02 agosto 2018

Assim não vamos lá...


... mas de elite!



Próximo adversário do Benfica será
o Fenerbahçe no encontro dos 40M€.
Claramente, o Rui Vitória está a preparar a equipa para a primeira fase da temporada. Ou seja, o período competitivo que começa agora em agosto e vai até meio de setembro, mais concretamente, até à primeira paragem para os compromissos das selecções nacionais. Durante este período vamos jogar autênticas finais. Primeiro, a pré-eliminatória da Liga dos Campeões frente aos turcos do Fenerbahçe, onde está em jogo não apenas o prestígio do clube encarnado na competição rainha da Europa, como também pelos apetecíveis 40M€ que a vitória nesta pré-eliminatória dá acesso. Segundo, o início da 1ª Liga NOS, com jogos frente ao: Vitória de Guimarães (casa), Boavista (fora), Sporting (casa) e Nacional (fora). É uma densidade competitiva elevada para este período da temporada, com 6 jogos em 26 dias (1 jogo a cada 4 dias) e tudo frente a equipas de nível europeu ou médio alto. Não será fácil, mas também não é de todo impossível.

Nem Jonas, nem o Gedson, a solução
é o Alfa. Aposta sem medo, Rui!
Perante este calendário, mas também para dar uma certa continuidade ao trabalho realizado na época passada, a equipa técnica encarnada, optou por incidir mais esta pré-época no trabalho do modelo de jogo assente no 4-3-3 como principal sistema de jogo e, só a espaços, o trabalho com o 4-4-2. Penso que é compreensível, porque o Rui Vitória quererá que a equipa seja equilibrada defensivamente e que numa fase embrionária da temporada seja uma equipa que jogue mais no erro do adversário, do que expor-se em demasia ao erro, como seria jogar num 4-4-2 mais aberto e ofensivo. Dessa forma, percebeu-se a aposta em Gedson no meio-campo, em detrimento do Jonas. Percebe-se também a aposta em Castillo e Ferreyra, mais do que em Jonas, para que os dois primeiros possam rapidamente entrar em sintonia com o modelo de jogo do Benfica. Agora, findo os testes, é preciso fazer umas quantas decisões face ao que foi observado nestes encontros.

O miúdo tem talento, mas está
muito longe de ser solução e pode,
em breve, ser problema.
Em primeiro lugar, o Gedson não está nem de perto, nem de longe preparado para aquela função. Não adiciona nada ao lugar e por vezes até parece atrapalhar os movimentos da equipa. A dupla Fejsa e Pizzi bem que consegue segurar boa parte das pontas, mas precisa depois do Gedson para apoiar e transportar alguma da bola, algo que só faz a espaços, pois invariavelmente, acaba por ficar quase sempre na sombra dos adversários. A explicação não é que o jovem não tenha qualidade, mas ele está mais habituado a jogar na posição do Pizzi e é aqui que se vê a imaturidade do jovem para com o conhecimento de jogo. Ao contrário do seu colega Alfa Semedo que parece entender o que deve fazer em cada zona do terreno, o Gedson fica muito limitado ao que sabe fazer e que está intimamente ligado à posição que tem vindo a jogar. É como se para ele jogar futebol é fazer aquilo que ele faz na posição "8". Recordo que, na época passada, o Hélder Cristóvão bem tentou rodá-lo noutras posições, para ele entender o jogo delas, mas até aí sentiu muitas dificuldades. Mas, porque é que ele tem de se adaptar a outras funções? Primeiro, porque ele nem de perto, nem de longe é melhor que o Pizzi actualmente na sua posição. Espero que ontem tenham percebido a importância do Pizzi na equipa. Já frente à Juventus isso foi notório. Segundo, porque com as características físicas e técnicas que possui poderia ser-nos úteis noutras funções nos quais temos carências. Estas carências são: um jogador que consiga ser um terceiro médio, que saiba transportar a bola para o ataque, saiba entrar na grande área para finalizar e saiba pressionar o adversário na saída de bola. Terceiro, porque um jogador de topo joga em todo o lado. Ao contrário do que se fala, os melhores jogadores do mundo, não são os especialistas. São os polivalentes e são dentro destes aqueles que possuem os melhores números (os mais eficazes e os mais eficientes). Esses são a elite e isto acontece já desde sempre, inclusive do tempo do Eusébio, Puskas e Pelé. Reparem como estes jogadores mexiam com toda a estrutura das suas equipas. O futebol sempre será dos Eusébios e não dos Peyroteos. Sempre será dos Ronaldos e não dos Jardeis.

As minhas apostas para o 3º médio:
1) Alfa Semedo, 2) Andreas Samaris
e 3) Andrija Zivkovic.
Em segundo lugar, se o Gedson não está preparado, porquê continuar a insistir, quando até há soluções dentro do plantel? Quais são essas soluções? Assim de rajada aponto 3: Alfa Semedo, Andreas Samaris e Ândrija Zivkovic. Destes três, aquele que vejo mais promissor e que já teria testado nesta pré-época é o Alfa. Ainda ontem quando entrou em campo e, enquanto, a equipa manteve o 4-3-3 (antes de Jonas entrar), o potente médio encarnado, não raras vezes tentou transportar e combinar com os colegas pelo flanco direito. Algo que raramente o Gedson soube capaz de fazer, porque ao contrário do Alfa, nunca se apresentou como linha de passe aos colegas de meio-campo. Depois, sem bola, o Alfa empresta uma agressividade elevada e benéfica para a equipa. Não tem receio de colocar o pé e isso não só permite a que a equipa recupere a bola mais rapidamente, como também se tiver que matar a jogada, mata-a mais rapidamente e mais longe do nosso meio-campo. Tecnicamente, com a facilidade que já demonstrou em rematar, é o jogador do Benfica que mais rematou durante esta International Champions Cup, mais até que os próprios avançados (também não é para menos, se não têm jogadores que os alimentem)... Depois, temos o Samaris, que incompreensivelmente tem sido desprezado como solução para esse lugar. O grego já tem rotinas quer com o Fejsa, quer com o Pizzi, mas que nunca foi visto como esse médio-interior/ofensivo por parte de Rui Vitória. Mas que teria muito potencial para tal, na medida que até era nessa posição que ele jogava no Olympiakos, lá isso teria. O Alfa e o Samaris, são soluções que podem não ser das mais elegantes tecnicamente, mas que poderiam no geral trazer aquilo que falta à equipa para aquela posição, quer com bola, quer sem bola. Talvez a solução mais elegante tecnicamente seja a do Zivkovic. Não só trás outra variabilidade ao meio-campo com o seu pé esquerdo, como trará outra magia com o seu virtuosismo. No entanto, fisicamente, não conseguirá ser tão agressivo e avassalador como um poderoso Alfa Semedo. De qualquer maneira, com Pizzi mais próximo de Fejsa e com maior liberdade de movimentos para o Zivko, penso que resolveria os problemas que apoquentaram o nosso meio-campo no jogo frente ao Porto na Luz, no final da época passada.

