24 outubro 2016

Parece fácil...


Pelo menos para alguns...


É o que penso quando comparo as exibições de Gonçalo Guedes com a de Salvio. Ambos são jogadores explosivos, ambos são jogadores dotados tecnicamente, mas, no entanto apenas um sabe o que é a relação entre ele, a bola, o jogo e os companheiros. O outro ainda parece perdido na relação entre ele e a bola. Conseguem descobrir quem é quem neste "tête-à-tête"?

Pois bem, durante a primeira parte do jogo de ontem, frente ao Belenenses, passei todo o tempo a pedir ao Salvio "passa a bola!. Chegou mesmo a ser exasperante a quantidade de bolas que o argentino perdia, porque pura e simplesmente não utilizava os apoios dos colegas de equipa. Até mesmo, os processos de transição ofensiva, ele os sabotava com os seus excessos de individualismo. Entendo que ele seja aposta, pela sua qualidade e pela necessidade que a SAD tem de o colocar na vitrina, para um futuro encaixe numa transferência. Entendo também que depois de um extenso período lesionado, queira dar nas vistas, mas bolas, tudo tem limites. Até porque, ele entretanto, já fez o gosto ao pé, já teve exibições que provou que manteve intactas as suas qualidades. Portanto, está na altura de exigir-lhe mais futebol.

A meu ver, o Toto é um dos maiores problemas que o Rui Vitória tem de resolver no onze. E é-o não por falta de qualidade, mas sim por não jogar em equipa. O que parece ser simples para o Gonçalo Guedes, como o trocar a bola com os colegas, não o é para Salvio. E ele, juntamente com a equipa técnica tem de rever as jogadas em que perde a bola, apontando-lhe o número de linhas de passe que ele tinha para os colegas e que poderia usar para evitar a perda de bola, como também, mostrar-lhe as consequências dessas perdas. É que quando camisola 18 perde a bola no ataque, normalmente, o Benfica tem pelo menos 5 jogadores na mesma linha ou à frente dele. 5 que na maioria das vezes são 6 por causa da subida do Nélson Semedo. Ora se ele perde a bola nesse momento, o mais certo é o Benfica sofrer uma transição defensiva. Frente a adversários fortes, isto seria a morte do artista. Frente a adversários mais fracos, as coisas vão passando. Contudo, a continuidade desta forma de jogar durante 90 minutos, leva a um desgaste brutal da equipa que acaba por se partir.

Por isso mesmo o argentino tem de ser chamado à atenção. Também por isso é que defendo que ele jogue ainda mais à frente, ao lado do ponta-de-lança. Assim, corre menos riscos de causar transições defensivas. Por outro lado, uns jogos como lateral direito poderiam dar-lhe a perspectiva do Nélson Semedo, quando faz desmarcações ofensivas e que não são solicitadas pelo argentino. Talvez assim, tomasse consciência e quando o colega faz a desmarcação para o espaço, ele aprenda a respeitar esse movimento, tal como o Gonçalo Guedes fez no golo do Grimaldo.








P.S.: E o Gonçalo Guedes a jogar assim, é um seríssimo candidato ao prémio "Golden Boy" de 2017.

4 comentários:

  1. É o treinador ainda não viu?
    Se não o corrige é porque concorda com aquela maneira de jogar!

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  2. Grande jogo do Benfica, grande atitude dos jogadores. A jogar assim, não vai ser fácil impedirem-nos de alcançar os nossos objetivos. E ainda não temos Jonas e Rafa!
    Pena termos perdido tantos golos - em dia sim, teria sido uma cabazada aos pasteis, que, afinal, sei-o agora, não são tão simpáticos para nós como nós somos para eles - aquelas bocas nojentas quando se aguardava um minuto de silêncio, são elucidativas. O raio que os parta também a eles.
    Rui Vitória já convenceu todos os seus detratores. Grande treinador e grande senhor. (Ainda bem que quiseste ir embora, ó «partantes» cagão! Não fazes cá falta nenhuma!).

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  3. O Guedes fez a exibição mais convicente desde que é presença assídua no plantel principal. Noto que já domina melhor os tempos de jogo e a sua relação com a bola nos timings de transportar e passar.
    Deixa-me ainda dúvidas que vá ser um fora-de-série, mas ontem impressionou-me.

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  4. O Salvio fez uma exibição fraca na primeira parte, mas penso que melhorou muito na segunda, quiçá pelos espaços dados pela equipa adversária. É dos tais que foge por completo ao estilo de toca e foge de jogadores como Grimaldo, Semedo, Pizzi, Guedes. E isso é uma vantagem e também desvantagem.
    Mas claramente que precisa de melhorar o seu jogo coletivo.

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