18 agosto 2014

1ª Jornada: Benfica - Paços de Ferreira


Análise ao jogo, ao colectivo e às individualidades.


Belíssima entrada no campeonato do campeão em título com uma vitória sem espinhas à equipa do capital do móvel. Ainda por cima "matando um borrego" que já durava quase 10 anos. Apesar de estarmos em início de temporada, o nível exibicional dos pupilos da Luz já está num nível bastante aceitável. A isto muito se deve a Jorge Jesus, pela forma como ele consegue preparar a equipa em todas as suas vertentes. Os jogadores com mais ou menos dificuldade sabem sempre o que devem fazer em campo em cada momento do jogo... pelo menos quase todos, mas já lá vamos.

Os homens do jogo foram 4. Em primeiro lugar o camisola número 1, o guardião Artur, que encontra-se numa fase de redenção, tal são as suas exibições em grandes penalidades. Necessitaremos mesmo de um novo guarda-redes? Ou será que este aumento do nível exibicional do brasileiro deve-se ao receio de ser posto de lado por uma nova contratação no seu posto? Num segundo plano, os marcadores dos golos, o uruguaio Maxi e o argentino Salvio. Mais do que os golos, esta dupla demonstrou bastante química e sintonia durante toda a partida. E, num terceiro plano, mas talvez mais importante, o Nico Gaitán. O novo dono da camisa 10 encarnada esteve em grande destaque ao contribuir com duas maravilhosas assistências para os seus colegas. Pessoalmente, penso que o canhoto argentino poderá aumentar ainda mais o nível, melhorando na decisão e na qualidade no ultimo terço do terreno. Escrevo isso, porque vi neste encontro um Nico perdulário, ora com remates para fora em excelente posição, ora com perdas do tempo de passe, ora ainda com falta de sintonia com os restantes jogadores. No entanto, de valorizar aqueles dois grandes momentos, para com os seus colegas. Estará aqui o nosso "David Silva"?

Num plano mais abaixo, mas em grande estilo e a serem eles a equilibrarem a equipa encarnada, encontram-se o capitão Luisão, o seu companheiro Jardel, o verdadeiro reforço desta temporada - o lateral esquerdo Eliseu - e o médio defensivo com maior classe do futebol português, o luso Rúben Amorim. Enorme o trabalho destes senhores, sobretudo ao nível defensivo. Amorim demonstrou neste encontro que tem de ser um titular. Talvez isso sirva para que os críticos dele comecem a abrir os olhos face ao seu talento, que muitas vezes foi desprezado dada a sua polivalência. Eliseu dá a esta equipa uma experiência competitiva brutal. Muito seguro a defender e a meter qualquer extremo do futebol português no bolso, é também no ataque que o vejo a crescer de jogo para jogo. Com a interiorização de Gaitán no terreno, a ala esquerda será toda dele. Jardel e Luisão são titularíssimos nesta equipa. Alguém se lembrou do argentino Garay neste encontro? É que eu não! Excelente exibição do brasileiro a dobrar os seus colegas de sector e na marcação e pressão ao avançado do Paços de Ferreira. Um excelente complemento para o imperial Luisão. Este já nem merece mais nenhuma nota, tal a confiança com que joga e faz todos os seus colegas jogarem. A segurança que transmite é meio caminho andado para o sucesso.

Num plano muito próprio esteve Enzo enquanto esteve em campo. Trata-se claramente de um jogador de classe mundial, tal a forma como joga. Pena as arbitragens demasiado tendencionas neste país. Não é que a falta não seja para amarelo, mas o problema é a dualidade de critérios neste e noutros jogos. Quanto ao momento de subsitutição, terá sido a última vez?

Uma coisa é certa, sem Enzo a escolha não poderá recair neste momento em Talisca. Rúben Amorim pode ser o seu substituto no curto prazo, mas não o jovem brasileiro. Este tem ainda muito que crescer e entender os vários momentos do jogo. Para além disso terá de elevar a sua intensidade de jogo. Entendo que Jorge Jesus necessite de um jogador com as características físicas do brasileiro, no ataque e no meio-campo. Entendo também que "Jota-Jota" precise de mais opções para as bolas paradas e o brasileiro é um especialista. Entendo, inclusive, que se queira dar minutos de jogo ao Talisca para ver se ele se adapta rapidamente ao futebol europeu. No entanto, não haverá outras hipóteses dentro do plantel? Eu penso que sim...

Quanto a Lima... ele tem de assumir a responsabilidade de ser o avançado referência da equipa encarnada. Após a saída de Cardozo, é o brasileiro o verdadeiro "peso pesado" do nosso ataque. O índice de trabalho está lá. Falta agora a pontaria mais afinada, porque chances de marcar não lhe tem faltado. Um avançado de topo numa equipa como o Benfica tem de fazr um golo em cada 3 oportunidades de concretização. Esse é o objectivo que lanço ao Lima. Força!

Uma nota final para os três substitutos neste encontro. Franco Jara merece mais tempo em campo e como titular. O que Talisca oferece em termos físicos e nas bolas paradas é ainda insipiente, daí que preveja que o argentino possa ganhar o lugar na posição "10", a de segundo avançado. Este se tiver um pouco mais calma e tentar jogar mais com os colegas em alguns momentos do jogo, irá facilmente conquistar um lugar no ataque. André Almeida e para mim a hipótese mais credível caso o Enzo saia, pois assim permitira o avanço de Amorim para a posição "8" e a entrada de Almeida para "6". Embora não tenha tido muito tempo para fazer melhor, conferiu melhor qualidade em combinação com o Amorim, do que o Talisca. Ola John entrou mais para os aplausos do Nico do que propiamente para fazer muito ao jogo. É um jogador mais cerebral e que tal como o argentino gosta de interiorizar o seu jogo. Isso não é um problema. No entanto, torna-se num quando não respeita as desmarcações dos seus colegas, sobretudo do lateral esquerdo Eliseu que muitas vezes surge embalado na faixa, com espaço e não é solicitado pelo jovem holandês.

4 comentários:

  1. Ruben como seis é banal..não vai ao choque..poucas bolas recupera!!
    Com bola no pé tem sempre qualidade mas parece me muito curtinho para aquela posição.

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    1. O quê?!

      SC, lamento companheiro, mas penso que estás equivocado. A quantidade de bolas que ele recupera é brutal. E, não acho mesmo nada que ele seja curtinho, aliás, acho que ele é o nosso médio-centro mais inteligente.

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  2. Médio centro é uma coisa ..numero seis é outra,,
    Recupera uma quantidade de bolas brutal????Nesse aspecto até o André me parece superior..atenção que eu gosto do Rúben e sei que ele tem qualidade mas ele ser um titular diz muito do decréscimo da qualidade do nosso plantel.

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    1. Sc,

      Gostava de ver o André Almeida a "6" e o Rúben Amorim a "8", no meio-campo, em mais jogos...

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