É preciso exigir muito mais ao
nosso quarteto defensivo.
Em terceiro lugar, a nossa defesa continua a sofrer dos mesmos males da época passada: demasiado ancorada lá atrás. Eu sei que é pré-época, e que os jogadores não conseguem manter o ritmo de jogo os 90 minutos, mas temos que saber defender como equipa grande. Ou seja, com a linha defensiva bem avançada no terreno. Ontem, frente a poderosos avançados, não soubemos controlar o espaço nas costas da nossa defesa. A razão principal foi a permeabilidade do nosso meio-campo (outra vez, por culpa do macio Gedson, mas não só), mas também faltou maior agressividade em impor a todo o custo uma linha defensiva. O golo do Traoré jamais deveria ter acontecido, e só aconteceu, porque abusaram na contenção, de tal maneira que a distância do defensor para o atacante dava perfeitamente para ele ter tempo de ajeitar para o seu pé dominante e rematar em arco ao segundo poste. Por fim, neste momento, a titularidade terá que ser de Conti e Jardel. O Rúben Dias está muito atrás na preparação física e quanto a mim está deslocado nesta fase da pré-época. Agora, isto não significa que possamos vender este jogador. A meu ver é de todo inconcebível falarmos em aposta na formação e vendermos o Rúben já nesta pré-época. O novo camisola 6 é daqueles para ficarem e serem um símbolo da equipa, até porque o Luisão irá terminar no final desta temporada.

Perdes demasiadas bolas Cervi
e em zonas proibitivas.
Em quarto lugar, o Cervi não convence e não evolui. Continua a perder bolas com o mesmo ritmo que as ganha. Continua a complicar na ala esquerda. O camisola 11 continua a não entender que quando o flanco está fechado deve recircular rapidamente para o interior ou lateral nas suas costas, para que este rapidamente possa fazer uma variação do lado contrário (já agora, tirando o Pizzi quantas variações o Gedson fez ao longo destas partidas de pré-época? e o Fejsa?). E isto é um dos factos para que os nossos avançados não tenham jogo e não tenham mais situações de finalização. Depois, o seu companheiro de retaguarda não faz muito melhor. O Grimaldo tem a mesma tendência de adornar com mais um ou dois toques do que o necessário, quando poderia rapidamente passar ao interior depois de fixar o adversário. Ao não fazer isso no momento certo, apanha o Fejsa ou o Pizzi numa situação em que já tem dois ou três em cima, impossibilitando a estes executar a variação do centro de jogo. Verdade seja dita, o próprio Gedson é também vítima disso porque sendo mais imaturo, tem ainda maiores dificuldades em adoptar o melhor posicionamento para receber e recircular a bola com os colegas. A liberdade que o Cervi e o Grimaldo têm, deve ser revista e responsabilizada. Há muita leviandade nos seus movimentos. Como nota de reflexão, tirando os golos de bola parada, os nossos golos de bola corrida são quase sempre resultado de transições rápidas do adversário devido a perdas de bola na ala, nomeadamente, na ala esquerda, pelo Cervi e pelo Grimaldo. Poderia pensar em Rafa e Zivkovic como possíveis soluções, mas frente ao Dortmund e à Juventus, percebeu-se que a problemática continua lá e pelos mesmos motivos. A meu ver, o Cervi (e o Salvio do outro flanco) deveriam estar constantemente bem abertos no flanco, isso para que o quarteto ofensivo adversário não ficasse compacto. Os nossos extremos deveriam apenas ser ativos fundamentalmente na terceira fase de construção. Poderiam até dar uma perninha na segunda fase de construção, mas para isso, esse extremo que daria ajuda nessa fase, não faria parte da terceira fase, a não ser em zona de finalização. Mas, para isso, a qualidade de movimentos dos nossos laterais, centrais e médios tem de ser outra, muito mais focada, simplificada e entrosada. Há ainda demasiados "rococós" na construção por parte desses jogadores. Muita posse de bola, combinações à queima e muita previsibilidade. 

Estávamos todos à espera de muito
mais por parte do Ferreyra
(e do Jonas), nesta pré-época.
Em quinto lugar, a posição de ponta-de-lança. Pelo que tenho visto nesta pré-época, o Jonas não está em condições para ser titular. Nem o Ferreyra está a merecer a titularidade. Apenas o Castillo parece dar boas indicações, mas falta-lhe mais apoio. A meu ver, apostou-se muito em especialistas para dentro da grande área e pouco para avançados que também possibilitassem a ligação com o meio-campo. Neste momento, só mesmo o Jonas. O Seferovic tem potencial e o Ferreyra também sei que poderá fazer a posição com a mesma mestria que o Jonas na época passada, mas se o primeiro está sem ritmo e parece ser quarta opção (se é que está a ser equacionado como opção), já o segundo está muito longe da sua melhor forma. Aliás, é lastimável como o Ferreyra se tem apresentado em campo. Penso que todos nós estávamos à espera de muito mais. De mais empenho, de mais trabalho para agarrar desde já o lugar e está a ser completamente comido pelo empenho do Castillo. No entanto, quando penso que temos o Raúl emprestado, questiono realmente se melhorámos neste sector, é que aparentemente não. Não, porque nenhum destes avançados tem a capacidade de trabalho que o mexicano na nossa frente de ataque e que tão importante é na Liga dos Campeões ter jogadores assim. Esperamos que isto seja só por causa da pré-época, mas duvido.

