02 novembro 2014

Dúvidas para 3ª


Como irá Jorge Jesus montar a equipa encarnada para o importantíssimo encontro europeu frente à equipa monegasca?


As dúvidas que estarão na mente de Jorge Jesus para o
importante encontro da Liga dos Campeões frente aos
franceses do Mónaco de Leonardo Jardim.
As soluções óbvias
Perante a ausência de Lisandro Lopez no eixo defensivo, a solução óbvia é mesmo a inclusão de Jardel. No entanto, a questão que se coloca é o ritmo competitivo do brasileiro. O central já está inactivo há mais de um mês, o que poderá ser arriscado. Contudo, tendo em conta que a solução é um inexperiente e intranquilo César, considero que o Jesus não terá outra solução que arriscar no camisola 33.

Perante a impossibilidade de utilizar o avançado Jonas na Liga dos Campeões, e perante um Talisca que revela enormes dificuldades em jogar na posição "9,5" perante equipas que praticam um futebol mais intenso, penso que a solução passará por fazer derivar o Talisca para médio esquerdo (com funções de apoio interior) e fazer entrar alguém que possa vagabundear no ataque. A primeira escolha seria Nico Gaitán. Mas, as dores com que ele saiu frente ao Rio Ave, colocam a dúvida sobre a sua ida a jogo na terça-feira. As opções que restam são: um sem ritmo de jogo Sulejmani e um ponta-de-lança chamado Derley. O sérvio seria uma opção na linha do argentino, enquanto a de Derley significaria que este passaria a ser o avançado referência da equipa e o Lima funcionaria mais como elo de ligação meio-campo - ataque.


As outras possíveis soluções
Para a posição de central, Jesus poderá ainda colocar o André Almeida ao lado de Luisão. Desta feita teria que colocar o Loris Benito a lateral esquerdo. Penso que dificilmente irá fazer uma mudança deste tipo, pois estaria a mexer em dois lugares, ainda por cima num jogo tão importante e difícil.

Para a posição de avançado/extremo esquerdo, Jesus poderá optar ainda por Pizzi, Tiago (Bébé). Com o Pizzi, Jesus poderia colocá-lo na posição 11, fazendo avançar Talisca para a posição "10" (a de falso 9). Na prática, o português formaria com os seus movimentos interiores uma espécie de 3º médio com Enzo e Samaris. Já a hipótese Tiago, este faria com que o Talisca mantivesse a posição 11, mas com dinâmicas interiores, de tal forma que ele seria o tal terceiro médio da equipa, enquanto o Tiago, aproveitava o espaço na esquerda para dar-lhe profundidade. Na prática, estas duas opções fazem transformar o 4-1-3-2, numa espécie de 4-2-3-1 assimétrico, dada a inexistência de um extremo esquerdo puro.

Uma última opção credível, seria utilizar o jovem italiano Cristante a meio-campo. Acompanhando o Samaris num duplo pivot (com o grego a ter funções mais ofensivas) e com o Enzo mais liberto para o ataque, jogando nas costas do avançado ou descaído para a esquerda. Ou seja, transformando o 4-1-3-2, num claro 4-2-3-1.

As outras opções: Tiago, Cristante, Benito e Pizzi. Tendo em conta os momentos de forma e
as opções que o técnico encarnado tem tomado recentemente, Pizzi poderá ser o trunfo
vindo do banco para este importantíssimo encontro frente ao Mónaco.

As dinâmicas do 4-1-3-2 (4-4-2), que o transformam em
4-2-3-1 e até num 4-3-3. Especial atenção para o
posicionamento do Talisca e dos sistemas de pares.
O sistema e as dinâmicas
Como podem compreender, dependendo da opção para as posições abertas, o sistema e as dinâmicas de jogo vão sendo alteradas. Até mesmo as funções que cada jogador terá em campo serão condicionadas pelas alterações feitas. No último artigo salientei a importância do equilíbrio defensivo da equipa pela sua ala esquerda, pois com jogadores tão ofensivos como Maxi e Salvio, é um risco muito grande. Ainda para mais com um Salvio tão individualista como está. A melhor solução é mesmo proteger as costas do Salvio. Se possível com jogadores que estejam sempre próximos dele, pois a cada perda de bola do argentino, esta possa ser rapidamente recuperada. Notar que o Toto funciona como o nosso desequilibrador ofensivo, dado o enorme talento que possui no um-contra-um. É portanto, extremamente importante, criar as condições ideias para que ele tenha sucesso.

