É tudo o que me apetece dizer depois da exibição em Chaves.
E, não é por falta de aviso. Já no encontro frente ao Besiktas, senti que o capitão encarnado, abusou das jogadas individuais. Dá a sensação que ele está a jogar para provar algo, a jogar para ele próprio, quando deveria estar a jogar em prol da equipa. E, o facto torna-se ainda mais preocupante porque é ele o capitão de equipa. Não é à toa que a exibição encarnada, sobretudo, na primeira parte era o espelho da sua exibição, ou seja, desconectada, para não dizer pior.
É ingrato a missão de Nelson Semedo ou outro qualquer companheiro que jogue atrás ou ao lado de Salvio. Em processo defensivo, este é apanhado quase sempre em situações de 2 contra 1, ou com a equipa totalmente balançada no ataque. Com bola, o argentino pura e simplesmente não passa a ninguém! O Nelson bem que lhe dava largura e verticalidade, mas o Toto... nada! Tentava também o jogo interior e o camisola 18... nada! Sempre ele e a bola... a bola e ele... por isso jogou... bola!
Se há obreiro para a vitória neste encontro em Chaves, o seu nome é Rui Vitória. Mais que Grimaldo, ou Fejsa, ou até mesmo Pizzi e Mitroglou, os autores dos golos (outra vez), foi o técnico encarnado que com as mexidas durante a segunda-parte fizeram o Benfica sair do marasmo que Salvio encarregava manter. É que o capitão, perdia todas as bolas na ala direita. Primeiro, porque não combinava com os colegas e segundo porque pura e simplesmente não conseguia superiorizar-se à marcação dos jogadores. Por isso, poucos segundos depois da entrada de Cervi para o flanco direito (gosto muito desta ideia de jogo), o Benfica conseguia um canto. Verdade seja dita, quando Cervi tiver mais entrosado com a equipa e também ele ter um pouco mais de maturidade no jogo, a dinâmica entre este e Semedo na direita vai ser um caso sério.
Quanto ao Salvio... bem, só vejo duas saídas. No curto prazo deverá ser visto como substituto de Gonçalo Guedes no apoio ao Mitroglou no corredor central. Recordo que os melhores momentos nestes últimos jogos tem sido exactamente nessa posição, sobretudo, quando faz a troca posicional com o jogador que joga nessa posição. Com isso, "mata-se dois coelhos com uma só cajadada": 1) desloca-se Salvio para uma zona mais próxima da baliza adversária, cedendo à sua ânsia de marcar golo; 2) afasta-se o Toto de uma zona de criação onde actualmente não ajuda em nada nesse processo. Por outro lado, esta mudança até trás novo reequilíbrio posicional ao plantel, nomeadamente para as posições avançadas, tão desgastada devido à onda de lesões, conforme podemos ver pela figura seguinte.
Reorganização das opções para o quarteto ofensivo. |
Não vamos inventar. Salvio no corredor central? O Salvio o que lhe vale é as arrancadas em transição da direita para o centro. Começando no centro e tendo quase sempre vigilância apertada, esse efeito surpresa perde-se. Um pouco como o que acontece com Guedes. Sem espaço, é redutora a sua contribuição.
ResponderEliminarSalvio neste momento só tem uma saída que é para fora do onze e em Janeiro para fora do clube. Está a queimar minutos importantes a jogadores que podem atingir um pico de forma muito superior ao argentino( Cervi, Carrillo, Zivk...).
E o Semedo defensivamente não me convence. Bolas pelo ar vindas da esquerda são um ai meu Deus. Com um lateral tão ofensivo como Grimaldo, Almeida, pelo menos no jogo Chamoions, deve ser titular para dar outro equilíbrio. Não só coloca problemas a ele próprio, como também a Lisandro que muitas vezes teve que vir à direita em auxilio ao Semedo.
Calma jorgen80. Também estou muito chateado com o comportamento do Salvio em campo, mas é preciso encontrar soluções e não é por ele estar numa má fase que vamos descartá-lo de vez.
EliminarPenso que o argentino não evoluiu ao longo destas temporadas com o Jesus, porque só via nele uma coisa: jogar como extremo direito. No entanto, o Toto tem muito mais para dar ao jogo.
Neste momento, falta-lhe o golo. Enquanto ele não o fizer vai continuar a jogar da maneira que está a fazer. Eu testava-o já em San Paolo ao lado do Mitroglou.
O problema do Semedo é a entreajuda que (não) tem no seu corredor. Repara na mudança da sua exibição da primeira para a segunda parte. É do oito ao oitenta.
