... em "o primeiro de muitos"!
Mais uma vez, não entraria com o mesmo onze que o Rui Vitória entrou no estádio do Bessa, ontem ao final da tarde. Mas, olhando friamente, temos de entender os motivos para o técnico encarnado ter apostado no mesmo onze (excepto Castillo porque saiu lesionado de Istambul). E estes são o facto de o Benfica ter entrado, à coisa de uma semana atrás, num ciclo de jogos consecutivos em que entre cada jogo apenas dá para descansar, fazer treino de recuperação e mais uns quantos treinos para limar arestas tácticas relativas a próximos adversários. Não há tempo para mais, como para trabalhar soluções que possam mudar um pouco alguns dos princípios de jogo, pelo que reconhecer isso e abraçar esse desafio da forma como o treinador encarnado não é de todo para todos e é recorrentemente desprezada por uma armada de fazedores de opinião que mais do que tudo, adorariam estar no lugar do Rui.
O meu maior receio neste encontro, caso o Rui optasse pelo mesmo onze, era saber se aos 60 minutos de jogo a equipa iria fraquejar nas pernas. Mas, pelo contrário, os encarnados pareciam ter uma mudança a mais do que os boavisteiros. De tal forma, que arrancámos imparáveis para o segundo golo e segurar a vitória numa partida de basicamente um só sentido. Gostei imenso como o nosso meio-campo soube parar o combativo e robusto meio-campo que Jorge Simão tinha preparado. Não posso deixar de ficar impressionado como o tímido Gedson se transformou num gigante naquela zona do terreno. Sobretudo, do seu jogo sem bola a colocar no bolso, literalmente, o David Simão na segunda parte. E, com bola, minha nossa, as dores que o menino deu a Idris, David Simão e Fábio Pacheco, para não falar em Talocha. Só à conta dele, retirámos três amarelos aos jogadores do Boavista, número esse que poderia ter sido superior. Inclusive, havendo possibilidade de expulsões por acumulação de amarelos, tal a repetição de infracções sobre o miúdo. O Gedson deverá estar, ainda a esta hora, a fazer gelo nas canelas e na barriga das pernas, tais as entradas que sofreu. E, atenção, pois a tendência é para piorar. Portanto, convinha a equipa técnica também referir esse ponto, para que os árbitros protejam os bons futebolistas.
De qualquer maneira, o Ferreyra até pode ter feito o xeque e o Pizzi o mate no encontro. Contudo, quem a meu ver deveria ter recebido o prémio de melhor em campo foi o Gedson, por tudo aquilo que referi anteriormente. De facto, eu que ao intervalo já estava a pensar em Samaris para meter o David Simão no bolso, uma vez que duvido da capacidade do Gedson sem bola, fiquei agradavelmente surpreendido com a intensidade, agressividade, ferocidade e ao mesmo tempo calma e classe como o camisola 83 soube cumprir com essas funções. Isto é que tem sido uma evolução nestes últimos encontros. E, percebe-se agora o porquê de Rui Vitória insistir tanto no rapaz: o trabalho dos treinos específicos com este meio-campo estão finalmente a serem pagos e com juros!
Tal como referi no texto de antevisão ao encontro, a melhor forma de anular o Boavista era anular o seu meio-campo, nomeadamente, o David Simão. Foi o que fizemos e isso foi essencial para matarmos-lhes as transições ofensivas/contra-ataques. Se a atitude de Fejsa, Pizzi e Gedson foi assinalável, o que dizer da nossa dupla de centrais Rúben Dias e Jardel? O capitão encarnado foi absolutamente imperial, tanto na antecipação, como no controlo da profundidade, como nas alturas. E, com a bola nos pés esteve igualmente bem. O tal quarteto formado por Rúben Dias-Jardel-Fejsa-Pizzi foram essenciais na batalha pelas segundas e terceiras bolas. Conto pelos dedos as vezes que perderam uma bola, até porque se um deles perdeu uma bola, esta foi logo recuperada a seguir por outro deles.
O Salvio e o André Almeida estão numa forma espectacular. O lateral direito tanto está na nossa pequena área a defender, como está a tentar recepcionar e finalizar na do adversário, brutal o seu pulmão. E, quanto ao extremo argentino, que antevejo uma carreira auspiciosa como lateral ofensivo direito, assim está imparável. Reparem a importância que tem para o Salvio receber a bola numa fase de construção mais avançada do que anteriormente? Antes recebia a bola na 2ª fase, porque o Gedson ou o jogo interior encarnado não funcionava convenientemente. Agora, como a 2ª fase passa quase sempre por Pizzi e/ou Gedson, e como estes já conseguem passar ao Salvio num posicionamento privilegiado para atacar a 3ª fase com sucesso, o envolvimento do camisola 18 é logo outro e muito mais frutuoso.
