23 novembro 2014

4ª Eliminatória: Benfica - Moreirense


25 minutos do melhor Benfica desta temporada deram o mote para a vitória robusta por 4 a 1 sobre o Moreirense e consequente passagem à próxima fase da Taça de Portugal.
MVPs? Jonas e Salvio, pois claro!



Duas alterações no onze titular
Jorge Jesus já tinha deixado antever que não iria fazer grandes poupanças para este encontro, tal como fez na última eliminatória desta competição, frente ao Covilhã. As maiores surpresas acabaram por ser a utilização do suíço Loris Benito a lateral esquerdo e do italiano Bryan Cristante a médio defensivo. Jonas, Derley e até o próprio André Almeida, já não podem ser considerados novidades no onze, pois já têm vindo a serem apostas para substituir e até mesmo serem titulares na equipa encarnada. O polivalente português jogou mais uma vez a lateral direito. Estou certo que Jesus o vê mais para as laterais, do que propriamente para o meio-campo. A dupla atacante brasileira jogou (e o que jogou?!) lá na frente. Quanto ao resto da equipa, Júlio César foi o titular na baliza - Jesus está a dar-lhe minutos e jogos para que o brasileiro volte ao sua plenitude o mais rápido possível. Luisão e Jardel foram os centrais de serviço e o trio argentino formado por Salvio à direita, Enzo no centro e Gaitán na esquerda, os nossos criadores por excelência.


25 minutos demolidores
A primeira meia-hora de jogo foi demolidora. Sinceramente, não estava à espera disso, ainda para mais, com um miúdo de 19 anos na posição "6" e um jogador sem ritmo numa posição fisicamente muito desgastante, como a de lateral esquerdo. A verdade, é que se há muitos jogos que critico que Jesus deveria trabalhar mais a sua equipa, ontem viu-se claramente que o trabalho de treino compensa: o Benfica teve 2 semanas a treinar forte e feio. E, isso é algo que deixa qualquer adepto bem satisfeito. É verdade que o Benito não foi assim tão afoito em termos atacantes, mas pelo menos apresentou-se com muito mais concentrado, focado e ligado no jogo colectivo. Foi um excelente guarda-costas para o camisola 10 encarnado. E, talvez por isso, o argentino esteve tão em foco na primeira parte. Por seu turno, Cristante, embora ainda um pouco lento, também não comprometeu. Soube ser solução na primeira fase de construção e soube encostar no adversário quando era necessário. Para isso muito contribuiu a entreajuda demonstrada pelo incansável Enzo (sempre ele!), Jardel e André Almeida. Luisão e Benito também foram importantes em termos defensivos para o Cristante.

Finalmente, Salvio, Enzo e Gaitán jogaram como eu tanto queria. Deixámos de ver um tridente demasiado individualista, mas sim a procurarem quase sempre o apoio, para numa combinação irem quebrando as linhas defensivas do adversário. Foi através de uma assistência de Salvio e de Gaitán que o Jonas bisou na partida. E, é nesse capitulo que também temos de deixar uma palavra de apreço para a dupla brasileira formada por Derley e Jonas. Que dupla é esta que surgiu em duas semanas no laboratório da Luz?! Espectacular! É isto que defendo! Uma dupla que gosta de vir atrás combinar com os colegas, que sabe jogar entre si, que sabe ocupar os espaços, que sabe dar profundidade e largura quando o momento do jogo o pede, que sabe pressionar o adversário,... Fiquei mesmo contente! O terceiro golo encarnado surge com naturalidade por intermédio de Salvio. O Moreirense ainda deu um ar da sua graça por intermédio do irmão da lenda viva do clube: Ramón Cardozo, irmão do Óscar Cardozo. De qualquer maneira o jogo estava mais que fechado em termos de resultado. Houve tempo para mais um golo do argentino camisa 18 encarnado. No entanto, lamentei que o Derley não tivesse feito o gosto ao pé. Que bem que merecia! Não merecia era a lesão no final da partida...

Com a lesão de Derley, com o Lima em recuperação de lesão muscular, com o Jonas e o Jara não inscritos na Liga dos Campeões, Jorge Jesus só poderá contar, neste momento, com Nélson Oliveira para acompanhar Talisca no ataque frente ao Zenit, na próxima 4ª feira, no encontro da Liga dos Campeões. Será que o internacional A português será finalmente opção para o ataque encarnado? Ou será que Jesus irá optar por deixar Talisca lá na frente e apostar no reforço do seu meio-campo?

Lima e Talisca que se cuidem
Pelo que vi ontem, acredito piamente que a habitual dupla atacante encarnada desta temporada, formada por Lima e Talisca, não pode desleixar-se. Sinceramente, preferi ver a dinâmica com que Jonas e Derley jogaram, do que propriamente a dinâmica que existe entre Lima e Talisca. O brasileiro Derley é exímio no jogo de apoios de costa para a baliza. A meu ver é um autêntico pivot ofensivo, ao belo estilo do futebol de salão. Por outro lado, Jonas é exímio a receber a bola entre linhas e de perfil. As suas recepções orientadas são qualquer coisa de... muito à frente para os habituais padrões encontrados no campeonato nacional. Enfm, o Benfica é que sai a ganhar desta competitividade.


Três suplentes utilizados
Ola John, Anderson Talisca e Andreas Samaris foram as três substituições operadas pelo técnico encarnado na partida de ontem. Denominador comum destas três substituições? São as três apostas da SAD encarnada para num curto e médio prazo serem valorizadas e assim poder ser efectuado o respectivo encaixe financeiro com as suas transferências. Só assim se explica o porquê de se apostar num médio ala que vem de lesão recente, em detrimento de um extremo como o Tiago ou até mesmo um Gonçalo Guedes ou Hélder Costa. Só assim se explica o porquê de apostar num Anderson Talisca, quando poderia dar-se minutos muito importantes para um Nélson Oliveira. Só assim se explica o porquê de se preferir apostar no grego em vez do português Pizzi que tão boa conta estava a dar nas últimas exibições e na sua nova posição!

Provavelmente restará ao Tiago, ao Nélson e ao Pizzi trabalharem arduamente até terem as suas oportunidades (se é que viram a ter...). Posso até entender que estes três jogadores estão a ser formatados para o modelo de jogo do Benfica. No entanto, também estão os três que entraram. A diferença a meu ver nem estará tanto na qualidade técnica, mas sim nos montantes envolvidos nos passes de uns e de outros. E, mesmo que não seja por isso, muito provavelmente é pelos interesses de terceiros que estão envolvidos. Por exemplo, parte do passe do Ola John pertence a um fundo financeiro...


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