Não leves a mal, mas o momento chave foi a entrada do displicente João Mário para o lugar do Fábio Martins. O risco saiu caro ao treinador do chaves. A partir daqui, o Semedo passou a ter outra desenvoltura ofensiva. A falta para o 1 golo é cometida sobre o Semedo... pelo Mário. Para mim foi a cartada que tirou tudo ao Chaves.
EliminarSó porque ele fez a falta que resulta no primeiro golo? Então não te esqueças que esse João Mário também teve uma ocasião com remate à baliza do Ederson que foi bloqueado pela nossa defesa.
EliminarDepois, penso que deves fazer a leitura de outro modo: a ala direita ficou muito mais dinâmica com a entrada de Cervi. Enquanto até lá, o Semedo bem que podia subir que o Salvio teimava em passar a bola, como o Cervi, foi bem diferente. Estas combinações são muito mais difíceis de defender que fazer um 2 para 1 com um Salvio "fuço".
De qualquer maneira penso que as combinações entre o Semedo e o Cervi nem sempre resultaram da melhor forma, havendo potencial para melhorar muito mais. Mas, é por esta dupla que se fará o futuro, isto se o Salvio não der corda aos sapatos.
Faltou alguma velocidade de jogo para desposicionar as marcações adversárias. A defesa esteve aos papéis em certos momentos do jogo, também devido aos ataques rápidos e de qualidade do Chaves.
ResponderEliminarSem nunca esquecer o golo mal anulado ao Mitroglou na primeira parte. A partir do primeiro golo o Benfica controlou melhor o jogo, ainda assim alguns erros no posicionamento defensivo. No entanto tenho de ressalvar um bom jogo do Chaves, que colocou por mais que uma vez o Benfica em perigo.
Melhores jogos estão para vir e o que interessa é a conquista dos 3 pontos.
Qualidade de jogo do Chaves? Ou querias dizer péssima abordagem ao jogo por parte do Benfica? Isso é conversa de vieirista que quer esconder os erros internos arrajando desculpas para tudo.
EliminarPrimeiro de tudo, o que falas é algo inexistente. Não existem "vieiristas" ou "anti-vieira" no Benfica (pelo menos não no meu vocabulário). Apenas benfiquistas.
EliminarSendo eu sócio com Red Pass e detentor de ações de Benfica SAD, dando o meu apoio ao clube tanto nos estádios como nos pavilhões, não tenho problemas nenhuns (nem interesse, sinceramente) com o que cada um presume. A unica coisa que me move é o Benfica. Era o que me faltava não poder dizer o que me vai na alma e ainda ser chamado de qualquer coisa acabada em "-ista". Tem juizo, anónimo.
Já não há paciência para aturar tantos "comprometidos".
A defesa esteve aos papéis muito por culpa das perdas de bola do Salvio. Por exemplo, aquela jogada que culmina nas bolas ao poste do Chaves começou num péssimo passe do Salvio, quando já o tentava fazer à queima.
EliminarEle a fazer isto constantemente durante a primeira parte, resulta num desgaste energético brutal. De tal forma, que a linha defensiva que deveria estar mais subida ficava mais recuada, porque estava constantemente a fazer piscinas. Aliás, esta e a dupla de meio-campo.
É bem verdade essa tua observação.
EliminarO Semedo foi apanhado bem mais que uma vez desposicionado por culpa de perdas de bola do Salvio.
Com todo o respeito que o Salvio me/nos merece, hoje fez uma exibição muito fraca. Lentidão, desconexão com os processos de jogo da equipa, perdas infantis... tal como referes no post, jogou demasiado para si próprio, para se auto-afirmar, ao invés de jogar em pról da equipa.
Há que ter humildade e dar a vez a quem está em melhor forma. Há sobretudo que trabalhar, mais ainda, para recuperar a forma do passado.
Eu acho que emocionalmente falando ele não está a passar por um bom momento. É preciso dar-lhe na cabeça, mas com contra peso e medida, para não se perder o jogador.
EliminarPor isso, penso que testar ele lá na frente com o Mitroglou seria uma excelente ideia.
Até para ele entender que as suas exibições não estão a ser nada satisfatórias e que precisa portanto de mais trabalho para ganhar a titularidade.
EliminarIsso eu acho que ele já deve ter percebido. Caso o pessoal não tenha reparado, nos últimos encontros ele tem saído sempre, quando antes era um titularíssimo indiscutível.
EliminarO Sálvio é um jogador "burro" a jogar, e sempre o foi, só que antes tinha a explosão e velocidade que no campeonato Português faziam toda a diferença, mesmo decidindo mal várias vezes...