O Toto é quanto a mim a melhor
solução para lateral direito que o
Benfica pode procurar agora.
Por fim, a lesão de Ebuehi pode ser a grande oportunidade para desenvolver a opção de Salvio como lateral direito ofensivo. Ontem, na segunda parte da partida, o Rui Vitória testou uma espécie de 4-4-2 com dois falsos extremos. O facto de utilizar extremos de pés trocado, faz com que estes procurem o corredor central, procurando combinar com o Jonas. Mas, para ter sucesso, é preciso que os laterais sejam mais verticais. Se o Yuri Ribeiro foi bem escolhido, pois é mais vertical que o Grimaldo e até cruza melhor que o espanhol, no lado direito, penso que deveríamos ter testado o Salvio e não continuado com o André Almeida. Reparem que ao utilizar o Salvio como lateral direito, poderemos estar a preparar a transição do 4-3-3 para 4-4-2 de forma harmoniosa. Bastaria então fazer uma substituição na equipa: entrada de Jonas e saída de André Almeida. O Pizzi até poderia mudar-se para a ala direita, alternando o posicionamento mais aberto na direita, com um posicionamento mais central, quase como anterior, deixando a ala direita para o Salvio subir a seu belo prazer, um pouco como foi utilizado na primeira época de Rui Vitória.

Onde está a cultura vencedora que
Eusébio nos deixou? É preciso
exigir muito mais a estes jogadores.
Só um último ponto: continuamos a não vencer a Eusébio Cup. O que me preocupa é que não vejo fome de títulos por parte de alguns jogadores. Ontem pareceu-me estarem todos muito presos de movimentos. As viagens e as cargas de pré-época foram imensas. Com certeza iremos retirar dividendos desta preparação, mas tem de haver uma cultura de vitória mais vincada na linguagem dentro de campo e fora do mesmo. Há erros que são permitidos em pré-épocas, há outros que nem por isso. Em termos de organização e política desportiva, devemos perguntar-nos se a presente política de formação está correcta. Na minha opinião, sou a favor da formação, mas penso que estão a confundir a formação de jogadores profissionais, com a dos jogadores de elite. Ou seja, por outras palavras, sinto que estão a confundir jovens jogadores com potencial interessante e que possam daqui a uns tempos chegar à elite, com os jovens jogadores que são hoje já de elite. Como exemplo de jogadores com potencial para elite temos, neste momento, o João Félix e o Gedson, que deverão seguir caminhos idênticos a Bruno Varela, a Yuri Ribeiro e a Alfa Semedo. Já como exemplo de jogadores de elite temos, neste momento, o Jota, tal como o Rúben Dias. Para mim isto é claro como a água. Emprestaria o Gedson a um clube de 1ª Liga e dava outras responsabilidades na equipa B ao João Félix, para que pudesse ir testando pontualmente ao longo da época o seu nível. Por isso, esta temporada, apostaria não em 7 miúdos, mas sim em 5 no plantel principal: Bruno Varela, Rúben Dias, Yuri Ribeiro, Alfa Semedo e Jota.


Minha proposta de onze encarnado para o jogo dos 40M€,
frente ao Fernebahçe da Turquia.

28 comentários:

  1. Assim, também acho que não vamos lá. O que mostrámos ontem contra o Lion é pouco, muito pouco para as dificuldades que aí vêm.
    Continuamos com aquele jogo chato, feio e improdutivo. Os desequilíbrios da época passada persistem. Substituto para o Fejsa, não temos. Um guarda-redes para rivalizar com Odisseas, idem. Um 8 condizente com as necessidades do Benfica, idem, ibidem. Nas defesas laterais, estamos longe de estar bem servidos. Os dois avançados que contratámos, pelo que já mostraram, tenho dúvidas, muitas dúvidas que sejam mais jogadores do que Jimenez e Seferovic. Jonas - o que se passa com Jonas?
    É muita coisa para não nos tirar a tranquilidade.
    Só espero estar enganado.

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    1. Substituo ao Fejsa, ia buscar o David Simão, não para jogar exactamente igual ao sérvio, mas para ter uma espécie de playmaker recuado.

      Guarda-redes para rivalizar com o Odysseas, tens o Varela e o Svilar, não é preciso gastar mais dinheiro neles, mas sim acreditar no trabalho que venham a desempenhar.

      Queres um "8"? Tens lá aquele que se for aposta será o melhor médio português de à longos anos. Um daqueles que poderá levar a acreditares em uma excelente campanha europeia e até mesmo para a nossa selecção ambicionar a mais altos voos: Alfa Semedo.

      Defesas laterais, eu apostava no recuo do Salvio para lateral direito e não mexia muito mais. Acredito que os problemas são sistémicos do modelo e da interpretação dos jogadores desse modelo.

      Vou-te confessar, em vez de ir buscar Castillo e Ferreyra, apostava forte em Raúl e Talisca. No mercado, preferia gastar uns belos milhões no Alexander Mitrovic. Esse sim, para o jogo mais directo era qualquer coisa de bestial. Seguraria qualquer bola lá no ataque.

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    2. Umas rápidas que não dá para mais:

      Jiménez e Talisca (e Diogo Gonçalves for that matter) não voltam. Se queres explicar o que o Rui Carlos faz e o que o Vieira decide, tira-os da lista. Já foram.

      Segundo, o Fener é só a primeira escala a caminho dos 40 milhões. Depois ainda há um play-off com uma equipa igual ou pior.

      Amanhã com mais tempo vou mais ao detalhe. Como de costume! ;)

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    3. Isso não tenho dúvidas, mas é caso para questionar o porquê de irem por empréstimo, quando esta temporada poderiam ser as apostas.

      O Carrillo pelo que percebi da entrevista ainda pensa em vir jogar para a Luz... não sei como e quando.

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    4. Vão por empréstimo porque "cláusulas" e tal e se no caso do Talisca é pelas finanças do clube de destino, no caso do Jiménez é pelas finanças do clube vendedor...

