A convocatória
Jorge Jesus convocou 20 jogadores para o dérbi desta noite frente ao Sporting:
- Guarda-redes: Artur Moraes e Paulo Lopes;
- Defesas: Maxi Pereira, Jardel, Garay, Sidnei, Melgarejo e Luisinho;
- Médios: André Almeida, Ola John, Matic, Gaitán, André Gomes, Salvio, Bruno César e Nolito;
- Avançados: Cardozo, Rodrigo, Lima e Kardec.
O onze titular
Para este encontro, e tendo em conta o momento das duas equipas, a forma de jogar e os jogadores disponíveis de uma e de outra equipa, penso que o Benfica deveria apresentar-se em campo com um tradicional 4-4-2, mas com algumas particularidades que serão discutidas à medida que forem apresentados os titulares. Na prática, o Benfica irá jogar numa espécie de 4-2-4, ou 4-1-1-4, ou até mesmo num 2-3-3-2, dependendo da forma como se interpretam as dinâmicas que se pretendem que os jogadores desenvolvam em campo.
Na baliza, a titularidade será de Artur. O seu excelente momento de forma, como ficou comprovado pela corajosa "mancha" ao astro argentino Messi, mas também a sua série de "fichas limpas" em termos de golos sofridos, são mais do que razões para a sua continuidade na equipa encarnada.
Quanto ao quarteto defensivo, com a lesão do capitão Luisão, o seu substituto natural é o Jardel, muito devido a tudo o que já fez nesta temporada. Só espero que estas semanas no banco não lhe tenham feito perder ritmo competitivo, muito menos empenho na hora de entrar em campo. Eu penso que não, mas estarei atento ao desenrolar do encontro. Ao seu lado, o imperial Garay terá como missão jogar em antecipação, cobrir os seus colegas de sector e, conforme pode-se ver na figura acima, ter alguma liberdade na organização e construção de jogo ofensivo da equipa. Daí a sua colocação numa linha mais à frente de Jardel. Para completar o quarteto, temos os nossos já conhecidos Maxi e Melgarejo, que serão os laterais direito e esquerdo, respectivamente. Notar, que Maxi terá maior preponderância no ataque, muito por causa do adiantamento de Ola John no terreno de jogo. Com o intuito de colmatar de certa forma esta subida, tendo sempre número suficiente de defesas lá atrás, o Melgarejo terá instruções para subir de forma mais certa. Contudo, estas funções podem ser todas invertidas, dada a polivalência dos atletas que a compõem. Ou seja, Melgarejo poderá a certa altura ser o lateral mais ofensivo, ficando o Maxi mais atrás. Da mesma forma, que o Jardel possa ser o central que saia a jogar com o Garay a proteger as suas costas. Isto dependerá da forma como o meio-campo e o ataque estarão a funcionar.
No meio-campo, Matic e André Gomes, já demonstraram que podem fazer as funções de um e de outro dentro de campo. São médios centro muitíssimos completos, onde aliam de forma muito rara, a vertente física com a componente técnica e táctica do jogo. O jovem português ainda terá muito que aprender, sobretudo, ao nível da decisão em jogos intensos, como ficou patenteado no encontro frente ao colosso espanhol, em Camp Nou. À partida, por uma questão de segurança, deverá ser o sérvio a ter as responsabilidades mais defensivas, ficando o português com as tarefas mais ofensivas. Contudo, deverão revezando-se ao longo do encontro, o que até poderá beneficiar a dinâmica da nossa defesa, conforme mencionado anteriormente.
O sector atacante é aquele que optei por fazer maiores mexidas. A começar com as alas, Nico Gaitán será a opção para a ala esquerda. A intenção aqui é que este possa ser mais um apoio ao meio-campo, não só em tarefas defensivas, fechando o seu lado esquerdo, mas também na fase de construção, dando largura e profundidade à ala esquerda. Jogando com um avançado como o Cardozo, é preciso jogadores que consigam alimentar-lhe jogo e o Nico poderá ser esse jogador se o treinador quiser. Recordar que o Gaitán jogando na esquerda, poderá fazer uso não só da sua capacidade de drible acima da média, como também poderá assistir o Cardozo com os seus cruzamentos e passes. Do lado oposto, e com tarefas mais ofensivas, estará Ola John. O holandês surpreendeu-me pela positiva no jogo em Barcelona. Demonstrou que também sabe jogar na direita do meio-campo/ataque. Como continua a ter dificuldades no posicionamento defensivo, dou-lhe estas tarefas mais ofensivas e equilibrando as suas tarefas defensivas com o resto do posicionamento dos seus colegas de equipa. No entanto, o que não gostei do Ola frente ao Barça foi ele ter arrebentado ao fim de 60 minutos. Estamos a falar de um jogador de 20 anos... e isso deixou-me algo de apreensivo. De qualquer maneira, com Salvio no banco, penso que seria um erro não apostar neste miúdo, neste momento. Como dupla atacante, estaria o poderoso avançado Cardozo e ao seu lado, e aposta pessoal, o brasileiro Bruno César. Quanto ao Cardozo, penso que não há margem para dúvidas e é praticamente consensual a sua utilização neste encontro, sobretudo tendo em conta que se aposta numa estratégia de domínio de jogo encarnado. Já quanto ao camisola 8 encarnado, o caso muda de figura. De facto, o Bruno César tem sido dos jogadores mais criticados do plantel. Mas, também temos de ser assertivos o suficiente para perceber que é o jogador do lote dos mais ofensivos, sem posição fixa no plantel. O internacional canarinho é uma espécie de polivalente ofensivo do plantel encarnado. Já o vimos esta temporada a jogar como médio interior esquerdo, médio-ala/extremo esquerdo e direito, médio "8" e médio-ofensivo "10". Neste jogo frente ao Sporting, a minha intenção é de vê-lo como um segundo-avançado, com as funções que o Rodrigo tem quando joga com o Cardozo ou o Lima lá na frente. Penso que com isto, resolve-se a ligação entre o meio-campo e o ataque pelo centro do terreno, mas também, a lacuna defensiva que o Ola faz expor o meio-campo. Por outro lado, o meio-campo ganha meia distância e o ataque não perde assim tanto poder de finalização, uma vez que o brasileiro até apresenta índices bem elevados neste capítulo de jogo.
