28 setembro 2014

6ª Jornada: Estoril - Benfica


A análise à vitória encarnada sobre a equipa da linha.

A entrada à campeão
A vitória do Benfica sobre o Estoril, por 3 bolas a 2, neste sábado, começou por ser resolvida ainda na primeira parte, com uma entrada a todo o gás dos encarnados. Em cerca de 30 minutos, o Benfica já vencia por 2 a 0 o Estoril. Graças a uma jogada individual do Talisca - que deixa por terra cerca de 4 jogadores canarinhos - e a uma jogada colectiva com assistência do camisola "10" para o jovem brasileiro bisar no encontro.

Enquanto houve pernas, Talisca e Samaris fizeram uma boa
exibição. O problema é que tal durou pouco tempo...
A sesta do gigante
Após o segundo golo, o Benfica geriu muito mal o jogo. Começou a perder muitas bolas de forma muito fácil para o adversário. Com essas perdas de bola, o Estoril começou a assentar o seu jogo - que se baseia essencialmente em transições rápidas. E, numa dessas jogadas, chegou ao golo através de um lançamento para as costas da defesa encarnada do Kléber - Luisão não está isento de culpas - que depois centra para o coração da área onde o ex-sportinguista Diogo Amado remata para o golo, sem antes ter sido desviada por tentativa de corte de Maxi Pereira. O Benfica tenta reagir, mas até ao final da primeira parte, o Estoril ameaça mais algumas vezes. Sente-se que o meio-campo encarnado não consegue gerir bem os ritmos do jogo, nem segurar o controlo da posse de bola.


O início da 2ª parte
Após o intervalo, os pupilos de Jorge Jesus vêm com vontade em dar outra imagem. Contudo, sente-se uma quebra física na equipa por volta da hora de jogo. Por exemplo, Talisca desaparece completamente do jogo na segunda parte. O segundo golo do Estoril vem um pouco contra a corrente de jogo, mas nasce de uma jogada em que Kuca num movimento interior descobre num passe por meio das pernas de Luisão o extremo Seba, isolando-o nas costas da defesa encarnada, que depois assiste facilmente para a finalização do ex-portista Kléber. Estava feito o empate.


O acordar do gigante
O empate fez soar o alarme na equipa encarnada, que teve bem ao não se deixar enervar com a situação. Jorge Jesus, ao ver que estávamos a perder fisicamente o meio-campo, e ao ver que necessitávamos de voltar ao jogo, retirou o jovem Talisca e fez entrar o ponta-de-lança Derley. O Benfica começou a carregar sobre o adversário e foi com naturalidade que numa falta para amarelo, o canarinho Cabrera leva o segundo e consequente ordem de expulsão. É aí que Jesus decide arriscar tudo e retira de campo o grego Samaris para colocar o holandês Ola John. O terceiro tento estava próximo e após um aproveitamento de Derley, este centra para a pequena área, onde ao segundo poste encontra Lima para encostar facilmente. O Benfica encontrava-se novamente em vantagem.



A vantagem numérica
Na minha opinião, não soubemos aproveitar a vantagem numérica. É verdade que marcamos o terceiro golo, mas o controlo do jogo no último quarto de hora do jogo foi repartido, quando deveria ter sido só nosso. Em vez de juntar linhas e subir em bloco, sempre que interceptávamos uma bola, lançávamos logo para as desmarcações de Lima e Derley. Não é que tal fosse errado fazer uma ou noutra saída para o ataque, agora constantemente...?! Isso fez com que fosse criado espaço para os contra-ataques do Estoril, que com jogadores talentosos nas extremidades, facilmente podiam libertarem-se de um ou outro jogador encarnado e com isso desvanecer a tal vantagem numérica. Por outras palavras, apesar de globalmente termos vantagem numérica, um jogo partido, faz com que em termos locais não tivéssemos essa vantagem.


O saber fazer
Para mim, a forma como o Benfica geriu a vantagem numérica revela dois grandes defeitos desta equipa: a incapacidade para ler o jogo e a incapacidade para circular e fazer posse de bola. Jorge Jesus à tempos mencionava que tanto Talisca como o Tiago (Bébé) precisavam de aprender os momentos do jogo. Concordo em absoluto com o técnico encarnado. Agora, não é apenas estes dois que têm de aprender. Pelo que vi ontem e noutros encontros, o próprio Enzo, o Nico Gaitán e até mesmo o Salvio, precisam de aprender isso mesmo. Se Lima e sobretudo Derley pediam para esticar o jogo num momento em que a equipa não deveria fazê-lo, tinham de ser o trio argentino a colocar água na fervura e a puxar as orelhas aos avançados encarnados. Deveriam os três conservado melhor a posse de bola, algo que fizeram apenas a 5 minutos do fim do jogo, de tal forma que quase impediam a entrada de André Almeida em campo...

MVP: Talisca.
O homem do jogo
Com o bis neste encontro, e com 30 minutos de grande nível, o homem do jogo só poderia ser o brasileiro Talisca. É uma pena só aguentar ainda cerca de 60 minutos de jogo. Muito trabalho pela frente em termos físicos precisa de fazer, para poder conseguir elevar o seu jogo. Se manter a capacidade de trabalho fora de campo para atingir tais metas, acredito piamente que está aqui um valor seguro do futebol internacional. Ele que insista no trabalho físico, pois é esse que lhe permitirá conseguir aguentar 90 minutos de jogo e racionar em ritmos mais elevados. Chamo a atenção para o jogo espectacular de Nico Gaitán. Um verdadeiro maestro a "10" no centro do terreno. E, já agora, para o jogão de Lima.