      O que os jogadores pensam pouco importa. Repara que o Jiménez perde o seu lugar na equipa quando resiste a uma transferência para a China. Dizer que o Rui Carlos é o treinador ideal para o projecto do Benfica tem de ser visto também à luz destas coincidências.

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    5. Eu ainda pensei que fosse por causa das finanças e do tecto do nosso orçamento para o futebol, mas não é por isso. Se temos dinheiro para os vencimentos principescos de Ferreyra, Jonas e Luisão, também teríamos para o trio CRT.

      Depois, não se entende, esse trio era garantia de bom futebol e golos, suficientes para estarmos mais confiantes nesta pré-eliminatória da Champions.

      Por fim, não esquecer na valorização que estes jogadores teriam em jogar como titulares no Benfica em vez de irem emprestados para esses clubes. É que na melhor das hipóteses só daqui a um ano teremos o reembolso das suas contratações...

      Eu acho que quiseram vender já os jogadores, nem que o pagamento seja daqui a 6 ou 12 meses, para que dessa forma pudessem renovar a vitrina com novos jogadores. Tenho receio que estejam demasiado focados na política financeira e esqueçam a política desportiva.

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  2. Acho que neste link está tudo explicado.
    Mais que os jogadores, o problema está no trabalho do treinador
    https://www.lateralesquerdo.com/2018/08/02/linha-media-do-benfica-a-nao-defender/

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    1. O problema não está no Pizzi. Está sim em que o Pizzi tem de ser o tipo que numa primeira fase está mais perto do Fejsa e depois tem de ir para a frente. Entre o primeiro momento e este é quando a equipa invariavelmente perde a posse de bola. Isso cria a tal imagem de mau posicionamento defensivo.

      Por acaso não gostei da forma como falaram do Pizzi, quando o mesmo é o jogador que mais tenta levar a equipa para a frente.

      No vídeo mais do que a linha média, vejo é uma linha defensiva demasiado atrás. Repara na distância entre a linha defensiva e o Fejsa. Há momentos, em que nem sequer vemos os quatro da defesa que estão completamente vidrados na marcação ao avançado do Lyon, de tal modo que se fossem à casa-de-banho os três teriam ido com ele.

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    2. Continua o endeusamento do Pizzi neste blog. Pelo menos em blogs onde realmente se percebe de futebol e não de bola, já deram conta da "qualidade" do maestro.
      Já agora esta pérola: "A dupla Fejsa e Pizzi bem que consegue segurar boa parte das pontas", deu para rir um pouco.

      Carlos Gomes

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  3. .........e o nosso treinador passou pelos "pingos da chuva"..........

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    1. Tem grandes responsabilidades ao insistir no Gedson naquelas funções, quando se tem um Alfa Semedo, um Samaris e um Zivkovic no banco.

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  4. "O problema não está no Pizzi. Está sim em que o Pizzi tem de ser o tipo que numa primeira fase está mais perto do Fejsa e depois tem de ir para a frente."
    -Se o problema não está no Pizzi, então está no treinador. No segundo golo do Lyon é nítido o mau posicionamento do Pizzi. O esforço tem der ser colectivo. Não podemos ser só bons com bola.

    "No vídeo mais do que a linha média, vejo é uma linha defensiva demasiado atrás."
    -E isso não é trabalho do treinador?
    O trabalho do Rui Vitória não é só escolher as individualidades que estão em melhor forma. O processo defensivo do Benfica tem piorado muito desde que o JJ se foi embora.

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    1. Pois, e já reparaste em como a linha defensiva nem aparece no enquadramento, quando a equipa deveria estar compacta?

      Já reparaste que foram no engodo do avançado do Lyon? Se o tipo fosse comprar uma sandes de corato atrás da baliza do Odysseas, o trio da vida eirada (Almeida, Dias e Jardel) teriam ido com ele. Esqueceram-se de fazer a cobertura ao Fejsa que saiu a tentar fazer a cobertura ao Gedson e Pizzi.

      Pode ser trabalho do treinador e olhando para o jogo frente ao Dortmund foi isso que aconteceu, uma linha defensiva bem subida. Acredito que os jogadores estivessem cansados, mas de qualquer maneira, penso que o Vitória deveria ter mandado uns valentes berros e deveria durante todo o jogo coordenar do banco a linha.

      Dou mais demérito ao posicionamento da linha defensiva do que ao posicionamento do Pizzi. Repara que o transmontano estava a atacar um espaço livre que se o Gedson capta a bola poderia passar para o camisola 21 que estaria isolado em posição frontal.

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    2. Sim, nota-se que a equipa deveria estar mais junta. Esperemos que contra o fenerbahce joguemos mais compactos.
      Desculpa, mas a história não é feita de "Ses" :P
      Estava a atacar o espaço livre e depois ficou a marcar com os olhos. Quando reagiu já foi demasiado tarde.

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    3. Pois, mas nada daquilo teria acontecido se a defesa estivesse mais focada no acompanhamento do nosso meio-campo.

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    4. Ricardo Silva o Pizzi limitou-se a fazer aquilo em que é realmente bom: marcar com os olhos.

      Carlos Gomes

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  5. No fim do mês, lá vamos ter que ouvir que há vida para além da Champions...sendo fundamental não sofrer golos na Luz na primeira mão, a frequência com que perdemos bolas e a apatia dos médios e avançados na reacção à perda e transição defensiva não auguram nada de bom. Nem aos play offs passamos, quanto mais aos 40 milhões da fase de grupos...

    Acho incrível o que dizes do Gedson. O miúdo chega à equipa principal e é logo titular numa posição onde nunca jogou, e para a qual temos jogadores mais feitos que já demonstraram valor na função, e a culpa é dele? Não é de quem de repente lhe entrega a camisola 10 do Benfica??? Ele é que pode vir a ser o melhor 8, o melhor box-to-box, do campeonato. Se há jogador para quem um tipo vê logo a sua função em campo, é Gedson. Um 8 puro - só mesmo o Mister Fezadas não vê. Ainda por cima com a falta de disponibilidade defensiva do Pizzi, como ainda agora se viu com o Lyon, por mais que branqueies, como é possível pôr o Pizzi a segundo médio e o Gedson a terceiro médio?