O banco
No banco, comigo estariam os seguintes 7 jogadores: Paulo Lopes, Luisinho, André Almeida, Salvio, Nolito, Rodrigo e Lima.
Os brasileiros Sidnei e Kardec ficariam de fora. Sidnei tem tido prestações muito medíocres na equipa B, enquanto que Kardec nem sequer tem sido opção na equipa B e já não joga à muito tempo, logo o seu ritmo de jogo não é o melhor.
Paulo Lopes, será o guarda-redes caso haja algum problema com o Artur. Dado o historial clínico recente do paraguaio Melgarejo, e tendo em conta que os laterais são sempre dos defesas mais fustigados nestes dérbis, Luisinho estaria no banco para alguma eventualidade. Aliás, entre o português e o paraguaio, para mim a diferença de qualidade na posição é muito pouco.
Opções para o meio-campo são o André Almeida, o Salvio e o Nolito. O português poderá ser reforço para o meio-campo defensivo ou o refrescamento do centro do terreno. Quanto a Salvio, conforme já foi mencionado acima, poderá e deverá entrar para o lugar do Ola. Penso mesmo que poderá ser uma das nossas armas secretas neste encontro. Por outro lado, Nolito será uma opção sempre a ter em contra para o lado esquerdo, embora se entrar, é preciso que o tipo de avançado que esteja à sua frente saiba aproveitar bem o seu estilo de jogo.
Rodrigo e Lima serão soluções para a dupla de avançados. Se tivermos que optar por um estilo de jogo mais de contra-ataque, penso que a entrada de ambos poderá ser bastante benéfica.
As expectativas
Como é óbvio, só a vitória nos interessa nesta longa maratona que é o campeonato. Mas, não desejo apenas uma vitória pela margem mínima. Quero no mínimo fazer um resultado que nos permita sair desta 11ª jornada como líder do campeonato. É muito importante o Benfica poder conseguir isso, pois acabaria por mandar uma mensagem inequívoca a todos os nossos adversários: o Benfica está vivo e bem vivo!
Não quero ver faltas de humildade dentro das quatro linhas e como tal, a melhor forma de respeitar o nosso adversário é darmos tudo o que podemos dentro de campo. Para tal, é preciso estarmos concentradíssimos durante todo o encontro, para que não possamos dar qualquer hipótese ao adversário.
Também não quero ver os nossos atletas a irem nas jogadas de bastidores e perderem a cabeça com provocações dos adversários, adeptos ou até mesmo com decisões muito dúbias da equipa de arbitragem. A melhor forma é de irem para campo com o conhecimento de que vão jogar frente a duas equipas, i.e. 14 jogadores e em casa deles!
Não quero ver faltas de humildade dentro das quatro linhas e como tal, a melhor forma de respeitar o nosso adversário é darmos tudo o que podemos dentro de campo. Para tal, é preciso estarmos concentradíssimos durante todo o encontro, para que não possamos dar qualquer hipótese ao adversário.
Também não quero ver os nossos atletas a irem nas jogadas de bastidores e perderem a cabeça com provocações dos adversários, adeptos ou até mesmo com decisões muito dúbias da equipa de arbitragem. A melhor forma é de irem para campo com o conhecimento de que vão jogar frente a duas equipas, i.e. 14 jogadores e em casa deles!
Depois do encontro frente ao Barcelona que revelou debilidades na
mentalidade e cultura vencedora do Benfica, espero ver neste dérbi outra
atitude e carácter dentro das quatro linhas, não só dos suspeitos do
costume, mas de outros jogadores, tais como Ola John (ainda não vi
coração e garra), do Nico, do Bruno César e até de certa forma do
Cardozo (todos estes três são actualmente dos jogadores mais criticados
no Benfica).
Gostava de ver o Nico regressar às grandes exibições com jogadas endiabradas pelo flanco esquerdo e cruzamentos para a cabeça do Cardozo. De forma idêntica, do lado oposto, gostava de ver o Ola descobrir a sua quarta velocidade neste encontro, deixando o adversário no chão e cruzar para nova finalização de Cardozo. Gostava de ver o Bruno César a estar sempre em jogo, autoritário e com visão de jogo capaz de deixar Cardozo cara a cara com o guardião leonino e este marcar. Para além de gostar de ver o Cardozo marcar o seu primeiro "hat-trick" da temporada, gostava de vê-lo a combinar com o Bruno César e este ao estilo de Tèvez conseguir o seu tento e a paz com os adeptos encarnados...
Força Benfica!
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