Por seu turno, o rendimento do Cervi e do Grimaldo é algo que precisa de maior trabalho. Pode ter sido apenas um mau dia, ou o acumular de esforço físico das últimas semanas mas, a meu ver, o posicionamento e a tomada de decisão de ambos tem de evoluir. É muito comum, tanto o lateral como o extremo esquerdo encarnado, darem mais um toque, ou mais uma finta no drible antes de fazer o que é mais correcto: combinar ou passar com o colega. Invariavelmente, falham por pouco, mas falham. E, pior, quando falham deixam a equipa totalmente exposta no flanco esquerdo. Mas, existe ainda algo de muito pior, pois com um meio-campo ainda a reaprender como jogar o jogo interior, o Pizzi te ficado mais perto do Fejsa nestes jogos iniciais, para que esta zona fique mais equilibrada. Ora, com o Gedson mais sobre a direita, o Pizzi fica sobre a meia-esquerda. Não avançando tanto, o Cervi acaba por receber a bola num posicionamento que ainda não é o melhor para ele ter maior taxa de sucesso no drible e na definição, vindo dessa forma ao de cima as maiores lacunas do camisola 11.
Esse será um dos problemas que o Rui Vitória deverá procurar resolver até setembro. O outro problema é o de adicionar cada vez mais jogadores ao modelo actual de jogo, devido ao desgaste e ao risco de lesões e impedimentos. Pessoalmente, até penso que a solução a este problema poderá resolver o primeiro. Vejamos, por exemplo, a incorporação de Rafa e de Zivkovic. Estes poderão ser a solução para a menor qualidade de definição do Cervi. O falso extremo esquerdo português poderá beneficiar do espaço à frente de Pizzi para driblar a defesa adversária e procurar a diagonal curta de Ferreyra, deixando a ala esquerda para o Grimaldo. Já o extremo esquerdo, poderá ser uma aposta semelhante como a do Cervi, i.e., de extremo esquerdo puro, mas com maior qualidade na definição, podendo jogando até um pouco mais atrás, transformando o 4-3-3 num 4-4-2, com o chega para lá do Pizzi para o corredor central, o Gedson ainda mais para a direita e o Salvio a fugir para o centro, orbitrando e servindo o Ferreyra.
Depois, sem Castillo e com Jonas em tratamentos que só o deverão deixar a 100% lá para setembro, depois da paragem para as selecções, o Rui Vitória, só conta para a próxima semana com Ferreyra e com Seferovic para o eixo atacante. E, como o suíço ainda não tem qualquer minuto nas pernas, penso ser essencial dar-lhe esses minutos nos próximos jogos. Algo semelhante pedia para Samaris, mas penso que ontem foi notório que o grego não faz parte dos planos e acredito cada vez mais na possibilidade de regresso à Luz de Ramires (ou de Enzo), pois são os jogadores mais semelhantes para desempenhar as funções do Gedson.
P.S.: O João Félix fez a sua estreia com a camisola do Benfica na sua cidade. Foi um gesto muito atencioso por parte do Rui Vitória, que faz a substituição para lançar o Félix no minuto 79, o mesmo número da sua dorsal. No entanto, o miúdo não deslumbrou e se calhar para muitos não era para deslumbrar. Não vou estar aqui a tecer grandes considerações. Apenas vou chamar a atenção para a atitude. O João que não pense que lá por ser um dos meninos bonitos da formação do Seixal que terá as portas do futebol profissional de mão beijada. Agora é que começa o trabalho! Por isso, mais empenho e atitude!
Tal como referi no texto de antevisão ao encontro, a melhor forma de anular o Boavista era anular o seu meio-campo, nomeadamente, o David Simão. Foi o que fizemos e isso foi essencial para matarmos-lhes as transições ofensivas/contra-ataques. Se a atitude de Fejsa, Pizzi e Gedson foi assinalável, o que dizer da nossa dupla de centrais Rúben Dias e Jardel? O capitão encarnado foi absolutamente imperial, tanto na antecipação, como no controlo da profundidade, como nas alturas. E, com a bola nos pés esteve igualmente bem. O tal quarteto formado por Rúben Dias-Jardel-Fejsa-Pizzi foram essenciais na batalha pelas segundas e terceiras bolas. Conto pelos dedos as vezes que perderam uma bola, até porque se um deles perdeu uma bola, esta foi logo recuperada a seguir por outro deles.
O Salvio e o André Almeida estão numa forma espectacular. O lateral direito tanto está na nossa pequena área a defender, como está a tentar recepcionar e finalizar na do adversário, brutal o seu pulmão. E, quanto ao extremo argentino, que antevejo uma carreira auspiciosa como lateral ofensivo direito, assim está imparável. Reparem a importância que tem para o Salvio receber a bola numa fase de construção mais avançada do que anteriormente? Antes recebia a bola na 2ª fase, porque o Gedson ou o jogo interior encarnado não funcionava convenientemente. Agora, como a 2ª fase passa quase sempre por Pizzi e/ou Gedson, e como estes já conseguem passar ao Salvio num posicionamento privilegiado para atacar a 3ª fase com sucesso, o envolvimento do camisola 18 é logo outro e muito mais frutuoso.
