12 janeiro 2019

Riqueza táctica? Só se for a...


... pelo Klopp, a defesa central no Liverpool.


Em tarde de Sporting - Porto, quiseram-nos (leia-se Sérgio Conceição e seus grupo de fans nos media nacionais) vender a ideia de que o clássico tinha sido de uma riqueza táctica elevada, quando na realidade foi um jogo que demonstrou a (falta de) qualidade técnica e táctica de ambas as equipas. Uma equipa campeã cuja construção de jogo se baseia ou pelos flancos ou pelo jogo directo para os seus dois armários avançados e, consequente, tentativa de conquista de segundas bolas, e outra que pretende ser campeã cuja primeira fase de construção passa por um jogo directo do seu guarda-redes para o seu ponta-de-lança, são um insulto para os defensores do bom futebol. E, tudo isto com a vassalagem de uma comunicação social completamente manipulada.

Vá lá que os deuses de futebol estão connosco e, graças ao facto de vivermos num mundo global, conseguimos ver o que é jogado noutras paragens, nomeadamente, na antiga Avalon. Aqui sim, vive-se outra riqueza táctica, daquela que nos trás desenvolvimentos e uma certa inovação no futebol positivo. Foi o que aconteceu esta tarde no encontro entre o Brighton e o Liverpool. O técnico alemão dos reds, trouxe uma inovação no seu onze titular: o Fabinho. O jovem médio brasileiro jogou ao lado de Van Dijk como seu parceiro no centro da defesa e a exibição foi um enorme sucesso. Não só esta solução conferiu maior coesão defensiva, como também melhorou na fase de construção, num jogo já de si complicado para a turma de Jurgën Klopp.

E, porquê a utilização do Fabinho a central? O "Kloppo" responde porquê: «O Brighton não teve um ataque após o outro – nós tivemos a bola na maior parte do tempo, então fazia sentido ter um bom jogador como o Fabinho na posição. Eles tentaram passar bolas longas para Murray e ao redor dele, tal como também fizeram, a propósito, contra Joe Gomez no jogo em casa. O Fabinho saiu-se bem nessas situações com a bola. Ele tem um cérebro de defensor e pode fazer isso em diferentes posições.»

Conhecido por ser um treinador de ataque mais directo e energético e não tanto por promover um estilo de jogo mais dominador, como o Guardiola por exemplo, esta alteração/inovação no Klopp é deveras interessante e faz-nos olhar para a importância que cada vez mais os treinadores de topo têm em querer ter mais homens com capacidade para ter a bola e construir desde detrás. Isto acontece porque cada vez mais os melhores defesas são os avançados (basta olharmos para a forma como o Sérgio Conceição utiliza 4 atacantes - 2 avançados, Marega e Soares, mais 2 alas, Brahimi e Corona, para anular a 1ª fase de construção de jogo do Sporting, por exemplo). E é por esse motivo que tenho defendido aqui neste espaço a adaptação de Samaris (e, mais recentemente, de Alfa Semedo) ao centro da defesa. É importante que tenhamos jogadores que possam ser mais do que centrais. Acredito que um médio, verá sempre o jogo da maneira como ele vê, ou seja, encontrar soluções rápidas e eficazes e, também, uma preocupação constante de aproximar a equipa. Logo, não é apenas em termos técnicos que melhoramos no eixo defensivo. É também em termos posicionais e reaccionais que melhoramos, pois um médio tenderá sempre manter a cobertura ao invés de procurar logo a contenção. Desta forma, a nossa linha defensiva pode manter-se mais elevada, tornando a equipa mais compacta, ainda por cima agora que jogamos em 4-4-2.



17 comentários:

  1. Riqueza tática sem bola. O que 90 por cento dos treinadores conseguem fazer. Agora, com ela...
    Jogo muito fraco.

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    1. Achas que é alguma riqueza táctica passar o jogo a travar o adversário com faltas? Por favor... Não aceitem mandar-vos areia para os olhos. Fazem este tipo de jogo com a conivência dos árbitros e dos media. É vergonhoso, pois para mim o resultado estava já combinado.

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    2. Não quero ir por teorias de conspiração. Foi um jogo duro, no limite, acabando mts deles completamente esgotados, como se poderia ver pelas imagens. Houve 2 ou 3 lesões, se não estou em erro, pela intensidade nos lances.

      Foi mal jogado, mas correcto e leal, dentro das normas.

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    3. Houve um pacto de não agressão. O Maxi é o lateral direito em menor forma, aquele que tem menor rendimento defensivo aos dribles adversários e tinha pela frente um driblador nato como o Nani e este nem sequer tem um drible em todo o jogo?!

      E falam em riqueza táctica?! Vão mandar areia para os olhos. Gostava de ter visto o número de apostas no Placard para este jogo. Acredito que houve muita gente a ganhar dinheiro.

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    4. Não perco o meu tempo a ver amigáveis a meio do ano, quando em Londres os meus Hammers dão uma martelada nos Gooners!

      Não a sério, há mais qualidade táctica numa equipa de meio da tabela da EPL (no caso o West Ham) do que nessa espécie de amigável do lado Norte da Segunda Circular.

      Riqueza táctica sem bola? Poupem-me!

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  2. Apoiado, PP!

    A ideia de que o Sérgio Conceição é um grande treinador que pôs o Fruta Corrupção Pancadaria a jogar bom futebol é uma das duas maiores falácias no futebol português deste década (a outra é que o RV era treinador para o Benfica...)! É chutão para a correria do Marega na profundidade, levar o jogo para os duelos físicos e segundas bolas, e esperar que o Brahimi invente qualquer coisa!

