi na quinta jornada permitiu-lhe atingir os 56 golos marcados da UEFA Champions League, igualando Ruud van Nistelrooy e ficando apenas atrás de Raúl González (71).
  • Messi conseguiu o facto inédito de ser o melhor marcador da UEFA Champions League em quatro épocas consecutivas. Esta temporada já fez cinco tentos e é um dos goleadores máximos da prova a par de Cristiano Ronaldo, Alan e Burak Yılmaz.
  • Víctor Valdés, Javier Mascherano e Messi são totalistas pelo Barça na fase de grupos.
  • Os catalães cometeram apenas 42 faltas, pelo que são a equipa que fez menos infracções na fase de grupos.
  • Alex Song, Mascherano e Pedro Rodríguez cumprirão castigo quando virem o próximo cartão amarelo.
  • Gerard Piqué marcou o seu primeiro golo da temporada no sábado, quando o Barcelona bateu o Athletic Club por 5-1. Adriano facturou o seu quarto golo na presente edição da Liga espanhola – o seu melhor registo no campeonato.
  • Messi bisou e elevou para 84 os golos marcados pelo clube e pelo país em 2012, apenas menos um do que o recorde de Gerd Müller, estabelecido durante o ano civil de 1972. O argentino igualou o máximo de 190 golos no campeonato pertença de César Rodríguez, isto após ultrapassar o recorde total de César no clube de 232 tentos em Março.
  • Com 13 vitórias e um empate nos seus primeiros 14 jogos, o Barcelona bateu o recorde do Real Madrid CF para o melhor arranque na Liga espanhola, que datava de 1991/92.
  • O Barcelona marcou, pelo menos, um golo em cada um dos seus 30 últimos jogos, mais concretamente desde a derrota na primeira mão das meias-finais da UEFA Champions League da última temporada, frente ao Chelsea FC.
  • David Villa ultrapassou os 300 golos marcados ao longo da sua carreira no triunfo do Barcelona sobre o Deportivo Alavés, por 3-1, a 28 de Novembro, e garantiu o apuramento nos 16 avos-de-final da Taça de Espanha com um total de 6-1.
  • Carles Puyol foi titular frente ao Saragoça no regresso aos relvados, depois de ter feito uma luxação num cotovelo no encontro com o Benfica a 2 de Outubro.
  • Messi recebeu a 13 de Novembro os troféus de melhor jogador e melhor avançado da Liga espanhola de 2011/12. Andrés Iniesta foi eleito o melhor médio-ofensivo pelos treinadores do escalão principal.
  • Daniel Alves está lesionado, pois sofreu um estiramento muscular no triunfo por 4-0 em casa do UD Levante a 25 de Novembro.
  • Alexis Sánchez sofreu uma lesão num tornozelo ao serviço da selecção do Chile, na derrota por 3-1 com a Sérvia a 14 de Novembro, e deve falhar a última jornada da fase de grupos.
  • Éric Abidal continua a recuperação de um transplante de fígado realizado a 10 de Abril, enquanto Marc Muniesa sofreu uma rotura dos ligamentos de um joelho na pré-época e não foi inscrito na UEFA Champions League.
  • Iniesta e Messi estão, com Cristiano Ronaldo, na lista de finalistas ao prémio Bola de Ouro da FIFA. O vencedor será anunciado a 7 de Janeiro em Zurique. Josep Guardiola, José Mourinho e Vicente del Bosque são os nomeados para o prémio de Treinador do Ano da FIFA.
  • A equipa de Tito Vilanova não conseguiu estabelecer um novo máximo de sete vitórias consecutivas no arranque da Liga, ao empatar 2-2 com o Real Madrid CF a 7 de Outubro.
in UEFA.com

5 comentários:

  1. Cumprimentos
    Meu nome é JOHANNA STENZ.
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    obrigado

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    obrigado

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  3. Cumprimentos
    Meu nome é JOHANNA STENZ.
    Só para compartilhar este momento de diversão com você.
    Acabei de receber um empréstimo de € 30.000 em um grande operador económico francês.
    Com ele tive a satisfação total.
    Atualmente eu sou a mulher pus hereuse na terra.
    E isso, graças a um homem.
    É Deus quem colocou no meu caminho.
    E eu estou vindo para compartilhar este testemunho com você.
    Seu nome é HENRI DURANT.
    Este é um homem que sempre respeitou os seus compromissos.
    Este é um homem de palavra.
    Ele é único.
    Se você está na necessidade de pedir dinheiro emprestado,
    Peço-lhe para entrar em contato com eles.
    Ele é um homem muito eficiente no pronto com documentos confiáveis.
    Eu só fez um único pagamento antes de obter o meu crédito.
    Para mais informações sobre este homem,
    Entre em contato comigo por e-mail: johannastenz132@gmail.com.
    Ou entre em contato com o credor para: henduranantoine1991@gmail.com
    obrigado

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  4. Cumprimentos
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    Só para compartilhar este momento de diversão com você.
    Acabei de receber um empréstimo de € 30.000 em um grande operador económico francês.
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    E isso, graças a um homem.
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