Também mencionei a importância de Talisca jogar mais atrás para poder receber a bola em melhores condições. O jovem brasileiro tem claras dificuldades na recepção de bola de costas para a baliza. Tem-no, não a nível técnico, mas porque assim não consegue ler bem o jogo. Quanto mais à frente se joga, mais pressionado está. Contudo, percebo também a motivação de Jesus para o colocar lá na frente. Já por mais de uma vez verificou que na posição "8" o internacional canarinho encolhe-se um pouco nos duelos físicos. Isso pode ser fatal, pois pode originar uma transição ofensiva muito perigosa do adversário para os encarnados. Assim sendo, a melhor solução, por agora, será protegê-lo na ala dessas duas situações. Mas, reparem! Não estou a querer que o Talisca seja uma espécie de Salvio na esquerda! Quero é que ele nessa zona consiga o espaço necessário para receber de perfil a bola, tenha o tempo suficiente para ler melhor o jogo e consiga ir ganhando a estaleca necessária para ganhar no confronto físico a meio-campo. Ou seja, penso que a posição "11" será benéfica para ele aprender o que tem de aprender para ter enorme sucesso na posição "8", "9" e "10". Ah! Mais uma coisa: Talisca na ala esquerda, funcionando num misto de ala e interior esquerdo, poderá encontrar as linhas de passe para fazer as aberturas que tanto gosta para os seus colegas do ataque ficarem na "cara do golo".

Por fim, será importante o Jesus manter uma série de dinâmicas de pares de jogadores. A da primeira fase de construção entre Samaris e Enzo. A da construção de jogo em terreno adversário entre Talisca e Gaitán. A de criação de desequilíbrio ofensivo entre Maxi e Salvio. A de controlo defensivo entre Luisão e Jardel. Para além destas duplas, podemos prever três tridentes muito importantes. O primeiro será formado pelos centrais Luisão e Jardel e o lateral esquerdo André Almeida. Estes serão o esteio defensivo da equipa. O segundo tridente é o formado por Samaris, Enzo e Talisca, que serão os responsáveis pelo controlo dos ritmos do jogo. Quanto ao terceiro e último tridente é formado por Salvio, Lima e Gaitán que deverá ser o trio de pressão ofensiva.


4 comentários:

  1. Muito boa a análise. Consideras que o Enzo a 6 e o Pizzi a 8 poderiam ser uma solução? Jogando com o Talisca mais no apoio ao Lima (se bem que com o pé frio que anda mais valia tentar o Derley). E com o brasileiro, o Pizzi e o Gaitán a fazerem trocas posicionais durante o jogo?

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    1. Essa também poderá ser uma solução. Não a equacionei, por causa da dúvida que tenho quanto à condição do Nico Gaitán...

      ;)

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  2. Excelente a sua análise.
    Eu acredito que Gaitán e Jardel devem mesmo jogar. Jardel deve mesmo jogar porque colocar o inexperiente César seria uma opção arriscada. Quanto a Gaitán deve jogar na ala esquerda, com trocas posicionais com Talisca que deverá jogar como segundo avançado.
    Queria aproveitar para lhe perguntar como é faz para aparecer na ultima imagem da sua análise as várias dinâmicas tácticas do Benfica.
    Obrigado, saudações benfiquistas.

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    1. Olá Loucos!

      Agradeço-te a tua participação no tema! :)

      Vamos lá ver como o Talisca se comporta neste jogo... ele prometeu no final do último encontro que estava a dever uma exibição de encher o olho na Liga dos Campeões. Espero ardentemente que seja já amanhã!

      Sobre a última imagem... fiz um "gif" no "photoshop".

      Sê bem-vindo ao meu blogue e espero contar com a tua participação.

      Abraço!

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