ResponderEliminarNo entanto como agora perdeu a velocidade e explosão, todas as lacunas e limitações do seu jogo vêm ao de cima, porque já não as consegue esconder com essa explosão e velocidade, logo estar-lhe a pedir para jogar atrás do ponta de lança seria dar um tiro na cabeça, porque ele não inteligência táctica para isso
Sálvio tem de ir para o banco (aliás para a bancada) e ser vendido o mais rapido possivel, pois neste momento é o pior extremo do Benfica e só por milagre da ciência vai melhorar, pois a sua velocidade e explosão é provável que infelizmente nunca mais voltem devido às lesões que teve
Não acho que ele seja "burro". Não acho que ele tenha perdido explosão ou velocidade. Acho sim que o Chaves soube muito bem anular o Salvio e este não percebeu que deve, minto, tem de usar os apoios.
EliminarInvariavelmente ele apanhava com dois jogadores do Chaves pela frente, fechando o corredor e o caminho para o corredor central e em vez de usar o Semedo ou o Horta para rodar o jogo e desbloquear aquela zona, não! Preferia fuçar.
O problema é que no tempo do Jesus, o Nico na esquerda construia jogo e depois conseguia variar o jogo para a direita quando o adversário estava todo voltado para a esquerda. Logo, o Toto ficava um contra um com o lateral o que é bem mais fácil de lidar.
Agora o Benfica tem saídas por ambos os flancos. Não apenas pelo flanco esquerdo.
Mesmo assim, não é à toa que na primeira parte o Rui Vitória não tenha chamado tantas vezes a atenção para Pizzi (flanco esquerdo), Horta e Fejsa. É que estes não estavam a ter o melhor posicionamento para depois ter o tempo certo para fazer a variação para o lado do Salvio, para que este ficasse um contra um.
De qualquer maneira, o argentino tinha de ter feito muito mais. Nomeadamente decidir quando deve ou não deve forçar a jogada individual. Ah! E evitar passar à queima!
Também não acho que o Salvio seja burro, mas é o mais "carrileiro" dos nossos extremos. A sua especialidade é o desequilíbrio no um contra vários. Quando isso não sai bem ele tem tendência para insistir, erradamente.
ResponderEliminarQuando sai bem, dá golo ou assistência.
Acho que a maneira do Salvio jogar, já não é defeito. É feitio. E depois é essencialmente uma questão estatística: Passa 60% ou 70% das vezes pelo adversário? Porreiro. Passa só 20%? Não serve.
Acredito que ao longo da época irá perdendo protagonismo, pois temos extremos com mais recursos para variar mais o jogo.
Quanto a jogar a nove e meio, não me parece que tenha o necessário em termos de percepção táctica. E são movimentos diferentes, vir atrás, organizar, tabelar, receber de costas, etc.
Por acaso nem o via tanto como um 9.5 construtor. Aliás, o que pretendo mesmo é que ele se afaste das zonas de construção, porque pura e simplesmente ele vai tender para a jogada individual.
EliminarPara a construção quero que o Pizzi, o Horta, o Cervi, o Grimaldo e até o Semedo se encarreguem disso. A jogar em apoios frontais até poderão utilizar o Mitroglou. Ao Salvio lá na frente peço apenas três coisas:
1) desmarcações em diagonais entre o lateral e o central adversário, explorando as suas costas;
2) combinando com o Mitroglou, ou na falta disso, apenas aproveitar os espaços que o grego lhe vai dar, assim como as suas segundas bolas;
3) e marcar golo.
Caso não resulte, então teremos que repensar outra vez o seu posicionamento, até porque a posição de "cariello" nos dias de hoje e num clube da dimensão do Benfica está confinada à de lateral...
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ResponderEliminarPois, seria assim um 2º avançado mais à imagem do que tem sido o Gonçalo e não como estamos habituados a ver o Jonas, que consegue pensar o jogo.
ResponderEliminarTenho muitas dúvidas que resulte. É um espaço diferente. Ele está habituado a ter o "conforto" da linha lateral como referência posicional e enfrentar o adversário que lhe aparece à frente. Ali no miolo teria que se preocupar com muitas outras coisas: posição dos centrais e dos trincos, posição do Mitro e dos nossos extremos para poder combinar. Ao receber a bola teria sempre menos tempo e espaço do que tem na direita. Não me parece que tenha essa capacidade de adaptação nesta fase da carreira, mas é apenas a minha convicção pois ainda não o vimos jogar aí.
Talvez essa solução possa fazer sentido num contexto de contra-ataque, já em vantagem nossa, para explorar espaço nas costas da defesa.
(Nota: não sei porquê, quando publico um comentário, aparece em duplicado...eu não queria insistir...:))
Saudações Benfiquistas!