Quem não gosta do Pizzi...

... ou de David Silva!

Esta é a minha opinião e a minha convicção. Se olharmos bem para os dois espanhóis verificamos que as suas missões nas suas equipas, respectivamente o Barcelona e o Manchester City, são semelhantes às de Pizzi no Benfica. O Iniesta começou a sua carreira no Barcelona jogando como falso extremo esquerdo, tal como o Pizzi. Já o David Silva, sendo canhoto, começou a jogar do lado contrário, como falso extremo direito. Contudo, cedo percebemos que tanto um como o outro seriam curtos para jogar na ala. "Falta-lhes poder de explosão!", invariavelmente era essa a desculpa. Contudo, os seus treinadores continuavam a utilizá-los nessas posições porque a verdade é que eles equilibravam muitas vezes o meio-campo, funcionando quase sempre como um "quarto médio". Mesmo assim, por não serem tão espectaculares como outros extremos mais explosivos e individualistas, continuavam a ser criticados.

Depois, quando testavam-os no meio-campo, muitos reclamavam da falta de robustez física ou de não terem grande capacidade de choque. Contudo, apesar de não serem a primeira opção para os adeptos em qualquer uma dessas posições, pois "não são carne nem peixe", todos reconhecem a inteligência de jogo deles. Mas, isso não lhes confere a titularidade para o adepto comum. No entanto, a verdade é que onde quer que jogam, eles equilibram a equipa. Sendo assim, será que a maioria dos adeptos não está a ver o mesmo que os treinadores que teimam em apostar neles?

A meu ver parece-me óbvio que sim. Mas, também afirmo que para este tipo de jogadores ter sucesso é preciso que o resto da equipa esteja preparada. Foi isso que aconteceu com o Iniesta quando aparece Guardiola na sua carreira. O que o espanhol cresceu com o agora técnico do Manchester City, foi brutal, pois este criou as condições ideais para que o jogador pudesse valorizar. E é esta "arte e engenho" que um treinador tem de ter. É na construção de um modelo de jogo adequado que este pode fazer a diferença para estes (e qualquer outro jogador). Uma coisa é certa, jogadores inteligentes são aqueles que permitem controlar melhor o jogo e com isso, a vitória estará sempre mais próxima. Mais até que os desequilibradores que muita gente tem tendência a sobrevalorizar. Não é por isso muito estranho que o Guardiola tenha uma obsessão sadia por jogadores inteligentes. Não é por isso que ainda ontem um Vítor Pereira também afirmava que o Pizzi era imprescindível para a equipa encarnada. Não é por isso que o Rui Vitória conte com o Pizzi e o tenha como um dos imprescindíveis. É que todos eles vêem coisas que apenas estes jogadores fazem, como por exemplo isto:

P.S.: Façam pausa no momento em que o Pizzi faz o passe para o Salvio e reparem como ele consegue enganar por completo toda a linha defensiva do Dynamo. Decerto que o argentino ficará na estatística pela consequente assistência para o golo do Cervi. No entanto, é o passe de Pizzi que dá a vantagem necessária ao nosso ataque.