21 maio 2016

Tri-Tricampeões!


Parabéns Benfica pela conquista da Taça da Liga CTT 2015-2016!

A competição
O Benfica a inscrever mais uma vez o seu nome nesta
competição crescente a nível nacional.
A taça da Liga é uma competição muito desprezada por outros clubes que se dizem "grandes". Mas, nunca o foi pelo Benfica, conforme as 7 conquistas em 9 anos desta competição o atestam, já contando com a desta temporada. Trata-se claramente de uma competição vestida em tons de vermelho. E, assim espero que continue por muitos e bons anos. Enquanto os outros clubes desprezam a competição, apenas aproveitando-a para rodar os seus jogadores sem critério, o Benfica tem sempre feito uma rotação equilibrada nesta competição, não a desvirtuando-a e respeitando-a como deve de ser. Quando assim o é, o resultado só pode ser o sucesso. Esta mentalidade também diferencia o querer e ser campeão no Benfica, por comparação com os outros clubes.

A propósito disto, faço aqui um pequeno parêntesis para abordar um tema que pouca gente está a reflectir, mas que deveria merecer a devida atenção: já não há titulares absolutos. Pelo menos, nas grandes equipas, que têm de jogar 3 vezes por semana. É importante, que o comum simpatizante perceba isso. Caso contrário, irá sempre ir na conversa de que "temos de concentrar no campeonato e as outras vamos ver". O Benfica de Rui Vitória, é prova viva de como é possível estar em todas as competições a um nível bem elevado. Reparem como a equipa que defrontou o Oriental em Dezembro/Janeiro para a Taça da Liga, foi praticamente a mesma equipa que defrontou o Bayern Munique, meses mais tarde!? Quem diria, na altura?! É verdade que as lesões contribuíram para que isso acontecesse, contudo, se não fosse a liderança e a forma de abordar as competições por parte da equipa de Rui Vitória, as coisas teriam sido bem diferentes. Há pois grandes ensinamentos a serem aprendidos por muita gente, no que se refere a gestão de grupo de trabalho. Aquilo que antigamente denominávamos de onze titular, deixa de fazer sentido neste futebol moderno. Antes havia-o porque até meados dos anos 60 não havia sequer substituições durante os 90 minutos. Mas, com o futebol moderno, com cada vez mais jogos e jogos disputados a um ritmo cada vez maior, o onze titular deixa de fazer sentido e passa a fazer sentido o plantel na sua totalidade. E, onde mais se faz notar isso é nesta competição da taça da Liga.

Relativamente, à competição, a ideia é excelente e tem de continuar. Agora, não pode acontecer o que aconteceu esta temporada com a balbúrdia que houve em termos de calendarização da competição. Sobretudo, nestas fases mais adiantadas. Para mim, esta competição deveria terminar no fim-de-semana da Páscoa, aproveitando o período de férias que muita gente tem e faz por essa altura. Assim, ela não coincidiria com outras competições, como por exemplo hoje - joga-se a final da Liga dos Campeões - ou amanhã - joga-se a final da Taça de Portugal. Por exemplo, imaginemos que o Marítimo ou o Benfica também eram finalistas da Taça de Portugal? Ou da Liga dos Campeões? Ou mesmo da Liga Europa que se jogou na passada 4ª feira? Uma boa organização também é defender bem o produto chamado futebol nacional. E, numa altura que se fala em credibilização do nosso futebol, seria importante sermos mais rigorosos e profissionais com estas coisas tão simples como a calendarização. Outra boa ideia é a do clube vencedor ou finalista poder ter entrada directa na Liga Europa do ano seguinte. O futebol e os adeptos agradecem! 


