Apostar sem medos...

Este é o momento certo para apostar no internacional colombiano!

O momento certo

Mesmo que Fejsa esteja recuperado
para jogar contra o Braga, deveria
ficar apenas de prevenção.

Com a recente lesão de Samaris (entorse que o deixará pelo menos 2 semanas de repouso), a recuperação de Danilo (que ainda não deverá estar pronto para o próximo encontro) e a dúvida com o estado físico de Fejsa (que saiu nos últimos minutos de jogo frente ao Besiktas por queixas físicas), sobra-nos apenas Celis para ocupar aquela posição "6" do meio-campo encarnado.

A mãozinha marota que o colombiano usou no lance que viria a dar origem ao livre de Talisca no último encontro, leva a que se possa ter receio de apostar no camisola 28. Nada de mais errado poderíamos estar a cometer se actuássemos desta maneira. Estamos no mundo desportivo. O erro faz parte. Não errar é o desejável. Mas, ainda mais desejável é saber reagir perante o erro. E, esta é a oportunidade ideal para todos nós, adeptos, equipa técnica e jogador poderem demonstrar que sabem lidar com as vicissitudes deste jogo maravilhoso.

Por isso é fundamental que se aposte em Celis frente ao Sporting de Braga. Aliás, apesar da comunicação social vir agigantar os minhotos, tecendo-lhes elogios, a verdade é que neste momento tais são tremendamente exagerados. O Braga de Peseiro está muito longe de ser aquele Braga da época passada. Se dúvidas houvessem, bastava vermos o encontro frente ao Gent para a Liga Europa da passada quinta-feira. Depois, jogamos em casa, numa Luz que se espera com lotação esgotada, para despedirmos do verão e abraçarmos o outono.

Mas, mais que todas estas condições, não podemos esquecer que o maior interessado para que as coisas corram bem ao Celis é o próprio jogador. Ele é o maior interessado em dar outra imagem aos sócios e adeptos encarnados, pelo que virá nesta aposta a sua oportunidade de ouro.

O discurso certo

A mãozinha marota de Celis que
deixa os adeptos desconfiados.

Face à onda de lesões e porque a pergunta deverá ser colocada pelos media, o Rui Vitória deveria desde logo afirmar que o colombiano seria titular. Algo como "o Benfica frente ao Braga será Celis e mais 10". É preciso não ter receios e demonstrar confiança no jogador. Nada melhor que encarar o problema de frente e não fazer "caixinha" sobre ele. Contudo, o treinador encarnado deverá salvaguardar o jogador apresentando o contexto em que o mesmo se encontra. Ou seja, explicar que o Celis ainda está em período de adaptação e como tal pedir também o apoio e compreensão dos adeptos encarnados para com o internacional colombiano. Fazendo isso, está a retirar possíveis fontes de pressão ao jogador, criando as condições ideias para ele triunfar.

Do lado do jogador, este discurso terá um efeito de psicologia inversa. Ao invés de pensar nos motivos que tem para errar, pensará que tem tudo para triunfar. Isto subirá os seus níveis de oxitocina (para quem não sabe é a hormona da confiança). Aliás, perante todo este cenário, o Celis terá neste encontro a sua estreia como titular com o manto sagrado. Por isso, deverá querer dar nas vistas pelos melhores motivos. Já agora, por este factor, o Rui Vitória deverá também referir, na conferência de imprensa, que no final da partida os adeptos encarnados verão como o Benfica ganhou mais um jogador, um reforço para o seu meio-campo! Isto certamente espicaçará o Celis que sendo um jogador internacional e super competitivo irá querer marcar a diferença para melhor.

A estratégia certa

Luisão já merecia jogar frente ao
Besiktas. Frente ao Braga poderá
ser fundamental na estratégia.

A inclusão de Celis no onze titular deverá ser devidamente bem enquadrada. O camisola 28 não é um médio-defensivo como Fejsa ou Samaris. Gosta de jogar em dupla com outro jogador ao lado, que para este encontro deverá ser o André Horta. Por isso a configuração do meio-campo encarnado, não poderá ser 1+1, mas sim 2. Em suma, jogando como duplo pivot de meio-campo. Isto trará consequências para a forma de jogar dos restantes sectores, nomeadamente o ataque.

Por isso, manteria o 4-2-3-1 que o Benfica utilizou frente ao Besiktas. No ataque, mesmo sabendo que o Mitroglou já está disponível, manteria o quarteto, apenas fazendo uma mudança de posicionamento: Cervi na esquerda e Pizzi no centro. Contudo, o quarteto ofensivo formado por Salvio, Pizzi, Cervi e Conçalo Guedes teriam liberdade para irem trocando de posições durante o jogo. Este ataque móvel complementa as características da nossa dupla de meio-campo que tem capacidade técnica para explorar a profundidade que este ataque encarnado possibilita.

E, quanto à defesa? Para que o ataque possa explorar o espaço nas costas da defesa do Braga (cujos centrais são algo rijos de rins, têm dificuldades na cobertura do espaço vazio e na construção de jogo), penso que não necessitamos de ter uma linha defensiva tão elevada, atraindo o adversário a subir. Ora nestas condições, mas também porque Luisão merece que não seja esquecido no banco e porque penso que o Salvio não esteve à altura da braçadeira no último jogo (sobre isto escreverei futuramente), era este quem escolheria para ser parceiro de defesa de Lisandro.

Como opções a sair do banco, faria entrar o Mitroglou, mas também tentaria dar minutos a Carrillo e Zivkovic, ou até mesmo a Lindelöf se quisesse subir ainda mais a equipa. De notar que tendo Carrillo e Zivkovic no banco, o Rui Vitória tem e deve exigir o máximo de esforço e intensidade de jogo aos alas que forem titulares. É que terá sempre dois jogadores frescos e prontos para entrar e dar continuidade a essa intensidade. É importante o treinador encarnado exigir isso.

Possível estratégia do Benfica para jogar contra o Braga.