    Como é possível nem contar com Zivkovic para o meio, depois de tudo o que ele mostrou ali no ano passado? Ainda por cima quando estamos sem Krovinovic, para mim o único indiscutível do meio-campo, do Fejsa para a frente.

    Depois estranho falares dos problemas colectivos do nosso jogo com bola e não mencionares sequer aquele que salta à vista como o principal problema: não há jogo por dentro do bloco adversário, que por isso não se descompensa nem se desequilibra. Com o Lyon lá houve uns laivos de jogo interior - graças muito ao...Gedson! - e não por acaso, foi o jogo em que criámos mais oportunidades. Mas em geral, é sempre a construção inofensiva sempre por fora do bloco, aluga-se corredor central e espaços entre linhas...até chegar às imediações da área e activa-se o 'cruzabol do Rui Carlos' (lol RB!)...

    A circulação sempre por fora é pela mesma razão que jogámos para não perder o último clássico que podia ter selado o penta: treinador medroso, com mentalidade do pontinho - ou se quiseres, aplicando a sua bela tendência para a sabedoria popular 'mais vale um pontinho na mão do que três pontos a voar'. A equipa não arrisca passes para dentro do bloco porque o treinador tem medo que a equipa perca a bola. Resultado: chega uma altura em que a construção por fora já não dá em nada porque as dinâmicas colectivas são miseráveis e uma linha de passe disponível já é um luxo e lá vai o Salvio ou o Cervi tentar desequilibrar individualmente...normalmente, nesse momento perdemos a bola e levamos com um contra-ataque, precisamente aquilo que o treinador quer evitar com a construção sempre por fora!!...

    Concordo contigo em relação ao Ferreyra - todos esperávamos mais dele. Mas tens que ver que ele vem habituado a jogar o futebol do Paulo Fonseca e agora vê-se obrigado a adaptar-se ao cruzabol do Rui Carlos...é como a Casa Branca: passar de Barack Obama para Donald Trump traumatiza qualquer um.

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    1. Sabias que o Gedson já jogou a lateral direito? Senão sabias passas a saber e isso para desarmar a tua ideia que o Gedson joga fora da sua posição, o que é mentira.

      Um jogador de top percebe o que um treinador pretende dele em determinada posição nem que seja pelas suas características.

      O Gedson é ainda um miúdo. Só lhe faz bem ir jogando noutras posições, para se tornar mais inteligente tacticamente.

      Criticam tanto o Pizzi, mas repara se o Gedson tivesse ligado ao jogo teria apanhado aquela bola e passado para o centro do terreno onde aparecia o Pizzi isolado.

      Perdeu a bola e não houve reação e reajuste do Pizzi, por causa do dispêndio de energia. Nesse momento da perda, repara onde andava a nossa linha defensiva? Completamente desligada do jogo.

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    2. E dizes tu que não é embirração pessoal, esta tua cena com o Gedson...pois não: eu escrevo seis parágrafos, um deles sobre o Gedson; tu respondes com cinco parágrafos, todos sobre o Gedson...

      O Pizzi não pode ser um segundo médio porque não tem disponibilidade defensiva ou competência sem bola - que estás sempre a exigir a les uns, mas não a les autres!

      Ou é terceiro médio no 4x3x3 (enquanto não chega Krovi) ou é médio ala direito no 4x4x2. Mesmo assim, não seria a minha primeira opção para nenhuma delas - prefiro Krovi e Ziv para 10 e prefiro Ziv para a direita.

      Isto muito porque aquele lance contra o Lyon - que continuas a branquear, embora de forma mais diluída! - não foi de todo um caso isolado: é antes o padrão dele desde sempre...

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    3. Tu vês o jogo como o RB, de pernas para o ar... onde achas que é o centro defensivo de uma equipa que joga no meio-campo adversário?

      Já alguma vez ouviste falar que o «Messi é o meu primeiro e melhor defesa»? Já ouviste falar na «regra dos 5 segundos» após a perda de bola por parte de Xavi e Iniesta e de todos os jogadores blaugrana? Já reparaste que o Busquets na maioria das vezes já nem sequer recupera a bola, mas sim faz logo a circulação da mesma?

      Pois é exactamente por isso, que o jogador mais agressivo tem de ir mais à frente se quero recuperar a bola mais à frente e não atrás. Aliás, atrás nem preciso ter jogadores super-agressivos, basta serem focados e jogarem bem compactos para forçar o erro ao adversário.

      Se metes o Zivkovic na posição actual do Gedson perdes a batalha do meio-campo. E, repara, não estou a falar da batalha do meio-campo frente ao Moreirense, estou a falar da batalha do meio-campo frente a um Porto, como aconteceu no último clássico. Olha bem para a forma como o Porto nos ganha o meio-campo: Herrera muitas vezes era o primeiro homem a sair à pressão do nosso ataque, ficando o Sérgio Oliveira e o Octávio mais atrás. A ligação muitas vezes era do Sérgio Oliveira para o Octávio e depois este recirculava para o Herrera. Porque fizeram isso? Porque sabiam que no confronto directo do meio-campo essa era a única configuração que lhes permitia vantagem competitiva. Com um Octávio e um Sérgio Oliveira a pressionarem a nossa linha média, seriam facilmente batidos. E, mesmo assim, foram muitas vezes batidos.

      Outro exemplo em que isso acontece, é o meio-campo da Juventus. A espaços, o Real Madrid de Zidane utilizou uma variante em que o Casemiro pressionava, deixando o Modric e o Kroos para recuperação... esta é a nova tendência do futebol mundial. E, tem lógica, uma vez que nos últimos anos o modelo de jogo mais disseminado foi o 4-3-3, devido ao efeito Barcelona. Logo, os criadores estão muito mais longe dos médios-defensivos... esta é a forma de os aproximar.

      O lance contra o Lyon culpo a nossa defesa. Alguma vez no processo de transição deixaria que a defesa ficasse a dormir lá atrás? Tem de acompanhar o ataque e tem, sobretudo, de se preparar para o que pode acontecer.