A final
Embora com vários erros defensivos, a vitória do Benfica
sobre o Marítimo por 2-6 é incontestável.
A exibição do Benfica neste encontro foi boa apesar dos dois golos consentidos. Pessoalmente, fico doido quando vejo o Benfica a sofrer golos daquela maneira! Por outro lado, relativamente aos golos marcados, acho sempre que são escassos. O Marítimo entrou melhor na partida e soube explorar bem as deficiências de uma defesa composta por um Luisão com apenas 90 minutos de jogo nos últimos 6 meses. E, para ajudar a isso, o André Almeida não parecia estar nos seus dias e o Samaris joga de forma distinta à do Fejsa. Ah! E, não esquecer que o Renato Sanches estava com o chip de despedida e por isso mesmo queria só atacar. De qualquer maneira, o Benfica estabilizou e na primeira jogada de ataque com princípio, meio e fim, marcou por intermédio de Jonas. Poucos minutos depois chegava ao segundo golo por Mitroglou após lançamento lateral de André Almeida para Jonas que desmarca de primeira Pizzi para este cruzar para encontrar o grego na pequena-área verde-rubra. Estava feito o 2 a 0. O Benfica passava o seu melhor período na primeira parte. Houve inclusive uma jogada de grande envolvimento, em que a equipa teve sempre o controlo da posse de bola. O lance não deu em golo, devido à defesa a remate de Nico Gaitán, que se via que queria um golo nesta final. Contudo, o facto do lance ter começado na defesa, passando por todos os corredores, ir lá à frente, depois voltar para trás porque não havia mais espaço, tendo de seguida insistido por outro flanco, foi um hino ao bom futebol e que merecia só por isso uma melhor sorte na finalização. Escusado será dizer que num lance semelhante o Nico descobre num centro atrasado Mitroglou, para este fazer o segundo da sua conta pessoal e o terceiro dos encarnados no municipal de Coimbra. Com 3 a 0 o Benfica baixa de intensidade. Dá o controlo da posse de bola ao adversário e isso é meio caminho andado para acontecer desastre. É aí que as dificuldades do nosso meio-campo em segurar a posse de bola e fazer pressão defensiva vêm logo ao de cima. Por outro lado, a má forma de Luisão não lhe permite ter o mesmo controlo do espaço defensivo das suas costas. Resultado? Acontece o golo do Marítimo, no qual o avançado madeirense acaba por aproveitar uma má comunicação e uma saída não muito correcta do jovem guarda-redes Ederson.



Mais um título para o "miúdo-maravilha" e logo no seu
jogo de despedida. Boa sorte Renato! Tu mereces!
No segundo tempo, os problemas nestes sectores continuam. Por outro lado, lá na frente Mitroglou não consegue temporizar e conectar-se melhor com os restantes colegas. Por causa disto, o jogo começa a partir-se. Para evitar que isso aconteça, Rui Vitória lança o baiano camisola 30 para dentro das quatro linhas, saindo o ponta-de-lança grego. O Marítimo continua a causar algum perigo, mas é através dos pés do Talisca que este descobre num contra-ataque o Jonas. Este ao entrar na grande área pelo corredor centro-esquerdo, oferece o quarto golo ao Gaitán, mas sem antes ele adornar o lance em frente à baliza adversária. Logo de seguida, o Nico é substituído pelo Gonçalo Guedes. Poucos minutos depois, o grego Samaris faz falta dentro da área encarnada. Um lance que ele poderia ter evitado se estivesse mais concentrado. Aliás, se todos eles estivessem mais concentrados! O Marítimo reduz para 2-4 o resultado. Tempo para a última substituição do Benfica: entra Raúl e sai Jonas. Em tempo de compensação Pizzi marca um livre do lado esquerdo servindo de bandeja para a cabeça de Jardel marcar o 5º golo encarnado na final. Mas, ainda havia tempo para mais um golo. O golo de Raúl Jiménez. Este foi um golo totalmente criado pela sua forma de estar em campo: sempre à procura do golo e a pressionar os adversários. O ponta-de-lança mexicano, pressiona rapidamente o guardião iraniano do Marítimo que mais lento que o adversário, acaba por fazer falta na grande área, levando o árbitro a marcar grande penalidade. Das bancadas ainda se pede para que fosse o Renato Sanches a marcar, mas o Raúl Jiménez já tinha pedido ao banco e ao Rui Vitória, para ser ele a marcar, ao qual lhe foi acedido. E, ele marcou! Pessoalmente, acho que a grande penalidade era do Raúl, pois foi ele que criou a sua oportunidade e fixou o resultado final do encontro. Apesar de o Renato Sanches se despedir da equipa, a verdade é que durante o jogo também não soube jogá-lo de forma a que pudesse realmente marcar um golo. Ontem vimos o Renato a complicar com passes errados, movimentações sem nexo e posicionamentos incorrectos. Muita da intranquilidade no final da primeira parte e durante a segunda, deveu-se muito ao seu comportamento dentro de campo. Estava à espera um pouco mais. Apesar de todas estas lacunas, o Renato teve durante o encontro duas grandes chances para marcar golo. Uma no final da primeira parte num contra-ataque que ele lança e outra na segunda parte quando ele remata de primeira fora da área com o pé esquerdo e que o guarda-redes verde-rubro tem dificuldade em segurar. Mesmo jogando assim-assim ele tem estas oportunidades... nem quero imaginar quando ele começar a dominar todos os capítulos do jogo!?