    E eu ainda vi benfiquistas a pedir o SC para o Benfica, aqui há algumas semanas!?!...

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    1. O Brahimi só é bom quando aproveita uma segunda bola do ataque do Porto e apenas tem a linha defensiva adversária à sua frente com os dois avançados do Porto.

      Para se ganhar ao Porto é bastante simples: (1) é rivalizar com eles a nível físico, sobretudo nos duelos, (2) anular a saída de bola deles pelos alas, obrigando-os a jogar longo, sobretudo pelo Casillas que chutará a bola em balão e sem grande precisão, e (3) dominar os duelos na altura, mantendo a equipa compacta, mas sempre com atenção ao controlo da profundidade.

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    2. Isso é metade de ganhar ao Porto - a metade de controlar a forma de atacar deles. Falta a outra metade - nós a atacar...aí diria que talvez o melhor fosse tentar levar o jogo para longe do jogo directo e de duelos, que é o único em que se sentem confortáveis. Bola no chão, pé para pé, jogo ligado pelo chão de combinações, com sucessivos apoios frontais e coberturas ofensivas. Não é este o jogo que menos gostam de jogar?

      Ou achas que temos mais hipóteses de sucesso com uma abordagem mais cínica, dando-lhes a bola que na verdade não sabem ter, condicionando-os quando tiverem bola das formas que sugeres e depois saindo nas transições rápidas? É uma abordagem que detesto ver no Benfica, mas não tanto quanto detesto perder com aqueles frutistas!...

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    3. Eles projectam muito os seus laterais e o Herrera foge muito do corredor central para tentar ganhar as segundas bolas. Portanto, o espaço entre-linhas (entre o seu meio-campo e a sua defesa) fica ali muito permeável.

      Tu para teres esse nível de jogo com bola no chão, pé para pé, vais ter grandes problemas com eles, pois vão estar constantemente a parar o jogo e os árbitros vão na onda deles porque só vão começar a admoestar mais lá para o final da partida.

      Onde podemos e devemos ganhar será na contra-pressão. E, não nos podemos esquecer que vamos jogar ao Dragão nesta segunda metade da época. Tudo vai depender da forma como o trabalho que o Lage desenvolver com o plantel vai evoluir. Para um estilo de futebol apoiado precisamos de ser verdadeiramente muito bons de tal forma que consigamos fugir a eles e estes nem sequer conseguirem acertar nos nossos atletas para os parar.

      Para isso, é preciso algo que o Keizer referiu para o seu Sporting, acerto no passe. Eu iria mais longe. Não é apenas no passe, mas sim em dominar o princípio do 3º homem.

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    4. E se nós temos jogadores para aproveitar esse espaço entre-linhas!...do meio-campo para a frente, continuo a dizer, temos um plantel fabuloso, perfeito para esse jogo de pé para pé. Que bem orientado, como agora é o caso, pode perfeitamente chegar a esse nível. A manter-se o ritmo a que o Bruno Lage está a fazer o nosso futebol evoluir - e o nosso onze evoluir no sentido do melhor futebol ;-) - acho perfeitamente possível, para não dizer provável (há jogadores, há treinador, há progresso evidente- falta o quê exactamente?). Não digo já para este jogo da Taça da Liga, mas talvez para o do campeonato.

      Isso que dizes das faltas é bem verdade - como ainda hoje li, aquilo é um bando de trogloditas e trauliteiros...e o Apito Dourado 2.0 não ajuda mesmo nada. Mas se o carrossel encarnado entra, eles nem cheiram! ;-)

      Qual é a diferença entre "dominar o princípio do terceiro homem" e "jogo ligado pelo chão de combinações, com sucessivos apoios frontais e coberturas ofensivas"? :-P

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    5. Tecnicamente é muito bom, é verdade. Do ponto de vista físico encolhem-se muitas vezes...

      Se o carrossel encarnado entra... o problema é pôr o carrossel a trabalhar e a carburar bem sob pressão. Uma coisa é circular perante equipas de menor qualidade, mas quando tens adversários com alguma qualidade e apadrinhados pelos senhores do apito...

      O jogo ligado pelo chão de combinações pode ser puramente posicional... o que te safa mesmo são as coberturas ofensivas. Já agora, podes ter o princípio do terceiro homem, sem apoios frontais.

      =P

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    6. No confronto físico e na disputa da bola nas alturas estamos claramente em inferioridade.

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    7. Com o Seferovic, o Castillo e até mesmo o Ferreyra, penso que não.

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    8. JVP era um anão, dificilmente um anão atarracado, e ganhava bolas nas alturas a defesas bem mais corpulentos e dados ao poder de choque do que ele.

      Isto para dizer que arranjar uns armários só para ter poder de confronto físico e disputa de bolas nas alturas tem muito que se lhe diga, e pode até ser contraproducente.

      Já ter gajos que circulam bem a bola e que sabem quando e o que lhe fazer, pode dar melhor resultado. Mas claro que isto são opiniões...

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    9. Gajos que circulam bem a bola e que não se atemorizem com o choque... sim! Tudo o resto não serve.

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    10. Só se referem a atacantes.
      E então a defender?

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    11. Estás a abordar a coisa de forma errada! Entre um Xavi e um Fernando Aguiar qual o que encaixa no teu critério e qual aquele que querias? Entre um Marc Zoro e David Luiz, qual o que querias?

      Sem jogadores que sabem onde estar, quando lá estar e o que fazer uma vez lá, esquece isso do atleticismo. Bruno Cortez tem muito mais "poder de choque" do que Grimaldo, e eu não queria trocar um pelo outro. Tu queres?

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