A única maneira de parar o Gedson Fernandes pic.twitter.com/vaEdnELNaR— Benfica Gif (@BenficaGif) 18 de agosto de 2018
Por seu turno, o rendimento do Cervi e do Grimaldo é algo que precisa de maior trabalho. Pode ter sido apenas um mau dia, ou o acumular de esforço físico das últimas semanas mas, a meu ver, o posicionamento e a tomada de decisão de ambos tem de evoluir. É muito comum, tanto o lateral como o extremo esquerdo encarnado, darem mais um toque, ou mais uma finta no drible antes de fazer o que é mais correcto: combinar ou passar com o colega. Invariavelmente, falham por pouco, mas falham. E, pior, quando falham deixam a equipa totalmente exposta no flanco esquerdo. Mas, existe ainda algo de muito pior, pois com um meio-campo ainda a reaprender como jogar o jogo interior, o Pizzi te ficado mais perto do Fejsa nestes jogos iniciais, para que esta zona fique mais equilibrada. Ora, com o Gedson mais sobre a direita, o Pizzi fica sobre a meia-esquerda. Não avançando tanto, o Cervi acaba por receber a bola num posicionamento que ainda não é o melhor para ele ter maior taxa de sucesso no drible e na definição, vindo dessa forma ao de cima as maiores lacunas do camisola 11.
Esse será um dos problemas que o Rui Vitória deverá procurar resolver até setembro. O outro problema é o de adicionar cada vez mais jogadores ao modelo actual de jogo, devido ao desgaste e ao risco de lesões e impedimentos. Pessoalmente, até penso que a solução a este problema poderá resolver o primeiro. Vejamos, por exemplo, a incorporação de Rafa e de Zivkovic. Estes poderão ser a solução para a menor qualidade de definição do Cervi. O falso extremo esquerdo português poderá beneficiar do espaço à frente de Pizzi para driblar a defesa adversária e procurar a diagonal curta de Ferreyra, deixando a ala esquerda para o Grimaldo. Já o extremo esquerdo, poderá ser uma aposta semelhante como a do Cervi, i.e., de extremo esquerdo puro, mas com maior qualidade na definição, podendo jogando até um pouco mais atrás, transformando o 4-3-3 num 4-4-2, com o chega para lá do Pizzi para o corredor central, o Gedson ainda mais para a direita e o Salvio a fugir para o centro, orbitrando e servindo o Ferreyra.
— JOAO ROSA RIBEIRO (@joaorosaribeiro) 19 de agosto de 2018
Depois, sem Castillo e com Jonas em tratamentos que só o deverão deixar a 100% lá para setembro, depois da paragem para as selecções, o Rui Vitória, só conta para a próxima semana com Ferreyra e com Seferovic para o eixo atacante. E, como o suíço ainda não tem qualquer minuto nas pernas, penso ser essencial dar-lhe esses minutos nos próximos jogos. Algo semelhante pedia para Samaris, mas penso que ontem foi notório que o grego não faz parte dos planos e acredito cada vez mais na possibilidade de regresso à Luz de Ramires (ou de Enzo), pois são os jogadores mais semelhantes para desempenhar as funções do Gedson.
P.S.: O João Félix fez a sua estreia com a camisola do Benfica na sua cidade. Foi um gesto muito atencioso por parte do Rui Vitória, que faz a substituição para lançar o Félix no minuto 79, o mesmo número da sua dorsal. No entanto, o miúdo não deslumbrou e se calhar para muitos não era para deslumbrar. Não vou estar aqui a tecer grandes considerações. Apenas vou chamar a atenção para a atitude. O João que não pense que lá por ser um dos meninos bonitos da formação do Seixal que terá as portas do futebol profissional de mão beijada. Agora é que começa o trabalho! Por isso, mais empenho e atitude!
18 years, 9 months, 8 days = main team debut. #Reconquista pic.twitter.com/YkQNznohZU— SL Benfica (@slbenfica_en) 18 de agosto de 2018
Então o Gedson não era para emprestar?...;-)
ResponderEliminarO Ferreyra 'inventou' o primeiro golo e foi decisivo no segundo, com a sua movimentação. Já tinha dito que ele é um grande avançado, mas se jogarmos futebol - para o cruzabol não tem perfil...foi só começarmos a jogar um jogo mais ligado por dentro e aí está o Ferreyra a influenciar directamente o resultado!
Também subscrevo, como sabes do debate noutro post, as tuas críticas à nossa ala esquerda. Com este modelo a começar a carburar, deixa de haver a razão que apontas para o Cervi estar a receber a bola demasiado cedo no processo de construção: na esmagadora maioria dos jogos, Pizzi pode e deve jogar tão adiantado como Gedson já joga na meia direita. Mesmo assim, já perdi a esperança de que o Cervi evolua - o Rafa tem que jogar ali, como falso extremo! Com um lateral como Grimaldo a assumir o corredor e um avançado como Ferreyra na frente, o Rafa ali seria sopa no mel...
O contexto do empréstimo era quando se falava da vinda de um Gabriel que era um jogador feito. Quando se viu que a aposta seria no miúdo eu preferi que apostassem no Alfa naquela posição.
EliminarAtenção que o Grimaldo não tem tanta qualidade no cruzamento. Fisicamente, também o acho com dificuldades em fazer vai-e-vens durante uma época inteira com 4 competições inserido.