      A meu ver não foi padrão dele. É aqui que se tem de contextualizar as coisas. Eu como vi o jogo frente ao Dortmund, sei bem que não é padrão. Nesse jogo não fossem os erros não forçados por parte das nossas alas, o Dortmund jamais teria ficado em vantagem no resultado, porque estávamos a pressionar bem e alto. Agora, penso que frente ao Lyon o cansaço das viagens e da pré-época foi bem notório. Por exemplo, o Ferreyra arrancava mais cedo do que o Marcelo ou do Moriel e estes chegavam mais cedo para dobrá-lo. O próprio Jardel também acontecia o mesmo.

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  6. Primeira nota: como já alguém frisou, enquanto Eusébio foi vivo, a Eusebio Cup era na Catedral, com pompa e circunstância. Desde que ele foi apoiar no Quarto Anel, é um incómodo para a Administração, que se faz se calhar onde calhar e se entrega um troféu às três pancadas. Bonita homenagem sim senhora.

    Segunda nota: concordo com a titularidade de Conti. Não sei se com Jardel, se com um Rúben na esquerda. Agora o único central que oferece alguma segurança defensiva e qualidade na construção é mesmo o Conti. Passe a diferença de idades, mas faz lembrar o David Luiz quando chegou. O problema? Não é a idade, mas já lá vamos...

    Não vejo o Alfa como a solução que preconizas para aquela posição. Eu seria mais ambicioso, e nesta fase suícida, e tirava Fejsa (blasfémia!) e metia o Alfa a fazer de Fejsa. Ou a jogar com Pizzi/Gedson-Alfa+Fejsa, não lhes dava bem aquela características e ia mais para um 4231. Limitado (nomeadamente no "3")? Sim, mas neste ponto seja qual for a solução é uma solução limitada.

    O problema mesmo é, não há como esconder, o treino. A equipa titular tinha 3 jogadores que não integraram o plantel o ano passado. A saber, Odysseas (que se não mostrou que é a léguas o melhor e mais completo GR do plantel, então não sei que mais precisa de fazer), Gedson (primeira experiência de sénior) e Ferreyra. Toda a linha defensiva, e cerca de 67% do meio campo e ataque transitam do ano passado. Mais, tirando Ruben Dias e Cervi, todos os restantes elementos estão no clube desde que Rui Vitória chegou. Em 11, temos portanto pelo menos 7 elementos que trabalham há três anos ou mais com RV. Querer apontar erros de posicionamento ou de interacções a jogadores individuais parece-me despropositado.

    Em três anos ou os jogadores já deviam ter sido dispensados (se não cumprissem com o pedido), ou os comportamentos da equipa alterados (mudar de 442 para 433 sem mudar comportamentos é só mudar a fachada). Eu peço desculpa, mas neste ponto o que está claro como a água que há uma incompatibilidade. E essa incompatibilidade é entre RV e o clube. RV não é o treinador para o projecto do clube. Não digo que seja mau treinador, digo que não é o treinador para o que a direcção claramente definiu como objectivos. E neste ponto honra lhe seja feita, nem se ouvem as lamúrias Mourinho-Jesuistas, nem se vêem birras de maior, mas há uma clara discrepância entre o futebol que ele preconiza e o comportamento dos intervenientes.

    O PP dizia, sobre meios-campos populados, que esse é o caso da França campeã do mundo. Não respondi lá, mas respondo agora. O que é o caso da França campeã do mundo é ter uma forma de jogar adoptada aos jogadores que tem. Ou com jogadores escolhidos com base na forma de jogar, porque a França, ao contrário da Bélgica (para mim a melhor selecção do Mundial) deixou em casa jogadores suficientes para fazer uma equipa competitiva mas com outra forma de jogar. Não duvido que RV, sem limitações na hora de escolher o lote de jogadores ao seu dispôr, tipo seleccionador, escolhesse um lote que o fariam parecer um Simeone. Neste momento o treinador não consegue sacar o melhor do plantel, claramente não consegue corrigir os erros do plantel e a direcção, como de costume, está com aquele grau de solidariedade típico de deixar o treinador ser o único a dar a cara.

    E nisto parece-me estranho andarmos aqui a criticar um júnior de último ano que se estreia nos séniores...

    Samaris como solução? Para central concordo.

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    1. Era só o que me faltava não poder criticar construtivamente as exibições dos miúdos.

      A diferença é que vocês querem armar-se em rios super fixes e modernos. Mas, tenho de preparar os miúdos para o mundo selva do futebol de elite. Onde os erros se pagam muito caros e a cobrança é enormíssima. Quanto melhor preparados eu conseguir prepará-los melhor para todos.

      Dito isto o Gedson é bom com bola nos pés. Sente-se confortável. Mas, a verdade é que ele é muito bom com a bola nos pés quando os adversários são miúdos ou de baixa qualidade. Quando são organizados vê-se bem o quanto dificultam-lhe a vida, nas recepções, no cortar linhas de passe, no encaminharem para zonas de baixo perigo e entalarem-no na linha.

      São detalhes que não vês RB, mas que eu vejo. E sabes que o 😈 mora nos detalhes...

      Sobre o Gedson e, porque vejo que não vai chegar ninguém, tenho pensado na melhor forma de o florescer como jogador de elite dentro deste plantel. E, onde o vejo neste momento é a 6. Mas, um 6 diferente do Fejsa. Um 6 mais construtor, pois também precisamos disso. Por exemplo, o Fejsa pode ser um semi-Deus a cortar linhas de passe, mas a fazer variações, raramente as faz. O Gedson já tem essa predisposição. E, como para 8 ainda é muito curto, está talvez seja a melhor posição para ele.

      O Alfa Semedo, só é considerado para 6 numa mentalidade futebolística em Portugal. Se estivesse noutro país com mentalidade mais ofensiva e de futebol apoiado dentro do meio-campo adversário então seria mais à frente. O Alfa tem a predisposição de sair a jogar. É rápido com a bola nos pés e sabe-se posicionar nos vários momentos de jogo. Depois poderá ser muito importante no jogo físico e na reação à perda para recuperar a bola o mais rápido possível e longe da nossa área.