A desilusão
A meu ver, o grego Samaris tem desiludido imenso. Parece-me um corpo estranho na equipa. Neste momento, não sinto que seja um jogador energético - será que está com algum problema físico? Revela pouco esclarecimento posicional em vários momentos do jogo, daí que pareça estar escondido deste. Porque não meter o André Almeida ou o Enzo na sua posição e fazer entrar o grego apenas na segunda parte até ele se adaptar?

Samaris vês-se literalmente grego no meio-campo encarnado.
O capitão
Verdade que o meio-campo adormeceu após a primeira meia-hora. Verdade que o Samaris também está um pouco perdido. Verdade que o Talisca só aguenta 60 minutos. Mas, ontem também foi verdade que o Estoril marca dois golos onde o capitão esteve mal, conforme mencionei acima. Um jogo a rever por parte do camisola 4.


A defesa
Por falar em 4, este é o número de golos concedidos pela nossa defesa, ao fim de 6 jornadas do campeonato. Ou seja, sofremos um golo em cerca de 67% dos encontros. Isto é muito elevado para uma equipa que se quer ser candidata ao título. O que pode safar um pouco nestas estatísticas a equipa encarnada é que o período de amostragem é ainda muito curto. Contudo, esta tendência de golos sofridos é algo que tem de ser debatida e analisada dentro do grupo. Exige-se muito trabalho e treino.

4 golos em 6 jogos, assim não pode ser capitão. Puxa por eles Luisão!
O substituto
Não gostei da entrada do Ola John no jogo. Desiludiu-me imenso naquilo que muitos vêem como ponto forte do holandês, ou seja, capacidade de decisão. Ontem, parecia que tomava sempre as piores decisões. Isto é, quando era para passar, partia para o um contra um. Quando era para fintar o adversário, procurava o apoio do colega. Depois, há um lance que irritou-me profundamente: deixou-se apanhar em fora de jogo, quando estava de perfil para a linha defensiva do Estoril e tinha espaço e tempo para receber a bola longa. Será que o Tiago (Bébé) ou o Pizzi não mereciam já uma oportunidade?

7 comentários:

  1. O Salvio é um jogador incapaz de congelar o jogo. Recebe e parte imediatamente para cima dos adversários acabando por perder inúmera bolas.Se vier a saber dosear isto tornar-se-a um dos melhores do mundo. O Ola John voltou a jogar a meio gás . O Samaris começa a preocupar-me pela falta de intensidade, veremos como evoluirá mas na Alemanha espero que jogue o André Almeida.Também me espanta que Pizzi e Bebé ainda não se tenham estreado.

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    1. O Salvio muitas vezes até joga para trás, congelando um pouco o jogo, mas deveria fazê-lo com maior velocidade, para que assim a equipa pudesse mudar rapidamente o flanco de jogo. No entanto, concentra em demasia para si a concentração do adversário, levando-o a perder bolas que... enfim!

      Ele é um desequilibrador nato... tanto para o bem, como para o mal...

      ;)

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  2. Totalmente de acordo caro PP.
    O Benfica não está a ter um jogo seguro no meio-campo, falham-se demasiados passes em zonas proibidas, que resultam em ataques perigosos sobre os nossos defesas uma vez que os adversários lhes surgem em velocidade com a bola controlada. O tampão (Fejsa) à frente da defesa, não está a ser bem desempenhado pelo grego, perdendo-se muitas bolas. Contra equipas mais fortes pode ser o diabo. Além disso parece-me que a presença do grego atrapalha o trabalho do Enzo. Estou de acordo que enquanto não tivermos o Fejsa deve jogar o A. Almeida e dar soltura ao Enzo. O jogo fluirá melhor para o ataque (mais espaço para o Enzo) e mais segurança para a defesa.
    Viva o Benfica!

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    1. Sria uma solução que mataria dois coelhos com uma cajadada só. Primeiro, resolveria o problema dentro de campo que o Benfica tem. Segundo, porque daria tempo para o grego encontrar o seus próprio espaço dentro da equipa.

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    2. É que está "toda" a gente a cascar no Jardel (bem sabemos das suas limitações), mas o principal problema está à frente da defesa que não está a ser protegida convenientemente.
      Ainda ontem se viu. Com o Fejsa ou o André Almeida em vez do Samaris e a ganhar por 2-0, nunca mais o Estoril empataria o jogo. O pior é que o golo dos gajos se estava a adivinhar. Tiveram uma bola ao nosso 2º poste sem ninguém a cobrir, que não entrou porque não calhou.
      Esperemos que as coisas se componham. Eu não vou cá com "adormecimentos" e tal...O que não houve foi segurança a meio-campo.
      Viva o Benfica!

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    3. Olá Correia,

      Também não entendo essa mania de descarregar sobre os jogadores com menos "nome", como o Jardel. No sábado, quem esteve mal foi o Luisão, se bem que se o Samaris tivesse sido mais agressivo sobre quem fez o passe para a desmarcação do Kléber, talvez o passe não seria tão bem feito.

      Verdade, o "adormecimento" não foi algo como falta de atitude ou displicência. Vi sim, alguma incapacidade física e de interpretação de funções por posição e por momento de jogo de alguns atletas do meio-campo (Samaris e Salvio).

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    4. De acordo.
      A verdade é que para equipa "destruída" e "Clube falido" estamos muito bem posicionados na tabela classificativa....Quem diria?! Perante o que vaticinavam os profetas da desgraça e a cs avençada, até que não estamos mal kkkk, mas não podemos baixar a guarda porque o corrupto peidoso já bufou, e de que maneira, no porco canal e isso é um sério aviso. A corrupção não dorme! Está bem viva e até é "inocente"....
      Viva o Benfica!

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