18 agosto 2018

Será hoje Ferreyra?


Ou será a vez do Seferovic?


Sem Jonas e sem Castillo, Rui Vitória só pode contar com Ferreyra e Seferovic como pontas-de-lança disponíveis para o confronto da 2ª Jornada da 1ª Liga NOS 2018-2019, frente ao Boavista. O técnico encarnado tem razão quando se refere que todos os restantes jogadores são avançados (excepto os guarda-redes, embora eu penso que deveria ter dito aos jornalistas que mesmo se os mencionados não fossem suficientes, poderia mandar subir os guarda-redes), pois a dinâmica de jogo a ser aplicado pelo seu modelo pressupõe que a finalização não é da exclusiva responsabilidade do avançado. Basta vermos como o Castillo serviu o Gedson para o golo em Istambul.


Na conferência de imprensa no Bessa, o técnico das panteras, o Jorge Simão, referiu que nesta fase da temporada não se pode falar em cansaço físico das equipas. Esquece-se ele é que o Benfica vem de um ciclo de vários jogos consecutivos espaçados entre 3 e 4 dias e com uma viagem de 5 a 7 horas até Istambul. Portanto, ele teve 5 dias para preparar o encontro com o Benfica. Por sua vez, teoricamente os encarnados tiveram 4, mas na realidade foram apenas 3, devido às viagens e às recuperações activas. Na prática, o Rui Vitória teve cerca de metade do tempo de preparação táctica que o seu homólogo axadrezado. Escrevo isto aqui, porque penso que o Jorge Simão foi desonesto na forma como falou do tema.

Bem, sobre o encontro, o Benfica tem de estar muito atento a três pontos fulcrais do jogo do Boavista:
  1. Transições rápidas
  2. Qualidade de passe e visão de jogo de David Simão
  3. Bolas paradas
Na prática a tarefa do Benfica até não é assim tão difícil. É preciso que entremos no Bessa para jogar com o ritmo que entrámos em Istambul, ou seja, ritmo de Champions! As transições ofensivas do Boavista passam quase todas pelo pé esquerdo do David Simão (ver vídeo acima). Normalmente, é ele que jogando perto do Idris (o seu segurança no meio-campo das panteras), consegue com um passe médio/longo para a corrida dos extremos axadrezados lançar rapidamente as transições. Não acredito que o Boavista consiga fazer o que fez frente ao Portimonense, ou seja, conseguir jogar no meio-campo do adversário de tal forma que o David chegue à entrada da grande área adversária para aproveitar o seu potente remate. Mas, também não fiem na virgem. Acredito que se o quadrado formado por Rúben Dias-Jardel-Fejsa-Pizzi estiver concentrado e activo neste encontro, que o Boavista não terá hipóteses.

A lista de convocados de Rui Vitória para este encontro é:
  • Guarda-redes: Svilar e Odysseas;
  • Defesas: Conti, Grimaldo, Rúben Dias, Yuri Ribeiro, Jardel e André Almeida;
  • Médios: Fejsa, Cervi, Alfa Semedo, Zivkovic, Salvio, Pizzi, Samaris, Rafa, João Félix e Gedson;
  • Avançados: Seferovic e Ferreyra.

Tendo em conta esta lista e para fazer face ao cansaço acumulado das últimas semanas, mas também para integrar o máximo de jogadores no modelo de jogo neste início de temporada, fazia três alterações relativo ao último onze titular: o trio atacante. O Castillo está lesionado, pelo que teria sempre que ser substituído para este encontro. O Salvio e o Cervi têm sido titulares absolutos e só têm saído de campo muito para lá dos 60 minutos de jogo (normalmente, saem aos 75 ou 80 minutos). Desta forma, ao invés de entrar no Bessa com Salvio, Castillo e Cervi, entraria com Zivkovic, Ferreyra e Rafa.


Pessoalmente, até penso que o ponta-de-lança argentino sairia a ganhar com Rafa e Zivkovic a jogarem como falsos extremos. Para começar, a ligação do jogo na 2ª fase de construção seria mais orientada para os meio-espaços onde tanto Rafa como Zivkovic tenderiam a aparecer. Ao saírem das alas e fugirem para essa zona, iriam atrair o lateral e o central perto desse meio-espaço, espaço esse que o Ferreyra com as suas pequenas diagonais iria rentabilizar. É que o camisola 19 encarnado é exímio no aproveitamento desses espaços e é aí que se sente como peixe dentro de água. Acredito piamente que marcaria neste jogo. Já com Salvio e Cervi bem abertos e, constantemente, a procurarem bater as defesas adversárias no um-contra-um e num jogo muito mais vertical, o Ferreyra fica muito entalado no corredor central. Este, só ganhará vida com a evolução do jogo interior do Gedson e com a libertação do Pizzi a meio-campo, o que dependerá sempre do adversário. Destaco ainda três pontos finais. O primeiro tem a ver com a ligação Zivkovic-Gedson-Ferreyra: o movimento interior do Zivkovic pode libertar o espaço na ala-direita para o Gedson subir e cruzar para o Ferreyra. O segundo ponto, prende-se com Seferovic e os alas Cervi e Salvio: o ponta-de-lança suíço é talvez o jogador mais indicado para jogar com os extremos argentinos, pois é dos mais completos no plantel. Precisa apenas da confiança do Rui Vitória. E, quanto ao terceiro ponto, o Samaris deve entrar durante a partida para o lugar do Gedson, pois é algo que gostaria de ver.




P.S.: O Benfica já não vence no Bessa há já duas épocas. Está na altura de reconquistar a vitória, não acham?

5 comentários:

  1. Parece que foi!

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    1. O facundo fecundou a baliza do Boavista. ;)

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    2. Espero apelidá-lo de Fecunda Ferreyra daqui a uns tempos. Fecunda talibans e antis.

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  2. «excepto os guarda-redes, embora eu penso que deveria ter dito aos jornalistas que mesmo se os mencionados não fossem suficientes, poderia mandar subir os guarda-redes»

    Treta! Olha para o golo do empate do Dortmund no terreno do "Greta Funda" (Greuther Fürth) e olha como começa e onde está o Bürki. Posso dizer que o homem estava a mais de 30 metros da linha de baliza há uns bons 8 minutos quando aquele golo ocorreu, tendo até feito um corte de causar inveja ao melhor Fejsa.

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  3. https://www.youtube.com/watch?v=WPt_pRWGyOw

    Não consegui link melhor. É o toque aos 5 segundos do ficheiro. Blink and you'll miss it.

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