      Nessa perspectiva também via com bons olhos o Samaris, se bem que gostava de o ver a central, mas como não deve vir mais ninguém para o meio-campo e não estou a ver a colocarem na defesa...

      Neste último encontro a equipa estava nitidamente cansada. Já revi o jogo e nota-se claramente que a cada contra-ataque do adversário a linha defensiva vai recuando e depois já não sobe tão rapidamente como deveria... Não acho que seja culpa de falta de treino, mas sim incapacidade física. Mas, aí também te digo: quem manda marcar o jogo nessa altura? Depois, o banco tem de ir exigindo aos jogadores mais compromisso durante o jogo. Está é aquela fase da época em que se tem de berrar um pouco aos atletas quando os dentes nos limites, para que eles não oiçam os diabinhos...

      Por fim, verdade, a Eusébio CUP deveria ser tida em conta com o mesmo propósito que antigamente. Até acho que olhando para a calendarização desta ICC, poderia vir entre a 2ª e 3ª fase da pré-época, quando os grandes tubarões estão a começar a pré-temporada. A pré-época, deveria também sempre por começar com um jogo de treino entre as equipas principal e B.

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    2. Estás mais do que à vontade para criticar os putos, o que eu acho é que tem de se criticar os putos e os graúdos por defeitos que não passam com o tempo. E se não passam com o tempo não é só por os jogadores serem incompletos.

      Quanto ao ser um tio super-fixe e moderno, não é o que se passa aqui. Não estou a dizer que o Gedson está acima de crítica. Estou a dizer que no actual contexto colectivo qualquer melhoria em Gedson é secundária. Poderias ter um Gedson ao nível do Iniesta no seu pico de forma física e mental, que dificilmente não estavas a mamar golos como mamaste nesta pré-época.

      «O Alfa tem a predisposição de sair a jogar. É rápido com a bola nos pés e sabe-se posicionar nos vários momentos de jogo.» E isto impede-o de ser um 6 porquê? O Weigl não é calmeirão e rende em qualquer posição num campeonato físico, mas onde brilhou mais foi quando o Tüchel o meteu a jogar a 6. Porquê? Porque tinha "predisposição de sair a jogar [era] rápido com a bola nos pés e sab[ia]-se posicionar nos vários momentos de jogo". Ou seja, sabia onde estar antes de ter de lá estar para sair dessa situação por cima. O que acho é que com Alfa a 6, a ligação da defesa ao meio-campo saíria reforçada. Seria toda uma forma diferente de jogar e abordar o jogo. Com a diferença que a jogar mais atrás protege outros colegas, como o Gedson ou o Sálvio. Acho é que o Rui Carlos não está interessado nisso.

      Por falar em Sálvio, vamos ter muitos jogos com o argentino a flectir para o meio e a jogar com a equipa como vimos recentemente? É que se vamos tenho de rever o meu discurso pré-preparado...

      «Mas, aí também te digo: quem manda marcar o jogo nessa altura?» Aí também te digo, vai lá rever os comentários que eu fiz quando se soube que quisémos ir jogar duas pré-eliminatórias da Champions e fazer uma tournée no States. Ainda a última época não tinha acabado e já eu dizia que esta estava a ser preparada com os cotovelos...

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    3. Sobre os graúdos, já ontem à noite escrevi um artigo sobre dois deles (advinha quais), portanto, está atento... ;)

      Não acho que uma melhoria no Gedson seja secundária. Acho mesmo que seja essencial. Os problemas defensivos do Benfica advêm da dinâmica dos ciclos ininterruptos de perda e recuperação. Após x ciclos, os jogadores perdem o discernimento posicional, começam a "partir o jogo" e com isso o equilíbrio.

      O Alfa a "6" jogará sempre a um décimo das suas reais capacidades. Ele tem capacidade para pressionar o adversário ainda no seu meio-campo, conquistar a bola e fazer a assistência perfeita para o colega, tal como o Patrick Vieira, conforme escrevi no artigo de hoje. Com a bola nos pés, tem a capacidade inata de levá-la para a frente e quando um monstro de 1,90m de altura e com uns happy feet te aparece pela frente qual é que achas que é o resultado? Passa-te literalmente por cima, tal como o Vieira era no meio-campo do Arsenal. E, depois o Alfa é jogador que claramente gosta de procurar o companheiro mais bem posicionado. Tem muito sentido de jogo.

      O Weigl não tem essa dimensão física que possa potenciar ainda mais a sua dimensão técnica, como o Alfa Semedo, daí que jogue naquela posição e bem. Exactamente, por esse motivo considerei em contratar o David Simão para a posição "6" e não para "8". E, confesso, que é por este motivo que já equaciono a adaptação do Gedson à posição "6".

      O Alfa a "6" é ver o jogo como equipa pequena, de tracção traseira de defender no nosso meio-campo. Um Alfa a "8" é ver o jogo como equipa grande, de tracção frontal de defender no meio-campo adversário.

      O Rui Vitória dá sinais claros que não vê o jogo como eu vejo, até pela insistência do Gedson naquelas funções. Os maiores prejudicados disso serão... todos: o Gedson que fica queimado e não evolui como deveria de ser, o Benfica que arrisca-se a não vencer e o Rui Vitória que arrisca-se a não cumprir objectivos.

      O Salvio está a ser muito mal aproveitado, pois daria um lateral direito de classe mundial. Quanto à possível falta dos seus golos por causa desse possível recuo no terreno, contra-argumento com o porquê de termos então tantos avançados?

      A meu ver, o problema não está na data do jogo. Está sim, no número de dias que a equipa deve ter tido para recuperar depois de ter estado nos States. Acho que faltou ali umas meras 24 horas de recuperação. Mas, atenção, também se retira importantes notas de performances nestas condições físicas, nomeadamente, no que respeita a compromisso e à parte mental dos jogadores para com o nível competitivo.