A despedida
Nem quero acreditar que este foi o último show do Nico!?
Quem parece estar realmente de saída é o nosso mágico Nico Gaitán! A forma emocionada como entrou em campo nesta final, a forma como procurou invariavelmente o golo durante a partida e, sobretudo, a forma como se despediu do público quando foi substituído pelo Gonçalo Guedes (camisola 20, antigo número que o Nico usava), fazia querer que realmente este foi o último jogo show do astro argentino. Agora, as questões que se colocam são várias... Porquê a sua venda? Para onde ele vai? Por quanto é que ele saiu? Quem o substituirá? Quem será o novo dono da mítica camisola 10 encarnada? Estas e outras questões deverão ser respondidas nos próximos dias. Até lá, é aguardar para a confirmação da saída de Gaitán - ele próprio disse que embora as coisas não estejam totalmente acertadas, estão muito próximas de o ser, daí a sua reacção emocional. Uma coisa é certa, o seu comportamento, a sua atitude, a sua paixão ao clube e adeptos é como o seu talento: é ímpar e não engana! Acho que todos nós iremos sentir saudades...


As frases
«Agradeço-vos por tudo o que disseram sobre mim durante a época porque isso tornou-me mais forte.»
Por Rui Vitória

«Comecei como Gaitán, acabei como Nico. Isso é significativo, tratarem-te pelo primeiro nome.»
Por Nico Gaitán






P.S.: No final da partida, sabem quem é que estava a bailar no campo? E, já agora, para quem e o quê estava o Pizzi a enviar pelo Snapchat nos balneários?
LOL!

#TriTricampeão #Heptacular #ShowN1c0
#Bailando #JJAjoelhouVaiTerQueRezar

3 comentários:

  1. Olá!

    O problema na final da Taça da Liga é que estavas a jogar com um Luisão sem qualquer ritmo de jogo.

    Não acho o Bolly um central para o Benfica. Este tem de ser um jogador com capacidade de construção.

    Antes do Dawidowicz está o Pelé. Emprestaria o polaco a um clube da 1ª Liga. E, depois em Janeiro logo se via... Quanto ao Cristante, iria para a equipa B, comandar a equipa, pelo menos até Janeiro.

    Relativamente à posição "8", pergunto-me até que ponto o Taarabt e o Djuricic poderiam adaptar-se a essa posição?

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  2. Paulo Sousa?!?!?
    Nunca na vida quero ver esse vendido no Benfica, espero nunca ter de o ver no nosso banco.
    Cumps

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    1. Duvido sequer que o Paulo Sousa queira regressar a Portugal para treinar uma grande equipa. Ele está bem lançado para na próxima temporada ou na seguinte ir para um gigante de Itália.

      ;)

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