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    4. Continuo a achar que o Alfa a 6 faria a equipa ganhar metros, não perdê-los e quanto mais falas mais convencido fico que tenho razão. Não é mentalidade de equipa pequena, é mentalidade de equipa que quer ser grande, estar em cima do adversário e não lhe dar grandes ideias de entrar pelo seu meio campo defensivo. Alfa em Portugal seria melhor que Weigl na Alemanha pela mais valia dos adversários. Quanto às comparações com Vieira, não esquecer que o Petit (em 1998) ou o Gilberto (2004) até poderiam ser médios mais defensivos do que o Vieira, mas o Vieira "estranhamente" partia sempre de trás deles para cavalgar os meios campos. Daí aquela coisa que eu disse com Fejsa e Alfa no apoio a um terceiro elemento. Mas se ele a 6 jogaria um décimo ou se faria a equipa jogar o dobro, isso depende do treinador e do treino...

      «A meu ver, o problema não está na data do jogo. Está sim, no número de dias que a equipa deve ter tido para recuperar depois de ter estado nos States.» Eu falo do planeamento geral e de como este permite ao mesmo tempo a recuperação mental e física dos que se mantêm e a integração dos que chegam e de como isto afecta os picos de forma ao longo da época. A isto juntamos o trabalho em dois arranjos em campo diferentes... Espero que a entrada no máximo não implique sacrifícios na altura das taças, quando o Benfica tem tradicionalmente ganho embalo importante para atacar de forma competitiva as temporadas. Vamos ver...

      Rui Vitória não vê o jogo como tu vês, não vê como eu vejo e tenho sérias dúvidas que veja como um treinador do Benfica o devesse ver, seja ele um Benfica formador ou aproveitador. Porque a verdade é que nós discordando um do outro, nenhum está verdadeiramente a defender a abordagem de RV...

      E o Sálvio até me tem dado indicações que seria um bom segundo avançado naquele 4231 que eu falei recentemente num comentário. Talvez até o melhor exemplar no plantel. Encostado numa linha não, obrigado. A vir para dentro com bola desde a linha, vi bons sinais agora na pré-época.

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    5. Então tu queres que a equipa esteja em cima do adversário com o teu elemento mais agressivo está em frente à tua linha defensiva?! Não faz qualquer sentido.

      Quanto mais à frente tiveres o elemento pressionante, mais fácil e mais rápido recuperas a bola.

      Repara que o jogador adversário que recupera a bola é um médio-defensivo normalmente. A primeira coisa que vai fazer é meter a bola no médio criativo/8. Este está a uns belos 5 ou 10 metros de distância do teu médio defensivo, que normalmente está mais recuado para caso haja uma bola longa ou média ele possa isso sim antecipar o adversário. Portanto, quem fica no duelo com o adversário é o teu "8" que se for um Pizzi ou um Zivkovic, o mais provável é sair mal na fotografia frente a equipas com alguma qualidade. Quantas vezes isso aconteceu com o Herrera na Luz? Precisas então de um tipo que coma literalmente o adversário. Esse tipo de jogador é o Alfa Semedo ou até mesmo o Samaris. O Gedson não tem ainda cultura e visão para essa intensidade. Vejo-o noutras funções ou até mesmo emprestado para ter mais tempo de jogo.

      Sobre o planeamento, sabes que o óptimo é inimigo do bom, e nestes certames, há flexibilidade, mas ela tem limite. Dentro disso, penso que a gestão do Rui Vitória poderia e deveria ter sido melhor.

      Estou completamente de acordo em como tanto eu como tu estamos a tentar defender a abordagem do RV. Eu tento entender o que ele pretende fazer e mediante isso vou opinando. Um bom exemplo é a ideia do 4-3-3 com um médio de ligação mais energético. Daí eu dar-lhe a minha opinião de que com o Alfa Semedo o processo seria facilitado.

      Quanto ao Salvio, no meu modelo de jogo, mesmo em 4-3-3, ele pode funcionar como lateral vertical ou até interior, tem essa facilidade porque é um jogador de elite. Sendo um lateral interior, vejo-o a fazer muitas vezes aquilo que o Almeida faz tão bem e que lhe deu um golo e uma bola ao poste nesta pré-época. Imagina o Salvio naquela situação... Acho que no final da temporada conseguiria uma média idêntica de golos.

      O 4-2-3-1 não seria o mais indicado, porque o médio-ofensivo iria ficar quase sempre marcado pelo médio-defensivo (repara no que escrevi acima para o Alfa). Tu queres é que esse jogador fuja dessa posição. Depois, com os teus extremos interiores, repara que estás a concentrar ainda mais o quarteto defensivo, pois hoje em dia os extremos são mais laterais e os laterais mais defesas laterais no processo defensivo. I.e., não tens muitos espaços entre o lateral e o central, que é o espaço onde o avançado é mais letal.

      Já agora, já reparaste, que o Guardiola jamais prescinde de extremos bem abertos nas suas equipas (na 1ª e 2ª fase de construção)? Sabes porquê? Para deixar o quarteto defensivo adversário sempre bem esticado, criando folgas espaciais entre os seus elementos.

      ;)

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    6. Eh pá o Guardiola sabe lá o que é jogar à bola, desde que saiu de Barcelona nunca mais ganhou uma Champs!

      Agora a sério, o problema que temos tu e eu é que isto falava-se muito melhor numa esplanada com duas fresquinhas e os tremoços a fazerem de jogadores. E o primeiro ponto para se perceber a coisa é perceber como tu dizes que os bons jogam bem em muito lado e que 442 e 431 e 433 não passam de simplificações extremas de modelos complexos.

      Num último remate, o que aconteceu com o Herrera na Luz teve menos a ver com erros individuais do que com uma abordagem colectiva errada. E acabamos sempre a falar em como o cérebro da equipa está derretido...

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    7. Por falar em esplanadas e loiras, sabes que dia é hoje? Dia internacional da cerveja. ;D

      Já agora, por causa do sistema de jogo, já preparei a papinha toda para o Rui Vitória vir aqui buscar todas as ideias sem ter que alterar o seu modelo de jogo, bastando apenas uma única substituição para transformar num 4-4-2. Sai na 2ª feira. Não tens que agradecer...

      =P

      O Herrera na Luz teria sido facilmente anulado metendo um peso pesado como o Samaris tirares o Cervi e ficares com o ataque entregue a Salvio e Jiménez, e isto é só um exemplo.

      ;)

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